quinta-feira, junho 23, 2005

445. Há que estar atento aos sinais

Repentinamente, as coisas em Portugal começaram a dar demasiadamente para o torto.

O mito dos brandos costumes – falácia desde sempre, é certo – sumiu-se na bruma e a malta começou a ver que isto com lumes brandos e marinadas não ia a lado nenhum que jeito tivesse e vá de endurecer as exigências e as “brincadeiras de mau gosto”.

Subitamente, “arrastões” e manifs surgiram como se vindos do nada, de geração espontânea. São muito preocupantes a violência física de uns e a extrema virulência, ainda verbal, de outras.

E mais preocupante, porque, embora de cariz diferente, todos estes eventos têm, no fundo, uma razão de existência comum.


E não venham para a praça pública pseudo-intelectuais de bolso querer apagar centenas de intervenientes num e fazer esquecer razões - que até podem ser irrazoáveis - de outras.

O assunto é sério, não se prestando, por isso, a divagações de treta.

Quem a este estado nos trouxe tem o indeclinável dever de, pelo menos, se manter atento aos sinais, e ir tomando medidas que evitem males maiores.

Se o não fizer, com toda a legitimidade se poderá dizer que terá cometido verdadeiro crime de lesa-comunidade. Por dispor dos meios que serenem os cidadãos e, por laxismo, idiotia, arrogância ou outros, se demite de deles fazer o uso adequado.

Há que estar atento aos sinais. E actuante.
...

3 comentários:

Elise disse...

A situação é explosiva. Mas ainda ontem num fórum de discussão, disseram-me para focar a minha atenção no que é importante em Portugal: a sinistralidade rodoviária.

Enfim...

Ruvasa disse...

Viva, Elise!

Ok. Presumo que se trate de cidadão anónimo que fez tal observação.

Daí não vem grande mal ao mundo.

Começa a vir, isso sim, quando semelhantes prioridades assaltam as mentes dos governantes.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Nem eu disse tal, relativamente à manifestação.

Aliás, não estava a referir-me à manifestação a que - presumo - alude, ou seja, à da Frente Nacional.

Referia-me, isso sim, às manifestações de desagrado de vários interesses, maioritariamente profissionais, como sejam polícias, etc.

A manifestação nacionalista e a contra-manifestação, a que não assisti, estarão inseridas em departamento de que não tratei.