quarta-feira, agosto 10, 2005

531. Perguntas talvez… indiscretas

Como é sabido, os centros comerciais, como o “Colombo” e o “Vasco da Gama”, em Lisboa, o “Gaia Shopping”, em Gaia, por exemplo, e outros, constituem, além de imensos espaços de compra, centros de lazer e convívio para enormíssimas faixas da população portuguesa.

O que antes era o passeio na Baixa de qualquer cidade, para ver montras e conviver, estar com os amigos, conhecer gente, foi hoje substituído pelos grandes centros comerciais.

Pois bem, num raio de 25-30 quilómetros à volta de Setúbal, capital do distrito do mesmo nome, existem os seguintes centros comerciais de enorme dimensão:

* Forum de Almada
* Forum do Montijo
* Free Port, em Alcochete


Ali se deslocam diariamente verdadeiras multidões que, nos fins de semana, se tornam absolutamente incalculáveis, dando aos locais grande colorido, movimentação, oportunidade de negócios e muito convívio. São muitos e muitos os milhares de pessoas que acorrem a qualquer desses centros.

Acontece que Almada é uma cidade grande, sem dúvida, mas o Montijo, a antiga Aldeia Galega, apenas há 3 ou 4 anos começou a crescer. Alcochete, essa, então, é ainda mais pequena.

Enquanto isso acontece, tem-se vindo a assistir à morte lenta de Setúbal, cujo único ponto de convívio de que a população dispõe e onde pode fazer compras “mexerucas” – porque se quer algo de melhor terá que se deslocar àqueles centros ou a Lisboa – é o hipermercado Jumbo Pão de Açúcar, com cerca de 15 anos de existência.

Sendo a capital do distrito, tendo uma população própria que Alcochete e Montijo não têm mesmo, e duvidando-se até que Almada tenha, estranha-se que todos esses equipamentos hajam sido “atribuídos” àquelas localidades e nem um só tenha vindo parar a Setúbal.

Não se acreditando que ninguém se queira estabelecer na cidade do Sado, o natural é começarmos a interrogar-nos acerca de tão estranho fenómeno.

E surgem então perguntas, as quais muito útil seria que recebessem respostas convincentes:

* A quem aproveita esta situação?

Aparentemente, ao Jumbo-Pão de Açúcar que, como as coisas estão, nem precisa de investir mais do que no barracão em que aqui há uns anos investiu, para fazer o seu negócio de muitos milhões, sem condições que se aproximem sequer das dos outros centros.

* Mas será que apenas o Jumbo lucra com o status quo? Não haverá outros interesses marginais a boicotarem o desenvolvimento da cidade, do concelho?

* Sendo certo que é o Jumbo quem mais lucra com tal situação, será que esse lucro está completamente isento de qualquer tipo de encargos?

* E, no caso de assim não acontecer, havendo realmente encargos para o Jumbo, serão de que ordem e que entidade os comina e arrecada o respectivo produto?


E é isto. Ficam as perguntas.

...

7 comentários:

Isabel Filipe disse...

Oi Rubben...

Sim... a quem beneficiará....
aos anos que deixei de ir a Setúbal fazer compras...sendo a minha área (e muito mais perto do local onde vivo...), passei a ir às outras...e teremos brevemente o Shopping que está em construção, que pertence ao Continente do Seixal...

Bj

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Pois. É isso!

Gostava muito de ter as respostas a estas perguntas.

Cá por coisas.

Bj

Ruben

Anónimo disse...

Nada indiscretas e muito certeiras. Mas os culpados são na essência os setubalenses… (não se zanguem). Afinal quem acreditou nas patranhas de Verdes e Quercos que “progresso só traz poluição e dissabores”. Estamos numa Península fechada. Se não abrirmos a porta de saída (uma ponte para o Alentejo) só vem a Setúbal quem não se importa de andar a ver as vistas e “recuar” pelo sítio por onde entrou. Grândola já acordou e não esperou por nós. Capital de Distrito? Por este andar…!!!??? Até quando?

UGA

Ruvasa disse...

Viva, Patrus!

É verdade que a culpa é dos setubalenses.

Quem deixou que se fizesse um porto no meio da cidade, cortando o acesso da população á sua baía, quem deuixou que se fizesse a aberração do viaduto das Fontaínhas, quem deixou cometer tantas outras atrocidades, tem mesmo que ser culpado.

Ruben

Ruvasa disse...

Caro Ruben

Talvez o meu amigo não saiba mas diz-se que o Corte Inglês pretendeu
instalar-se em Setúbal, só que, ao que consta, a CMS não deu luz verde pata a sua instalação por causa do Vale da Rosa e da solução pendente com o Vitória.

Um abraço
AAlves

Ruvasa disse...

Viva, Amigo!

Pois...

Dê lá por onde der, insisto: Quem tem ganho milhões com esta situação é o Jumbo - Pão de Açúcar.

Está sozinho no mercado, com umas instalações do tempo dos anos 80, baratuchas e com um arremedo de centro comercial.

Não quero, com isto dizer que seja o caso. Até porque não sei se será ou não. E se não sei, não afirmo. Mas uma coisa é certa: por via de regra, estas coisas pagam-se por bom preço.

E muitos milhões (estou a falar de contos, não de euros) são muito, mas mesmo muito dinheiro.

Digo apenas mais uma coisa: não acredito que nenhum outro concorrente tenha tentado vir para Setúbal, não só por ser a cidade que é, com perto de 100 mil habitantes 8se não mais...), como também porque é a porta do Alentejo, um mercado inexplorado, nesses termos.

Podem dizer-me que é verdade, sim, que ninguém quis vir para cá. Eu, porém, não acredito.

Que quer? Sou um autêntico incréu!

abraço

Ruben

CMatos disse...

Bom dia!
Obrigado pela sua visita ao "meu cantinho".

Em relação ao centro comercial, acho que um elefante desse tamanho, envolve muitos interesses... e alguns não muito claros. Não nos podemos esquecer também de que á que passar pelos ecologistas...