sábado, outubro 01, 2005

565. "Pela riqueza do mar" ! ! !

A cereja a encimar o chantilly que, por seu turno, coroa o bolo!...

Esta candidatura do cidadão Fernando Negrão teve, quando menos, o condão de baralhar por completo as contas e provocar falhanços estrondosos a quem analisava a questão. Por várias vezes. Humildemente há que confessá-lo, sem rebuço
.


Negrao 2005out01 pela riqueza do mar.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 2005 - Click na foto, para ampliar

Na verdade, errou-se quando, no post Autarquias em Setúbal – outdoors e outras coisas” , de 20 de Julho passado, foi afirmado que, pelos cartazes, parecia que o candidato almejava ao cargo de comandante da PSP local.

Novo erro quando, em 3 de Agosto seguinte, no post “Alguém anda a boicotar…” , foi dito que, afinal, parecia que o que pretendia era comandar a polícia municipal.

Uma vez mais erro se verificou, quando se alertou para a circunstância de os cartazes e as promessas/não promessas/mas afinal promessas/talvez não prometidas neles contidas apontavam para um concurso a governo do país.

E porquê tantos erros? Porque, no fim de contas, não havia mesmo qualquer hipótese de não se errar.

Pois quem é que iria lá adivinhar que o candidato estava, afinal, a tentar alcandorar-se à cadeira, não já de Pedro, o pescador, mas à do próprio Deus?!

Sim, leu bem, amigo. Do próprio Deus!

Porque só Deus é omnipresente e, mais do que isso, omnipotente. E, nessas condições, só Ele pode efectivamente velar por que o mar continue rico, nunca deixe de ser rico, volte a sê-lo, se tiver deixado de o ser. Apenas Deus, através de Seu Filho, foi capaz de multiplicar os pães e os peixes, para alimentar os famintos seguidores. Mas Deus fê-lo porque era – e é – omnipotente! E único!

Pelos vistos, até ao presente! Porque agora haverá um candidato a presidente de câmara municipal – não a primeiro ministro, não a biólogo-chefe marinho nem a algo semelhante – que promete/não promete/talvez prometa (o quid pro quod abundat et nocet), repovoar o mar da sua riqueza natural e mais evidente, os peixinhos, está bem de ver.

Apenas esta intenção se pode inferir do conteúdo do cartaz. Se o que ele significa não é isto, então, nada significa. Será, apenas e tão só, um alinhamento de palavras ocas, sem nexo de causalidade, sem qualquer propósito definido. Um absurdo completo, um zero absoluto. Nihil!

Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, que não seja aparência e equívoco.

Repito: alguém no staff anda a boicotar a campanha do candidato. Ou, então, alguém conta com a pouca inteligência do eleitor setubalense! Não se quer acreditar em tal.

* * *

Nem tudo, porém, é pouco avisado e sem conteúdo na campanha do candidato Negrão.

A campanha de cartazes (para lá do seu conteúdo, que já foi tratado ex abundante, muito embora muito mais houvesse para dizer) é um espavento. Coisa de maravilhar o gentio!

A enormidade do número de cartazes diferentes já afixados – em que o colgatiano candidato se mostra a sorrir-nos, prazenteiro – não tem paralelo nos concorrentes. Todos. E é de deixar absolutamente estupefacto qualquer observador! Tanto mais, quanto se sabe o custa de cada cartaz semelhante.

Fernando Negrão apareceu já em cerca de 15 cartazes de diferentes concepções e promessas/não promessas/talvez promessas. Enquanto isso, os concorrentes não conseguiram ir além de sensivelmente 1/3 desse número. Os mais afortunados, que os restantes nem isso.

Trata-se, pois, de uma candidatura com evidentes sinais de abundância, circunstância sempre de enaltecer, principalmente em tempo de vacas magras como o que atravessamos. Por outro lado, tem outras características que não serão de somenos:

• evidenciam que, efectivamente, não é candidatura do PSD (pelo que se justifica o apagamento deste…). É que o PSD setubalense nunca dispôs, não dispõe nem parece que alguma vez venha a dispor de tão ostensivos meios de fortuna. O partido, cá por estes lados, foi sempre muito remediado, a contar cada tostão e a recorrer aos militantes para pagar algumas contas, até mexerucas. Sim, pobrete, mas alegrete e… bem vivete!

• Demonstram que o dinheiro gasto (vão ter que ser prestadas contas, lá mais para o fim da festa) não o foi em jantaradas ou outras aventuras desgarradas e talvez mal pagas, mas sim e estrictamente no interesse da campanha, em cartazes pouco felizes, mas bem intencionados e ali à vista de todos.

Nota final:

Pena foi que o Partido Social Democrata de Setúbal não tivesse apresentado candidatura à presidência da Câmara Municipal. Crê-se que é a primeira vez que tal sucede e, embora se desculpando que não o tenha feito nesta oportunidade, para não atrapalhar a candidatura de Fernando Negrão, espera-se que seja a última vez que tal se verifica. É que os partidos constituem-se para fazer política e concorrer a cargos políticos. Aceita-se que, com eles, concorram cidadãos isolados. O que já é muito difícil de aceitar é que os partidos se demitam das suas responsablidades, em favor de meros cidadãos desenquadrados. Homens providência? Yo creo en ellos, si, pero que nos los hay, no los hay! Ai... ai...

Ámen!
...

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande Ruben,

confirmo: tenho todo o orgulho em te ter como amigo! e sabes? já nem me recordo porquê ou como te conheci...ehehehe...mas isso agora já não interessa p nada pois não?!

...ainda estou sem palavras..só consigo continuar a rir com estes teus 3posts dos cartazes...FABULÁSTICO !!!

...já disseste tudo. Mais palavras para quê??!

Beijinho Grande ;-)