quinta-feira, outubro 27, 2005

594. Relembrando, "à cause des mouches..."


euvotonulo1.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa Click na imagem, para ampliar


Por aqui não haverá apoio a qualquer das candidaturas à Presidência da República.

Muito pelo contrário e em coerência digna de registo (num país em que tal anacronismo é mesmo anacronismo...) militantemente desapoio qualquer dos candidatos e apoio, isso sim, o VOTO NULO.


Na verdade, nenhum dos candidatos consegue inspirar a mais ínfima das confianças.

Muito pelo contrário, todos inspiram a maior, a mais desconsolada das desconfianças. Uns, pelo que deles já sabemos, de outros carnavais; outros, pelo que observamos do andar das respectivas carruagens.

Finalmente, se outra razâo não houvesse - e há... - por que motivo iria apoiar um candidato, seja ele qual for, se nenhum deles alguma vez me "apoiou", nos "apoiou"?

A que título vêm, nestas circunstâncias, solicitar uma coisa que não devemos dar-lhes, porque nada fizeram para merecê-la, muito pelo contrário...?

Querem apoio? Então, dêem o exemplo. Dêem-nos primeiro o seu apoio. Depois, então, terão toda a legitimidade para nos pedirem tal sacrifício. Sacrifício que, da nossa parte, envolve mesmo muito masoquismo.

Todos sabemos o que valem, ou seja, zero. Um zero absoluto, redondo, sem ponta por que se pegue. Porquê, então, apoiá-los na conquista de um lugar em que podem tramar-nos a vida mais do que o que já tramaram ao longo destas três décadas?

Apoiá-los não será manifestarmos pouco respeito por nós próprios? É que há um limite para tudo. E estes políticos que temos e que agora andam à caça do nosso descuidado apoio, do nosso incompreensível voto, já ultrapassaram todos os limites.... do razoável e do irrazoável. BASTA, senhores! Vão chagar outros. A mim, não me chagam mais.

Se mais não posso fazer, pelo menos que amanhã esteja em condições de dizer alto e bom som:

- Fiz o que era lícito exigir-se-me: combati-os o mais que pude, pois que bem sabia que deles nada de bom viria para o País.

Sou gato escaldado. Como tal, da água fria tenho medo. Presumo-me não completamente destituído de capacidade de raciocinar por mim e de, em consequência, me indignar. Portanto, raciocino. E indigno-me. E revolto-me. Enquanto é tempo. Enquanto posso. Sei lá até quando poderei?... Pelo rumo que as coisas levam...

É isso! Para mim, chega de gozo. Estes senhores não vão desfrutar-me uma vez mais. Recuso-me a permitir tal. Se eu não me respeitar, quem o fará por mim? Revolto-me. E, como decorrência inevitável, dar-lhes-ei aquilo que eles merecem, aquilo a que fizeram jus:

Um VOTO NULO chapado em pleno facies! Com uma quadra poética a condizer. Gostava de poder votar uma vez por cada candidato, para dedicar uma quadra a preceito a cada um. Como tal não é possível, fá-lo-ei em quadra conjunta.

É o que de mim terão. Nada mais!... E será já gastar demasiada cera!...

* * *

Passarei, com regularidade, a publicar aqui algumas quadras que qualquer leitor, sintonizado com esta posição, poderá aproveitar para "chapar" - digo bem, "chapar", de "chapada" - no boletim de voto.
...

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