Na cerimónia de posse de Teixeira dos Santos, novo ministro das finanças, Jorge Fernando Branco de Sampaio entrou com uma cara de fazer tremer os mais audazes. Terminado o acto, curtíssimo, saiu a toda a pressa sem mesmo dizer água vai fosse a quem fosse. |
Consta pelos corredores de Belém que a grande arrelia de Sampaio se deve ao facto de, perante as trapalhadas do actual executivo, que se sucedem a um ritmo diário verdadeiramente alucinante, suplantando tudo quanto ao governo a que sucedeu se apontou como defeito, e igualmente perante a demissão inusitada de um Ministro de Estado e das Finanças e do Plano (não já, portanto, o mero ministro vulgar de Lineu que fez o mesmo ao anterior governo) ele, Jorge Fernando Branco de Sampaio, de sua graça, não poder agora fazer o que então fez, ou seja, dissolver o Parlamento e mandar o governo às urtigas, assim mantendo bem viva e actuante a coerência política que o caracteriza.
E não pode fazer nada porque constitucionalmente tal já não lhe é permitido.
Há mesmo quem afirme que, nas noites de Belém, se ouve lá pelos corredores um som abafado e surdo, como que o de quem arfa por tudo quanto é sítio e, cadenciadamente, sons mais audíveis e secos, que muito se assemelham a murros de desespero disparados contra paredes indefesas.
[ Depois de ter escrito o que acima fica dito, tive que interromper, para tratar de assunto mais urgente. Agora, que regresso ao tema, verifico que houve outros desenvolvimentos. Assim… ]
O que atrás ficou registado verificou-se até à tarde de hoje, poucas horas após a cerimónia de empossamento do novo ministro de Estado e das Finanças e etc. e tal. Dito de forma mais clara: até ao momento em que outras informações chegaram ao conhecimento público, pelas 17 horas.
Segundo os mesmos informantes, toda a gente está agora à espera de que, nos ditos corredores de Belém se verifique esta noite uma barulheira ensurdecedora que não deixe ninguém dormir em sossego, pois que, além do incremento dos “arfejos” e murraças nas pobres das paredes, vai haver desgarrada de sons guturais de alta estridência, completamente ininteligíveis.
Diz-se que o esperado aumento dos decibéis do desespero se ficará a dever ao furor incrivelmente inflado pela circunstância, entretanto conhecida, de o actual Ministro de Estado e das Finanças e do Plano e etc. e tal não ter vindo, como estava obrigado, a declarar rendimentos e património desde o ano de… 2000!
A propósito: Já foi ver qual é a opinião do nosso amigo Galhofas acerca deste assunto?
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