terça-feira, maio 31, 2005

393. Late afternoon thought... (lxxviii)

Todas as respostas estão connosco,
mas, para que delas tiremos proveito,
torna-se necessário que saibamos ouvir-nos.

Ruvasa
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segunda-feira, maio 30, 2005

392. Constituição Europeia

391. Late afternoon thought... (lxxvii)

Há por aí alguém que saiba compaginar
pensamento de Esquerda solidária
com ostensivo trem de vida de Direita?
Ruvasa
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390. Atitude sensata e correcta, sim senhor!

Vítor Constâncio afasta candidatura à Presidência da República

Vítor Constâncio afasta a hipótese de se candidatar à Presidência da República. O actual governador do Banco de Portugal afirmou ao "Diário Económico" que não é candidato e não tem "mais nada a dizer sobre esse assunto".

PUBLICO

Atitude sensata e correcta, sim senhor!

Se, numa área em que é considerado reputado especialista, falha clamorosamente as previsões orçamentais, com resultados tão afastados um do outro, e no curtíssimo espaço de três meses, o que não poderíamos esperar das suas performances em áreas que não domine?

Obrigado, pois, amigo Constâncio! Desta hipótese já estamos livres. Veremos se conseguimos evitar a outra também. Já agora...
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389. Mais uma tentativa

Já aqui meti esta foto, tentando que alguém possa saber o título do quadro reproduzido e o respectivo autor, coisa que minha ignorância não consegue. Tenho desenvolvido esforços inauditos, de há cerca de 10 anos para cá, no sentido de apurar aqueles dados, mas ainda nada consegui, muito embora tenha rebuscado verdadeiras bibliotecas e surfado horas seguidas na Net, bem como consultado peritos de História da Arte.

Será que algum dos meus blogamigos poderá trazer um pouco de luz a este espírito tão confuso e intrigado?

domingo, maio 29, 2005

388. O gosto e os três vinténs…

Não há dúvida de que tantas piruetas e matreirices se cometem que, a determinada altura, já nem o próprio autor de tais “feitos” acredita em si mesmo.

Vem isto a propósito da prédica dominical do Pe. Marcelo. (perdão, é Prof., não Pe.)

Já há uns tempos que o não ouvia. Faltava-me a pachorra.

Hoje, dei-me ao trabalho. E constatei que o homem perdeu a chama e está uma sombra do que era. Com o célebre episódio da “censura” na TVI deve ter-se capacitado de que, ele próprio esgotara a capacidade de se suportar.

Deve ter concluído que, se nem ele mesmo consegue já ouvir-se, dificilmente outros sentirão atracção pelas suas diatribes contra tudo o que está e de cenários, congeminados em noites de insónia, sempre má conselheira. Mais lhe valera dormir umas horas mais, já que muito do que anda para aí a dizer a esmo é apenas fruto das noites mal dormidas.

Nota-se bem o pouco à vontade com que está frente às câmaras. Gesticula mais do que diz, requebra-se mais do que comenta. Como é inteligente e experiente, apercebeu-se de tudo isto e certamente de mais algumas outras coisas. Daí, o incómodo que demonstra. Para o que deve também contribuir o facto de a “entrevistadora” o balizar devidamente, coisa que não acontecia na TVI.

Enfim! Deixemo-lo andar. Dias virão em que as coisas se hão-de compor. Elas cá se fazem, cá se pagam… Pode tardar, mas raramente falha.

Do que disse hoje, banalidades, vale a pena reter uma única coisa:


Afirmou, a propósito do não francês ao Tratado da Constituição Europeia, que, em democracia, as coisas são mesmo assim, ou seja, os eleitores agem como bem entendem e, depois, pagam (por vezes caro) pelas opções que fazem. Como se está a ver em Portugal, aliás, acrescento eu.

Provavelmente, nem ele próprio se apercebeu da força da verdade de Monsieur de La Palisse que, com isto, estava a enunciar.

Pela minha parte, sempre direi, como os antigos, que mais vale um gosto do que três vinténs. E assim é que... os portugueses quiseram ter um gosto; agora vão pagá-lo com os três vinténs.

Como é que dizia Guterres? Ah! sim, já me recordo:

- É a vida!


Pois... Guterres gostava muito de dizer coisas... Não era ele a picareta falante?
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387. Quando o monstro...

… se vira contra o pai, que fazer, hein?!

E que danos provocará provar do veneno que tão diligentemente se andou a deitar na comida de outros?


E quem com ferros mata, com ferros não há-de morrer?

* * *

Mal posso esperar pela grandeza da resposta...
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386. Finalmente, Santana Lopes apresenta as suas razões

Em artigo intitulado O regime político e as medidas anunciadas esta semana, hoje publicado no DN, Pedro Santana Lopes tece várias considerações acerca da questão do deficit orçamental e do conhecimento que dele já teriam os socialistas antes da dissolução da Assembleia da República, que levou à realização das legislativas de 20 de Fevereiro último, pelo que o que prometeram na campanha eleitoral não passou de um ror de falsidades e o que hoje por aí propalam segue exactamente a mesma linha.

De um modo geral, Santana Lopes veio confirmar tudo aquilo que tenho vindo a escrever nos últimos dias neste blog. Bom será, todavia, que se confira uma vez mais tudo, através da leitura, não só do artigo em causa, como do apanhado-interpretação que dele o jornal Público faz, também na edição de hoje, sob o título Défice: Santana diz ter proposto medidas de Sócrates na campanha eleitoral.

* * *

Vai mesmo mais longe, PSL.

Depois de manifestar a sua incomodidade por vários dos que teriam a obrigação de falar, esclarecendo a verdade, principalmente a actual direcção do seu partido, o não terem feito, informa que

"Para que haja uma clarificação total sobre a evolução dos valores do défice, do ano passado para este ano, como cidadão e como ex PM, irei apresentar nos próximos dias um Requerimento Formal ao governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, para que (…) certifique qual o valor do défice que resultaria para 2004 fazendo o mesmo exercício (…). Creio que será o bastante. Mas, se o não for, apresentarei os requerimentos que forem necessários junto das entidades competentes da União Europeia, as quais, como é sabido, têm uma palavra decisiva nesta matéria".

Sem demasiadas considerações, por escusadas, aí deixo os links para as duas peças, e direi que era tempo de alguém fazer algo a benefício da verdade e em favor do esclarecimento da opinião pública que tem vindo a ser vergonhosamente intoxicada, com mentiras descaradas. E não posso também deixar de reafirmar o que já aqui deixei evidenciado e que, a cada dia que passa, mais se confirma:

A hipocrisia parece não ter mesmo quaisquer limites. E a desvergonha e aldrabice campeiam por aí, tudo servindo para vencer eleições, incluindo mentira insidiosa e sem medida arremessada contra o eleitorado.


A verdade, porém, acaba sempre por vir à tona. Fatal como o destino. Ainda que de pouco valha, porque o mal está feito e é irremediável. Mas lá os vamos conhecendo um pouco mais.

Uma pequena nota, para terminar:

Parece que a putativa direcção do Partido Social Democrata não tem sentido a necessidade, que é obrigação, de tomar a iniciativa de defender um governo que pelo partido era liderado, como se o "este" partido de agora nada tivesse que ver com o de há poucos meses atrás.

Quando se é de pequena estatura política tem-se muito a tendência para confundir a árvore com a floresta, é certo, mas mais ainda, pior ainda, o frágil arbusto rasteiro com a mais robusta e grandiosa das árvores.
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sábado, maio 28, 2005

385. A frase não descarada – 28 Maio 2005

O sr. presidente da república afirmou hoje, perante as câmaras de televisão, que, para ultrapassarmos as dificuldades com que nos defrontamos, é preciso estarmos todos unidos.

* * *

Hoje, claro! Há quatro meses era bem diferente. Não havia crise, nem dificuldades, menos ainda era preciso união de todos (quanto mais agitação melhor…). Por isso sua excelência actuou como actuou. Agora, estamos como estamos e lá vem o apelo...

Este é o presidente da república que temos, benza-o Deus!

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384. Onde se prova que a culpa é também de Nuno Álvares Pereira e outros que tais

Depois de noites de insónia, a congeminar plano que fosse suficientemente hábil para nos tirar destas aflições orçamentais e outras – que, de bom grado, ofereceria ao “nosso primeiro” para que o aplicasse, como só ele e seus amigos sabem, de forma a alcançar o êxito por que tanto esperamos – passei esta madrugada, quase manhãzinha, por um momento de profunda agitação e enorme exaltação patriótica, quando me lembrei de história antiga que, a dar resultado, seria a salvação de todos…menos de alguns, claro, os que no engodo se deixassem cair.

Então, em que consistia o brilhante plano?

Simples:

Como está mais do que provado que não sabemos – nem queremos, que é o que é... – tomar conta de nós próprios, só nos restava a solução de declarar guerra, não aos USA - como se chegou a pensar da outra vez em que estivemos com os pés para a cova e até o FMI cá veio dizer e ordenar o que devíamos fazer para ressuscitarmos o falecido – mas tão somente a nuestros hermanitos que, no mesmo período em que nos tornávamos mendigos europeus por excelência, que todas as esmolas “perdularam”, acordaram do torpor em que viviam, trabalharam duro e fizeram passar a Espanha de país mais ou menos proscrito no concerto internacional a 8ª potência económica mundial.

Declarada a guerra, fazíamos-lhes uma série de caretas e negaças cá deste lado, para o lado de lá, até que eles, muito chateados, viriam por aí fora, invadiriam o rectângulo, anexar-nos-iam, ficando nós com o problema resolvido e eles com uma dor de cabeça do tamanho do mundo.

Excitadíssimo com a brilhante descoberta, de supetão levantei-me da cama, onde me revolvera por toda a noite, na busca de tão excelente solução, e, deixando a mulher muito zangada por tê-la acordado em sobressalto, vim beber um copito de água, que a boca se me secara com a antecipação do sucesso que iria ser.

Ao chegar à cozinha, porém, pela janela entrava já um raiozito de sol. Bem, não era propriamente um raiozito, mas já um senhor de um raio que, ao mesmo tempo que me deixava momentaneamente cego dos olhos, me iluminava o cérebro e me trazia para as realidades da vida, mostrando-me o logro em que eu próprio estava a fazer-me cair.

Foi um desconsolo pensar melhor no assunto e concluir que o plano jamais resultaria. E por motivo simples. Eles nunca cairiam em tal logro. Lembrar-se-iam de Nuno Álvares Pereira – e de outros malfadados torpeadores de fantásticos planos, como os conjurados de 1640 –, faziam-nos um manguito e por lá se quedariam, muito sensatamente pensando:

- Tal não estão os manguelas, hein?! Que se entendam sozinhos, que a gente já os conhece de outros carnavais, coño – depois, gritando para cá, gozar-nos-iam à brava – Com que então, ainda queriam levar Olivença, hein? Para quê? Para meterem mais uns quantos em problemas que agora não têm?

E nós, entupidos, sem resposta que se ouvisse, porra!

Imagine-se o estado em que fiquei, com tal cena ante os olhos, ainda por cima ofuscados e lacrimejantes por força da força do sol matinal!

Tanto trabalho, tanta insónia e, afinal, fico sem maneira de ajudar o “nosso primeiro” e, pior do que isso, a nós próprios. E, ainda por cima, dou comigo a imaginar tamanha humilhação, que bem evitada seria não fora o meu espírito solidário a tentar dar uma ajudinha, mesmo a quem a não merece, como o “nosso primeiro”!

Não. Não há remédio mesmo. Porque outra solução seria a de, a troco de fartas divisas, exportar umas quantas boas cabeças em diversas áreas da actividade humana. Sei lá!... Talvez empresários, escritores, artistas plásticos, serralheiros, cientistas, carteiristas, poetas (alegres ou não), funcionários públicos, gestores de qualquer coisa, enfim!, mas é
também plano inviável, porque não temos dessa matéria prima. Temos, isso sim, carradas de carreiristas, de oportunistas, de tipos capazes de chegar ao topo de várias escadas políticas sem terem exercido uma única profissão, de outros, especializados em viverem de fundos europeus, à custa de programas inexistentes de formação profissional e outras artimanhas, de chicos-espertos, a bem dizer.

Mas tralha dessa está com preço real pela hora da morte, pelo que o lucro obtido por uma tonelada deles não chegaria para um pequeno-almoço no Tavares Pobre.


E isso era se alguém lá de fora aceitasse comprá-los, o que duvido, porque desses também eles lá têm a sua conta, só que equilibrada com os que prestam para alguma coisa, ao contrário de nós que continuamos desequilibrados… e não só nessa vertente.

Definitivamente, estamos tramados.


Ou, sérios, passamos a trabalhar a sério ou, como somos na verdade, vamos mesmo para o buraco dos infernos. De vez. Com o ”nosso primeiro” à frente, mas também com o segundo e o terceiro... Todos eles...

Raios partam a triste sina! Nem na desagraça das desgraças conseguimos livrar-nos deles.

Ah! Nuno… Nuno!...

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sexta-feira, maio 27, 2005

383. Paraíso e Inferno

O que é o Paraíso? E o Inferno?
SEGUE
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382. Mensagens subliminares

É preciso estar atento às mensagens subliminares contidas nas palavras e acções de quem nos governa e até nas de quem está por dentro dos problemas e tem acesso aos grandes meios de comunicação com as massas.

Para quem ande mais distraído, aqui ficam dois avisos:

Nas medidas que anunciaram irem tomar e no discurso que apresentam para as justificar, Sócrates e o governo, subliminarmente dizem-nos:

- Fujam para Espanha, já!

Por seu turno, Medina Carreira, na entrevista que deu a Gomes Ferreira, na Sic Notícias, igualmente em linguagem subliminar, acrescenta:

- Para Marrocos também serve!...


Mensagem subliminar, que retiramos de ambos os discursos:

- Agora, sim, estamos completamente comidos. E mal pagos...
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381. Já não existe, senhor presidente ?…

Sim, senhor presidente da república que temos (a república, não o presidente, evidentemente!...) é extremamente curioso que vossa excelência, sempre de verbo tão prolixo – e até aqui há coisa de três meses, ainda mais do que é habitual –, subitamente tenha perdido dom tão sublime e sublimado.

O seu célebre e tão glosado discurso do “existe vida para além do deficit”, repetido à saciedade (quase seria levado a dizer, repetido ao enjoo…), que é feito dele, agora que é tão mais necessário do que antes? Também curiosamente, deixou de ter significado. Foi esquecido.

Porquê, senhor presidente? Entende vossa altíssima excelência que agora já não existe vida para além do deficit? Em três meses o que era deixou de ser? Porquê, senhor presidente, porquê? Qual o maravilhoso sucesso que determinou tal inversão de valores?

Não quero acreditar que possa ter sido a eleição de seus camaradas socialistas. Não, não pode ser, senhor presidente. Porque o senhor, ao ser eleito presidente da república, deixou de ser socialista, passou a ser simplesmente português. É pouco, sabe-se, para quem muito mais merece, mas é tudo quanto se pode arranjar, que quer? No entanto, constitucionalmente, lícito será exigir-se-lhe que o seja. Isso mesmo. Simplesmente português. Melhor ainda, o português mais responsável pela comunidade de todos quantos se arrogam de portugalidade de sentimentos. A própria consciência deve exigir-lho. Então, a que fica a dever-se essa surpreendente afonia, senhor presidente?

Repare que, agora – aliás como sempre, em coerência, ele, sim – o seu amigo Medina Carreira vem dizer que o deficit é, neste momento, o grande mal a atacar dizendo mesmo que se deve ir bem mais longe, já. Porque, daqui por meia dúzia de anos, caímos na bancarrota.


E chega ao ponto de dizer – imagine tal desaforo! – que uma ministra das finanças que o senhor também conhece fora a única que por lá passara e percebera a realidade, actuando em conformidade, se bem que em medida ainda não completamente satisfatória. E, por favor, veja lá, senhor presidente, que Medina Carreira – que nada tem que ver com PSD ou CDS, como o senhor presidente bem sabe – demonstrou, com números, o acerto da política financeira que estava a ser seguida. O que contraria a visão das coisas de vossa excelência, como com tanta prestreza e afinco andou propalando aos quatro ventos, quando se tratava de botar abaixo o governo que estava… para o substituir por amigos, com isso agravando o deficit para números inimagináveis há seis meses atrás.

Mas, agora, que os seus amigos tanto se preocupam com o deficit – e de modo muito mais gravoso para os cidadãos - se bem que agora com folga que a UE não dava anteriormente – vossa excelência perdeu a fala.

Curiosamente, senhor presidente… Muito curiosamente.

Afinal, senhor presidente, quid juris? Não quer dizer-nos, esclarecendo-nos, como lhe compete? Ou entende que não temos esse direito?

Ah, sim! Não temos esse direito? Assim sendo, tudo bem. Cá nos vamos habituando. Comemos o que esmolarmente nos dão a comer, nesta palavrosa e inconsequente democracia, que disso não passa...

É certo que Janeiro vem a caminho. Mas quod erat faciendum, factum est.


Os meus respeitos, senhor presidente. Depois de Janeiro, jamais nos veremos. O que é justo e merecido. Para nós e por nós, diga-se em abono da verdade. Talvez que para a próxima sejamos mais lúcidos nas escolhas que fazemos... ou deixamos de fazer.
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380. Logo pela fresquinha... Venham mais dessas...

Chega, logo pela manhãzinha, notícia fresquinha, justificadora de algumas maldades, designadamente a de subir o IVA, que era dos tais impostos que, há apenas dois meses, jamais subiria...

As receitas que hão-de ser arrecadadas com a subida do Iva servirão para tapar o buraco das "scuts".

Grande Sócrates! E não vai um niquinho de sicuta nem nada, homem?...


Ora aqui está um caso em que se torna bem difícil gostar de quem nos quer mal.


* * *

Foi tão pela fresquinha, tão pela fresquinha que meti o pé na argola...

Lá em cima, onde se lê IVA deve ler-se ISPP, ou seja, Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos.

Agora, que regressei a casa, apresso-me a corrigir o lapso. Tudo o resto que escrevi se mantém inalterado.

A história das scuts e do ISPP significa, pois, coisa interessante: SEGUE
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quinta-feira, maio 26, 2005

379. Late afternoon thought... (lxxvi)

Amar quem nos quer bem não custa;
difícil é gostar de quem nos quer mal.
Ruvasa

378. O julgamento de Páris

O Julgamento de Páris
Pieter Paul Rubens

julgm-paris.jpg Posted by Hello Click na imagem, para ampliar

377. A frase descarada - 25 Maio 2005

Foi uma grande surpresa a nomeação para a administração da Galp.
Fernando Gomes, PS
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quarta-feira, maio 25, 2005

376. Late afternoon thought… (lxxv)

Dificilmente se encontrará maior estupidez
do que a de a si próprio mentir.
Ruvasa
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375. Ao que chegou esta democracia!

Lúcido como de hábito, apontava-me ontem um amigo a diferença e a semelhança entre a ditadura que tivemos até 24 de Abril de 1974 e a democracia que hoje vivemos:

São elas, a diferença e a semelhança:

Enquanto na desconfortável ditadura estávamos impedidos de dizer de nossa justiça em praça pública, pelo que ninguém ligava a mínima importância ao que pensávamos e queríamos,

nesta confortante democracia, podemos, na mesma praça pública, gritar à vontade as razões que nos trazem furiosos com a politiquice que por aí grassa, que ninguém liga a mínima importância ao que pensamos e queremos.

Grande António Alves!

374. A frase descarada - 24 Maio 2005

O regime de contratos é mesmo assim. Se houver uma alteração das circunstâncias, há toda a legitimidade para que não sejam cumpridos. E a alteração das circunstâncias é a grande surpresa perante a situação real do País.
Alberto Martins, PS

O PS está, assim, liberto de cumprir o que dolosamente prometeu. Um estouro de argúcia e esperteza canecense.

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373. Já agora, ponhamos tudo no são, ok?

Muito se tem falado no deficit orçamental nestes últimos dias!

Infelizmente, quase sempre com tal dose de demagogia que ultrapassa tudo aquilo a que em Portugal já estamos habituados (e atente-se na circunstância de estarmos habituados a doses bem maciças…).

Sejam políticos, sejam jornalistas, sejam meros gatos pardos, que os há às dúzias, por aí, todos falam do deficit, por forma a induzir em erro quem ouve e quem lê, que não esteja decentemente informado do que se passa. Abordam o tema do deficit de 6,83%, como se ele fosse já uma realidade. Tanto quanto me lembro, apenas o editor de economia da SIC foi suficientemente sério para esclarecer a situação. SEGUE
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domingo, maio 22, 2005

372. O Benfica é campeão!

Boa noite a todos!

O meu clube, o Sport Lisboa e Benfica, o SLB, o Benfica, enfim!, é campeão!

Não fui capaz de assistir ao último jogo, o de hoje. Como tive que sair de casa por motivos inadiáveis e como sabia que não conseguia assistir ao jogo, mantive-me afastado de televisores e rádios até saber como tudo acabara.

São 22,15h e regressei agora a casa.

(Chegam-me neste momento notícias de que benfiquistas foram atacados por adeptos do FCPorto. Não me admiro que tal tenha acontecido e já o esperava. Mas o facto, desde que não haja feridos graves ou pior a lamentar, é coisa que não importa. Sim, na verdade, que importa o despeito de alguns? Adiante, pois, que esses não contam! Os que contam são os adeptos do FCPorto que são civilizados e não se deixam amassar na cultura caceteira imposta por alguns no clube. Que sempre serão mais do que os que o não são. E isso é que interessa. O resto não conta.)

Continuando…

Não posso deixar de dar o meu grito:

Viva o meu Benfica!

E, também não posso neste momento, calar umas pequenas observações, que os meus amigos de variadíssimos outros clubes, que os tenho em bom número, felizmente, mas principalmente os portistas, compreenderão e até aceitarão como razoáveis, depois de tantos anos de jejum forçado e desmoralizante. Não quero, com o que vou deixar dito, atingir ninguém. Pretendo apenas não calar algo que tem que ser dito, porque quem não sente não é filho de boa gente e para colocar as coisas todas em seu devido lugar, que é o são.
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Vamos lá, pois:

1. É pena que o Benfica, apenas hoje e depois de mais 90 minutos de grande sofrimento, tenha conseguido chegar ao título, quando o poderia ter arrecadado há 3 ou 4 jornadas. Mas não se pode ter tudo. Paciência! Que viva o Benfica!

2. A nação benfiquista está feliz, como se compreenderá. Que viva o Benfica!

3. Como igualmente se compreenderá, estando a nação benfiquista feliz, a nação portuguesa está-o igualmente. O facto nem sofre a mínima contestação. É só ouvir os ecos que correm pelo País inteiro e não apenas aqui ou ali, desgarradamente. Não há festa que se lhe iguale. A partir de hoje, a nação portuguesa estará muito menos deprimida e bem mais optimista do que tem estado. Que viva o Benfica!

4. Muita gente está de parabéns e outra tanta os merece. Muita gente merece mesmo felicitações por... ter cumprido o seu dever. Uns de forma mais conseguida do que outros, mas todos a cumprirem.
Há, no entanto, uma entidade não falada em todo este processo da obtenção do título pelo Benfica, a quem o País, a nação portuguesa, está particularmente grata e que certamente não esquecerá. E, no entanto, essa entidade apenas cumpriu o seu dever. Ainda não totalmente, mas tem vindo a fazê-lo.
Quem é essa entidade? A Polícia Judiciária.
Não fora a PJ e o Benfica não teria sido campeão. Que viva a Judiciária e que viva o Benfica!

5. Isto significa que aquilo que centenas de milhares de benfiquistas, mas não somente benfiquistas, de há tantos anos para cá diziam correspondia integralmente à realidade. Não se tratava, pois, de qualquer espécie de patranha. A prova – cabal – está feita.
E o que é que essas centenas de milhares de benfiquistas – e não somente benfiquistas – diziam?
Apenas isto: que o Benfica não venceria mais qualquer campeonato enquanto as autoridades judiciárias não interviessem no futebol e seus agentes.
Pois bem, intervieram, com destaque para a PJ e… o Benfica foi campeão.
Como diria Cícero, se fosse vivo: quod erat demonstrandum, demonstratum est, ou seja, o que se pretendia demonstrar, está demonstrado. Ponto final. Que viva o Benfica!

Resumindo: o Apito Dourado aconteceu e o Benfica venceu.
Rima e é verdade. Como profetizávamos, mesmo não sendo profetas. Que viva o Benfica!

* * *
Que me perdoe quem não gostou disto que aqui deixo dito. Depois de 10 anos de esperanças torpedeadas de todas as formas, de atropelos de toda a ordem, e, principalmente, de imensos enxovalhos recebidos, tinha que desabafar a dizer a minha verdade. Que é, afinal, a verdade nua e crua, como se sabe. E que não pretende ferir ninguém, apenas repor a verdade das coisas. A verdade a que, afinal, todos temos direito.

Fecho aqui o parêntises que abri na calma convivência com todas as cores clubísticas, para, ao menos agora, dizer de minha justiça futebolística. Não, sem antes repetir:

Viva o Benfica!

2005Maio24
Ruben Valle Santos

sábado, maio 21, 2005

371. A bota e a perdigota. Também a sicuta…

Entre o programa eleitoral socialista, apresentado quando das legislativas de Fevereiro último, com as inerentes promessas mirabolantes, e a realidade que está a ser a governação vai a distância de todo um mundo a alargar-se até ao infinito, à medida que os políticos que actualmente nos comandam a vida forem sendo confrontados com as durezas da vida e desafectados das histórias de encantar que lhes são próprias. SEGUE

sexta-feira, maio 20, 2005

370. A diferença que faz ter-se padrinho que manda…

Anda por aí tudo mais ou menos em polvorosa, pela circunstância de Marques Mendes ter boicotado a candidatura, nas listas do PSD, de Isaltino Morais, em Oeiras, e Valentim Loureiro, em Gondomar, não tendo usado de critério em coerência com aquele, em relação à candidatura de Isabel Damasceno, em Leiria, já que também esta está indiciada como arguida em processo que corre termos em tribunal.

Não se cuida aqui de saber se aqueles senhores, Morais e Loureiro, e senhora, Damasceno, estão ou não em condições, legais e legítimas, de concorrer, atendendo à situação jurídica em que se encontram. Não devendo, contudo, ser esquecido que só não está legalmente inocente quem tenha sido julgado por tribunal regularmente constituído e com a sentença condenatória passada em julgado. O que não é desprezível em Estado de Direito, como se sabe.

Do que se cuida aqui de averiguar é tão somente a razão por que o tratamento concedido por Marques Mendes à última é tão diverso do que aos dois primeiros dispensou. Dito de outra forma: qual a razão por que, opondo-se, e até impedindo, às candidaturas de Morais e Loureiro, apoia a de Damasceno?

Dirão os mais apressados que a nuance se fica a dever à circunstância de ela ser sua vice-presidente. O que não deixa de ser verdade. Mas não explica tudo bem explicado.

E a explicação integral é que Isabel Damasceno será sua vice-presidente, pelas qualidades que terá revelado, certamente, mas principalmente por uma característica a que ninguém se refere mas que é determinante. E que, por sua vez, dá forma ao tratamento privilegiado agora na candidatura autárquica.

E qual é essa característica decisiva? É que Isabel Damasceno, vice-presidente do in nomine presidente do PSD, é protegida do presidente do PSD, por interposto Mendes, de seu nome Aníbal António del Cavaco y Silva, acolitado por Marcelo Rebelo Que Cousa!, em afazeres pantagruélicos e afins.

Estas coisas têm que ser trazidas à luz do dia e não deixadas na penumbra. Para que as pessoas não continuem a viver iludidas e a democracia seja digna.

AACS (não, não se trata da Alta Autoridade para a Comunicação Social mas sim do homem de Boliqueime) tem vindo a dispor as suas pedras no xadrez partidário, com vista ao domínio mexicanizado do país, por uma pessoa só, que se prepara para exercer como presidente da república, no caso de lá chegar. As interferências na governação serão mais do que muitas e de tal modo que reduzirão Mário Soares à condição de verdadeiro anjo, de halo e tudo.

É de toda a conveniência estar bem desperto para estas minudências… Desde já!

369. Solidariamente.

Para os meus amigos sportinguistas. Solidariamente. Sem outras intenções.

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368. A intendência no seu esplendor

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Fui ao Sítio do Não.

Levava comigo um pressentimento. Era, ao mesmo tempo, um receio.

Danado de pressentimento que se revelou divinatório! Tolhente receio, que se mostrou lúcido!

O pressentimento era o de que o semelhante tal continuasse mero intendente; o receio era o de que ali tal condição se revelasse mais evidente ainda.

Danado de pressentimento, tolhente receio. Ambos confirmadíssimos.


O semelhante tal continua o mesmo. Na blogosfera não passa de mero amanuense de intendências. Que é mais seguro, como se sabe. Lança a farpa, dá uns bitates e deita-se à sombra da bananeira, esperando que haja quem lhe faça o serviço, por si desenvolva o esforço, que para colher os benefícios ali está ele. Na TV e em outras quermesses. E disso vive.

Não dá uma opinião. Não exibe um porquê. Sorve e embolsa os alheios. Transcreve, copy and paste, drag and drop. Nada mais. Improdutivo, seco, estéril, alimenta-se das meninges alheias. Apanha as canas da festa resultante do suor de outros e colhe os louros. Fica na foto. Em primeiro e único plano. Como convém.

Mas não é verdade que os intendentes sempre assim actuaram? Está certo, pois. Alimentem-no. Caritativamente, alimentem-no. É de gente assim, caritativa e sempre disposta a entregar as jóias todas ao primeiro que aparece, que "eles" vivem.
E todos têm direito à sua quota parte na vida da sociedade em que se inserem.

Per omnia saecula saeculorum...
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367. Ingratidões… (II)

E então não é verdade que há gente que, afirmando-se social-democrata de antes quebrar que torcer, laranja para lá da morte, se prepara para apoiar o mesmo Aníbal António del Cavaco y Silva na corrida a Belém?

E não será ingratidão por parte desses social-democratas o não retribuírem, com juros se possível, a “atenção” que o de cujus teve com o “seu” partido, quando prestou aquele tal inestimável serviço ao PS nas últimas legislativas?

Tanto esforço do sobredito e a paga é nenhuma. Não se faz!...

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366. Ingratidões… (I)

Uma terrível ingratidão, dessas que constantemente acontecem em política, se perfila no horizonte.

Então não é que os socialistas andam atarefadíssimos em busca do seu candidato à presidência da república!?...

E não é que tal propósito, a concretizar-se, configurará verdadeira traição que Sócrates & Cª cometem para com Aníbal António del Cavaco y Silva, depois do inestimável serviço que este lhes prestou nas últimas legislativas?

Já não lhes bastava serem socialistas. Agora são também ingratos!...

...

365. Socialices!...

Vítor Constâncio, caudilho do Banco de Portugal, previa, aqui há cerca de três meses, com o anterior governo, um determinado deficit orçamental, que não ultrapassaria os 5,2%, para o final do corrente ano. Isto não entrando em linha de conta com as receitas extraordinárias.

Vítor Constâncio, caudilho do Banco de Portugal, prevê agora, com este governo, que o mesmo déficit, nas mesmas condições, venha a situar-se num patamar entre 7 e 7,5%.

De um modo geral, reconhece-se que Vítor Constâncio, embora socialista, não é dos comuns, que dizem hoje uma coisa e amanhã outra diametralmente oposta, com a mesma cara, ao sabor das conveniências de momento. Essa convicção, mais ou menos generalizada, acerca da sua postura, existe mesmo.

Porquê, então, esta diferença? – surpreender-se-á o leitor.

É simples!... – responder-lhe-ei, acrescentando depois – A primeira previsão fê-la Constâncio a partir do orçamento de Estado elaborado pelo anterior governo; a segunda, a partir do orçamento corrigido da autoria do actual.

Ok, tudo bem! – retorquir-me-á, mas logo achará muito estranho… – ainda assim, como se compreende tão grande diferença? De 5,2% para 7,5% vão 2,3% de aumento, o que é uma enormidade!...

É certo! – responder-lhe-ei, cheio de paciência para com as suas tremendas dúvidas.

Então, como se explica?!... – voltará à carga.

É fácil. Ora preste lá atenção, por favor: explica-se com as scuts gratuitas (ou agora só algumas ou para a semana, afinal, nenhumas…), o bacalhau a pataco para os idosos, designadamente os de mais de 80 anos, as taxas "imoderadoras", o regresso dos hospitais à situação que está mais do que provado que não serve os interesses da população em geral e apenas se traduz em mais despesa, com determinados projectos já estudados e aprovados por determinados preços, agora anulados e voltando à estaca zero, para se refazer tudo, com o novo aeroporto a já não se ir situar na Ota, mas, afinal, a ir-se lá fazer outra vez... (tudo em menos de uma sermana), isto apesar de os impostos irem subir, depois de subir não irem, etc e tal, como diria Agostinho da Silva.

Pois, claro! Já estou a ver. Já todos estamos a ver, sim! – reconhecerá o leitor – É mais do mesmo e com os mesmos. Os que deixaram isto como se viu, em 2001, quando fugiram e toda esta saga começou.

No fim, vem o normalmente missed in action primeiro-ministro, em raid de blitzkrieg, dizer, com ar extremamente compungido, quase de lágrima no canto do olhinho – Guterres que se cuide, porque tem aqui concorrente à altura… – que não sabia de nada do que se passava, mas que está preparado para tudo!... Ora toma!... Não se saber de nada mas estar-se preparado para tudo é obra!... Como é que dizia a "ti" Miquelina, do antigo mercado da Ribeira? Sim, sim... Já me recordo:

Ah, "faneca"! - e logo piscava o olhito malandreco!

Oxalá esteja! Ao menos que alguém esteja e que seja o Primeiro. Porque os portugueses, esses não estão. De certeza!

Não há mais que ver... Socialices!...

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364. Vivam todos!

Cá estamos novamente. Fez-me falta o vosso convívio...
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terça-feira, maio 17, 2005

363. Não, não é verdade!

Não, não é verdade o que por aí consta, ou seja, que tenha andado tão atarefado a comemorar aquele golito vindo da estratosfera, que nem tempo tenho tido para passar pela blogosfera. Perceberam o quid pro quo? Estratos... Blogos... fera! Hã?

Aliás, para ser preciso, trata-se, isso sim, de uma meia verdade.

Efectivamente tenho andado muito atarefado - esta a meia.

Agora a outra: devido a outros valores que mais alto se alevantaram, mas que nada têm que ver com futeboladas. Outras actividades. Sim, porque aqui o vosso amigo é gente de muitos e variados interesses, "habilidades" e ofícios correlativos.

Agora tenho andado a assistir velhotas. Daquelas mesmo velhotinhas, das que nasceram ainda antes de o século passado ter chegado à maioridade. Por via disso, a minha ausência.

Presume-se que a coisa se prolongue, com maior incidência, até ao final da próxima quinta-feira, ou seja, depois de amanhã. Após mais essa epopeia, cá regressarei mais em força.

Não quero, todavia, deixar-vos todo este tempo mais, sem algo em que possais (poça!, hoje tou demais!) reflectir um pouco. Ora, assim sendo, aí vai:

Riscar em blog é talvez
ter mui pouco que fazer;
dirão alguns de través
e com despeito a escorrer...
Mas diga um de vocês
S'algo dá tanto prazer
como pôr gente em viés,
c'os cavalos a correr
e as meninas a aprender?!...
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quinta-feira, maio 12, 2005

362. Pequeno subsídio para entender actual PSD

Muita gente se interroga acerca dos caminhos que o actual PSD trilha.

Parece, na verdade, haver muito quem não consiga compreender o que ali se passa, com medidas avulsas e ad hominem.

Aqui deixo o meu pequeno subsídio para que, com outros, possa ajudar a entender a situação:

Quanto a mim o PSD enveredou por uma política de pequeno porte (afirmação que não pretende fazer graça fácil e despropositada baseada na estatura do actual presidente, mas tão somente expressar o pensamento que me assalta perante tudo de que se vai tomando conhecimento). Entendo, realmente, que é política de pequeno porte ou de navegação de cabotagem, porque não se vislumbra uma estratégia definida, à la longue, de altos voos e verdadeira oposição, afrontando o mar alto, encapelado, a que o País aspira e faz jus.

Mais parece tratar-se de um ajuste de contas. De bairro e por interposta pessoa.

Perspectiva-se que quem manda no partido não é quem para tal está mandatado, mas sim penumbrosos bastidores. As tácticas parecem delineadas e mandadas executar por bonequeiros. Quem sabe se os integrantes de célebre comemoração pantagruélica há pouco tempo atrás verificada?

Integrantes que terão sido os mutuamente extremosos amigos, Aníbal Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria Leonor Beleza e Manuela Ferreira Leite.

Assim parece ir o PSD. Irá longe?
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361. Sobreiros, há muitos…

Muito se tem falado em sobreiros nestes últimos dias. Nem sempre com muita propriedade, o que é pena.

O que se espera é que as coisas se esclareçam e as responsabilidades – se as há – sejam atribuídas a quem as tem. No entanto, sobreiros não serão apenas aqueles. Na verdade, sobreiros, há muitos…

Vejamos: SEGUE
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360 Late afternoon thought... (lxxiv)

A inveja integra sentimentos contraditórios
o mais notório dos quais é a admiração pelo objecto da inveja.
Ruvasa

359. Contacte-me, ok, Carlos Henriques?

O seu endereço electrónico não funciona. Não quer entrar em contacto comigo novamente?
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terça-feira, maio 10, 2005

358. Os pequeninos seixos

Transforma cada um dos agravos que na vida recebeste e cada uma das mágoas que te causaram em pequeninos seixos de praia.

Recolhe-os num saco e carrega com ele durante um dia.

Que reacção julgas que terás à noite? A de atirar todos fora, para bem longe e para sempre, não é verdade?

Faz isso, sim. Hoje. Sem falta.


(Inspirado num e-mail recebido da minha boa amiga Lili)
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357. Late afternoon thought... (lxxiii)

Mais facilmente perdoa quem sabe o que é errar
Ruvasa
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356. Um recanto da Suiça

Sempre bela, a Suiça

(a) 2004 Rui Santos Posted by Hello Click na foto, para ampliar

segunda-feira, maio 09, 2005

355. Um logro chamado Trapattoni

O saldo, para o meu clube, Sport Lisboa e Benfica, da jornada deste fim de semana da Superliga Portuguesa sugere duas observações:
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1. Quem não tem treinador, treina com Trapattoni;
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2. Chegou o oportunidade de a única qualidade que se tem notado no homem, ou seja, a sorte - uma sorte escandalosa, que o vinha acompanhando jornada a jornada e parecia aumentar na medida inversa da qualidade do futebol que os benfiquistas exibiam em campo - se cansar de tanto ajudar quem nada fazia por si próprio e resolver entrar de férias nesta jornada. E, não obstante, ainda fez uma perninha lá pelo Norte...
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Talvez seja melhor assim, para que algumas almas que têm andado iludidas... uma vez mais iludidas... embaladas por cânticos de sereia engasgada, abram os olhos de vez e interiorizem aquilo que tem sido evidente desde que o homem chegou ao clube, mas que se tem querido disfarçar: Trapattoni terá sido um bom treinador. Mas, mesmo que efectivamente o tenha sido, uma coisa é certa: já não o é.
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E não o é, não somente pelo que foi fazendo - e não fazendo - durante toda a época, como porque qualquer treinador de 2ª categoria cá do burgo, estando três pontos à frente do segundo classificado, a três jornadas do fim, jamais desperdiçaria essa vantagem num simples jogo. Qualquer treinador de segunda categoria cá do burgo jamais teria consentido que a sua equipa entrasse para o jogo com o Penafiel já antecipadamente derrotada. Aliás, como aconteceu inúmeras vezes ao longo da época.
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Qualquer treinador de meia tigela teria obrigado os jogadores a "comerem a relva", mesmo que ficassem com problemas gástricos. Nenhum treinador que se preze assistiria, impávido e sereno, no banco, ao descalabro da equipa que seria suposto dirigir e cujas actuações, em consequência, seriam de sua exclusiva responsabilidade.
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Trapattoni não sabe ler o jogo, não sabe que substituições fazer nem em que momento, não sabe conduzir homens, não sabe criar espírito de equipa. Trapattoni é um completo bluff. Chegam-me rumores de que os tão celebrados êxitos que obteve ao longo da sua carreira se ficaram a dever bem mais a elencos de luxo que sempre teve, do que ao seu "dedo". Pode ser até que não seja bem assim e que tenha sido um excelente allenatore. Não o é mais, porém. Está ultrapassadíssimo, parado no tempo, ficou-se na década de 80, talvez em princípios da de 90. Mas não mais além de 1994. Nem tanto...
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Por alguma razão, certamente, foi dispensado da squadra azzurra e ninguém em Itália ou em qualquer outro ponto do Mundo o quis, de tal modo que aceitou vir para o Benfica. Esta, a verdade. Por muito que doa aos benfiquistas. Só não verá isto quem esteja de olhos vendados.
...
E nem curo de aqui invocar, como certamente por esse país fora muitos invocarão, grandes penalidades que deixaram de ser assinaladas no sábado passado. Porque essas, que o deviam ter sido, talvez sirvam para compensar as que, ao longo da temporada, não o foram também, mas deveriam tê-lo sido igualmente, só que ao contrário.
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Isto, que deixo aqui gravado, já o venho dizendo desde, pelo menos, Outubro do ano passado, altura em que se tornou por demais evidente que o homem não estava à altura do que se lhe exigia. Portanto, não se fica a dever aos últimos "sucessos". Digo-o agora novamente, porque, independentemente do que daqui para a frente se possa vir a passar, aquela verdade se manterá inalterada. Digo-o uma vez mais, precisamente para que fique registado.
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Trapattoni tem que regressar a Itália. E urgentemente, para que outro prepare a nova época. Para bem do Sport Lisboa e Benfica.
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354. A vitória da criação solitária

(…) passava o dia inteiro fechado diante de um fogão, livremente dado aos meus pensamentos. Destes, um dos primeiros foi descobrir-me a considerar que frequentemente não há tanta perfeição nas obras compostas de partes várias e feitas por mãos de diversos mestres com nas obras trabalhadas por um só. Por exemplo, os edifícios começados e concluídos apenas por um arquitecto costumam ser mais belos e melhor ordenados do que os outros que muitos procuraram ajustar, utilizando paredes velhas, construídas para outros fins. (…)
René Descartes, Discours de la Méthode

Na verdade, a beleza, a perfeição residem bem mais na harmonia da unidade, no todo em que se constituem e representam, ainda que de forma talvez não tão espectacular, do que na diversidade, invariavelmente sem fio condutor, o que a transforma em amálgama de gostos e teorias sem nexo, sem continuidade que forme um todo simples, harmónico, belo.

A teoria acima desenhada por Descartes no seu famoso Discurso do Método estaria, pois, com toda a certeza, hoje em dia e em imensos sectores parasitários da sociedade igualitária - em direitos, que não em deveres - que vivemos, destinada a ser gritantemente apostrofada de atentatória das mais elementares noções e, pior do que isso, prácticas da solidariedade do Homem para com o Homem. E, no entanto, ela apenas retrata uma verdade insofismável, irrebatível.
Porque privilegia o individualismo sobre o colectivismo, o que é próprio da natureza do Homem e mola real do progresso da Humanidade, retirando aos que se habituaram a viver na sombra do esforço alheio a possibilidade de se confundirem com os reais construtores do mundo, abusivamente se apropriando de uma parcela do mérito que lhes é devido.

A obra de arte, qualquer verdadeira obra de arte, inserida seja em qual for a vertente da actividade humana, é sempre um esforço solitário, prenhe de dúvidas, desânimos e, muitas transpirações depois, do orgulho da realização final. É, pois, por força das circunstâncias, individualista. Para o colectivo ficam, como remanescente, os méritos da produção em massa. O que não é pouco, convenhamos.
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sábado, maio 07, 2005

353. Maravilhas deste Mundo

Capela Sistina
Vaticano

capelasistina.jpg Posted by Hello Clique na foto, para ampliar

352. E cá estamos no vira habitual...

Lisboa
Ministro admite dois novos hospitais

O ministro da Saúde, António Correia de Campos, admitiu, esta sexta-feira, a construção de dois hospitais na região da Grande Lisboa caso se justifique «tecnicamente». -> ver notícia
TSF online

* * *

Regressou. Definitivamente regressou o vira guterriano. "Diz, não diz; faz, não faz" é o quotidiano pão nosso.

Agora, Correia de Campos já diz que "Sobre os cinco hospitais em relação aos quais o ministro afirmou recentemente não terem justificação técnica para avançar de imediato - Vila Nova de Gaia, Vila do Conde/Póvoa do Varzim, Guarda, Évora e Hospital Central do Algarve -, (…) a sua construção dependerá de «motivos técnicos».

Diz, depois, que... "O Ministério da Saúde já encomendou «estudos técnicos» para «hierarquizar prioridades» e «contrabalançar o novo investimento com o redimensionamento do existente».

Descodificando: O Ministério já pensou em criar uma comissão que se dedique ao estudo da viabilidade técnica dos projectos que - embora já devidamente estudados, como já foi rornado público - não têm a marca PS, pelo que há que simular a sua aposição neles.

Diz a seguir que… "Depois de conhecidos os resultados destes estudos(1), o Ministério da Saúde abrirá um período de discussão pública(2) e só depois será apresentada à Assembleia da República a proposta de decisão final(3).

Descodificando: Depois de a comissão terminar os estudos, que, aliás, já vêm feitos do antecedente - isto se os acabar, claro! - proceder-se-á à famosíssima ampla discussão, que se prolongará até Setembro de 2009, um mês antes das próximas legislativas.

O governo seguinte, principalmente sendo de outra cor, que trate do assunto que eles, com tantos estudos de estudos, terão ficado extraordinariamente extenuados...

Finalmente... "Contactada pela TSF, fonte do Ministério da Saúde explicou que estes não são novos projectos."

Descodificando: Diz a fonte do Ministério (que é ainda o próprio ministro, mas que não convém dizer-se que é, não vá pôr-se o ministro em mais aflições do que as que já tem... a gente sabe como estes fretes se fazem...) que estes são os projectos que já estavam aprovados pelos governos anteriores.

Claro como água. Por aqui se vê, que já nada há que estudar nem discutir. Apenas fazer... rapidamente fazer.

Dito de outra forma: falta ir aos "finalmente", deixando-se de "entretantos". Ora, aqui é que a porca torce o rabo. Então, o que há que sugerir é que, se não sabe ou não é capaz de fazer, então o melhor será sair de cima e dar lugar a quem se mostre mais dotado.

Mas não sabíamos já que iria ser assim? Claro! Só não está cansado de o saber quem é surdo, cego, esquecido, estúpido ou tem andado por Marte nos últimos 30 anos...
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sexta-feira, maio 06, 2005

351. O blog do semelhante tal

- Gaita! Já estou como o Garfiar, só me apetece. Ler o blog do semelhante tal é pior do que cuspir na sopa e bater na entrevadinha da avó... Chiça! Um tipo até fica mais (a)bru(p)to do que já é, porra!

Mas é verdade que o tal e coisa tem uma audiência do camandro.

E o mais curioso é que essa audiência, deslumbrada do catano!, ainda por cima, é quem lhe faz o blog, já que o bacano só escreve para bater em quem e em que não deve, limitando-se, quanto ao resto, aos copy/paste, sem uma originalidade, um trabalho seu, e a fazer a intendência, quiçá por lhe faltarem balls para abrir o blog aos comentaristas. Tudo tem que passar pelo lápis azul do "exame prévio", que, contrariamente ao que se pensa, não acabou com o 25 Abril. Lembranças de outros carnavais? Chi lo sa?

E, com wiseguyism canecense (sem ofensa para as gentes de Caneças, lavadeiras ou não...), apresenta alguns textos e comentários - mas s
ó após a delicada triagem, depois de extirpados do que não lhe vai de feição - o que dá a alguns ingénuos de boa vontade, a ilusão de que estão perante o cúmulo do open mind, companhia, pois, muito recomendável, in como o caraças.

Mas tem sucesso. Em Portugal, tem sucesso... Em Portugal... É assim.


Por mim, tenho vindo a evidenciar as falhas do grande moralizador das massas... que deveria moralizar em causa própria, antes de mais. Não vou parar.
......

quinta-feira, maio 05, 2005

350. Na melhor das companhias

Junto de Fernão de Magalhães, o criador do conceito de aldeia global, Punta Arenas, Chile

(c) Ruvasa nov04 Posted by Hello Click na foto, para ampliar

349. A verdade é dinâmica...

«Dio li salvò dal Diluvio universale facendoli salire sull'Arca di Noè»
Quando i dinosauri vivevano con gli uomini
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Aperto in Arkansas (Usa) il primo museo creazionista di scienze naturali che insegna la storia della Terra secondo la Bibbia
...
Ci sono prove che i brontosauri erano contemporanei degli uomini primitivi 3.700 anni fa: lo dice il Libro di Giobbe, scritto 300 anni dopo il Diluvio universale. Altri reperti indicano che i tirannosauri erano ancora vivi 10 mila anni fa e ci sono impronte fossili di piedi umani tra quelle attribuite ai grandi sauri. (...) - - ver mais
Corriere della Sera (esteri)
...
* * *
...
Quem foi que disse que a verdade é estática?
...

348. Assim se começa...

Internet:
FSB quer mais poderes
...
Dmitry Frolov, do Centro de Segurança de Informação do FSB, declarou hoje no Conselho da Federação que os serviços deveriam receber poderes mais alargadas para poderem controlar efectivamente a Internet e as telecomunicações. O FSB quer fechar operações ilegais na Internet, combatendo ideias extremistas, dentro dumas linhas-guia claramente estabelecidas, o que falta hoje em dia ainda. Sendo assim, os Serviços de Segurança do estado teriam mais possibilidades de combater e fechar sites que fomentam o ódio, violência, crimes sexuais e terrorismo e poderiam contribuir para o estabelecimento duma conjuntura legal, traçando a linha entre o que é permitido e o que é ilegal. ver aqui
Pravda online
...
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Pois é… Assim se começa. Há sempre uma boa intenção a guiar as autocracias…

E quem é que determina onde a linha deve ser traçada?

Felizmente que a Net parece imune a quaisquer tentativas de controlo. Com todos os perigos que encerra – porque os tem, como é evidente – é preferível com eles viver do que deixar que, paternalmente, alguém deles nos livre.

Pois é… Assim se começa. De piedosas intenções está o inferno a abarrotar.

347. A safra dos dividendos

Tony Blair s'apprête à remporter un troisième mandat historique
LE MONDE

Sauf énorme surprise, les Britanniques devraient, lors des élections législatives du jeudi 5 mai, offrir un troisième mandat gouvernemental d'affilée au Parti travailliste. Ce serait la première fois dans l'histoire du Labour. Et si les prévisions des sondages sont justes, Tony Blair, premier ministre depuis huit ans, pourra, le lendemain, jour de son 52e anniversaire, célébrer sereinement sa victoire. Depuis des semaines, plusieurs dizaines d'enquêtes d'opinion ont placé le Labour en tête, en le créditant d'une avance de 2 à 10 points sur les conservateurs (entre 36 % et 40 % contre 30 % à 34 %). Les libéraux-démocrates, troisième parti national, sont loin derrière (de 20 % à 24 %).

Ver mais

* * *

É isso. A coerência, a coragem, a seriedade de postura e a preservação de uma certa integridade pessoal e política, ainda que tudo à volta pareça perdido, continua a colher dividendos.

Talvez que a reeleição de Bush e agora o que se prevê relativamente a Blair constituam boa lição para muitos cataventos oportunistas que por aí rodopiam em verdadeira tontice, ao sabor do que, no momento, mais politicamente correcto, mais in lhes parece...
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346. Late afternoon thought... (lxxii)

De que serve a liberdade de expressão
a quem nada tem para dizer?
Ruvasa
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quarta-feira, maio 04, 2005

345. Estemos fêtos ao bife, hã, compadre!

Alberto Costa defende redução das férias
Noventa e sete por cento dos processos param nas férias judiciais

O ministro da Justiça defendeu hoje a redução das férias judiciais, com o argumento de que 97 por cento dos processos ficam parados durante aquele período. De acordo com Alberto Costa, a medida proposta pelo Governo pode aumentar em dez por cento o número de casos resolvidos.
Público – 2005Maio04

* * *

Constitui para mim uma surpresa o à vontade com que o ministro afirma em público uma das maiores tretas que já ouvi em toda a minha vida. Nunca foram as férias judiciais as “culpadas” dos atrasos nos tribunais. Toda a gente sabe disso. Parece que apenas o ministro não sabe (já é a segunda vez, pelo menos, que vem com esta…) e ninguém tem a coragem de lhe dizer que aquilo é balela. Mas, como advogado, ele próprio devia saber que o é…

E, depois, "atira" com os 97% para impressionar o pagode. É lícito - e exigível - esperar-se menos primarismo de um ministro!

As férias judiciais servem (têm servido sempre, desde que há tribunais) para que, nesse período, para além de dias de férias – que nunca chegam verdadeiramente aos trinta regulamentares – se proceda nos processos a tarefas que não podem ser praticadas no tempo normal, atendendo à lufa-lufa que é a vida nos tribunais.

A ministerial afirmação não passa de demagogia que prefiro nem adjectivar. E vamos ver que é assim, tão logo ele ponha a medida em prática… se a puser!... Sempre quero ver como é que Sua Excelência, acabando com o sistema como está, vai endireitar as coisas, designadamente, como é que vai arrumar as férias a que têm direito magistrados, funcionários e… advogados, que também contam para este efeito, já agora!
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* Como irá ser? Elabora-se plano de férias para o actual período de 15 de Julho a 15 de Setembro? Mas isso é manter tudo como está. Que pena o "Galhofas” estar hoje de folga!

...
* Não será assim? Então elabora-se um plano de férias para um mês? Então, como é? Ninguém dos tribunais gozará os 30 dias de férias regulamentares, não é? Ou gozam todos ao mesmo tempo e os tribunais fecham mesmo? Mas os tribunais não são mercearias... "Galhofas", anda cá, pá!...
...
* Não, não será ainda assim? O plano é estruturado para todo o ano, ou seja, durante todo o ano haverá sempre gente a faltar ao serviço por estar de férias? É o caos no caos. Só quem não tem a mínima noção do que é um tribunal e de como funciona, supõe que pode trabalhar sem juiz, sem MºPº ou sem dois ou três funcionários. Ó "Galhofas”, acaba lá com a folga e regressa de imediato, que és aqui preciso!

É que os tribunais não funcionam – não podem funcionar – como qualquer outro serviço do Estado. Qualquer aprendiz de Oz sabe disso.

Idiossincrasias socialistas! Guterrismo de volta! Valha-nos Deus! Estemos fêtos ao bife, compadre!

A principal medida a tomar – que toda a gente ligada ao meio sabe qual é, mas a que ninguém se atreve – é a da reformulação de toda a legislação processual. Já! E por gente que saiba o que são e como devem funcionar os tribunais. Que se deixem, pois, de meter a legislar catedráticos que muito poderão saber de Direito substantivo, mas que, quanto ao Direito adjectivo,… benza-os Deus!

...
E tirar dos tribunais o que dos tribunais não é!...

Tudo o mais que se diga não passa de desajeitada boutade, que só diverte tolinhos... da tola mesmo.
Referi já este assunto, ainda que por outras razões, neste
post.
...

344. Pôr-de-sol na Arrábida


(c) Ruvasa - 14Dez´04 Posted by Hello Click na foto, para ampliar

terça-feira, maio 03, 2005

343. Pois é... pois é... N'é?

Eles bem tentam mostrar-se exemplares, mas... foge-lhes a atitude para a verdade!

Pois é... pois é...
N'é?
...

342. M'espanto às vezes...

Como qualquer um de nós que andamos aqui pela blogosfera, faço incursões pelos arredores, para ver como está a vizinhança.

E, tenho que confessar, ...M'ESPANTO AS VEZES, com coisas lindas que por aí andam. Há, na verdade, gente de muita qualidade e em variadíssimas áreas, alocadas na blogosfera e a produzir verdadeiras peças de literatura, de imagem, de poesia, de humor, de campanhas de solidariedade para com os mais desprotegidos, sei lá que mais!

É isso! M’ESPANTO ÀS VEZES. E fico feliz por tomar conhecimento de imensos compatriotas capazes de grandes gestos.

Porém, OUTRAS M'AVERGONHO... Muito. Pela constatação de que há também quem nada faça que se veja, uma vez perdida a sanha contra quem nunca lhe fez qualquer afronta, tendo, pelo contrário, bastas razões de queixa. Sim, há quem não dê uma para a caixa, como é costume dizer-se. Imagine-se que nem um texto que expresse um pensamento linear. Nada. Zero!

É. Há blogs que vivem do nada, que seja próprio. São os “seus leitores” que o fazem. “Leitores”? Melhor diria “escritores”, porque os textos que ali aparecem - que não sejam, para algo ou alguém deitar abaixo - são todos de autoria alheia.

E, no entanto, prosperam tais blogs. Só em Portugal, na verdade, é possível ter-se êxito, sem gastar um milímetro de meninge…

Sempre há portugueses muito caridosos!... Calcule-se que até se dão à canseira de alimentar quem nada produz e deixam que os louros, que lhes pertencem, com os improdutivos fiquem. Ad aeternum!

...

341. O Galhofas (15). Tá claro! Cá a gente já sabia...


Governo só constroi cinco dos dez hospitais prometidos

O Governo só vai avançar com a construção de cinco dos dez hospitais previstos pelo anterior Executivo.

O ministro da Saúde justifica a decisão com a falta de estudos que suportem a construção. Ver mais
TSF Online

Mas q'ua ganda novedade, hom'essa, pazinho! Já cá a gente sabia. Eles a arranjar desculpas são uns alhos
Bocemecê coça-me o barrigame q'u'eu digo-le o qu'é q'u'eu penso

segunda-feira, maio 02, 2005

340. Reinaldo Ferreira, o Poeta



reinaldoferreira.jpg Posted by Hello Clique, para ampliar

Filho do jornalista do mesmo nome, o conhecido Repórter X, Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira nasceu em Barcelona, em 20 Março 1922.

Com 19 anos de idade, em 1941, foi para Moçambique, passando a residir na cidade então chamada de Lourenço Marques, onde se manteve até à morte, ocorrida em 1959, vítima de carcinoma pulmonar.

Postumamente, em 1960, um grupo de amigos decidiu publicar, sob o título Poemas, uma parte da sua obra, em Lourenço Marques, em edição da Imprensa Nacional de Moçambique. O livro foi, dois anos depois, editado também em Portugal.

Foi autor do poema da canção Uma casa portuguesa, com melodia do maestro Artur Fonseca, êxito da música portuguesa da década de 50 do séc. passado, que correu mundo.

339. O Galhofas (14). Ê cá nã le diçe, cumpadre?!

Parece que andam por aí mosquitos por cordas, por causa das candidaturas às autarquias.

E, pelo que se vê, ainda não se viu tudo.

Cá estaremos, então, p'ra ver mais.

É isso. Quem com ferros mata, com ferros há-de morrer.

A ver vamos, dizia o cego.

Bocemecê diz bem, catano! Essa dos ferros é lichada, home! Ê cá tambén já le diçe a minha: qando um gaijo nasce p'ra direitôr de sarvissos num debe armarçe em direitôr giral. Ora o camandro! Atã e o prenssípio de Pieter num intereça porra nenhuma, hã?!...

Bocemecê coce-me o barrigame
qu'eu cá digo-le o qu'é qu'eu penso


338. Quero um cavalo de várias cores

Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Esperam-me prados, com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.

Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva – nimbos e cerros –
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.

Quero que as rédeas façam prodígios:
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa às camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.

Deixem que eu parta, agora já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores?

Reinaldo Ferreira, o poeta
1922-1959

337. Apitos e apitadelas

Depois de um reinado de quase 20 anos, eis que apareceu a Judiciária que, de “trombone” nas beiças, remeteu quase todos os pífios apitos que por aí andavam para o “quinto dos infernos”.

Mas a raça dos apitos parece ser como a da hidra. Decepam-se seis das cabeças e logo aparece a sétima a fazer das suas.

E a Superliga (?!?!) deste ano está na mesma. Salvo a troca das moscas!...

Enquanto não se retirar o comando da arbitragem da actual tutela, livrando-o do efeito dos julgamentos em causa própria, não iremos lá. Nã, nã senhora!

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