terça-feira, julho 05, 2005
470. Late afternoon thought... (lxxxiii)
segunda-feira, julho 04, 2005
469. Questão pertinente e essencial
A que se deverá a circunstância de determinada sociedade humana apoiar clara e fortemente alguém que se revela trafulha?
Não será pelo facto de essa sociedade ser maioritariamente constituída por gente com mentalidade trafulha?
Não é verdade que a tendência do ser humano vai toda no sentido de estar com os seus pares, com eles se reunir, apoiá-los sem reservas? Não é a defesa do próprio clã uma das características mais assinaláveis do animal Homem?
Por outro lado, onde já se viu sociedade que abomine trafulhices dar o seu apoio incondicional a trafulhas?
Não é mesmo um contra-senso?
Deixo esta questão, pertinente e essencial, a todos, para que meditemos. Com calma e profundidade. Porque meditar e tirar as conclusões mais correctas é bem preciso, neste Portugal de início de milénio.
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468. Enviado novo questionamento
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domingo, julho 03, 2005
sábado, julho 02, 2005
466. A rir a rir... - 02072005
Se falir e nada mais houver para comer, há sempre o recurso ao stock.
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(com aceno de simpatia à Marisa)
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465. A evanescência da grafalha
(bruááá... na sala, até que se faz silêncio)
- Boas tardes, minhas senhoras e meus senhores. Vou agora recitar-vos o meu poema A grafalha, que dedico a todo o respeitável público, aos meus paizinhos e manos, à minha avó que está na terra, aos meus primos que estão na Suiça, ao Senhor Presidente da República, ao Senhor Primeiro Ministro, aos Senhores Ministros, aos Senhores Deputados, aos Senhores Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim e à Banda Filarmónica "Quadrazais Sempre!" de Quadrazais do Meio. Ah! E também dedico ao menino Diniz Maria, um menino muito simpático que, além de ser uma jóia, tem uns pais que eu gostaria que fossem os meus (mãezinha e paizinho não se zanguem, tá bem? Mas é que eles são tão belos e inteligentes!...).
(cof... cof... cof... para aclarar os gorgomilos, pois então!)
A Grafalha
A grafalha
é a falha
de quem não falha.
E se a tralha
o baralha
e atrapalha,
logo ralha
com quem calha
p’ra que a falha
seja gralha…
E não falha!
Que grafalha!
Mas se a falha
que era gralha
insistir em ser só falha
ou a gralha
que era falha
já se espalha,
em limalha,
sai da palha
ou da toalha
e, ora malha,
bem na esgalha,
Deus nos valha!
Solução para tal tralha
só não a tem quem não calha:
É deitar muita poalha
mesmo ali, no “mar da palha”,
que boa gente baralha
E nos safa… Boa malha!
Essa é muito boa esgalha!
Não é assim, ó maralha?
Tirem daqui esta tralha!...
Poemeto de “Mariazinha Pirralha”
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sexta-feira, julho 01, 2005
464. Falha? Não, gralha!
- ...
- Ah, não ?! Então ?!?!
- ...
- Ah, sim ! 6,72% ?!?! Aaaaah!...
- ...
- Mas não será, sei lá...
- ...
- ... de 6,720123456789% ?!
- ...
- Porquê, perguntas tu ?!
- ...
- Para ser mais preciso...
- ...
- Sim, para dar um toque de grande profissionalismo e saber !!!...
- ...
- Mas, diz-me cá...
- ...
- ... então, houve uma falha, não ?!
- ...
- Não ?!?! Não foi uma falha ? Mas que raio foi então ?
- ...
- Uma gralha ?!?!
- ...
- Tá bem... tá certo... Foi, portanto, uma gralha e não uma falha.
- ...
- Claro !
- ...
- Pois... pois... pois... tou a... ver...
- ...
- É verdade ! Lá isso !...
- ...
- O qu'é qu'é verdade ?!
- ...
- No teclado, p's't'á claro !...
- ...
- ... baralharem-se as mãos, caraças !...
- ...
- Pois... e, em vez de se escrever f...alha...
- ...
- ... escrever-se gr...alha...
- ...
- Ok. Tá bem... tá jóia... tá tudo numa nice... Olaré pim... pim... !
- ...
- Não é, portanto, uma falha !
- ...
- Definitivamente, não é uma falha !
- ...
- Felizmente, não é uma falha !
- ...
- Sem dúvida nenhuma, não é uma falha !
- ...
- É, portanto, uma gralha !
- ...
- Definitivamente, é uma gralha !
- ...
- Felizmente, é uma gralha !
- ...
- Sem dúvida nenhuma, é uma gralha !
- ...
- Sim, prontos... Já afiambrei, pá. É uma falha !...
- ...
- Hã ?!
- ...
- Eh, pá ! Não batas mais no ceguinho !... P'l'amor de Deus, homem dum raio !
- ...
- Tá bem, carago! Uma gralha, queria eu dizer !...
- ...
- Pois... tanta conversa baralha...
- ...
- Sim, um homem não é de palha!...
- ...
- Ponto final, caraças ! Acaba lá com a tralha dessa trapalha... digo, trapalhadada...
........
Et pourtant, não sendo uma monstruosa falha, mas tão somente uma pequenina gralha... atrapalha, atrapalha, atrapalha...
........
Raios parta a sorte ! Tamos gralhidos. O quê ?!?! Outra que não é falha ?!?! Simples gralha ?!?! Mamã !!!!!!!!!!!!!!!!!
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463. Não estávamos mesmo parados...
Como disse no post anterior, não estávamos parados no Cidadania em Acção.
Do que já fizemos, pode tomar conhecimento aqui
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quinta-feira, junho 30, 2005
462. Não pense que...
Porque... não estamos mesmo!
Estamos a preparar as coisas. Que têm mesmo que ser preparadas. Não se pode agir à base de precipitação.
Muito em breve daremos mais notícias.
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460. A rir a rir... - 30062005
Presta boa atenção em três dos teus amigos.
Se te parecerem normais...
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(com um aceno de simpatia à Marisa)
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quarta-feira, junho 29, 2005
458. Eça de Queirós. Ano de 1871
O país perdeu a inteligência e a consciência moral...
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada...
Os caracteres corrompidos....
A prática da vida tem por única direcção a conveniência...
Não há princípio que não seja desmentido...
Não há instituição que não seja escarnecida...
Ninguém se respeita...
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos...
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos...
Alguns agiotas felizes exploram...
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade
e na inércia...
O povo está na miséria...
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente...
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão
e tratado como um inimigo...
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências...
Diz-se por toda a parte, o país está perdido...!!!
Algum opositor do actual governo...???
NÃO...!!!
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(amável deferência do Aurélio, amigo desconhecido)
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457. "Cidadania em Acção"
cidadaniaccao_cor.jpg (c) 2005 Cidadania em Acção - Click na imagem, para ampliar
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Na sequência da iniciativa levada a efeito com a publicação de um anúncio-cartaz, na edição de O Independente, de 17 de Junho, e no rigoroso cumprimento de compromisso então assumido, em comunicado igualmente divulgado, os bloguistas Azurara, Ruvasa, Sulista e Tira Nódoas vêm anunciar a criação informal de
cidadania em acção
movimento cívico e apartidário
que se bate
pela gestão criteriosa e isenta dos recursos públicos
e pela moralização da política portuguesa
com sede na Blogosfera, na morada cidadania em acção, onde esperam a visita de todos os interessados que queiram, ou não, aderir ao movimento e com ele colaborar.
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terça-feira, junho 28, 2005
456. A rir a rir... - 28062005
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(com um aceno de simpatia à Marisa)
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segunda-feira, junho 27, 2005
455. Com que então... com que então...!
De orçamento rectificativo em orçamento rectificativo, de semana em semana, lá continuamos de trapalhada em trapalhada. De emoção em emoção, Portugal é uma permanente reinação em… reinação. | ![]() Bocemecê coça-me o barrigame qu'eu digo-le o qu'eu penso |
456 A rir a rir... - 27062005
Cada um em seu galho diferente.
Uns em cima, outros em baixo.
Olhando para baixo, os macacos de cima vêem muitos rostos sorridentes, enquanto que os de baixo, olhando para cima, apenas vêem rabos.
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(com um aceno de simpatia à Marisa)
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domingo, junho 26, 2005
455. A rir a rir... - 26062005
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(com um aceno simpático à Marisa)
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454. Retaliemos, pois então!
Então, esta agora do fecho das comportas dos rios deles é de bradar aos céus!
Não pode ficar impune!
Eles não podem ficar a rir-se de nós, os malandrins! Temos que retaliar!
Como? Fácil...
Se eles fecham as comportas dos rios deles, só temos que pagar com a mesma moeda: fechamos as dos nossos.
E, para ser mais eficaz, causar maior incómodo e raiva aos tipos e até para que fiquem a saber que connosco não se brinca, fechemos os nossos rios logo na nascente.
Bora daí!
Toca a fechar o Mondego e, principalmente, o Sado.
Deste encarrego-me eu. Quem trata do outro, hã?!
Retaliar é o mote!
Proponho para música de fundo, arrebatadora e empolgante, a “Mariquinhas da Fonte”!
Toda a gente de chave de boca em riste. Já!
Vamos nessa, qu’é uma pressa!
…
453. O pormenor… o pormenorzinho…
O mesmo sucede quando dos invernos excessivamente pluviosos, que acabam por nos afogar em água barrenta.
Em ambos os casos, viramo-nos para Castela e outras nações da Grande Espanha e, na nossa pequenez, cá vamos resmungando.
O que acontece, invariavelmente, é que, em anos de grande pluviosidade, Espanha abre as comportas das suas barragens e… aí vai mais disto… Quando em anos de grande seca, pelo contrário, fecha as mesmas comportas e… aí não vai mais disto…
Resumindo: assim ou assado… estamos sempre tramados... e mal pagos!...
Então, resmungamos e chamamos tudo o que nos vem à cabeça a nuestros hermanos e aos nossos políticos, que celebraram, aqui há uns bons anos atrás – não recordo já se em governo do homem de Boliqueime, se no do fixe de Nafarros, se em outro qualquer, um célebre acordo ibérico que, precisamente, autoriza a que os espanholitos abram e fechem as comportas quando lhes der na real gana.
Ora, se assim é, acho justo que reclamemos contra a espanholada dum raio. Não porque tenham especial responsabilidade desta vez, mas porque, sendo espanhóis são presuntos culpados.
Os espanhóis estão fadados a nascer já com todas as culpas que a gente lhes queira atirar para cima. E eu acho que é justo que assim seja. São espanhóis? Então bem merecem umas traulitadas no toutiço semana sim, semana não. E entendo mesmo que se, em semana sim, algo correr mal e a traulitada não for aplicada, deve dar-se logo na semana seguinte, ou seja a do não, que é para não os desabituarmos.
Há que não perdoar aos malandrins. Pois se é até a eles que cabe a gravíssima responsabilidade de ainda irmos tendo algo para comer todos os dias! Se não fossem eles, a gente, com o que produz, já teria encomendado a alma ao Criador, com a vantagem, até, de lá chegarmos, bonitinhos, muito elegantezinhos, esticadinhos da silva e não os mastronços em que eles nos estão a transformar, com tanto alimento que para cá nos enviam, só para nos empanturrarem e, assim, fazerem negócio…
Portanto, quanto aos espanholitos estamos conversados. Traulitada para riba dos maganos que bem a merecem e têm bons costados para apanhar.
O que me parece excessivo é atirarmo-nos também aos nossos políticos, os tais que subscreveram o cele(b)rado acordo que deu aos nossos vizinhos e amigalhaços a possibilidade de abrir ou fechar comportas quando mais lhes convier.
E acho excessivo, porque, no fim de contas, o acordo até é bastante bom para nós. Na verdade, entendo – e julgo que bem – que o sistema é justo e devia mesmo ser muito aplaudido por nosotros.
Por várias razões, a menor das quais não será a de que os castelhanos e outros andaluzes afins precisam de condições para que a sua agricultura produza bens que nos tirem a fome. O que, convenhamos, é obra meritória. Pelo contrário, não necessitamos assim tanto de mais água ou de água a menos, porque não nos tem cabido a missão de os alimentar a eles… Nem a nós, ora essa!...
Portanto, o tratado terá sido bem acordado e redigido e estará agora a ser cumprido de forma absolutamente correcta, não havendo, pois, razões para queixumes de gente mimada.
E mesmo que achássemos que os termos do acordo não tinham sido os mais felizes e correctos, os que melhor defendem os nossos interesses, ainda assim sou de opinião de que qualquer reclamação que não passe de um mero resmungo interior, inaudível a mais de dois metros, constituiria um exagero de gente sem bom senso, que gosta de criticar e reclamar, só pelo prazer de criticar e reclamar.
Se não, vejamos:
Rezam as cláusulas do célebre acordo que os espanhóis podem abrir ou fechar as comportas, não é? E então, qual o mal, qual a admiração? Nenhum. Nenhuma. Acho que está tudo correcto. Nada há que apontar aos nossos negociadores. E chego mesmo a entender que é um exagero descomunal, uma falta de senso inominável, só possível de existir, por má fé de quem critica, a charge que esgrime com a alegação de que os espanholitos, quando da assinatura do tratado, terão dito, entre dentes e entre eles:
- Estes portuguesitos son locos, verdad?! Son locos, sin duda! Y es tan facil trampearlos, coño!
E porquê? Sim, por que razão entendo eu tudo isto, ou seja que o tratado está redigido em termos justos e não há razão para críticas aos negociadores da Alta Parte Contratante portuguesa que subscreveu tal acuerdo?
Na verdade, os espanholitos teriam que ter a possibilidade de abrir e fechar as comportas. E só eles a poderiam ter, porque elas estão em território seu e, assim, não faria sentido, por exemplo, sermos nós a irmos lá fazê-lo. Tudo bem, tudo certo, portanto. Nada a criticar.
O único lapso verificado no acordo – mas, caramba! é mesmo um mero lapso!... e, por isso, não justifica tanta fustigação dos nossos representantes no célebre acuerdo – é não ter sido consignado que os espanhóis podiam – e deviam – abrir as comportas em anos de seca e fechá-las em anos de molha!
Como se sabe, porém, tal lapso não passa de mero pormenor sem qualquer importância e, como é sabido também, de minimis non curat praetor, ou, dito de outra forma, a Alta Parte Contratante portuguesa não podia estar a preocupar-se com ninharias, porque não foi para isso que ela se constituiu.
A Alta Parte Contratante portuguesa – aliás, como invariavelmente sucede com todas as Altas Partes Contratantes portuguesas – tinha, como incumbência primeira, o patriótico dever de providenciar por que o champanhe (Freixenet, claro está, nem outro poderia ter sido!…) com que iria ser regado o acordo, estivesse fresquinho e bem borbulhante, nesse dia de tão excelente e gratificante memória ibérica.
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sexta-feira, junho 24, 2005
452. É mesmo tempo de fazer qualquer coisa!
Ora, é sabido que tal não tem acontecido e, muito pelo contrário, foram malbaratados e perdidos valores fundamentais da identidade nacional.
Sendo certo que este é um problema de todos os portugueses, não pode permitir-se que, sob esta verdade, se escamoteie a responsabilidade, em primeira linha, dos políticos que nos têm governado e continuam a governar.
Na verdade – e a verdade é para se proclamar frontalmente, sem tibiezas – a forma como temos sido governados é a grande responsável pela situação em que o País se encontra. Já ninguém acredita na bondade da política e menos ainda nos propósitos dos políticos, por muito dignos que sejam, e isso é dito à boca cheia por todo o país.
Estamos a degradar, de forma irremediável, talvez, a democracia por que tanto ansiámos.
(...)
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É tempo de agir! - O SITIO do Ruvasa * Design de intervenção * Terras de Azurara * It's a perfect day... Elise!
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451. 862 anos de educação cívica
Acabo de chegar da tarefa semanal de sexta-feira de manhã.
Isso mesmo, de fazer o rancho, acrescentando mais algumas, às acções de participação na sociedade anónima que é a Auchan, proprietária do Jumbo.
Beeeeeemmmmm… (como diriam blogamigos que tenho), mas não é disso que vou falar.
Falo, sim, e muito brevemente, da educação cívica deste belo povo, à beira mar plantado, que nunca soube governar-se nem deixou que alguém, com melhores aptidões em gestão de vários recursos, materiais e humanos, o fizesse por si.
É. A educação cívica dos portugueses é um… espaaaaaanto!!!!
Nem digo porquê, já que os exemplos são tantos e tão sobrepostos uns nos outros que ainda ia causar alguma terrível baralhação nas mentes de quem tem a paciência de me ler. E, para baralhação, já basta a minha.
Apenas direi que ela – a educação cívica dos portugueses, essa mesmo – é como é
- por causa dos 48 anos do regime parvamente autoritário que vivemos, entre 1926 e 1974
- mas também por mor dos 31 anos que se lhe seguiram, de regime laxista e bagunceiro, entre 1974 e 2005
- já agora que estamos com a mão na massa, por força dos 16 anos de regime trauliteiro e assassino, entre 1910 e 1926.
- e é preciso não esquecer as responsabilidades de 767 anos de regime de geral e generalizada ignorância que antecederam todos os restantes, entre 1143 e 1910.
Na verdade, assim não era possível outro estádio de educação cívica, agora que aqui chegámos.
De uma coisa dessas, dir-se-á que era uma impossibilidade absoluta.
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450. A rir a rir... - 24062005
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(com um aceno simpático à Marisa)
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quinta-feira, junho 23, 2005
448. Que é lá isso?!?!....
Ei, que é lá isso?! Ora deixe a mãozinha sosssegada, tá bem?...
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O bom humor da Lili não pára...
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447. A rir a rir... - 23062005
(com um aceno simpático à Marisa)
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446. A inabilidade política
É necessária mesmo uma certa habilidade. Não a habilidade dos jongleurs circenses, mas o jeito necessário para lidar com as massas humanas, na medida justa, com firmeza mas sem arrogâncias desnecessárias, com compreensão dos fenómenos inerentes ao espírito e alma humanos, mas sem o laisser faire, laisser passer dos que se demitem dos deveres a que estão obrigados.
Vem isto a propósito das recentes medidas tomadas pelo governo. Os timings foram mal escolhidos, os castings desastrosos, as peças mal encenadas. Por onde andará o célebre brasileiro, Nelson de Athayde, que tão bons serviços tem prestado ao PS?
Nas medidas tomadas – que, mais coisa menos coisa, teriam que o ser e na medida em que o foram – não se tomou em consideração um modus operandi e um timing adequados e minimamente racionais, que levariam a generalidade dos cidadãos a, embora reclamando por se sentir lesada, aceitar melhor as restrições impostas.
Se as medidas duras – mas duras mesmo e sem recuos, só compreensíveis por estulta e egoísta auto-preservação – tivessem recaído sobre a classe política (que foi quem, em primeira análise, nos trouxe até onde estamos) – com cortes a direito e sem olhar a quem, com a alegação de que assim tinha que ser e, por ter que ser, por ela se começaria, para servir de exemplo, fácil é de presumir – com excelente possibilidade de acerto – que o comum dos cidadãos lá acabaria por aceitar mais uma carrada de sacrifícios. "Que remédio, mas aceitemos, pois, já que tem que ser…", concluiriam.
Bastaria que, tomadas as medidas certas relativamente à classe política, se deixasse algum tempo – duas, três, quatro semanas no máximo – para que o “povão” as assimilasse, intuindo, enfim, que, “para que actuem deste modo lá entre eles é porque a coisa está mesmo feia e há que fazer sacrifícios a sério”. E, passado esse tempo de amadurecimento, teclando no assunto para melhor o fazer chegar a todos, cimentando-o mesmo, então, sim, implementar as outras, as que atingem toda a gente.
A política é, também, uma arte. Poderá ser a do fingimento. E certamente que o é, sim. Mas tem que o ser, até para bem de quem é governado, mesmo que o não perceba.
É isso. Com decisões arrogantes e mal humoradas, sempre de má catadura, sem conta nem medida, sem timing apropriado e, acima de tudo, sem uma moralidade evidente, dificilmente se dobrará o cabo das Tormentas em que rodopiamos, rodopiamos, rodopiamos sem fim ao sabor da furiosa tempestade que nos oprime os corações e as mentes.
O pior de todos estes males é que, infelizmente, parece que nada se aprende com os erros anteriormente cometidos. O que não abona nada em favor da elasticidade intelecto-mental de quem... não aprende.
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445. Há que estar atento aos sinais
O mito dos brandos costumes – falácia desde sempre, é certo – sumiu-se na bruma e a malta começou a ver que isto com lumes brandos e marinadas não ia a lado nenhum que jeito tivesse e vá de endurecer as exigências e as “brincadeiras de mau gosto”.
Subitamente, “arrastões” e manifs surgiram como se vindos do nada, de geração espontânea. São muito preocupantes a violência física de uns e a extrema virulência, ainda verbal, de outras.
E mais preocupante, porque, embora de cariz diferente, todos estes eventos têm, no fundo, uma razão de existência comum.
E não venham para a praça pública pseudo-intelectuais de bolso querer apagar centenas de intervenientes num e fazer esquecer razões - que até podem ser irrazoáveis - de outras.
O assunto é sério, não se prestando, por isso, a divagações de treta.
Quem a este estado nos trouxe tem o indeclinável dever de, pelo menos, se manter atento aos sinais, e ir tomando medidas que evitem males maiores.
Se o não fizer, com toda a legitimidade se poderá dizer que terá cometido verdadeiro crime de lesa-comunidade. Por dispor dos meios que serenem os cidadãos e, por laxismo, idiotia, arrogância ou outros, se demite de deles fazer o uso adequado.
Há que estar atento aos sinais. E actuante.
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quarta-feira, junho 22, 2005
444. Algo me diz…
Quero com isto dizer que não cumpra um primeiro mandato de contenção e equilíbrio, ardiloso, portanto, e um segundo – porque o último – completamente sem máscara, em desestabilização assumida, privilegiando os apaniguados e não todos os portugueses.
Algo me diz que irei ter essa especialíssima consideração por um presidente assim.
Quando?
…