sexta-feira, outubro 13, 2006

753. Debelada a 4ª crise em dez meses


Repare-se no diligente e eficaz ministro, sempre atento, espreitando o regresso da crise, para logo que ela assome à porta do país, correr a dar-lhe outra trancada valente. Ah! Ganda ministro, carago! Destes é que eu gosto!



Desde Janeiro deste ano, o dinâmico ministro da Economia que nos calhou em sorte, já conseguiu dar fim a, pelo menos, quatro grandes crises económicas em Portugal.
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Primeiro anunciou o fim de uma; ela, porém, deu uma volta ao quarteirão e, só para chatear, revidou e regressou.
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Depois, bradou aos quatro ventos que mais uma tinha chegado ao fim. Afinal, também esta segunda era teimosa e persistiu em regressar.
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Não desanimando, o incomparável Manuel Pinho do nosso contentamento, parangonou, alvissarou e eu sei lá que mais, que a crise, a terceira, estava no fim, a dar as últimas; qual teimosa Fénix das próprias cinzas renascida, lá voltou ela, só para estragar a boa disposição ministerial.
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Embora não tão rijo como o Carvalho, mas igualmente determinado, Pinho voltou a atacá-la com todas as ganas e eis que anuncia agora, pela 4ª-vez-4ª que a crise está no fim.
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Não sei que mais admirar:
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1 - A capacidade da crise de revidar a cada golpe "mortal" que sofre?
2 - A ingenuidade "pinhal" que, de crise em crise, se coloca ele próprio em crise, a cada discursata inflamada?
3 - A nossa própria capacidade para aguentar a pé firme estes sucessivos desconchavos ministeriais?
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Mas vamos à substância da notícia, dada à estampa pelo Público.
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Ministro da Economia anuncia fim da crise em Portugal


O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal e disse que a questão agora é a de saber "quanto é que a economia portuguesa vai crescer". (terá SExa dito "quanto" ou "quando"?...)

(...) Manuel Pinho disse que "a crise acabou" e que se vive "um ponto de viragem" (não sei se está a ver, mas a tal viragem é a da crise a iniciar o que será o quinto regresso...) na economia, porque "já não se fala em recessão e em investimento zero". (pois claro que não fala, que é para ver se a gente esquece e nem se apercebe do que por aí vem uma vez mais...)

(...) "Foram criados 48 mil empregos (pelo que só faltam 102 mil...), no último semestre (à velocidade da luz, portanto) a taxa de desemprego baixou dez por cento (de tal modo que temos que importar mão-de-obra, já que não temos mais braços para trabalhar... para vadiar, isso sim...), a economia está a crescer (de tal modo que faz até inveja às calças do Bill Clinton, sempre que a Monicazinha lhe entrava pelo gabinete ovalado...) e o défice das finanças públicas a caminho de ser controlado" (de tal forma que, vai não vai será superavit), afirmou o governante.

(...) Manuel Pinho ilustra com a terceira posição no quadro europeu (o que até nem é grande coisa, se atentarmos que no último Euro ficámos em segundo...) dos países cujas exportações mais cresceram no último semestre, logo a seguir à Alemanha e à Finlândia. (elas que se cuidem com este ministro)

O ministro sublinha que "há sinais (de fumo?) da confiança das empresas e de bom ambiente de negócios que atraem o investimento" (mas o ministro do Ambiente falou alguma coisa também?...) e, instado pelos jornalistas a comentar a possível construção de uma fábrica da IKEA em Paços de Ferreira, ironizou (ironia fina, diga-se):

"Foi considerada por Marques Mendes uma fantasia, como folclore e ideia de 'marketing'. Vamos esperar pelo que a empresa tem para anunciar para ver se as palavras de Marques Mendes se confirmam." (pois... esperar é o que temos feito e vamos ter que continuar a fazer. Que remédio! Até agora, porém, a única certeza é de que estes senhores têm sabido, como ninguém, entrar-nos nos bolsos. E é bom que o folclore do Massachu
setts Institute of Tecnhology, vulgo MIT, não seja esquecido...)
Público
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Enfim! Pinhadas!...

7 comentários:

Anónimo disse...

...que ele tem cara de precisar de E.Especial já não havia mts dúvidas. Agora, achar que os portugueses são tds como ele...


Beijinho

Anónimo disse...

Voltei atrás,
não tem nada a ver
mas,
amigo Ruben,
deixaste de visitar o 'pessoal'?

;-))))))))

Al Cardoso disse...

Mas o mais engracado e que de acordo com as sondagens, o pessoal gosta deste e dos restantes ministros.
Se nao fosse tao triste, ate dava vontade de rir.

Bom fim de semana.

Ruvasa disse...

Viva, Sulista!

Desculpa, mas não perdi esse hábito.

Estive muito tempo sem visitar ninguém, nem a mim próprio, mas retomei-o já e de há cerca de uma semana para cá, recomecei.

Beijinho

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Al!

Mas nós sempre fomos assim. Quanto mais me bates, mais gosto de ti, quanto mais me maltratas mais te adoro e não posso viver sem ti.

O masoquismo foi sempre o nosso forte.

Por isso somos o povo do fado faduncho, em que as obras mais célebres são as que cantam a desgraça da desgraçadinha, que vive numa "barreca" toda desconjuntada, rodeada de oito filhos todos ranhosos, a berrar de fome, a quem a infeliz não consegue alimentar como deve ser, ainda que se esfalfe a trabalhar como uma moura (saldo seja, porra!) e que está ainda sujeita a que à noite, o motherfucker do respectivo "home" - bêbado que nem um cacho, depois de ter andado todo o santo dia na galfarra com as amantes, no jogo e nos copos na taberna, sem fazer nenhum pelo bem-estar do "agrigado fameliar" - ao chegar a casa a quer de imediato "comer", ainda que a desgraçadinha sinta que não possa, pois está derreada, pelo que, não se pondo de supetão, a "jêto" para a comidela, enfarda logo ali dois murraços nos trombis, que é para ficar a saber quem é que veste calças lá na "barreca". E, para que não haja dúvidas no espírito de nenhum dos locatários, corre também a ranhosa filharada à biqueirada e ao estaladão.

Nós somos assim mesmo, não há que negar.

Trata-se de uma problema cultural muito difícil de ultrapassar.

E ainda por cima, falta-nos, por evidente deficiência de instrução (mesmo a muitos letrados) e educação, capacidade crítica.

Já reparou na miséria que são a quase totalidade dos inquéritos de rua que as nossas TVs fazem, a começar pela idiotia das perguntas e a acabar nas palermas respostas?

Não se vê ninguém que - benza-te Deus! - apareça com uma ideia (pequenina que seja!) coerente e bem expressa sobre que assunto for. Ninguém, do cidadão de rua entrevistado, tem uma ideia sobre seja o que for. E, mesmo que a tivesse, não saberia expô-la.

Somos o povo do "monossílabo gutural".

E o pior é que não somos assim porque o hardware seja inadequado e incapaz. Não. O problema reside no software inadequado e ineficiente com que é carregado.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

Com este ministro e com os outros ministros do governo onde está inserido, este País rápidamente saiu da crise e, por isso, vão agora dar o dito por não dito e dizer que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto (só
pode ter sido), e todos os aumentos de impostos e taxas vão voltar à primeira forma.

Ah, "ganda" Governo...! Que Deus os proteja e os mantenha brincalhões e de boa saúde.

(as.) AA

Ruvasa disse...

Viva, AA!

É verdade. São uns brincalhões e, por tanto nos divertirem, bem merecem que Deus os proteja e tenha sempre junto de Si, para melhor os proteger...

Abraço

Ruben