As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
segunda-feira, junho 13, 2005
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6 comentários:
Olá Ruvasa,
Só um poeta para reconhecer a verdadeira beleza do trabalho de um outro poeta.
Parabéns pela escolha.
Abraço.
Abelhunça
Viva, Abelhunça!
Obrigado pelo elogio. Não merecido, aliás.
Mas que gostei, lá isso gostei.
Abraço grande
Ruben
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
[Eugénio de Andrade in Urgentemente]
A minha melhor homenagem é "cantar" os seus poemas, nesta língua que é a nossa Pátria.
Morreu um dos Poetas vivos, que eu mais gostava.
Mas fica VIVA a sua memória, no legado da sua palavra, bem Portuguesa.
Um abraço solidário.
Senti muito a morte de Eugénio de Andrade, poeta que me habituei a ver passear, pelas ruas da Foz do Douro, sempre com o seu eterno cachecol inglês. Em sua homenagem aqui deixo, usando as suas próprias palavras, o que me vai na alma:
"Não voltará o que dele me ficou"
"Mas deve haver um caminho,
para regressar da morte"
Viva, Zé!
Compreende-se que sinta.
Basta atentar o "pétit nom" que escolheu para intervir nos blogs.
Abraço amigo
Ruben
Sempre atento amigo Ruvasa...
Ao apoderar-me de algo que ele não quiz julguei ficar com um pouco dele. Apenas consegui a admiração....
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