domingo, julho 31, 2005

521. OTA e TGV. Referendo ou não?

De um bom amigo recebi a sugestão de abordar a questão da construção do aeroporto da OTA e do Combóio de Alta Velocidade (vulgo TGV, do francês, Train de Grande Vitesse), na perspectiva da realização de um referendo.

Se há decisão a tomar pelas instâncias governativas que, nesta circunstância, necessite realmente de uma consulta popular específica acerca da oportunidade da sua realização, certamente que é esta.

O que é que o leitor pensa acerca do assunto?


Valerá a pena lançar um movimento de recolha de assinaturas para a realização do referendo, assim concretamente manifestando a nossa posição, a nossa vontade ou, uma vez mais, vamos limitar-nos a esperar que alguém por nós decida?

Para que com mais conhecimento possa pronunciar-se sobre o assunto, a seguir transcrevo, o que sobre a matéria está consignado em lei.



* * *

LEI ORGÂNICA DO REGIME DO REFERENDO
Lei 15-A/98 - 3 Abril

Artigo 2º
Objecto do referendo

O referendo só pode ter por objecto questões de relevante interesse nacional que devam ser decididas pela Assembleia da República ou pelo Governo através da aprovação de convenção internacional ou de acto legislativo.
(…)

Artigo 6º
Delimitação em razão da matéria

Cada referendo recai sobre uma só matéria.

Artigo 7º
Formulação

1 - Nenhum referendo pode comportar mais de três perguntas.
2- As perguntas são formuladas com objectividade, clareza e precisão e para respostas de sim ou não, sem sugerirem, directa ou indirectamente, o sentido das respostas.
3 - As perguntas não podem ser precedidas de quaisquer considerandos, preâmbulos ou notas explicativas.
(…)

Iniciativa popular
Artigo 16º
Titularidade

O referendo pode resultar de iniciativa dirigida à Assembleia da República por cidadãos eleitores portugueses, em número não inferior a 75 000, regularmente recenseados no território nacional, bem como nos casos previstos no artigo 37º, n.º 2, por cidadãos aí referidos.
(…)

Artigo 37º
Princípios gerais

1 - …
2 - Quando o referendo recaia sobre matéria que lhes diga também especificamente respeito, são ainda chamados a participar os cidadãos residentes no estrangeiro, regularmente recenseados ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 121º da Constituição.


Informação relevante:

Se forem reunidas as 75.000 assinaturas de eleitores inscritos e apresentadas na Asssembleia da República, o referendo é obrigatoriamente convocado.

Posto isto, fico aguardando que o leitor se pronuncie.
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520. Setúbal e Tróia e outros

troia.jpg Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Julho 2001 - Click na foto, para ampliar

Setúbal, Tróia, a baía, o mar, núvens, o horizonte sem fim...

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sábado, julho 30, 2005

519. Não se pode ser complacente

QUOTATION OF THE DAY

"We must not be complacent. The threat remains and is very real."
PETER CLARKE, Scotland Yard's chief anti-terror officer, after the arrest of suspects in the failed July 21 bombings.
NYTimes
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sexta-feira, julho 29, 2005

518. Há um tempo para pôr a guerra de lado

Quotation of the day

"There is a time to resist, to stand up and to confront the enemy by arms if necessary. In other words, there is a time for war. There is also a time to engage, to reach out, to put the war behind us all."
GERRY ADAMS
, president of Sinn Fein, the political arm of the Irish Republican Army.
NYTimes
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517. Requerimento a Altíssima Instância

...............................Exmo Senhor
...............................Dr. Jorge Fernando Branco de Sampaio
...............................Presidente da República Portuguesa

...............................Potestade

O ignaro escriba abaixo assinado vem mui respeitosamente expor e requerer a Vossa Reverência, o seguinte:

Suas Majestades Reais, Don Juan Carlos de Bourbon e Altíssima Esposa, Dona Sofia, terminaram ontem uma visita ao arquipélago dos Açores, facto que muito honrou os portugueses, com especial destaque para os açorianos.

Consta por aí, nos sítios costumeiros, que esta visita teria tido origem numa conversa de circunstância em que El-Rei das Espanhas, en passant, teria afirmado que conhecia bem todo o território português, excepção feita aos Açores, ao que Vossa Eminentíssima Força teria respondido de imediato com um convite para os visitar a expensas do Estado Português.

Ora aqui é que bate o ponto, isto se Vossa Excelência permite a este rasteiro escriba imagem tão suburbana como seja a de o ponto a bater a esmo.
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Sabemos todos que noblèsse oblige.
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Mas, que diabo!, (com licença e a clemência de Vossa Grandíssima Excelência!) se estamos diariamente a ser matraqueados com a cantilena de que é preciso contenção nos gastos, se estamos efectivamente em período de apertada contenção, com a advertência de que deveremos, por imperativo patriótico, abstermo-nos de gastos supérfluos, torna-se-nos, a nós, simples plebeus ignorantes (e atrevidotes, está visto!), difícil de compreender os motivos, as Altíssimas Razões de Estado – porque certamente as houve! – que obrigaram a que tal visita se realizasse precisamente agora.

É que, por muito que demos voltas ao conteúdo da bola que - por especialíssima deferência - Alguém nos colocou sobre os ombros, procurando razões justificativas, apenas encontramos as de que será de toda a conveniência tudo se fazer para que os Potentíssimos Nuestros Hermanos – especialmente seus Altíssimos Reis – continuem bem impressionados connosco e, se possível, incrementar essa boa impressão a nosso respeito, para que não corramos riscos de:

1. Fecharem as comportas das suas barragens, de tal forma que nem uma gotazinha de água, ainda que poluída com os despejos de Almaraz, para cá escorra;
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e/ou
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2. Deixarem de abastecer de víveres os nossos hipermercados, levando-nos, com isso, à morte pela mais triste e desumana das fomes.

Em face do que fica exposto e porque se lhe levantaram enormes dúvidas no espírito, este mísero escriba, prostrado no solo, reverenciando o abençoado chão que por Vossos Excelentíssimos, Reverendíssimos e nunca por demais incensados Pés pisam, atreve-se a requerer-lhes os seguintes esclarecimentos:

a) Será possível ficarmos a saber se as Altíssimas Majestades das poderosas Espanhas ficaram, ou não, bem impressionadas com o que viram lá pelos Açores?
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b) Será ainda possível ficarmos a saber se internamente estamos a viver período de economia apertada e, consequentemente, de contenção de gastos, de acordo com o discurso com que tantos Excelentíssimos Governantes Portugueses, incluindo Vossa Altíssima Excelência, nos têm acicatado os brios?
...
ou
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c) Pelo contrário, tal contenção de gastos supérfluos, tal apertar de cinto, é aplicável apenas à suja, feia e ranhosa arraia miúda, como este inconsciente escriba e outros que tais?

Ainda prostrado a Vossos Excelentíssimos e Briosos Pés, humilde e esparramado, esperançadamente Vos

Pede deferimento
(a) O filho de um cão sarnento do escriba deste Blog

quarta-feira, julho 27, 2005

516. Mas toda a gente sabe disso!

Justiça
Comissão dos assuntos constitucionais ouviu ontem responsáveis na área da justiça sobre a medida que reduz o tempo de paragem
Só mês de Agosto não chega para férias de magistrados
Magistrados e funcionários judiciais não terão dias suficientes, durante o período oficial de férias, para gozarem os dias a que têm direito. SEGUE
A Capital

* * *

Este nosso rincão é bem, como Vasco Pulido Valente dizia aqui há uns bons anos atrás, em crónica semanal no “Expresso”, o “País das Maravilhas”.

Porquê?


Porque aquilo que acima se diz em A Capital, não é nada que qualquer pessoa que tenha ido cinco vezes em toda a vida a um tribunal, e sempre de passagem, não saiba. Ao que parece, apenas o Exmo Ministro da Justiça o ignora. È pure, é advogado!

Em 4 de Maio passado, inseri neste blog um post sobre este assunto. Talvez valha a pena relê-lo, razão por que o trago de volta.

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515. Os candidatos à CM Lisboa

Cidadania em Acção acaba de publicitar a pergunta que em devido tempo apresentou aos candidatos a presidente da Câmara Municipal de Lisboa e a circunstância de não terem dado qualquer resposta.
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terça-feira, julho 26, 2005

514. Uma pergunta...

Haverá por aí alguém que saiba e possa esclarecer-nos acerca de qual a licenciatura do dr. Jorge Coelho e de qual a universidade em que foi obtida?
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513. Eu voto nulo

euvotonulo.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa, 26Julho2005 - Clique na imagem, para ampliar

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Em coerência, não podia mesmo ter outra atitude.

Assumindo frontalmente – e desde já – que nenhum dos candidatos que se perfilam me inspira a mínima confiança;

Entendendo que a abstenção mais não é do que demissão e se presta a diversas interpretações, ao gosto de quem interpreta, a maior parte das vezes de forma abusiva;

Reconhecendo que a abstenção pode ser legitimamente interpretada como desinteresse meu pela política e, como decorrência disso, pelos destinos do País;

Compreendendo que, tanto a abstenção como o voto branco, podem mesmo prestar-se a falcatruas eleitorais, as quais, em eleição presidencial, têm peso determinante;

Pretendendo manifestar, de forma iniludível, que quero para Portugal e para os Portugueses outro futuro, bem diferente da triste circunstância para que fomos atirados,

Declaro, aqui e agora, que, na eleição presidencial de Janeiro de 2006, votarei nulo.

Deste modo, deixarei assinalado, sem equívocos, que não quero que nenhum dos candidatos já perfilados, mas em negaças constantes, tenha assento em Belém.

Em Belém, quero gente frontal, que diz o que pretende, sem subterfúgios, gente disposta a empenhar-se a fundo na defesa do País, gente em quem se possa confiar;

Em Belém, não quero que, com o meu contributo, se repitam experiências para esquecer, não quero gente que, com a mesma cara e sem corar de vergonha, por acção, desdiz hoje precisamente o que há dois meses afirmou perante todos os seus concidadãos, ou seja, que candidatar-se seria uma falta de senso, que jamais teria;

Em Belém não quero que, com a minha ajuda, se sente quem será, com toda a certeza, fonte de instabilidade e conflito permanentes com o governo que estiver em funções, seja ele de que índole for.

Em qualquer dos casos, não me perdoaria.

E não me perdoaria, porque sendo compreensível que à primeira caia, já seria indesculpável que me deixasse arrastar uma segunda vez para o mesmo logro. Indesculpável e prova de completa menoridade mental, idiotia mesmo.

Estou saturado de espertezas pouco inteligentes. Estou saturado de arrogâncias sem justificação. Muito inconvenientes para o País. Estou, enfim, saturado de que me julguem tolo e, como tal, me tratem.

Por isso, sem prazer, mas de consciência tranquila e aliviada, anularei o meu voto.

E, para que não haja dúvidas e em acção coerente – o que muito tem vindo a faltar em Portugal, precisamente nos quadrantes de onde deveriam surgir exemplos de postura – farei campanha pelo voto nulo.

Votar nulo significará que nós, cidadãos portugueses, afirmamos que não abdicamos da nossa dignidade e, por conseguinte, não estamos dispostos a que ela continue a ser constantemente maltratada pelo primeiro que apareça a isso disposto. Ou nos damos ao respeito ou ninguém nos respeitará. Como até aqui, aliás.

Esta é a minha posição, que, hoje e aqui mesmo, faço questão de deixar bem clara, sem lugar para a mínima dúvida.

segunda-feira, julho 25, 2005

512. Late afternoon thought... (lxxxv)

A forma mais rápida de enriquecer súbita e desmesuradamente
é descobrir a forma de levar qualquer mentira a chegar a anciã.
Ruvasa
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511. Amigos... ai os amigos!

Um homem chega a casa e encontra a mulher com um amigo na sua própria cama. Pega o revólver e mata-o imediatamente.

Calmamente, ela comenta:

- Não tens mesmo maneiras, pá! Olha, se continuares a comportar-te assim, vais acabar sem nenhum amigo!...

( com aceno de simpatia à Marisa )
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510. A mijadinha de Afonso Henriques

Um meu bloamigo inseriu no seu Terras de Azurara post em que, a determinada altura, pergunta:

1. Quando a Ermida foi construída, terá havido um “amplo movimento popular” de repúdio pela consequente destruição do património construído (árabe) e pelo atentado contra a paisagem natural?


2. Se a Ermida ainda não tivesse sido construída, será que a conseguiríamos erigir hoje?


Como não consigo comentar lá (desconfio que fui amigavelmente saneado…), faço-o aqui.

A sorte dos mangualdenses é que Afonso Henriques, quando por aqueles lados passou, não ia apertado para fazer uma mijadinha…

Se o fosse, estava tudo tramado. Local com vestígios, ainda que não visíveis, de mijadinha de Afonso Henriques, teria que ser preservado a todo o custo. Logo, a ermida que se tramasse.

O que certos “ambientalistas” não conseguem compreender é que o “ambiente” deve ser preservado, mas jamais à custa do bem-estar, material e espiritual, do Homem. Porque o "ambiente" não passa, na verdade, de uma ferramenta, posta à disposição do Homem, para que lhe sirva durante a a sua estadia temporária, cá no terceiro calhau a contar do Sol.

O que certos ambientalistas têm imensa dificuldade em perceber é algo que qualquer criancinha de colo percebe facilmente: é que o Homem é a medida de todas as coisas, a fronteira final. E, assim, qualquer empreendimento a levar a cabo tem que ter como objectivo derradeiro, destinatário impostergável, o incontornável ser humano.

Dou um exemplo típico: Foz Côa.

Impediu-se a construção de uma barragem que constituiria uma excelente reserva de água, fonte de energia e bolsa de empregos para as gentes da região e até de fora. Tudo isso em nome da preservação de desenhos rupestres muito dignos e merecedores de deferência especial, mas jamais mais justificadores da atenção dos poderes públicos do que um simples e insignificante ser humano.

E o impedimento verificou-se, não obstante a possibilidade que havia de preservar as gravuras de mil e uma formas diversas daquela que foi encontrada.

No fim, para quê? Cumpriu-se algo do que foi então prometido? Que ganharam as actuais e futuras gentes da região com tão “humanitária” sentença? Ah! Sim! Estão no desemprego e sem água e até energia eléctrica, mas têm as montanhas de divisas que lhes são exuberantemente oferecidas pelos milhões de turistas que fazem milhares e milhares de quilómetros para virem visitar algo que estão fartos de ver em outros locais mais abrigados e cómodos.

O que falta a certas mentes é uma bitola capaz de lhes dar a correcta dimensão das coisas. Mas também uma perspectiva histórica, já que a humanista, nem vê-la.

Portugal está transformado num viveiro de demagogos perfeitamente idiotas e ignorantes.

509. As sestas...

Pois... agora que Soares se vai candidatar, no caso de vencer, sempre estamos para ver se as sestas habituais vão causar, em Belém et d'autres latitudes, tanto frisson como uma alegada sesta de Santana Lopes, que teve direito a manchettes e até comentários sisudos de gente dita séria.
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domingo, julho 24, 2005

508. Em dia de citações... mais uma

point de vue
Cessons de nous mentir!, par Bernard Kouchner
LE MONDE 20.07.05 13h15 • Mis à jour le 20.07.05 13h15

Notre pays traverse aujourd'hui une crise majeure, face à laquelle les solutions d'hier et les clivages simplistes sont non seulement dépassés, mais nocifs.


Avec plus de 10% de chômeurs, un jeune sur quatre sans travail et un Français sur cinq sans formation, un million d'enfants pauvres, des hôpitaux saturés, une assurance-maladie qui vit à crédit aux dépens des générations futures, le système social français n'est plus un modèle pour personne ; au mieux, c'est un vestige.

Notre économie va dans le mur: les comptes publics sont à la dérive, l'Etat dépense chaque année 25% de plus que ses recettes, les exportations régressent. Dans quinze ans, avec l'allongement de la durée de vie, notre pays comptera 30% d'actifs et 70% d'inactifs. La France, qui constituait pour tant de peuples un espoir de liberté et de justice dans le désordre des nations, se retrouve isolée dans le monde, marginalisée en Europe, réduite à des postures d'arrogance ou de repli impuissant. La voix qui hier portait loin et haut notre message dans les pays démunis n'est plus entendue. Le bilan n'est pas réjouissant pour un peuple capable de grandes et fécondes exaltations, mais prompt à l'inquiétude, et même à l'angoisse.

Qui peut croire, face à un tel constat, que le désarroi d'un pays où les extrêmes recueillent plus de 30% des voix, où tous les grands partis de gouvernement sont désavoués, se résoudra par la création d'un CDD de deux ans ou l'alliance contre nature de la social-démocratie et du trotskisme ?

Cessons de nous mentir: nous n'avons pas vu le monde changer. Nous avons échoué à faire aimer l'Europe. Nous avons soutenu des dictatures et brocardé les droits de l'homme. Ce n'est pas un hasard: nous étions recroquevillés sur nos certitudes. Sans repères et sans projet, perdant jour après jour son rang, sa puissance, son dynamisme, notre pays va mal.

Ceux qui prétendent aujourd'hui le contraire ne sont pas seulement des menteurs ou des égarés, ce sont des malfaisants. Moi qui me suis tant battu pour dénoncer le malheur des pays en détresse, je ne puis assister immobile à la déroute morale, politique et économique de mon propre pays.


Il est criminel de faire comme si la France traversait un simple trou d'air dont nous pourrions sortir par des politiques héritées des années 1960. Le projet européen, qui porte pourtant notre avenir, est aujourd'hui au point mort. Au-delà de l'unité de façade affichée à Gleneagles, nous devons affronter un fascisme islamique ­ à ne pas confondre avec l'immense majorité de l'islam ­ qui s'attaque avec la pire des lâchetés à nos sociétés démocratiques. La débâcle intellectuelle que nous vivons appelle des solutions radicalement nouvelles. Elle demande un véritable effort d'honnêteté et d'information, d'explication et d'implication. Notre pays y aspire.

Les premières victimes du mensonge organisé qui pollue aujourd'hui tous les discours politiques, ce sont hélas, comme toujours, les plus démunis, ceux-là mêmes que l'on prétend tirer d'affaire. C'était avant-hier les mineurs de Lorraine, auxquels on annonçait d'improbables reclassements ; c'était hier les salariés de Vilvorde, que l'on tentait de rassurer sans leur expliquer qu'une usine en Roumanie coûtait moins cher ; Ce sont aujourd'hui les ouvriers du textile, auxquels on tente de faire croire que quelques barrières douanières permettront de lutter contre l'ouverture d'un marché d'un milliard de travailleurs. Chômeurs sans perspective, jeunes sans diplôme ni logement, femmes en situation d'extrême précarité ou travailleurs sans ressources assistant impuissants au délitement de leurs repères et à la baisse de leur pouvoir d'achat : voilà les vrais sinistrés du mensonge.

La France réelle, la France qui souffre, n'a plus les moyens de vivre dans ce monde virtuel dessiné par des dirigeants malhabiles ou soucieux de conserver leurs mandats.

La France est aujourd'hui dans l'urgence. Elle a besoin de vrais débats, elle exige de vraies clarifications, qui tranchent avec la culture frileuse du non-choix que nous subissons depuis des décennies. Les Français le savent, ils sont prêts à accepter les conséquences de la vérité, fussent-elles douloureuses. Encore faut-il cesser de tuer en eux le goût du risque et décider de leur parler, de les écouter, d'expliquer, de débattre...


Bref, arrêter, tous ensemble, de nous mentir. Si l'on persiste à faire croire aux lendemains qui chantent et aux potions magiques, nous savons trop bien vers quels recours trop de Français se tourneront. Lorsqu'il est trompé, l'électorat a la triste habitude de prendre maîtresse chez les extrêmes...

Cesser de mentir, c'est avant tout sortir d'une vision méprisante et élitiste de la politique, fondée sur l'idée que le peuple ne peut pas comprendre les enjeux de notre monde complexe. C'est instaurer une nouvelle manière collective de faire de la politique, en refusant les exclusives partisanes et les remèdes miracles. Nous en avons déjà suffisamment souffert. Brassons les idées, proposons des solutions, le choix des hommes et des femmes viendra plus tard.

Ce travail d'explication et d'implication est nécessaire, mieux, il est attendu. Soyons sans crainte, les Français sont capables d'admettre qu'on ne pourra pas continuer à utiliser autant d'essence avec un baril à 60 dollars, et bientôt à 100 dollars, qu'avec un baril à 30 dollars. Ils acceptent de prendre une large part de responsabilité face au monde en développement, qui ne comprend pas nos relents de xénophobie.

Le bouillonnement qui s'est emparé de notre pays durant la campagne référendaire du printemps l'a montré : les Français sont avides de confrontations fécondes. Ils savent que nous sommes dans une période de terribles incertitudes qui exigent de profondes remises en question, mais ils refusent l'impuissance autant que le déni. Ils veulent retrouver la France dont ils sont fiers, celle qui avance, celle qui marque des points, pas celle qui accuse la fatalité de l'échec. Ils veulent construire l'Europe, à condition d'en être les acteurs et non les victimes. Et établir un nouveau partage, plus juste pour la planète des pauvres.


Ce travail d'explication et d'implication est nécessaire, mieux, il est attendu. Soyons sans crainte, les Français sont capables d'admettre qu'on ne pourra pas continuer à utiliser autant d'essence avec un baril à 60 dollars, et bientôt à 100 dollars, qu'avec un baril à 30 dollars. Ils acceptent de prendre une large part de responsabilité face au monde en développement, qui ne comprend pas nos relents de xénophobie.

Les Français sont assez généreux pour envisager l'immigration autrement que sous l'angle d'une vaine fermeture de nos frontières. Ils sont suffisamment lucides pour comprendre que seules les entreprises sont aujourd'hui en mesure de créer massivement des emplois. Ils sont assez sensés pour prévoir que nous ne pourrons pas continuer à améliorer notre système de soins sans y consacrer les sommes nécessaires. Ils savent aussi que, si le fait de vieillir en bonne santé est une chance, celle-ci a un coût. Ils savent surtout que seul le travail engendre du travail, de la confiance et de la croissance, et que, pour avancer, il nous faudra travailler plus. Ayons l'honnêteté de dire les choses telles qu'elles sont, et non telles qu'elles étaient il y a cinquante ans. Et ayons l'audace d'inventer tous ensemble les solutions du futur.

Ces solutions seront-elles de gauche ou de droite ? Moi qui suis de gauche, je sais qu'il nous faut inventer autre chose que le retour de la lutte des classes ou les faux-semblants d'une réconciliation hypocrite. Mais je sais aussi que cela ne sera possible qu'au gré de clarifications importantes, bien au-delà d'une crispation idéologique sur des appartenances partisanes ou claniques. Le sursaut de la France passe par tous les Français. Après tout, si des projets comme les Jeux olympiques ­ hélas perdus ­, le réacteur ITER ou l'A380 ont pu créer autour d'objectifs précis des alliances temporaires entre la gauche et la droite, l'avenir de notre pays ne mérite-t-il pas, pour un temps, quelques entorses aux habitudes stériles du jeu politique ?


Les années à venir seront difficiles. Ne promettons pas monts et merveilles, mesures sociales miraculeuses et avenir assuré pour nos enfants. Promettons, par la recherche et la persévérance, un effort fécond qui permette à notre pays de se reprendre et de retrouver son rang dans le monde, là où on l'attend, dans l'énergie, l'invention sociale et la générosité.

Notre France doit redevenir une référence pour un nouveau partage des richesses et de l'espoir, ici, chez nous, et là-bas, chez les autres. Face à ce défi historique, nous souhaitons, mes amis et moi, engager, dans les mois qui viennent, un dialogue avec les Français, car le seul clivage réel, le seul qui à mon sens soit pertinent, est celui qui sépare la vérité du mensonge, le courage du renoncement et l'intérêt général des intérêts particuliers. Il est grand temps d'aller de l'avant.


Mutatis mutandi...

Obrigado, Aurélio.
...

507. Pequena reflexão

Há fascismos em que apenas um manda e todos são obrigados a obedecer.

Há fascismos - com fachada democrática - em que não apenas um mas não mais do que uma cinquentena, sempre a mesma, manda e se serve em vez de servir e todos os restantes, iludidos, obedecem e vão alegremente vendo a banda passar.

A banda que lhes ensurdece os ouvidos e embota a capacidade de inteligir.


Há fascismos.
...

506. Citação do dia

QUOTATION OF THE DAY
"It was hell, the explosion sent balls of fire flying around. There were two children playing football, they were torn to shreds."
(foi um inferno. A explosão atirou bolas de fogo em todas as direcções. Estavam duas crianças a jogar futebol. Foram rasgadas em pedaços)
ISSAM IBRAHIM, on an explosion in Sharm el Sheik, Egypt.
NYTimes - Sunday, July 24, 2005

***

O Egipto é um país muçulmano e, se a memória não me falha, não interveio no Iraque.

Soares e outros precisam bem de rever as afirmações que fazem. E, antes de proferirem palavras sem sentido, deveriam colocar também estas coisas nos pratos das suas desasadas balanças.
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sábado, julho 23, 2005

505. Foi há um ano

1ano.jpg Posted by Picasa

Não obstante, entre 01Novembro2004 e 19Janeiro2005,
e, depois, entre 21Janeiro e 07Fevereiro,
(3 meses no total, portanto)
ter estado interrompida a minha presença,
por outros afazeres urgentes,
a verdade é que este blog completa hoje o seu o primeiro aniversário.
...
Na verdade, foi a 23 de Julho de 2004 que tudo começou.
E começou com esta máxima que me é muito cara,
constituindo para mim questão de princípio:
O Homem é, antes de mais, determinado pela vontade.
...
Embora não tendo feito tudo quanto interiormente se propunha,
não têm sido regateados esforços no sentido de que o que se faz,
além da parte lúdica do processo,
tenha alguma utilidade.
Sem falsas modéstias, julga-se que tem tido.
...
Esperemos que vá melhorando,
a cada dia que passa,
no ano que vai entrar.
E nos seguintes.
...
Para todos quantos têm ajudado a erguer este "emprendimento",
com conselhos,
dicas,
apoio de rectaguarda,
críticas
ou comentários,
fica um grande abraço,
fraterno e solidário.
...
É isto.
...
Regressemos, agora, ao que interessa.
A luta por um país melhor!
...

504. Deep thought at the dawn...

... na verdade, nada há como o... "realmente"!
É ou n'é?!
...

503. O candidato PS à CM de Setúbal

O candidato a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Luís Catarino Costa (PS), que não respondera à pergunta que Cidadania em Acção lhe endereçara, posto perante a notícia de que não o fizera apressou-se a enviar uma mensagem ao Movimento, da qual ressaltam vários equívocos.

Cidadania em Acção já lhe respondeu. Está tudo aqui.

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sexta-feira, julho 22, 2005

502. Cidadania em Acção e a Câmara de Setúbal

Cidadania em Acção publicou hoje o resultados das perguntas que em devido tempo endereçou aos candidatos a presidente da Câmara Municipal de Setúbal.
...

501. Pergunta auscultativa...

Façamos um pequenino exercício especulativo ( ou talvez não... ).

Se tudo o que tem sucedido em Portugal e aos portugueses, sob o ponto de vista de cargos políticos e públicos, tivesse acontecido em Espanha e aos espanhóis,

como teriam, em sua opinião,
reagido já nuestros hermanos?
...

500. Tem que ser demitido já!

Bom dia!

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser convidado para ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode aceitar ser nomeado ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser nomeado ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser empossado como ministro de estado e das finanças.

Falta-lhe, como é evidente, por ter aceite o cargo sabendo que estava naquela situação, a noção da responsabilidade cívica, da Ética, da Moral.

Falta-lhe, como é evidente, a força de quem respeita e cumpre leis, para determinar qualquer tipo de medidas de combate à corrupção, à evasão fiscal e a tantas outras necessárias à moralização pública que há que levar a efeito no país.

É o descalabro completo.

Um cidadão nestas condições, erigido em ministro de estado e das finanças (não se tratando, pois, de um simples ministro do ambiente, o que já era suficientemente grave, sublinhe-se) tem que ser imediatamente demitido.

Não colhe a "esperta" desculpa de que havia dúvidas quanto à obrigatoriedade da declaração e de que o Tribunal Constitucional nunca o notificou para o fazer. Quanto à obrigatoriedade da declaração não há dúvidas; a desculpa com o TC é uma afronta a quem tenha um mínimo de entendimento, já que - e no caso de governantes por maioria de razão - qualquer lei tem que ter força suficiente para não necessitar que o TC intervenha para que seja cumprida. A vingar a tese, onde chegaríamos?

Se não o demitir de imediato, o próprio primeiro-ministro tem que ser considerado conivente com uma situação de ilegalidade e de imoralidade cívica, e, nessa medida, responsabilizado.

Se não for demitido de imediato e se o presidente da república não obrigar o primeiro-ministro a que o faça, então terá que, na respectiva medida, ser chamado à responsabilidade também.

Ficar à espera que o Tribunal Constitucional notifique o não cumpridor para que, em um mês, cumpra o que devia ter cumprido de há cinco anos para cá e reiteradamente não cumpriu, configurando uma falta de tal gravidade?

Ficar à espera de que o Tribunal Constitucional venha dizer publicamente aquilo que toda a gente já sabe, ou seja, que o actual ministro das finanças é cidadão que não respeita, obedece e cumpre as leis da República?

Ficar à espera de quê?! Do próximo que seja apanhado em situação idêntica ou pior?

"Isto", caros concidadãos
, não pode continuar a ser uma coutada.

BASTA!
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quinta-feira, julho 21, 2005

499. Noites de insónia e alvoroço em Belém

Na cerimónia de posse de Teixeira dos Santos, novo ministro das finanças, Jorge Fernando Branco de Sampaio entrou com uma cara de fazer tremer os mais audazes. Terminado o acto, curtíssimo, saiu a toda a pressa sem mesmo dizer água vai fosse a quem fosse.

Quando os circunstantes, incluindo o empossado e seus novos amigos e camaradas, olharam em volta, já não estava.

Ist’é que vai por cá uma porra duma crise, hã, companhêro?! ?
Bocemessê cossa-le o barrigame que
cá o Galhofas dis-le o qu'é qu'ele penssa.

Consta pelos corredores de Belém que a grande arrelia de Sampaio se deve ao facto de, perante as trapalhadas do actual executivo, que se sucedem a um ritmo diário verdadeiramente alucinante, suplantando tudo quanto ao governo a que sucedeu se apontou como defeito, e igualmente perante a demissão inusitada de um Ministro de Estado e das Finanças e do Plano (não já, portanto, o mero ministro vulgar de Lineu que fez o mesmo ao anterior governo) ele, Jorge Fernando Branco de Sampaio, de sua graça, não poder agora fazer o que então fez, ou seja, dissolver o Parlamento e mandar o governo às urtigas, assim mantendo bem viva e actuante a coerência política que o caracteriza.

E não pode fazer nada porque constitucionalmente tal já não lhe é permitido.

Há mesmo quem afirme que, nas noites de Belém, se ouve lá pelos corredores um som abafado e surdo, como que o de quem arfa por tudo quanto é sítio e, cadenciadamente, sons mais audíveis e secos, que muito se assemelham a murros de desespero disparados contra paredes indefesas.

[ Depois de ter escrito o que acima fica dito, tive que interromper, para tratar de assunto mais urgente. Agora, que regresso ao tema, verifico que houve outros desenvolvimentos. Assim… ]

O que atrás ficou registado verificou-se até à tarde de hoje, poucas horas após a cerimónia de empossamento do novo ministro de Estado e das Finanças e etc. e tal. Dito de forma mais clara: até ao momento em que outras informações chegaram ao conhecimento pú
blico, pelas 17 horas.

Segundo os mesmos informantes, toda a gente está agora à espera de que, nos ditos corredores de Belém se verifique esta noite uma barulheira ensurdecedora que não deixe ninguém dormir em sossego, pois que, além do incremento dos “arfejos” e murraças nas pobres das paredes, vai haver desgarrada de sons guturais de alta estridência, completamente ininteligíveis.

Diz-se que o esperado aumento dos decibéis do desespero se ficará a dever ao furor incrivelmente inflado pela circunstância, entretanto conhecida, de o actual Ministro de Estado e das Finanças e do Plano e etc. e tal não ter vindo, como estava obrigado, a declarar rendimentos e património desde o ano de… 2000!

A propósito: Já foi ver qual é a opinião do nosso amigo Galhofas acerca deste assunto?

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quarta-feira, julho 20, 2005

498. Confesso ter cometido dois erros

Luis Campos Cunha.jpg Posted by Picasa Clique na foto, para ampliar

Os ministros também são empurrados pelas escadas abaixo...

Humildemente, venho aqui confessar dois erros que cometi. De palmatória.

1º erro - Supus que o primeiro a sair pelo seu próprio pé ou aos trambolhões, empurrado pela escada abaixo, seria o outro, o mor incontinente verbal;

2º erro - Imaginei que tal viria a acontecer lá mais para Agosto, numa altura em que desse ainda menos nas vistas.

É isso. Não se pode acertar sempre.

Questão pertinente: quanto tempo demorará o outro a seguir as pisadas deste?

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497. Autarquias em Setúbal. Outdoors e outras coisas

cartazes_setubal.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 20 Julho 2005 - Clique na imagem, para ampliar


Vendo os primeiros cartazes políticos das principais forças concorrentes às autarquias de Setúbal, bem se pode dizer que anda por aí muita falta de imaginação e mesmo verdadeiro “copianço”.

Se não, vejamos:

A Coligação Democrática Unitária-CDU uma vez mais, como de há bons anos para cá, veio pôr em evidência o embaraço que a sua “cor” lhe causa, escondendo-a a todo o custo.

Por outro lado, falha de imaginação, repete, repete, repete, um tema velho e relho, de mais de uma vintena de anos. Claro que a imaginação nem sempre está fecunda.

O Partido Socialista-PS põe no seu cartaz um candidato com um penteado esquisitíssimo (certamente que, escolhendo outra posição, ficaria bem melhor) e preenche o cartaz com tantas coisas que acaba por dispersar a mensagem.

Não contente com isso, foi “roubar” uma parte da mensagem à CDU. Não é verdade que o “novo rumo” é a mensagem preferida da CDU, em vários actos eleitorais, de há anos para cá?

Finalmente, o cartaz do Partido Social Democrata-PSD traz uma mensagem e umas cores tais, que fazem supor que o candidato se propõe a comandante da Polícia de Segurança Pública cá do burgo, muito embora fique por explicar o que significa “segurança tranquila”. A candidatura poderá ser também à presidência das Águas do Sado.

Isto, para não falar no envergonhadíssimo símbolo do partido que, de tão pequenino e encolhido, parece estar a pedir desculpa por estar ali, afrontando o logotipo da candidatura. E porquê um logotipo próprio da candidatura, se ela é do partido?


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Mais se poderia apontar aos outdoors e à pouca felicidade dos mesmos. No entanto, ficaremos por aqui.

Esperemos que, quando da elaboração dos novos, a imaginação esteja mais liberta. Com mais… imaginação.

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496. A pergunta ao Governador do Banco de Portugal

Como foi já anteriormente anunciado, Cidadania em Acção - movimento cívico - apresentou, em 4 do corrente, uma pergunta ao Governador do Banco de Portugal, Dr. Vítor Constâncio.

Dos resultados da iniciativa se dá conta
aqui.
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terça-feira, julho 19, 2005

495. Ainda os aeroportos de Málaga e de Lisboa

com mais pormenor
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Fonte: Rui Rodrigues www.maquinistas.org Público, 21 Março 2005
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segunda-feira, julho 18, 2005

494. A edificante história de 2 aeroportos

Um amigo, António Alves, sempre atento a estas coisas, teve a amabilidade de enviar-me um quadro muito interessante.
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Porque se trata de algo que fala por si, dispenso-me de alinhar qualquer tipo de comentário.
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Eis o quadro:
Aeroportos em questão

MÁLAGA...... ......LISBOA

Áreas

320 hectares...

...520 hectares

Pistas

1 pista...

...2 pistas

Tráfego (2004)

12 milhões de passageiros...

...10,7 milhões de passageiros


Taxa de crescimento (ao ano)

7% a 8%...

...4,5%

Soluções para o aumento de capacidade

1 novo terminal com investimento de 191 milhões de euros, com capacidade para 20 milhões de passageiros/ano, continuando a 8 Km da cidade e só com 1 pista

1 novo aeroporto com investimento de 3.000 a 5.000 milhões de euros, situado a 40Km da cidade.

493. Entardecer em Setúbal

setubal_ajunqueiro_b_17072005.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 2005 - clique na foto, para ampliar

Ao entardecer, contra luz no Arco da Rua Arroches Junqueiro.
Ao fundo, a sempre presente Arrábida.
Nela assolapada, a sempre destrutiva Sécil
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sábado, julho 16, 2005

492. Setúbal - uma vista aérea

setubal01a.jpg Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Julho2001 - Clique na foto, para ampliar

A baixa de Setúbal, um trecho da baía e Tróia (8h am)
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sexta-feira, julho 15, 2005

491. Cidadania em Acção e O Independente de hoje

Dias atrás e acerca de determinado assunto, o movimento cívico Cidadania em Acção questionou uma certa personalidade pública e política portuguesa, actualmente exercendo cargo de alta responsabilidade no país.

Acontece que, por casualidade, na sua edição de hoje, o semanário O Independente abordou o mesmo tema.

Por essa razão, embora não quebrando o sigilo a que voluntariamente se obrigou, Cidadania em Acção veio prestar um esclarecimento que, em face das circunstâncias, se impunha.

Dele poderá inteirar-se
aqui.
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490. Repouso ao entardecer

DSCF0010.JPG Posted by Picasa (c) 2004 Ruvasa - clique na foto, para ampliar

Repousando, ao entardecer
Setúbal. Recanto da baía e uma ponta da Arrábida
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489. Reflexão matinal... alheia (21)

O riso é a mais útil forma de crítica,
porque é a mais acessível à multidão.
Eça de Queirós

quinta-feira, julho 14, 2005

488. Mais um envio e também… um apelo

Cidadania em acção enviou mais três questionários e um apelo que espera seja ouvido e correspondido...
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quarta-feira, julho 13, 2005

487. Aí está a solução !

Agora que surgiu a notícia de que o Sport Lisboa e Benfica vai vender o nome do seu estádio, parece descoberta a solução milagreira para resolver os problemas económicos e orçamentais portugueses.

Por que se espera, então, agora que o futebol, uma vez mais, aponta ao país o caminho certo?

Atão,cumpadre?! Tou a ver qu’hoije a sua patroua s’alevantou dos lenssóis toda galhofêra, hã?
Bocemessê cossa-me o barrigame e eu digo-le o qu'é qu'eu pensso.

Ponha-se lá à venda o nome do rectângulo, caramba!

Então, se o SLB, que é uma nação imensa, pode vender o nome da sua casa, por razões económicas ou dificuldades de tesouraria, por que diabo é que não pode Portugal, país pequeno e modesto, fazer o mesmo?

Leiloa-se a possibilidade de dar um nome diverso do actual ao poligonal canteiro e, quem mais oferecer, ficará autorizado rebaptizá-lo mais a seu jeito.

Entretanto, aqui ficam pequenas sugestões para o futuro nome:

1. O país do vinho tinto (se em chinês Portugal significa "o país das uvas"… sempre será um pequenino avanço);
2. O país do deficit crónico;
3. O país sem remédio, ou, em toque cosmopolita,no medicine country”;
4. O país da treta contínua.

Sei lá que mais! As possibilidades são infindas!

Que tal se, em vez de portugueses, passarmos a ser mundialmente célebres e universalmente celebrados como:

a) os amigos do tintol;
b) os crónicos deficitários;
c) no medicine people; ou
d) os tipos das tretas sem fim?

Fabulástico! – como diz, com graça, a Sulista!

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terça-feira, julho 12, 2005

486. "Cidadania em acção" - recebida a 1ª resposta

Foi hoje recebida a primeira resposta a um tipo de questionário que em devido tempo o cidadania em acção enviou a vários políticos.
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485. Cristo na Catedral de Buenos Aires.

DSCF0045.JPG Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Nov'04 - Click na foto, para ampliar

Cristo na Catedral de Buenos Aires
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484. "Cidadania em acção". Mais 3 questionários

Mais três questionários foram enviados aos respectivos destinatários.
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segunda-feira, julho 11, 2005

483. Velas arrostando medos na bruma

velas2_mjlopes.jpg Posted by Picasa (c) Julho 2005 Maria João Lopes - Clique na foto, para ampliar

Velas arrostando medos na bruma
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482. Lijiang e a cultura e tradições Naxi

rua ao amanhecer.jpg Posted by Picasa (c) QT Luong / Galleria.com - clique na foto, para ampliar



Acabo de assistir, no canal Odisseia, a um programa acerca da cidade de Lijiang (pronuncia-se lee-zhong), na província chinesa de Yunnan, perto da fronteira tibetana.

Trata-se de uma região de extrema beleza e o programa, debruçando-se sobre os aspectos paisagísticos e sobre o povo Naxi, sua cultura e tradições, é de excelente qualidade.

Fica-nos a vontade imensa de arrancar de imediato para lá.

Uma enorme lição, porém, se retira, de forma mais marcante, de tudo o que se vê e ouve, mesmo do que se intui.

Um povo, qualquer povo, que perca elementos fundamentais da sua cultura, que deixe cair as suas tradições, perderá a sua memória colectiva. Passará a viver apenas no e para
o presente. Esquecendo o passado, fica sem referências para o futuro.

A chamada civilização ocidental tem estado a perder esses elementos fundamentais, constitutivos e aglutinadores das comunidades humanas. É um desperdício, um verdadeiro, lamentável e irrecuperável desperdício o que assim vem acontecendo.

O povo Naxi, pelo contrário, continua a manter bem vivo o verdadeiro espírito de auto-preservação.

A razão é sua. Nós estamos profundamente errados.

domingo, julho 10, 2005

481. Late afternoon thought... (lxxxiv)

Resiste à tentação de seres muito conciso,
para que não acabes impreciso
Ruvasa
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sábado, julho 09, 2005

480. Alberto João, a idiossincrasia e a circunstância

Ciclicamente, Alberto João diz umas coisas. De forma truculenta. Por vezes, bem para além da truculência.

Ciclicamente, há um carregamento de palletes de gente que se “horroriza” com os “jardinísticos” discursos, desatando a gritar por aqui d’el rei, que o homem fez e aconteceu e é preciso isto e mais aquilo.

Ciclicamente, fico pasmado com tudo isto. Palavra que fico!

Com tudo e todos, mas não com Alberto João. Apenas com os restantes e o resto.

Toda a gente com um mínimo de conhecimentos e de experiência de vida sabe que pessoas com a idiossincrasia e a circunstância de Alberto João são frequentemente acometidas de irreprimível necessidade de dizer a sua verdade, seja lá como for, dentro das conveniências ou fora delas.

Assim, sendo Alberto João produto da sua própria idiossincrasia, a que se alia a circunstância que o enforma, nenhuma das suas afirmações deveria causar qualquer espanto ou indignação.

São pessoas com a idiossincrasia de Alberto João e mergulhadas na sua circunstância que, por via de regra, dizem aquilo que é a sua verdade, aquilo que é a verdade de muita gente, a verdade, aliás, de quase toda a gente, mas que apenas Alberto João, a sua idiossincrasia e a circunstância envolvente estão "autorizados" a proclamar, ainda que em alta grita e em horários curiosos.

Porquê tanto incómodo?


Só se for pelo facto de a verdade revelada de Alberto João, a que é também a escondida verdade de todos, se revelar demasiadamente incómoda…

Será que, depois deste esforço tamanho, consegui fazer entender o meu ponto de vista?

479. A vingança dos cafés

Os mais antigos de nós certamente que se recordam de, em tempos mais ou menos recuados, Lisboa – e muitas outras localidades do País – ter inúmeros cafés, centros de convívio, tertúlia dos portugueses.

Depois, outros valores vieram antepor-se e os coitados dos cafés, foram-se na voragem de tudo transformar em bancos ou suas agências e sucursais… houvesse ou não dinheiro para lá guardar.

Aconteceu em Lisboa, com cafés de grande nomeada, como o “Martinho”, junto do Teatro Nacional D. Maria e tantíssimos outros. Aconteceu em inúmeras outras localidades do País. Foi triste, foi mesmo desolador.

Pois bem, sabem que, pelo menos em Setúbal, os cafés estão a começar a vingar-se… e bem?

Acontece que estão a tomar conta do que antes eram agências de bancos.


A vida é uma nora ou não é? Alcatruz em cima, alcatruz em baixo…
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sexta-feira, julho 08, 2005

quinta-feira, julho 07, 2005

477. Terror em Londres

Sob o título acima, publica Nuno Guerreiro no blog Rua da Judiaria, um post cuja leitura aconselho vivamente.

Através da entrevista a Omar Bakri Mohammed, o sheik autoproclamado Líder do Londonistão e Teórico da Al-Qaeda na Europa, que Nuno Guerreiro transcreve em parte, se compreende a inevitabilidade dos atentados ocorridos esta manhã em Londres.

Mas não apenas isso...
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476. A estranha sensação do Prof. Justino

O Prof. David Justino contou-nos hoje, no 4R - Quarta República, uma estranha sensação que teve.

Consistia ela no seguinte:

Enquanto cotejo na “net” as imagens de Londres ainda atónita e chocada pelos atentados terroristas, continuo a ouvir pela rádio as acusações banais e mesquinhas do debate entre o Governo e a Oposição.

Eles estão a falar para quem?


Os nossos deputados conseguem associar o silêncio resignado perante o horror ao vazio banalizado do debate político inconsequente.

Que estranha sensação.

Concordando com ele, comentei, então, esse post, como segue:

É, sim, Prof. Justino.

Os nossos políticos conseguem viver completamente fora deste mundo, num cyberespaço irreal, mirabolante, só deles. Só isso explica tantas coisas abstrusas a que por aí vamos assistindo.

Se me permite, mais do que estranha, a sensação é de horror! Tanto autismo não augura seja o que for de bom, de construtivo, que empolgue a sociedade portuguesa. Muito pelo contrário, contém em si um gérmen de incapacidade e, pior, de auto-destruição colectiva.

Talvez seja uma opinião muito pessimista, mas entrevejo apenas uma solução: a da total substituição destes "velhos" políticos, que nada mais são capazes de aprender, nem sequer com os próprios erros - o que é sintomático! - por outra geração que irá cometer muitas burrices, é certo e como é lógico que aconteça, mas que - resta-nos essa esperança - com elas aprenderá.

Porque serão novos. Gente velha, de mentalidade, que não de cronologia, não aprende línguas, nem se reestrutura, pelo que o melhor a fazer será deixá-los ir para a reforma, mesmo que dourada, porque tal situação será menos lesiva dos interesses gerais.

Cumprimentos

Ruben Valle Santos

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Creiam! Por vezes sou assaltado por uma enorme vontade de chorar. Desconsoladamente... E não pode ser. Tenho quase 63 anos de idade, porra!
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475. Amanhã haverá mais

Amanhã seguirão mais questionários do cidadania e acção para os seus destinos.
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474. Quem vai seguir-se?

Sim, quem vai seguir-se neste cortejo de horrores?

Bem, nós, como os franceses e os alemães, estaremos safos, com toda a certeza.

Os "apoiantes" destes simpáticos autores de actos tão belos de solidariedade humana que por cá pulularam sempre, livraram-nos de qualquer ameaça.

A cobardia p'ráfrentex é que salvará o Mundo...

Obrigado por isso.
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473. Setúbal, cidade e concelho que todos maltratam

set_cais_auto.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 2000 - Click na imagem, para ampliar

Este é o cais para automóveis, implantado há uns 15 anos em plena baixa da cidade de Setúbal.
Um crime inominável!
Serve para importar e exportar carros. Apenas e tão só. Nada obstava a que fosse desviado para uns 10 quilómetros a montante, no Sado, para perto da actual Lisnave, onde não afrontaria os setubalenses. Nem problemas de calado dos navios poderiam ser alegados, já que os petroleiros chegam sem problemas mais acima, à Mitrena.
Mas não. Preferiu-se esta aberração, assim se barrando, de forma irremediável, o acesso dos setubalenses à sua encantadora baía.
Ninguém, absolutamente ninguém, pediu a quem quer que fosse que respondesse pela responsabilidade deste atentado.
A obra é da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra. No entanto, nem os responsáveis pela Câmara Municipal tugiram ou mugiram.
Se fosse hoje, posso garantir que o ouro não teria sido entregue ao bandido da forma pacífica que foi. Na altura, porém, não havia blogs nem movimentos cívicos. Apenas apatia. Temos, pois, o que merecemos. Uns, mais do que outros, claro.
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* * *

A propósito do que escrevi no post A Secil e espertezas saloias, o blogamigo Azurara pôs-me a seguinte questão:

“Isso é assim tão bera? Por vezes vou a Setúbal e a Tróia e não me apercebo”.

Mister é, pois, que lhe responda, o mais esclarecedoramente possível.

É. Infelizmente é, caro Azurara!

Setúbal, é, na verdade, a cidade que todos maltratam. Os de fora e os da casa. Os de fora terão talvez alguma desculpa: não lhes dói. Para os da casa, não há desculpa possível. Cometem autênticos matricídios.

Como se já não nos bastasse apanharmos, por toda a cidade, com os cheiretes sufocantes da Portucel, sempre que o tecto de nuvens está baixo, tiraram-nos o direito a uma avenida - sequer um mísero passeio - marginal, um ponto de reunião de setubalenses, porque o porto que “saiu” de Lisboa - para dar lugar às "Docas" e outros locais de lazer, onde os lisboetas podem aliviar o stress – “foi transferido” PARA DENTRO da cidade de Setúbal, cortando cerce a possibilidade de o inexistente acesso dos setubalenses à sua extraordinária baía pudesse ter algum remédio. Como se não merecêssemos as benesses que a Natureza nos concedeu. E daí… talvez que não mereçamos mesmo.

Antes de vir para cá, vivi em várias terras nascidas na borda d'água. Todas elas viradas para os seus espelhos aquáticos. Água é vida, como se sabe. Tanto material como espiritualmente falando.
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Em Setúbal, tiram-nos a vida. Porque Setúbal é a única terra que conheço, em Portugal e por todo esse mundo fora, em que os cidadãos vivem de costas voltadas para a excepcional baía de que dispõem, desprezando-a. Melhor dito, sendo obrigados a desprezá-la, por força de incompetência assassina e arrogância cretina de alguns e omissões não menos fatais de outros.

Como se esta desgraça não bastasse, temos ainda a Secil a paulatinamente desmantelar a serra da Arrábida, deitando-a abaixo e destruindo um património vegetal, único no mundo, vindo do período jurássico.

E, depois, vêm as acções de marketing, de engana papalvos.

Imagine-se que, há cerca de um ano, a cimenteira afixou cartazes dando a boa nova de que já tinha plantado cerca de um 900 mil de árvores, para compensar o incomensurável estrago que tem vindo a fazer. E que ia continuar, dizia-se no “simpático” cartaz. E, se há um ano era já de cerca de 1 milhão o número de árvores plantadas, agora deve andar pelos dois, sei eu lá, talvez 3 milhões!

Mas só podem ter sido bonzais. Sim, a Secil só pode ter plantado bonzais. E muito bebés. E plantados em grutas muito fundas e ainda mais remotas, bem escondidas de todos.

É que ninguém os viu, ninguém os vê. Presume-se mesmo que ninguém jamais os verá. Um milhão de árvores – mesmo bonzais... e bebés - forçosamente que tem que se ver. E ninguém viu!... Ora, a cidade de Setúbal e o seu concelho não são habitados por 150 mil invisuais, com toda a certeza…

Perdão, ninguém os vê, não será, quiçá, a frase mais adequada. Talvez o "nosso primeiro" tenha visto algum... perdão, alguma... O quê?! Bonzai, claro! Árvore, evidentemente!

Para finalizar, como se tudo isto já não bastasse, querem ainda fazer de Setúbal, das faldas da Arrábida, um forno crematório de detritos de urbes várias. Deus nos valha, Deus nos valha, porque só Ele pode fazê-lo!
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De modo que, amigo Azurara, quando cá voltar, não se esqueça: contacte-me que terei o maior desprazer em mostrar-lhe estas misérias a que ninguém se decide a pôr termo e, pelo contrário, todos parecem apostar em tornar mais... miseráveis.

Nota: - Talvez que hoje eu esteja um tanto pessimista e amargo. Por norma, sou optimista, mas, desde ontem à noite, altura em que tomei conhecimento de algumas insuspeitadas infelicidades, fiquei – confesso – extremamente desconsolado e descrente da capacidade de os setubalenses darem ao concelho a volta de que ele tanto precisa. Pelos vistos, não há remédio possível para esta tão maltratada cidade, para este tão vilipendiado concelho.

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quarta-feira, julho 06, 2005

472. A Secil e espertezas saloias

2004Ago11 010.JPG Posted by Picasa Ruvasa (c) 2004 - Click na foto, para ampliar

Tróia na neblina, vista do alto da Arrábida.
São imagens destas - e outras - que a Secil não sossega enquanto não destruir...
...e vão-na deixando!
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O pior é que não há marketing, por muito bem feito que seja, que consiga apagar os efeitos funestos que os seus agentes e pagadores causam no ambiente de uma das zonas de maior beleza do País, que à outrance devia ser defendida.
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Imagine-se este contra-senso, este verdadeiro atentado não apenas à Natureza, como às populações e sua capacidade de inteligir:
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No Parque Natural da Arrábida não se dá autorização para se construir uma pousada, um centro de lazer, devidamente vigiados e controlados. No entanto, continua a permitir-se que actue impunemente uma cimenteira a fazer os estragos que se sabem e até os que nunca chegarão a saber-se.
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E cada vez mais, senhores, cada vez mais!
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Agora também por obra e graça do "nosso primeiro" que continua na senda do ministro do ambiente de António Guterres.
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Depois, vêm-nos com marketings canecenses. De enganar tolos. Mas, quer saber uma boa? Há tolos que vão mesmo no engodo. Ou para tal são aliciados, sabe-se lá!...
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Este país tem actos de autêntica ópera bufa!... Mas há cantantes que, mais tarde ou mais cedo, terão que sair pela esquerda baixa, em desarvorada e pouco digna correria.
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