segunda-feira, setembro 20, 2004

108. A dignidade de uns e a indignidade de outros

"O atleta português Carlos Ferreira conquistou ontem a medalha de prata na prova de 10 000 metros dos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, ganha pelo queniano Henry Wanoyke. Na categoria T11 (cegos totais), Carlos Ferreira e o seu guia, Paulo Ramos, terminaram com o tempo de 33.17,30 minutos, enquanto o atleta queniano concluiu a prova com o tempo de 31.37,27. (…)
Na mesma final de Carlos Ferreira, correu também Ricardo Vale, que se classificou em 6.º lugar.
Na natação, Susana Barroso alcançou o 4.º lugar na final dos 100 metros livres S3, onde Perpétua Vaza chegou ao 7.º lugar.
Em destaque também Leila Marques, que ainda conseguiu bater o recorde nacional nas eliminatórias dos 100 metros mariposa S9, mas que acabou por ficar no 7.º lugar na final.
Maria João Morgado alcançou o penúltimo lugar nas eliminatórias dos 100 metros livres S5.
No atletismo, José Alves qualificou-se para a final dos 200 metros T13. (…)"
DNotícias

Uma vez mais se constata que as nossas TVs, principalmente a do Estado, não merecem a mais pequena das considerações de qualquer pessoa decente.

Massacraram-nos com horas e horas de transmissão de provas nos Jogos Olímpicos, grande parte das quais sem o mínimo interesse e em que até os atletas portugueses obtiveram performances bem pouco condizentes com arrogâncias a que fomos assistindo.

Os atletas paralímpicos começaram a sua odisseia e apresentam já resultados notáveis, extremamente prestigiosos para o país e… que fazem as TVs? Ignoram-nos. Pura e simplesmente, ignoram-nos.

Preferem passar programas de verdadeira indigência, como os de contadores de anedotas, velhas como Matusalém, e que antigamente - era ainda a escola risonha e franca - apenas nas tascas reles se contavam, por ser ali o seu habitat natural. Agora, não. São contadas em frente das câmaras, com gritos esparvoados, carantonhas de asilo de alienação e gestos que nem chegam a ser obscenos, por completamente desprovidos de tudo o que possa ser considerado socialmente aceitável. Perante plateias de alarvice. Isto para não falar em outras javardices que por essas pantallas se vão vendo...

Os Paralímpicos? Não interessam...

Miserável condição! A dos Paralímpicos? Evidentemente que não!

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