quinta-feira, setembro 08, 2005

545. Tróia e cinco nótulas de registo para a posteridade

Deixem que vos traga aqui cinco nótulas sobre um sucesso sucedido sucessivamente sem cessar na tarde deste dia 8 de Setembro do ano da graça de MMV.

1ª nótula
Bacocos e ridículos continuamos…


Só assim se explica que tanta bacoquice e ridiculeza - só porque foram deitadas por terra duas pífias torres anãs – se tenha reunido ali para os lados de Tróia. Somos mesmo pequenos, pequenitos mesmo. E ridículos. Muito. Tão ridículos, que se montou todo um arraial com primeiro ministro e tudo, mais comes e bebes, apenas porque iam ser deitadas abaixo, num descampado areal, duas torres anãs, com trinta anos, que, nessas três décadas, jamais albergaram fosse o que fosse, nenhum préstimo tiveram, nenhuma memória do nosso passado guardando, pois.


Muitos convivas no acto. Como sempre, também muitos penetras. Os que não perdem uma. Entre os convivas (ou os penetras, não consegui destrinçar bem...) lá estava o inefável Rabiló.

Mas a suprema honra foi a do nosso primeiro. A assistir e armado em deita abaixo. É obra!


Desde o tempo de Guterres, maquinista-amador, a inaugurar pela terceira vez o combóio na ponte, que não se via motivo para tanta risota. De tristeza, claro!

Por outro lado, compreende-se: o empreendimento é do patrão de Portugal. Logo, portanto, por conseguinte, em consequência, havia que ir preiteá-lo. Ao beija-mão. Não vão as coisas azedar.

Mas que é ridículo, lá isso é. Ridículo e bacoco. Atitude pequenina, anã, como as torres. Tudo à mesma altura, portanto.

2ª nótula
O “maior” a implodir


Mas ao nosso primeiro não bastava ter assistido. Tinha mesmo que premir o botão, o botãozinho da implosão.

Assim mostrou à evidência, se é que já o não estava, que se trata do “maior” deita abaixo que temos em Portugal. O maior especialista em implosão que por aí anda. Pelo menos, o mais notório.

É bem caso para dizermos: estamos implodidos com este grande especialista em destruição!

3ª nótula
Afinal, era só show off…


… porque o nosso primeiro bem carregou no botão, no botãozinho (até teve um trejeito simpático…), mas era apenas fita. Não o deixaram ser ele a deitar abaixo as torres. Talvez porque alguém tenha entendido que a quota dele de deitar abaixo, de destruir, está já por demais esgotada…

Assim, ele lá apertou o tal botãozito, mas esse apertão apenas serviu para as câmaras, para a fotografia, pois que o verdadeiro botão fora entregue a mãos mais confiáveis, noutro local postadas.

Daqui se retira que até para deitar abaixo se recorre a meras encenações. Com este nosso primeiro, tudo é mero cenário. Bacoco.

Ora esta!...

4ª nótula
Mas vai continuar…

À chegada, jornalista pressurosa perguntou-lhe se esta era a primeira implosão de outras que estariam para vir.

Respondeu o nosso primeiro que sim, com aquele ar prazenteiro que tão bem lhe fica…

Eu não vos disse acima que, com ele estamos implodidos? E como nos paga mal, aí está a receita completa: implodidos e mal pagos! Como sempre, claro!

5ª nótula
De gargalhada…


Quem não gostou nada de toda esta “cena” foi o Coordenador da Defesa Civil do Território, de Setúbal. Deu mesmo à casca e a TSF esteve todo o santo dia a repetir-lhe o tempo de antena, pisando e repisando a mesma desassisada tecla. (Como a TSF e outras como ela, tanto gosta de fazer, aliás... Cheirando-lhe a escândalo... tanto lhe faz que o que o entrevistado-espicaçado diga verdades como sandices...).

Imagine-se que Tróia está do lado de lá da baía de Setúbal, relativamente a esta cidade. E situa-se no concelho de Grândola. Pois calcule-se que o homem estava “piurso” porque o evento esteve “guardado” pelos bombeiros de Grândola e de Alcácer e ninguém preferiu lá meter os bombeiros de Setúbal.

Neste país anda tudo doido. Positivamente. Tudo o que é bicho careta tem tempo de antena para dizer o que lhe apetece e lhe parece. Como normalmente só apetece e parece dizer coisas insensatas, é o que se vê.

Calcule-se que pretendia o homem que deveriam ter sido os bombeiros de Setúbal a assegurar a regularidade e segurança do evento e não os de Grândola ou de Alcácer. Porquê? Em que se baseava o perito-especialista?

Pois bem, defendia que, em caso de necessidade, os pompiers de Setúbal (que, para lá chegar, teriam que sair do quartel ir até ao cais, esperar que o ferry estivesse pronto, embarcar as viaturas e homens e fazer uma travessia que não demora menos de meia hora, esperar que o barco acostasse, que as comportas do ferry se abrissem, e, finalmente, desembarcarem e dirigirem-se para as torres...), chegariam a Tróia primeiro do que os outros, que apenas teriam que fazer uma estrada cheia de rectas, que, num caso e no outro, os colocariam lá em menos de um quarto de hora.

Um tal argumento causa já preocupações, porque não é normal que uma pessoa – para mais um perito a quem está entregue a defesa civil de Setúbal - ache que, nestas condições, os bombeiros setubalenses chegariam primeiro do que os outros.

Mas isto, no caso de os firemen de Grândola e Alcácer ficarem no quartel, deitaddinhos, na sesta, à espera que os chamassem, em vez de a postos em Troía. Como era o caso, evidentemente...

É assim. O homem queria protagonismo, andava morto por ter tempo de antena, já que todos os colegas espalhados pelo país e os bombeiros estão fartos de mandar bocas, só ele, coitado, nada. Ninguém lhe dava uma oportunidade.


Ofereceu-lha a TSF - que se desunha por coisas destas - e ele, claro, não se fez rogado e vá de jetter cá para foré tudo o que lhe ia na almé. Até aqui, tudo bem. O mal é que parece que o que entendia era pouco… bem pouco...
...
A governadora civil - Teresa Almeida - parece não ter gostado muito da graça - com razão, diga-se - e deu-lhe forte nas orelhas. Só se perderam as que caíram no chão, tal não está o... coordenador, hein?!
...
É ou não de gargalhada?

8 comentários:

Anónimo disse...

E aí está o amigo Ruben no seu melhor!! ;-)

...gostei especialmente do: «patrão de Portugal»
e dos: «implodidos e mal pagos!»...mas isso já nos acontecia tambem, antes,com
outros (des)governos...ehehehe

Beijinho
Maria João Lopes

paulo pisco disse...

Tudo isto é verdade, mas que é um facto positivo em si - e pouco comum, dai o provinciano aparato - para o "ordenamento do território" penso ser indiscutivel. Esperemos que seja bom para o turismo da região.

Ruvasa disse...

Viva, Sulista!

Vou continuando mais ou menos desaparecido, de nariz enfiado em livros antigos e fotos descoloridas, etc..

Deles saio episodicamente, quando não resisto.

E ontem não resisti. Vinha em viagem e fui ouvindo os ecos post-deita abaixo. Tudo de uma bacocice ridícula!...

Claro! Claro que acontecia antes. E há-de acontecer depois, porque isto não vai ter nelhoras, enquanto esta velharia toda não for varrida.

Beijinho

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Paulo!

Positivo, claro que é.

Mas dar honras de acontecimento histórico ao abate da porcaria de duas torres anãzinhas, que, em trinta anos, jamais serviram fosse para que fosse, é, convenhamos, pacóvio, bacoco e ridículo!

Deitar aquelas torritas abaixo tem tanta importância como beber um copo de água. Trata-se de um acontecimento da vioda normal do dia a adia.

Somos mesmo provincianos como o diz, Paulo. E também tudo o que eu digo.

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Viva Ruben,

Não sei quem é o Rabiló... Mas a propósito, vi àquela hora o meu "primo" Negrão na Festanima, escarpas de S.Nicolau, como um simples cidadão de Setúbal. Foi convidado mas não se "comprometeu".

UGA

Anónimo disse...

Vi agora o seu post. Se tivesse sabido antes tinha-o linkado. Um abraço.

Ruvasa disse...

Viva, Petrus!

Claro que o Rabiló não é o seu "primo". Pelo menos, não o sei com tais tendências.

Além do mais, falar dele naquelas circunstâncias seria deslocado. Ele é do concelho de Setúbal, aquilo fica no de Grândola. O que é que o homem teria ido lá fazer?

ab,

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, António!

Não duvido.

Abraço

Ruben