Há na sociedade portuguesa, pelo menos na faixa populacional que aproveita as oportunidades que se lhe deparam para em público expor ideias, uma nítida confusão, no que se refere ao tema terrorismo, sua significação e até causas e efeitos. SEGUE...
sexta-feira, setembro 10, 2004
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3 comentários:
Caro Ruvasa,
Eu, infelizmente, também tenho dificuldade em distinguir, nalguns casos, guerrilha de terrorismo. Quanto à Al-Qaeda não parece haver discussão possível, é terrorismo mesmo! Do pior imaginável, sem qualquer sentido! as o terrorismo é uma táctica, não se fazem guerras contra tácticas mas sim contra os grupos que as utilizam.
Agora o que é a ETA e o IRA? Terroristas, guerrilheiros? Têm um objectivo que se encerra após alcançado (guerrilheiros) mas atacam alvos civis (terrorismo). E a resistência Timorense o que era? E se Portugal fosse ocupado que íamos fazer?
É um assunto complexo, mas há uma certeza: temos de combatê-lo de várias formas. Não só pela força, como pelo combate ao medo e à ignorância, como numa ajuda internacional aos povos mais oprimidos.
Pois é aí que bate o ponto, Ricardo.
A ETA e o IRA têm objectivos precisos e declarados, que não passam pela extinção total dos oponentes. A Resistência Timorense, a mesma coisa e com razão acrescida na luta que travou. Os movimentos independentistas da ex-colónias, de igual modo.
A ETA, o IRA e os outros não fazem de vítimas inocentes alvos preferenciais. As vítimas inocentes são apanhadas acidentalmente no meio. Os chamados "collateral damages".
Alcançados os objectivos prosseguidos, nos casos em que tal aconteceu já, terminaram as actividades e outro capítulo se abriu. Nos que ainda prosseguem, parece restarem poucas dúvidas de que assim sucederá igualmente.
E quanto à Al Qaeda? O que é que reivindica de concreto? Que domínio e sobre que território? Que população ou parcela de população reclama representar? Nada de nada. Um zero redondinho é a resposta que obténs a estas tão simples e tão fundamentais questões.
Pretende, apenas e tão somente, a extinção de uma forma de civilização, para que prevaleçam apenas os seus próprios valores. É o ódio pelo ódio, a intolerância pela intolerância. O fanatismo levado ao extremo dos extremos.
E a extinção que procura passa inevitavelmente pela liquidação física de quem está no caminho dos seus desígnios.
Na verdade, temos que combatê-la a a outros de matriz similar, por todos os meios. Só que a luta não está, tanto quanto parece, a revestir as formas mais adequadas e eficazes.
É toda uma civilização posta em causa, em risco iminente. Por acaso, precisamente a nossa. Ignorar isto e deixá-los à rédea solta, seria o regresso à barbárie mais dura, de que eles ainda não saíram nem tão cedo sairão, como se prova a cada dia que passa.
Mais se poderia dizer. Talvez seja melhor ficar por aqui, de momento, uma vez que teria que entrar por caminhos mais melindrosos, que envolvem já aspectos de proselitismo religioso e, mais, de fundamentação e de doutrina de religiões.
Não podia estar mais de acordo. Assino por baixo.
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