quarta-feira, agosto 31, 2005

543. Não há quem os bata…

O discurso de Manuel Alegre ontem, em Viseu, veio evidenciar, se tal ainda fosse necessário, que, em questão de incongruência, não há quem bata os socialistas. De todos os matizes.

Na verdade, só eles, como Mário Soares, são capazes de dizer e de fazer hoje o contrário do que repudiaram ontem e, não obstante isso, continuarem a mostrar-se aos gentios com o mesmo facies risonho e descontraído.

Mas, relativamente a Soares, a surpresa, se a houvesse, nem seria muita, já que o homem foi assim toda a vida. Pelo menos, desde que, a partir de 1974, melhor o conhecemos. Soares foi sempre o político mais descarado e ziguezagueante que Portugal alguma vez teve, pelo menos tanto quanto consta dos anais da nossa História

Na verdade, quem se não eles seria capaz de, como Manuel Alegre, o homem frontal e directo e de antes quebrar do que torcer, o poeta do “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não– que agora confirmou não se tratar de autobiografia… – proferir um discurso – lido!… – de 10 minutos a dizer uma coisa e, no último parágrafo, contradizer-se relativamente a tudo quanto antes afirmara em tom gongórico e, como todos os gongorismos, de forma fátua, sem utilidade, apenas frases ocas.

Como ele próprio se encarregou de demonstrar, o seu verso é falso. Nem sempre há quem resista. Ele, pelo menos, não o faz.

E o mais estranho é que tenha conseguido, em discurso – lido!... – passado tanto tempo a “justificar-se” dizendo que não dividiria o partido. Será que não se apercebeu de que essa justificação é encargo que deve caber a Soares, já que ele, Alegre, ainda que triste, se disponibilizara primeiro?

Quem não consegue aperceber-se de coisas tão simples, de tais contradições, não deve, na verdade, concorrer ao cargo de presidente da república, porque está mais do que visto – provou-o ele próprio – que não tem condições minimamente aceitáveis para o lugar.

Deste, enfim, estamos livres. Pena é que não o estejamos também dos outros dois… Sim, Soares e Cavaco. Venha gente nova, que estes são velhos e relhos e estamos fartos deles.
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Deus nos proteja, que bem precisamos!

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Só nos resta uma solução, para tentarmos mudar este status quo que nos menoriza, amesquinha e envergonha até à medula a cada episódio mais trágico-cómico: votar nulo. É o que farei, é o que tentarei levar os meus concidadãos a fazer.
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Por questão de dignidade!

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542. Depois de alguns dias de férias...

... cá estou novamente.
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sexta-feira, agosto 26, 2005

541. Baptistério de Florença

Florenca Batisterio 2.jpg Posted by Picasa (c) Baião Lima 2002 - click na foto, para ampliar

Florença - Porta do Baptistério (pormenor )

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quarta-feira, agosto 24, 2005

540. Coliseu de Roma

Roma Coliseu - 2002Junho09.jpg Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos - Click na foto, para ampliar

Coliseu de Roma
aspecto interior

domingo, agosto 21, 2005

539. Três semanas depois o homem apareceu…

Três semanas depois o homem apareceu onde devia ter estado três semanas antes, duas semanas antes, uma semana antes, tanto tempo antes.

Mas nessa altura não podia, porque estava muito ocupado com os leõezinhos quenianos.

E que veio ele, o "nosso primeiro", dizer?

Que vinha dar uma palavrinha aos bombeiros, que tinham sido uns heróis e tinham desempenhado muito bem a sua missão.

Estamos de acordo. Ele e eu. Os bombeiros e as populações desempenharam muito bem as suas missões.

Pena foi que nem toda a gente tivesse procedido desse modo responsável. A começar por ele próprio, que foi quem menos cumpriu.


Porque estava cansado, ao fim de 4-meses-4 de governo, teve que ir descansar lá fora. E se os bombeiros, com muito mais razão para estarem estafados, seguissem tão nobre exemplo e tivessem ido de férias também? Mas não, os bombeiros, por muito cansados que estejam, por muito abalados que estejam com a morte de colegas, no desempenho das suas missões, não foram nem vão de férias, ao fim de 4-meses-4 de trabalho. Não abandonam os seus postos. Mantêm-se neles a pé firme. Até cairem.

Disse também que ontem foi o dia das grandes aflições e em que os bombeiros não conseguiram debelar a enorme quantidade de fogos.

Uma tal afirmação revela que quem a faz não sabe do que está a falar. Mas o nosso primeiro tem desculpa para dizer coisas assombrosas como esta. Ele não estava cá antes. Portanto, não podia saber que o que estava a dizer não passava de uma desajeitada e infeliz boutade. Se cá tivesse estado, como era seu dever, teria sabido que o que disse não tem senso e mais parece uma brincadeira de mau gosto para com os bombeiros e, principalmente, para com as populações que tanto têm sofrido com este terrorismo.

Finalmente, disse que o que tinha ali ido fazer (à Pampilhosa da Serra), era dar uma palavrinha aos bombeiros. Para as populações… nada.

Para ele, para o “primeiro” que nos calhou em sorte, as populações não contam, as populações que ficaram sem haveres, que passaram por tremendas horas de angústia e perigo, a que todos assistimos, menos o “primeiro” que nos saiu na rifa, porque andava a safariar leõezinhos no Quénia, esses não contam nem merecem uma palavrinha.

A isto chegámos. É a isto que estamos entregues.

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quarta-feira, agosto 17, 2005

538. Portugal atacado por terroristas

Depois de todos estes incêndios em catadupa, com reacendimentos sucessivos e nos locais mais insólitos - mas curiosamente escolhidos a dedo, de modo a causarem danos maiores -, depois de toda esta verdadeira loucura que se tem vivido em Portugal, parece já não restarem dúvidas de que tudo isto é anormal e não pode resultar meramente das altas temperaturas que se têm registado, da secura dos matos e florestas, de negligência humana, mesmo de criminalidade a nível individual ou mesmo organizada, mas apenas por fins económicos.

Mais do que lícito, é imperioso que a situação seja encarada tal como, na verdade, se apresenta, ou seja, como guerra de terrorismo.

Portugal está a ser atacado por forças do terrorismo, internacional ou não, com ou sem apoio interno.

A situação que se tem vivido não tem nada que se compare a qualquer outra que tenhamos tido desde sempre e os incêndios, a sua extensão, a sua força destruidora, indiciam que os autores e mandantes não são meros criminosos de delito comum.

Tudo aquilo a que temos assistido mostra que há por detrás desta “terra queimada” organização suficiente para a obtenção dos efeitos pretendidos e que têm sido obtidos integralmente, perante a impotência de bombeiros e de outras forças de paz, para além das próprias populações, todos eles mobilizados em número de muitos milhares.

Não é, na verdade, qualquer mexeruca organização que consegue chegar a este patamar de eficácia e impunidade.

Há, por outro lado, como qualquer pessoa minimamente informada e lúcida facilmente percebe, muitas formas de fazer terrorismo. Não só o que faz explodir combóios e autocarros e aviões, matando, acto contínuo, milhares de vidas, é terrorismo.
Será mais espectacular, sim, mas não é a única forma de aterrorizar e levar ao desespero populações inteiras.

Reduzir a cinzas grandes extensões de território de um país é, igualmente, uma forma de terrorismo. Mais disfarçada, menos espectacular, mas não menos eficaz nos efeitos.

Estes incontáveis e incontroláveis incêndios florestais têm um efeito terrível nas populações, deixando muitas à míngua e obrigando o Estado a gastar recursos de que não dispõe, em subsídios sucessivos e outras ajudas, que, mesmo assim, nunca chegam a compensar as perdas sofridas, mas, para além disso, constituem factor cada vez mais agravado de desertificação do território, por destruição do sustentáculo da vida nas terras atingidas.

Este problema tem que ser enfrentado de imediato e com todos os recursos disponíveis. Entre outros, e porque se trata de uma guerra, os meios militares há muito que deveriam ter sido accionados. Não se percebe por que o não foram, se até os próprios militares vêm às televisões manifestar a sua surpresa e at
é indignação pelo facto.

Por outro lado, assistimos, com total estupefacção, a uma completa paralisia do governo e até do ainda presidente da república, que, enquanto o país se consome em chamas, se vai distraindo condecorando idiotas de chapéu de palha enfiado na cabeça, em atitude de completo desrespeito pelo país, que, pela atitude que assumem, consideram de terceiro mundo e as próprias autoridades máximas permitem que considerem.


Não se vê que sejam tomadas medidas concretas. Não se constata que alguém tente minorar a angústia das sofridas populações.

O que é que o governo sabe e não vem dizer?


O que é que o governo descobriu por detrás de tudo isto, que o deixou completamente paralisado, incapaz de actuar, ele próprio aterrorizado? Emudeceu, paralisou, morreu. Talvez de morte macaca.

Salvou-se apenas o "nosso primeiro". E mesmo esse, talvez apenas porque, um pouco mais sagaz, em devido tempo fugiu para o Quénia e de lá telefonou para o substituto, perguntando se devia regressar. Como se tal pergunta se fizesse!... Ao que o impagável, antes de ter desaparecido de circulação, ele também, lhe terá dito, por 2-vezes-2, que se deixasse estar onde estava.

E qual a razão por que o "nosso primeiro fugitivo" deveria deixar-se ficar onde está, em vez de regressar de imediato ao país, como era sua obrigação? A mesma que levou o monarca português de então a fugir para o Brasil, quando das invasões francesas?

E se o governo e o presidente da república esclarecessem estas coisas e um actuasse como lhe compete e o outro adiasse para as calendas gregas condecorações sem nexo e menorizantes do Estado Português e obrigasse a que se actuasse, como igualmente lhe compete?


Mas quando é que em Portugal cada qual passará a fazer aquilo que lhe compete por dever de ofício ou de cargo e se deixa de floreados para a fotografia que, ainda por cima, sai borrada?

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domingo, agosto 14, 2005

537. Pensava eu não ser possível…

…perder-se mais a vergonha, do que já se perdera.

Enganei-me. Era.

Acabo de ver na RTP1 uma imagem que nunca julguei possível.

Um tipo qualquer, de chapéu de palha enfiado nos cornos, a ser condecorado por aquele que é suposto ser o mais alto representante do Estado Português, dos Portugueses, enfim!

Sinto-me profundamente envergonhado. Revoltado no mais fundo da minha alma.


Senhor ainda Presidente da República!

Faça-nos um derradeiro favor. Abrevie a sua saída de Belém. Não espere pelo fim do mandato. Depois disto, é bom que não espere. Depois disto, o senhor perdeu o direito de esperar pelo termo de uma coisa que, está mais do que visto, nunca deveria ter começado.

Faça o favor de se ir embora, antes de que nos envergonhe ainda mais, antes de que nos ponha ainda mais de rastos perante um qualquer tipo que nem quando está a ser condecorado retira o pequeno almoço dos cornos.

536. As Perseides e a Marmeleira

JPP, o célebre e celebrado facundo blogueiro, escreveu no seu abrupto blog, aqui atrás, em 12 do corrente, pelas 9,20 da matina, que aquele era o Dia das Perseides.

Acrescentou que se o céu estivesse limpo haveria bolas de fogo, com o que cometeu imprecisão indesculpável em tão excelsa facúndia, já que as bolas de fogo acontecem independentemente de o céu estar limpo ou não. Bem, como eram apenas 9,20 da madrugada, é desculpável…

Apressou-se a aditar, porém, que esperava que caíssem nos sítios certos, porque há aí muita gente a merecê-las.

Raramente, muito raramente mesmo, concordo com ele. De há imensos anos para cá. E até já lho disse directamente, ao que ele disse nada.

Desta vez, porém, concordo em absoluto. Há, na verdade, por aí muita gente a merecê-las.

Mudemos de assunto:

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Alguém está em condições de esclarecer-me sobre se alguma das Perseides caiu ali para os lados da Marmeleira? Era um grande favor que me fazia!...
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sábado, agosto 13, 2005

535. Ok, agora de corpo inteiro

DSCF0224a.JPG Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Novembro'04 - Click na foto, para apanhar um susto

Em Novembro de 2004, junto do glaciar Marinelli,
quando do cruzeiro à volta do Estreito de Magalhães,
este vosso blogamigo
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534. Já falta pouco...

De hoje a 37 anos, terei sido já sexagenário, septuagenário, octogenário, nonagenário. Serei, finalmente, centenário.

Como o Benfica.

Só que não andarei a ver se contrato Tomassons e outros "ons".
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sexta-feira, agosto 12, 2005

533. Se eu votasse em Outubro…

Muito contristado, não poderei votar em 9 de Outubro. E logo eu, que já por tantas vezes tenho votado em verso, com belas quadras de pé quebrado, uma das formas que uso para votar nulo!...

Aqui fica um exemplo:



A todos vós que quereis
O meu voto lerdo e cego:
Vede bem se o mereceis…
Eu já vi. Por isso o nego!

Imagine-se que, logo por coincidência, vou sair de Portugal em 4 de Outubro e, em 9, estarei no Tibete, a visitar, entre outros, o Palácio de Potala (construído pelo rei Srong-tsan-gam-po e a princesa Wem-Cheng, lá pelo séc. VII), o Templo de Jokhang (edificado há 1300 anos, para celebrar o casamento do mesmo rei e da mesma princesa) e o Mosteiro Drepung (construído em 1416, por Chojey Tashi Palden, a poucos quilómetros de Lhasa, capital da província chinesa do Tibete)!... É azar!

[ e ninguém me venha para cá com recriminaçõpes, pelo facto de sair do País numa altura dessas, porque, depois de o nosso primeiro, ter dado às de vila diogo, quando Portugal ardia por tudo quanto era sítio e, depois de, nestes dias todos, ter telefonicamente perguntado ao espectacular ministro de estado, que o substitui, se deveria regressar a Portugal, tendo aquele respondido que não (how ridiculous all these things are!), qualquer cidadão está autorizado a pisgar-se na boa, mesmo que o país esteja a afundar-se irremediavelmente ao largo das Berlengas, quanto mais… E quem cá ficar que se amanhe, ora essa!… ]

Mas, se eu cá estivesse em 9 de Outubro e votasse em qualquer candidato, decerto que o faria no que me prometesse, de joelhos no chão, as mãos postas e a baba e o ranho a escorrerem pelo queixo abaixo, que não mais permitiria que continuassem a ser feitas as tropelias que TODOS têm feito à martirizada Setúbal e ao seu concelho, designadamente nunca mais permitir que se façam urbanizações com ruas de caca, onde só passa um carro de cada vez e outras sandices que tais, como "monumentos" de treta, que apenas nos ridicularizam aos olhos de quem nos visita.

Era, assim pois. Infelizmente, porém, mesmo que algum o prometa, não irei votar, pelo que nada adiantará. Como certamente não adiantaria, mesmo que fosse votar, porque já todos sabemos bem o que são as promessas dos políticos portugueses. Tal é o descrédito em que persistem continuar a afogar-se, por serem absolutamente incapazes de deixar de prometer o que bem sabem não poder cumprir, assim evidenciando, em praça pública, a sua completa incapacidade de aprender com os erros alheios… e até com os próprios, mesmo quando lhes são apontados, ainda a tempo de emendarem a mão.

Mário Soares tinha – tem, certamente, ainda – muito o hábito de dizer que só os burros não mudam, por não aprenderem.

Por uma vez, caramba!, ele e eu estamos de acordo.


NB.- Como o blogamigo Teles da Silva muito a propósito recordou, o extraordinário ministro de estado, substituto do ausente, disse a este "mais de duas vezes, mais de duas vezes" que não se viesse embora.

Pois bem, só por isso, passei a simpatizar muito mais com o dito ministro de estado. Dizer ao outro "mais de duas vezes, mais de duas vezes" que se deixe lá ficar, é obra! E de homem!

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quinta-feira, agosto 11, 2005

532. Opinion makers e curiosas coincidências...

Quem tem vindo a ouvir os comentários emitidos nas várias TVs, por parte de vários opinion makers da nossa praça e até de políticos no activo, certamente que foi já tomado de supresa ao ouvir frases soltas e até ideias bem ligadas que lhe deixam a ideia de já ter ouvido ou lido "aquilo" em qualquer lado.

Pois é verdade. Ouviu, sim! No blog do movimento cívico Cidadania em Acção ou mesmo nas informações que o movimento tem vindo a difundir pelo país fora e até para a nossa emigração.

Muitas têm sido as referências e semelhanças e de tal modo que até parecem decalcadas. Parece que, desde que o Cidadania em Acção existe há gente ilustre que subitamente - talvez por artes mágicas - descobriu que os políticos e detentores de cargos públicos têm que prestar contas aos portugueses daquilo que fazem. E prestá-las diriaramente, não apenas quando julgados em eleições, os que o são, claro.

De uma boa dezena de casos passados nos últimos tempos, nas TVs, nos jornais e até nas rádios, aponto os últimos três mais relevantes:

Marcelo Rebelo de Sousa, no domingo passado, na RTP, Miguel Sousa Tavares, na segunda feira seguinte, na TVI, e, finalmente, e o inevitável Francisco Louçã, ontem, com repetição hoje, na SIC Notícias.

Curiosa, muito curiosa esta coincidência, não acham?

Afinal, eles sempre lêem os blogs - ou encarregam alguém de que o faça por si (alguns a gente apanha-os na nossa sala de visitas com alguma facilidade...) - e vão estando a par do que por cá se vai fazendo.

Entre eles e a comunidade blogosférica existe, contudo, uma pequenina diferença:

É que a nossa comunidade tem tido a hombridade "deontológica" de, quando menciona algo que alguém referiu antes, não se esquecer de apontar a paternidade da ideia ou da frase.

Os tais opinion makers e políticos activos, porém, não têm desses hábitos salutares ou, então, sofrem de grave maleita que os faz esquecer certas regras da vida em sociedade... O que vale é que já estamos habituados.

Pois...
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quarta-feira, agosto 10, 2005

531. Perguntas talvez… indiscretas

Como é sabido, os centros comerciais, como o “Colombo” e o “Vasco da Gama”, em Lisboa, o “Gaia Shopping”, em Gaia, por exemplo, e outros, constituem, além de imensos espaços de compra, centros de lazer e convívio para enormíssimas faixas da população portuguesa.

O que antes era o passeio na Baixa de qualquer cidade, para ver montras e conviver, estar com os amigos, conhecer gente, foi hoje substituído pelos grandes centros comerciais.

Pois bem, num raio de 25-30 quilómetros à volta de Setúbal, capital do distrito do mesmo nome, existem os seguintes centros comerciais de enorme dimensão:

* Forum de Almada
* Forum do Montijo
* Free Port, em Alcochete


Ali se deslocam diariamente verdadeiras multidões que, nos fins de semana, se tornam absolutamente incalculáveis, dando aos locais grande colorido, movimentação, oportunidade de negócios e muito convívio. São muitos e muitos os milhares de pessoas que acorrem a qualquer desses centros.

Acontece que Almada é uma cidade grande, sem dúvida, mas o Montijo, a antiga Aldeia Galega, apenas há 3 ou 4 anos começou a crescer. Alcochete, essa, então, é ainda mais pequena.

Enquanto isso acontece, tem-se vindo a assistir à morte lenta de Setúbal, cujo único ponto de convívio de que a população dispõe e onde pode fazer compras “mexerucas” – porque se quer algo de melhor terá que se deslocar àqueles centros ou a Lisboa – é o hipermercado Jumbo Pão de Açúcar, com cerca de 15 anos de existência.

Sendo a capital do distrito, tendo uma população própria que Alcochete e Montijo não têm mesmo, e duvidando-se até que Almada tenha, estranha-se que todos esses equipamentos hajam sido “atribuídos” àquelas localidades e nem um só tenha vindo parar a Setúbal.

Não se acreditando que ninguém se queira estabelecer na cidade do Sado, o natural é começarmos a interrogar-nos acerca de tão estranho fenómeno.

E surgem então perguntas, as quais muito útil seria que recebessem respostas convincentes:

* A quem aproveita esta situação?

Aparentemente, ao Jumbo-Pão de Açúcar que, como as coisas estão, nem precisa de investir mais do que no barracão em que aqui há uns anos investiu, para fazer o seu negócio de muitos milhões, sem condições que se aproximem sequer das dos outros centros.

* Mas será que apenas o Jumbo lucra com o status quo? Não haverá outros interesses marginais a boicotarem o desenvolvimento da cidade, do concelho?

* Sendo certo que é o Jumbo quem mais lucra com tal situação, será que esse lucro está completamente isento de qualquer tipo de encargos?

* E, no caso de assim não acontecer, havendo realmente encargos para o Jumbo, serão de que ordem e que entidade os comina e arrecada o respectivo produto?


E é isto. Ficam as perguntas.

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sábado, agosto 06, 2005

530. O país das óperas buffas

O território nacional é, de alto a baixo, devorado pelo monstro das chamas e diariamente assiste-se à horrível aflição de populações inteiras, que ficam sem bens, até sem abrigo, e ouvimos e vemos também referir que os meios aéreos não aparecem, nem quando insistentemente reclamados, para o combate ao fogo (ontem foi dia particularmente elucidativo neste aspecto e cabe perguntar ao ministro da administração interna de que serve haver mais meios do que nunca, se eles ficam parados, sem tugir nem bulir…). SEGUE.
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sexta-feira, agosto 05, 2005

529. “Cartão do idoso” e outras bizantinices

Só o pensamento que leva à criação de um "cartão do idoso" constitui, além de autêntica questão bizantina, um sintoma de germinação de teorias socialistas bem intencionadas mas que, no fundo, revelam um sentido discriminatório difícil de compreender. SEGUE.
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quarta-feira, agosto 03, 2005

528. Alguém anda a boicotar…

… a campanha da candidatura de Fernando Negrão à presidência da Câmara Municipal de Setúbal. Alguém, infiltrado no staff superior da candidatura, não gosta do candidato e tudo faz para atropelar-lhe os intentos.
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Só assim se compreende a campanha de outdoors que, pelo concelho, vão sendo espalhados em profusão.
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Depois da infelicidade que constituiu a primeira tranche de cartazes, SEGUE
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527. O não confiável Himself

Useiro e vezeiro em tirar o tapete de sob os pés dos amigos, (quem não se recorda da sua excelente performance que, em 1995, retirou por completo a Fernando Nogueira todas as hipóteses de lutar com António Guterres, e outras ao longo destes anos, terminando nas facécias para com o governo de Santana Lopes?...) o cidadão Aníbal António Cavaco Silva saíu-se com mais uma magnífica actuação em que o objectivo principal foi plenamente conseguido.

E qual teria sido esse excelso objectivo? O de deixar o líder do PSD, Marques Mendes, seu incondicional amigo e prestativo auxiliar, despido em praça pública, a dizer coisas sem nexo.

Diga-se, em abono da verdade, que me aconteceu o mesmo. Mas eu não conto nesse campeonato. O líder do Partido Social Democrata e devotado amigo do cavaquial contorno, esse, sim, conta e muito, não apenas por ele mas igualmente pelo partido que representa.

E o que aconteceu, afinal?

O que aconteceu é que Marques Mendes (e eu, já agora, embora repise que não conto neste carrocel) veio à praça pública todo se enxofrar e vituperar a esmo, quando soube que Soares seria recebido em Belém, para ouvir – para ouvir, leu bem, amigo! – o Presidente da República acerca da sua candidatura ao lugar.

Também o fiz, mas eu não conto, friso uma vez mais. Comigo não vem mal ao mundo, pois respondo apenas por mim. Mas com Marques Mendes já tal não sucede. É que Marques Mendes é só – só, repito! – o líder do partido que provavelmente maior apoio se apresta a dar à candidatura da cavaquiana figura.

Logo, se o dito senhor, Aníbal António Cavaco Silva, sabia que iria ser igualmente recebido – abusivamente ele também, claro! – pelo quase ex-locatário de Belém, uma mínima noção do dever de solidariedade política – já nem falo em dever de amigo – tê-lo-ia obrigado a prevenir o seu putativo maior apoiante dessa circunstância, ou seja, de que ia também ser recebido por Sua Excelência o ainda Presidente da República. E pedia-lhe, rogava-lhe ou ordenava-lhe mesmo toda a discrição.

Que não me tivesse prevenido a mim, tudo bem, que diabo! Compreende-se. Não lhe sou afecto nem nele votarei e estou mesmo disposto a fazer campanha contra si...

Que não tivesse prevenido os restantes portugueses, tudo bem igualmente. Compreende-se. Queria deixar o antagonista Soares meio encabulado.

Mas não prevenir o amigo e correligionário, seguidor de sempre, líder do partido que presumivelmente mais o apoiará?! Não se compreende! Deixar Mendes positivamente pendurado no pelourinho da praça, engasgadíssimo, a tentar engolir o que antes dissera?! Não se compreende!...

Perdão, não estou a ser objectivo! Compreende-se, sim. Vindo do homem de Boliqueime, é já compreensível. E até expectável. Ele é assim. Cavaco é um verdadeiro expert quando se trata de encravar amigos, de imolar amigos no altar dos seus interesses pessoais.

Para a cavaquiana ossatura só uma coisa conta: himself!

É por isso que, quando se candidatar, o melhor que lhe poderemos todos fazer será deixá-lo aos exclusivos cuidados de himself.

Quem é que pode, quem é que se atreve, quem é que é suficientemente descuidado para confiar num himself?

526. A vergonha cada vez mais perdida

Mário Soares ontem, à saída de Belém:

Jornalista – Então que veio cá fazer, sr. dr.?
O sr. dr. – Vim cá porque queria ouvir o presidente.
Jornalista – Mas… ouvir o presidente acerca do quê?
O sr. dr. – Os senhores sabem bem o quê!...


Ouvir o Presidente ?!?! Ouvir o Presidente ?!?! O-u-v-i-r o Presidente ?!?!

Mas, então, quem ouve não é o Presidente? Não é o Presidente que ouve, se aconselha com determinadas individualidades, conscriptas no Conselho de Estado?

Então, agora, a instituição Presidência da República e o órgão de soberania Presidente da República estão transformados em meros consultores do boss da malta, o mero cidadão Mário Soares?

Mas “isto” já chegou a “isto”?

A vergonha está cada vez mais perdida.

O cidadão Mário Alberto Nobre Lopes Soares, esse, já nem de enxergar-se cuida. Perdeu a noção do ridículo e das conveniências, se não já as pessoais, ao menos as de Estado. E é este homem que quer representar o Estado Português ao mais alto nível!

Por seu lado, o cidadão Jorge Fernando Branco de Sampaio presta-se a todas estas manobras e jiga-jogas. Pior ainda: obriga a Presidência da República, a instituição, e o Presidente da República, o órgão de soberania do País, a prestarem-se a todas estas manobras de subúrbio.

A “isto” se chegou!


A vergonha está definitivamente perdida!

terça-feira, agosto 02, 2005

525. Está perdida toda a vergonha

Em Portugal, cada vez há menos vergonha e noção das conveniências. Certos actores (digo bem, actores) desta tragi-comédia já nem se dão ao trabalho de disfarçar a total e absoluta ausência de consideração que lhes merecem os portugueses em geral.

Veja-se o caso de Mário Soares e da sua ida a Belém, para ser recebido pelo actual ocupante (digo bem, ocupante) da residência (que, por mero acaso, sim, apenas por mero acaso, é seu correligionário…).

Sabe-se, porque o homem o tem propalado aos quatro ventos (em nítido e descarado gozo com todos nós), que Soares está em período de reflexão (não está nada, porque já decidiu e até impôs a sua vontade ao PS, que não o queria…) antes de decidir se se candidata ou não à Presidência da República. E, nesse tão necessário período de reflexão, tem vindo (é ele que o afirma aos ventos) a consultar várias personalidades de relevo da vida portuguesa, a fim de melhor decidir o que fazer.

Pois bem, é precisamente nesse período que Soares vai a Belém e é recebido por Sampaio.


Mensagem subliminar: o actual presidente da república (que só por mero acaso é correligionário de Soares…) apoia Soares.

Aqui está Soares ao seu melhor estilo, ao estilo folclórico e de fungagá que todos bem conhecemos. Aquele estilo que é capaz de, sendo necessário por convir aos seus interesses pessoais, ultrapassar todos os limites, como se viu, quando da outra campanha, a de 1986, em que até encenou uma agressão de que teria sido vítima, o que o levou a vencer as eleições, quando o eleitorado estava contra ele. Como toda a gente bem sabe. Foi o toque latino-americano de uma triste campanha.

E Sampaio, o presidente de todos os portugueses, mesmo daqueles que não suportam os malabarismos de Soares, presta-se a isto. Será esta atitude dignificante do mais alto cargo político e de governação do país? Claro que não. Esta é atitude de membro de facção, de seita. Jamais de governante, acima de toda a suspeita de parcialidade.

Por sua vez, os meios de Comunicação Social, tão prestes sempre a atacar por formas até ínvias, quantas vezes, outros políticos, tornam-se prestativos e subservientes à outrance, sempre que Soares faz uma das suas pesadas gracinhas.

Gracinhas e gracetas que, aliás, só em Portugal têm alguma aceitação, como se sabe. Na União Europeia, pelo contrário, atribuíram-lhe a real importância que o senhor tem, ou seja, nenhuma. E logo aí se viu a massa de que o cavalheiro é feito, ao ter sido extremamente incorrecto e descortês para com a senhora em quem os colegas confiaram mais do que nele, tendo-a elegido para o lugar que ele pretendia. Quem não se recorda de mais esse triste episódio?

É isso, senhores. Está perdida toda a vergonha.

Já estávamos bem servidos com tantos políticos sem real préstimo que por aí temos. Não precisávamos de ter que aturar outra vez as bizarrias do senhor Soares, que apenas nos amesquinham.


E a culpa é nossa. Sim, nossa, porque a tudo nos temos calado, tudo aguentamos. Por vezes é-se levado a pensar que temos coluna vertebral feita de gelatina. Não há vestígios de nervos nem de ossos na nossa constituição física. Apenas gelatina.

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segunda-feira, agosto 01, 2005

524. Pergunta aos candidatos à CM Coimbra

De três candidatos à presidência de Câmara Municipal de Coimbra a quem Cidadania em Acção pediu resposta a uma pergunta que formulou, apenas Jorge Gouveia Monteiro (CDU) respondeu. SEGUE.
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523. Pergunta aos candidatos à CM Porto

Os candidatos à Câmara Municipal do Porto não responderam à pergunta apresentada pelo movimento Cidadania em Acção.
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522. JF Silva Sousa escreveu ao Cidadania em Acção...

... criticando o movimento por não permitir a inserção directa de comentários no seu blog.
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