sábado, julho 09, 2005

480. Alberto João, a idiossincrasia e a circunstância

Ciclicamente, Alberto João diz umas coisas. De forma truculenta. Por vezes, bem para além da truculência.

Ciclicamente, há um carregamento de palletes de gente que se “horroriza” com os “jardinísticos” discursos, desatando a gritar por aqui d’el rei, que o homem fez e aconteceu e é preciso isto e mais aquilo.

Ciclicamente, fico pasmado com tudo isto. Palavra que fico!

Com tudo e todos, mas não com Alberto João. Apenas com os restantes e o resto.

Toda a gente com um mínimo de conhecimentos e de experiência de vida sabe que pessoas com a idiossincrasia e a circunstância de Alberto João são frequentemente acometidas de irreprimível necessidade de dizer a sua verdade, seja lá como for, dentro das conveniências ou fora delas.

Assim, sendo Alberto João produto da sua própria idiossincrasia, a que se alia a circunstância que o enforma, nenhuma das suas afirmações deveria causar qualquer espanto ou indignação.

São pessoas com a idiossincrasia de Alberto João e mergulhadas na sua circunstância que, por via de regra, dizem aquilo que é a sua verdade, aquilo que é a verdade de muita gente, a verdade, aliás, de quase toda a gente, mas que apenas Alberto João, a sua idiossincrasia e a circunstância envolvente estão "autorizados" a proclamar, ainda que em alta grita e em horários curiosos.

Porquê tanto incómodo?


Só se for pelo facto de a verdade revelada de Alberto João, a que é também a escondida verdade de todos, se revelar demasiadamente incómoda…

Será que, depois deste esforço tamanho, consegui fazer entender o meu ponto de vista?

5 comentários:

Anónimo disse...

Claro que conseguiu. Já ando farto do "políticamente correcto" que apenas serve para que cada um não diga o que pensa, mas sim aquilo que pensa que os outros ( a maioria) vão gostar. A democracia constroi-se na sintese das ideias de cada um, desde que cada um exprima o que verdadeiramente pensa. O maior aliado do totalitarismo, é o medo que muitos tem em dizer frontalmente a "sua verdade", com receio de ir contra a opinião da maioria. Alberto João será inconveniente na forma como se exprime, mas o que provoca tanta gritaria, é que ele quase sempre tem razão. Marques Mendes quer passar por menino bem comportado, e ainda não percebeu que está é a perder espaço de afirmação política. O que mais aprecio neste blog é a frontalidade com que as coisas são ditas. Concordemos com elas ou não, só assim é possivel um verdadeiro e esclarecedor debate de ideias.

Ricardo disse...

Viva Ruben,

Como sabes conheço bem a realidade madeirense. Eu próprio sou meio madeirense! E confesso que tenho dificuldade em saber lidar com AJJ, nunca sei se ignoro ou fico furioso.

O que me preocupa mais em Jardim não são estas declarações que concordo que são um exercicio de exibicionismo político de mau gosto. O pior é que ele pode dizer tudo e mais ninguém pode. A Madeira não é um paraíso para quem diz o que pensa, é quase irónico que assim seja.

Se eu estivesse a fazer a minha vida na Madeira provavelmente não teria um blogue ou não assinava Ricardo. E acho que isso já diz muito.

Há um ponto que não tem discussão, a Madeira tem tido um desenvolvimento fabuloso. E eu sou um democrata, aceito a vontade popular. Mas tenho dificuldade em aceitar que quando uma só pessoa não pode dizer o que pensa e quando esses pesnsamentos até nem são subversivos que seja ostracizada pela sociedade. E aí talvez já fosse altura de intervir.

Até porque todos os sectores da sociedade estão, directa ou indirectamente, controlados. Não achas razão suficiente para alguém intervir?

Parabéns ao Marques Mendes pela coragem que tem demonstrado.

Abraço,

Ruvasa disse...

Caros Zé Fontinha e Ricardo!

Receio bem não me ter feito explicar da melhor forma para ser compreendido como gostaria de ter sido.

Peço-vos, por isso, um pouco de paciência, para uma nova leitura do post, com mais vagar, de forma a que, aquilo que eu escrevi talvez mais hermeticamente do que pretendia, apareça mais claro.

Peço-vos desculpa, mas, de momento, não pretendo ser mais pão-pão, queijo-queijo no que afirmei. Nem todos conseguem ser Alberto João.

Abraço para ambos.

Ruben

Anónimo disse...

Ciclicamente, felizmente, surgem pessoas que se fazem entender, perfeitamente! ;-)

Irra como o amigo Ruvasa escreve bem, muito bem mesmo !!
:-)))))))))))))

Grande Abraço
(da Sulista)
Maria João

Ruvasa disse...

Isso são os teus olhos amigos a lerem para o teu intelecto amigo interpretar e o teu coração amigo ditar o que os teus dedos amigos acabam por teclar.

Did I made myself clear enough?

;-)

Beijinho

Ruben