segunda-feira, setembro 27, 2004

128. Curioso, sem dúvida!

A poucas semanas das eleições americanas, John Edwards, o "segundo" - ou primeiro? - de Kerry, sentiu-se na obrigação de vir dizer ao eleitorado que, uma vez na Casa Branca, os Democratas não iriam dar tréguas ao terrorismo.

Curiosa uma tal afirmação, nesta altura. Muito curiosa mesmo, na verdade.

Quem é que teria posto tal intenção em crise? Ou o combate ao terrorismo já deixou de ser batata quente?

3 comentários:

Ricardo disse...

Infelizmente a candidatura Democrata está à deriva... e digo infelizmente porque, na minha opinião, a política externa dos EUA nestes ultimos tres anos foi desastrosa...

Ruvasa disse...

Viva!
Bem-vindo de volta.

Concordo contigo, quando dizes que a política dos USA tem sido desastrosa.

O problema é que, pelo andar da carruagem, com Kerry não ficaria melhor. A menos que John Edwards o amparasse. Muito!

Cada vez mais acho que o Clinton faz falta.

Agora, entre estes dois, venha o diabo e escolha. Não será o diabo, serão os eleitores americanos. Uma parcela deles.

Pelos vistos, já escolheram mais do mesmo. Mas a responsabilidade parece-me ser inteirinha da inépcia de John Kerry e respectivo staff.

Ruvasa disse...

Quanto ao resto do que dizes, já trocámos mensagens muitas vezes e parece-me não andarmos longe um do outro.

No que se refere ao facto de a economia da Europa não estar a levantar-se ao mesmo ritmo da dos USA, isso é problema velho e que só terá solução, quando na Europa acabarem os egoísmos.

É que nos USA, país único, embora de enorme diversidade, quando toca a unir, todos puxam para o mesmo lado, haja o que houver; a Europa, por seu turno, é uma associação de países ainda não libertos dos seus egoísmos nacionais, das suas desconfianças recíprocas, como que uma casa de família onde as boas intenções são apresentadas aos primos na sala de visitas, deixando-se, no entanto, escondido na despensa traseira, muito do que para cada um realmente conta e não convém desvendar. É um permanente jogo do gato e do rato.

E está em permanente desenvolvimento a surda luta da conquista do real poder. Não estás a ver a Alemanha, a França ou a Inglaterra cederem um milímetro que seja a favor de cada uma das outras ou do conjunto, pois não?

Sempre assim foi e assim sempre há-de continuar. Não há volta que se lhe dê.

Daí que qualquer avanço leve muito mais tempo e consumar-se, com maior dispêndio de energias e gastos do que num país em que o poder decisório final está bem definido, sendo um só, sem lugar para dúvidas ou contestações, mesmo que surdas.