domingo, outubro 30, 2005
595. A última ridicularia…
Vejamos:
Dizem eles que o TGV vai para a frente, aconteça o que acontecer, custe o que custar.
Mais:
Que as opções estão tomadas e serão a ligação Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto.
Deixemos a ligação Lisboa-Madrid em paz. Nuestros hermanos se encarregarão de os trazerem às realidades e de os meterem na ordem...
Vejamos a ligação Lisboa-Porto:
O TGV ou o CAV são combóios para circularem a 300 ou mesmo 350 km/h.
A distância entre Lisboa e Porto é de 317 km. Assim sendo, levando em conta que o comboio teria aquela velocidade e descontando o tempo de aceleração até aos 350km/h a partir de Lisboa e a desaceleração até velocidade compatível com a chegada ao Porto, o combóio gastaria cerca de 1 hora e 15/20 minutos, talvez mesmo mais, 1 hora e meia. Boa média.
Porém… (há sempre um sacaninha de um porém…)
Foi dado a conhecer que o trajecto Lisboa-Porto teria as seguintes paragens de percurso:
Ota – a 70 kms de Lisboa
Leiria – a 72 Kms da Ota e a 142 de Lisboa
Coimbra – a 60 Km de Leiria e a 202 de Lisboa
Aveiro – a 64 Km de Coimbra e a 266 de Lisboa
Porto – a 51 Km de Aveiro e a 317 de Lisboa
Perante este quadro, permitam-me que faça apenas quatro observações e uma pergunta:
Observações:
1. Saído de Lisboa, o TGV, a 300 Km/h, mal comece a acelerar estará a travar a fundo, para não falhar a Ota, a 70km; depois repete-se a dose no trajecto Ota-Leiria, cujo trajecto é de 72km; também no Leiria-Coimbra, 60km; e no Coimbra-Aveiro, 64km; e, finalmente, no Aveiro-Porto, 51km.
2. Assim, um trajecto que antes se viu que levaria cerca de hora e meia, nestas condições nunca consumiria menos de 2 horas e meia, bem folgadas. Como actualmente o percurso se faz em 3 horas e, com um combóio que atinja 180 km/h, se fará em menos de 2 horas, para que vai servir o TGV?
3. Será que “eles” aspiram a ter um TGV, um combóio de apeadeiros ou uma imensa gargalhada a ouvir-se para lá dos Urais?
4. Com tantas acelerações bruscas e travagens ainda mais, aquilo é que vai ser um gasto em embraiagens e pastilhas de travões? Será que vamos ter dinheiro para tantas peças?
Pergunta:
Estes senhores andam a gozar connosco ou são tão destituídos quanto parecem?
…
quinta-feira, outubro 27, 2005
594. Relembrando, "à cause des mouches..."
euvotonulo1.jpg (c) Ruvasa Click na imagem, para ampliar
Por aqui não haverá apoio a qualquer das candidaturas à Presidência da República.
Muito pelo contrário e em coerência digna de registo (num país em que tal anacronismo é mesmo anacronismo...) militantemente desapoio qualquer dos candidatos e apoio, isso sim, o VOTO NULO.
Na verdade, nenhum dos candidatos consegue inspirar a mais ínfima das confianças.
Muito pelo contrário, todos inspiram a maior, a mais desconsolada das desconfianças. Uns, pelo que deles já sabemos, de outros carnavais; outros, pelo que observamos do andar das respectivas carruagens.
Finalmente, se outra razâo não houvesse - e há... - por que motivo iria apoiar um candidato, seja ele qual for, se nenhum deles alguma vez me "apoiou", nos "apoiou"?
A que título vêm, nestas circunstâncias, solicitar uma coisa que não devemos dar-lhes, porque nada fizeram para merecê-la, muito pelo contrário...?
Querem apoio? Então, dêem o exemplo. Dêem-nos primeiro o seu apoio. Depois, então, terão toda a legitimidade para nos pedirem tal sacrifício. Sacrifício que, da nossa parte, envolve mesmo muito masoquismo.
Todos sabemos o que valem, ou seja, zero. Um zero absoluto, redondo, sem ponta por que se pegue. Porquê, então, apoiá-los na conquista de um lugar em que podem tramar-nos a vida mais do que o que já tramaram ao longo destas três décadas?
Apoiá-los não será manifestarmos pouco respeito por nós próprios? É que há um limite para tudo. E estes políticos que temos e que agora andam à caça do nosso descuidado apoio, do nosso incompreensível voto, já ultrapassaram todos os limites.... do razoável e do irrazoável. BASTA, senhores! Vão chagar outros. A mim, não me chagam mais.
Se mais não posso fazer, pelo menos que amanhã esteja em condições de dizer alto e bom som:
- Fiz o que era lícito exigir-se-me: combati-os o mais que pude, pois que bem sabia que deles nada de bom viria para o País.
Sou gato escaldado. Como tal, da água fria tenho medo. Presumo-me não completamente destituído de capacidade de raciocinar por mim e de, em consequência, me indignar. Portanto, raciocino. E indigno-me. E revolto-me. Enquanto é tempo. Enquanto posso. Sei lá até quando poderei?... Pelo rumo que as coisas levam...
É isso! Para mim, chega de gozo. Estes senhores não vão desfrutar-me uma vez mais. Recuso-me a permitir tal. Se eu não me respeitar, quem o fará por mim? Revolto-me. E, como decorrência inevitável, dar-lhes-ei aquilo que eles merecem, aquilo a que fizeram jus:
Um VOTO NULO chapado em pleno facies! Com uma quadra poética a condizer. Gostava de poder votar uma vez por cada candidato, para dedicar uma quadra a preceito a cada um. Como tal não é possível, fá-lo-ei em quadra conjunta.
É o que de mim terão. Nada mais!... E será já gastar demasiada cera!...
* * *
Passarei, com regularidade, a publicar aqui algumas quadras que qualquer leitor, sintonizado com esta posição, poderá aproveitar para "chapar" - digo bem, "chapar", de "chapada" - no boletim de voto.
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quarta-feira, outubro 26, 2005
592. Dá-me a tua...
591. Mausoléu de Mahatma Ghandi
590. Ele, outra vez...
terça-feira, outubro 25, 2005
587. A esplanada
585. Cidade Patan
584. Alberto Costa strikes again
Já tive oportunidade de, em outras circunstâncias, descascar algumas afirmações suas totalmente autistas em relação ao contexto e bem reveladoras de que algo não está a funcionar em termos normais lá para os lados do Terreiro do Paço.
Agora, por ocasião da greve dos tribunais, com aspectos inéditos e de verdadeira caricatura, voltou à estaca e… estacou-nos a todos!...
Disse Sua Excelência algo que, em substância, se resume:
- A anunciada greve dos tribunais apenas serve para descredibilizar a Justiça em Portugal.
Ó sôr ministro, fá favô de repetir?!...
Então a greve é que vem descredibilizar a Justiça ?!?!?!
O que é que lhe deu para proferir coisas tais ?!?!?!
Por onde tem andado, caro ministro?
Que lhe deu para proferir “istos” ?!?!?!
Que maleita o atacou e o deixou tal assim ?!?!?!
Então a descredibilização da Justiça não tem vindo a ser levada a cabo ao longo de décadas, com a tomada de medidas abstrusas (para ser moderado na linguagem) e a não tomada das minimamente decentes, coerentes, inteligentes, que toda a gente sabe quais são (até o senhor, caro ministro!...) mas ninguém quer tomar por que não interessam a quem tem os poderes (económicos e outros…)?
A actual greve nos tribunais talvez seja (espera-se que seja!) a pedrada que já deveria ter sido atirada para o charco das águas pútridas em que tudo em redor dos tribunais e nos tribunais apodrece aos poucos.
A actual greve nos tribunais talvez venha (espera-se que venha!) a evitar que mais atropelos à Justiça se cometam neste país que alguns querem de opereta.
O senhor bem o sabe, ministro!
Então, porquê essa sua actuação de performer canhestro?
Cui prodest? Nem a si, ministro, nem a si! Ainda não atentou nisso?
Ora, deixe lá esse seu ar blasé despropositado e as declarações sem sentido, vazias de conteúdo e extemporâneas e arme-se da coragem necessária para, ao menos, dizer o óbvio. E o óbvio é precisamente o contrário do que o senhor tem vindo a dizer de há muitos meses para cá.
Vá lá, caro ministro Alberto Costa! Diga alto e bom som, para que todos os portugueses o ouçam, quais os verdadeiros males de que enferma a Justiça em Portugal.
O senhor tem a obrigação de os saber. Todos!!! E, sabendo-os, tem a obrigação de os desvendar perante os seus concidadãos, que de si esperam acções adequadas e consequentes, não gongorismos fúteis e enganadores.
Tenha, quando menos, essa coragem! Nem se lhe pede mais, imagine!
…
583. Cremação
583. Olá, bom dia !
segunda-feira, outubro 24, 2005
582. Kathmandu. Durbar Square
578. Desfile de moda e graciosidade em Lhasa
577. Aos pés do Palácio Potala
576. Un recuerdo, señor?
domingo, outubro 23, 2005
575. No meio do deserto, subitamente...
574. Os caramunheiros sem vergonha
- Então, as férias foram boas? Espero bem que sim, pois que, por cá, continua o carnaval!
E não é que o tal amigo tinha razão? Apenas se esqueceu de referir que a pouca vergonha também.
* * *
Acordei pouco antes da 8 da manhã.
Como de hábito, levantei-me, procedi às também habituais abluções e dirigi-me à cozinha onde preparo e tomo o pequeno almoço.
Liguei o televisor, para ver o que vai pelo mundo - gesto igualmente habitual e já automático - e ouvi o jornalista de serviço na SIC Notícias a proferir esta verdadeira pérola:
- ... esta constante especulação com a questão da gripe das aves pode levar a que milhares de portugueses venham a perder o emprego...
Siderei !!!
O que estava a ouvir, não estava a ouvir, certamente! Quem dizia o que eu estava a ouvir não era quem dizia o que eu não estava a ouvir, com toda a certeza!
A "sem vergonhice", como dizia Lima Duarte nas telenovelas brasileiras, chegou a este ponto, senhores!
Um representante dos autores do mal - a especulação idiota - a fazer o choro caramunhado da reprovação do mal que eles próprios - e eles apenas - fazem por dias e dias seguidos e sem fim!
Este país não tem remédio!
Vendamo-lo pela melhor oferta - por pior que seja - e entreguemo-nos aos cuidados de quem, pelo menos, tenha um pingo de vergonha nas fuças!
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sábado, outubro 22, 2005
573. Lhatse. Gentes...
572. Shigatse. Mosteiro de Tashilhunpo
571. O desértico planalto tibetano
569. Zanghmu, Tibete
Passada a fronteira Nepal-Tibete, na Friendship Bridge, aí está, encosta acima, a primeira povoação tibetana com um assombroso índice de poluição: Zanghmu.
(e que encosta! dos 1.350m até aos 4.1000 in a single day de saltos e buracos e cachoeiras e e chuva e sol e pó e sei lá que mais... para além das tonturas e falta de oxigenação...)
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