quinta-feira, outubro 28, 2004
segunda-feira, outubro 25, 2004
142. "A política: essa grande porca"
A apresentação da obra será da responsabilidade do Dr. José Pinheiro da Silva, ex-Secretário Provincial de Educação de Angola e Professor Assistente da Universidade de Luanda.
Os exemplares do livro serão acompanhados de um folheto comentário-crítica da autoria do General Galvão de Melo, intitulado “Grito d’Alma”.
Na ocasião e a solicitação dos interessados, o autor autografará exemplares do volume.
“A política: essa grande porca”, evidencia de forma iniludível que o autor, actualmente com cerca de 89 anos de idade, nada perdeu da sua conhecida e extraordinária firmeza de carácter e combatividade e bem assim do profundo conhecimento das realidades económica e política do nosso País.
Na verdade, nas várias peças que compõem a obra que agora dá à estampa e que dela fazem um todo homogéneo, extremamente lúcido e certamente incómodo para algumas mentes e personalidades, cuja actuação não terá sido sempre a mais razoável - linear, direi mesmo -, João Costa Figueira analisa à lupa inúmeras vertentes de um período relativamente recente e muito decisivo da História comum dos portugueses, para o que teve o cuidado de se socorrer de argumentação muito dificilmente rebatível, porque alicerçada em factos, números e dados oficiais e em situações absolutamente indesmentíveis, não escamoteáveis.
Mas não se fica por aqui.
Efectivamente, à luz do que nos traz, é possível a muitos de nós revivermos e a outros tantos por primeira vez tomarem conhecimento de pessoas e respectivos actos, decisivamente determinantes da nossa vida colectiva das décadas mais recentes, com inevitáveis reflexos no futuro.
Como todas as obras do género, decerto que conterá pontos de vista passíveis de contradita. Daí, também, o grande mérito da publicação. Porque, como é sabido, só através do binómio argumentação-réplica é possível uma aproximação segura e não distorcida da verdade simples e escorreita das coisas.
Por todos estes motivos, mas igualmente porque se trata de documento histórico de valor incalculável, escrito por alguém cujo estádio de vida o põe a salvo de qualquer intenção que não a da procura da verdade pela verdade, através da exposição, frontal e sem tergiversações ou sofismas, dos pontos de vista defendidos, vivamente recomendo a sua leitura.
sexta-feira, outubro 15, 2004
141. Late afternoon thought... ( xli )
terça-feira, outubro 12, 2004
140. O comentador do "mardi gras"
Anote-se, por favor, sem falta:
- Fiquei com a impressão de que...!
Ora, aí está! Acaba de nascer mais um humorista. Este, de terça feira...
Não satisfeito, porém, com esta verdadeira masterpiece do impressionismo, capaz mesmo de, de uma assentada, esverdear de invídia Renoir, Manet e Degas, logo acrescentou que não seguira as pisadas do ex-futuro-guru, por duas razões que ali de imediato esparramou:
1. Marcelo não se teria conduzido à altura da situação, uma vez que se mostrara incapaz de fornecer explicações que se impunham e que constituíam seu dever;
2. Se ele, Miguel de Sousa Tavares, se fosse embora da TVI, o Governo deixaria de ali ser criticado. (Assim a modos de um Louis XIV de vigésima quinta hora: après moi, le déluge... Ataca muito certas mentes este sintoma!).
A partir destas premissas realiza-se que:
1. Miguel de Sousa Tavares está de cama e pucarinho (salvo seja!) com Mário Soares. Também ele, pelos vistos, se terá apercebido da cobardia de Marcelo de que Soares falou abertamente, sem disfarces, na SIC. (Os ataques e as pressões a que Marcelo se sujeitou já, ainda a procissão vai no adro!... E, surprise!, ataques e pressões que não vêm do Governo…)
2. Miguel Sousa Tavares, o “comentador” da terça feira, senta-se ali, junto de Moura Guedes, não para comentar ou fazer análise, mas sim, como publicamente reconheceu o próprio, para atacar o Governo.
Estamos, pois, a partir de agora, autorizados a considerar que o faz no âmbito de uma acção de autêntico proselitismo político e sem passar por qualquer escrutínio democrático. Abusivamente, como se constata, portanto. Aliás, como tantos comissários políticos disfarçados de jornalistas ou comentadores ou analistas ou lá o que se intitulam, que na Comunicação Social infiltrados abundam et nocent.
Não restam dúvidas. Miguel Sousa Tavares está na mesma. Só que mais velho… cronologicamente falando.
domingo, outubro 10, 2004
139. Se o ridículo matasse...
A crer nas doutas teorias extensamente expostas pelos "amigos" do actual governo, este inaugurou, com o não-caso Marcelo, uma muito peculiar forma de ressuscitação da abolida censura, pura e dura. Consiste ela em começar por meter a boca no trombone e atroar os quatro ventos com umas quantas coisas, mal alinhavadas ainda por cima, dando a ideia de que o governo está muito zangado com determinados comentários incómodos e, assim, se prepara para actuar em conformidade.
E em que consiste essa actuação em conformidade? Pois bem, no seguinte: após aquela publicitação urbi et orbe, nos bastidores, assolapadamente, pressionar pessoas, empresas e tutti quanti no sentido de que despeçam - com indemnização? sem ela? - vozes incómodas.
O estratego desta política de primeiríssima água será o ministro dos assuntos parlamentares, Rui Gomes da Silva, de sua graça.
Se me é permitido, peço a vocências que autorizem a que me ausente por uns instantes, a fim de ir lá dentro soltar uma sonora gargalhada. Um momento, pois, por favor. É só um instantinho.
( ... )
Acabado de regressar do desopilante momento, seja-me permitido realçar que as mentes congeminadoras daquelas excelentes teorias forneceram, só por isso, o mais valioso, único mesmo, alibi de que o governo dispõe para que não possa, em tribunal que se preze, ser condenado daquilo de que vem acusado.
Assim, em nome do povo, ego te absolvo, ineptus praetor!
Postas as coisas nestes termos, também eu, como há milénios atrás outros antes de mim fizeram, pergunto:
- Cui prodest?
E, vindo lá de longe, do alto da montanha mais remota da Old Albion, chega-nos, num fiozinho de voz, quase inaudível, um sussurro que eu sou levado a jurar a pés juntos ser de um velhinho, muito velhinho, e talvez por isso mesmo, muito sagaz, murmurando:
- Oh, my goodness! How much ridiculous they are!...
138. Señora de Guadalupe
137. Late afternoon thought... ( xl )
136. Os "blogueiros" do exame prévio...
Que gozo me dão tais leituras, creia-se!
Imagine-se que, de quem assim fala ex cathedra, afinal nem simples balls se descortinam que os encoragem a nos seus blogs conferirem a quem os lê a possibilidade de lá deixar comentários livres do execrando exame prévio, abolido há trinta anos em Portugal, mas não de todas as capelinhas, tanto quanto é dado constatar!
Não. Parecem intelectualmente inábeis o quanto baste para que se apercebam de que a triagem a que intendentemente se entregam os menoriza e lhes retira a generalidade dos argumentos que diariamente esgrimem por tudo quanto é palanque de feira ou similar. Porque não joga a bota com a perdigota. É assim como que o Tomás pregador em pegado conflito permanente com o Tomás feitor.
Escrevem e falam, falam e escrevem, peroram afinal, do que não sabem por não conhecerem nem cumprirem de conhecer.
Como diria a fadista, tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto…
Está visto!
Há dias em que, observando coisas destas, me surpreendo; dias há em que, observando destas coisas, me envergonho… Muito.
sexta-feira, outubro 08, 2004
135. O balão esvaziou...
Faltou-lhe o ar.
Asfixiou quem o ofereceu para que a festa se fizesse e quem o recebeu para que a festa fizesse.
A festa que se preparava, acabou antes mesmo de começar.
O balão? Esse está inglória e definitivamente murcho. Mole. Impotente. Sem préstimo.
R.I.P.
134. A dignidade de quem é digno
É com profunda ansiedade que o País inteiro aguarda os respectivos pronunciamentos, sendo certo que tão distintos políticos da nossa praça não deixarão de mostrar-se à altura da situação, como é de seu hábito, aliás.
Aguardemos, pois. Com angústia, mas também com serenidade. Sim, aguardemos. Sentados, de preferência.
133. A outra caravana
É ela a de ter metido na estrada uma outra caravana: a dos ressabiamentos vários e dos engulhos diversos, que logo no caso lobrigaram uma excelente, talvez última, oportunidade para, engrossando-a a níveis de obesidade obscena, mórbida até, tentarem, em esforço hercúleo, obrigar Jorge Sampaio a corrigir o seu tremendo erro e a lavar a honra pela horrível ofensa cometida ao ter nomeado Santana Lopes como primeiro ministro.
E, agora, aí os vemos, mesmo os mais insuspeitáveis, em desafinado coro, tudo descobrindo, tudo fazendo, tudo dizendo, ainda que torcendo a realidade, mentindo até, para que o PR lhes faça o jeito, ou seja, dissolva a Assembleia enquanto pode e convoque eleições.
Tudo pelo pavor de que Santana Lopes possa chegar às legislativas de 2006 e lhes cause desgostos maiores. Chega a ser patológico um tal temor! Até porque o homem não é assim tão poderoso.
Neste coro entram também alguns dos tais idiotas úteis que, na ânsia sufocante de a todos os quadrantes agradarem, ao jeito de Guterres anos atrás, a todos acabam por irritar, com isso vindo a ser os principais, se não únicos, lesados.
Que proveito lhes faça!
Ruvasa
2004Out08
132. Marcelo Rebelo de Sousa e a estratégia...
A cada semana que passava, a cada comentário expendido, mais se tornava evidente que um desfecho como o que se verificou aconteceria a qualquer momento. Porque tudo obedecia a uma estratégia pensada e delineada por Marcelo Rebelo de Sousa naquelas longas vigílias nocturnas, que ele próprio faz gala em publicitar, e posta em execução com maestria e habilidade cirúrgica, diga-se em abono da verdade, no púlpito que lhe foi oferecido quando o estrado político lhe faltou sob os pés. SEGUE
quarta-feira, outubro 06, 2004
131. Nocturno - "Voo cego a Nada"
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos a valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
Dum par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.
segunda-feira, outubro 04, 2004
130. E é possível governar "isto"?
Barafustaram tutti quanti, com Carvalho da Silva, da CGTP, a encabeçar a festa. Chegaram mesmo ao ponto de gritar - mas com delicadeza, claro! - que o então PM era inimigo dos trabalhadores e um autoritário impossível de aturar.
Estávamos nisto quando, hoje, não é que fui topar com o mesmo Carvalho da Silva, com a mesma cara, só que uma década mais enrugada, da mesma CGTP, ela também mais enrugada, nas TVs, todas, honra lhes seja!, a invectivar o actual governo, por ter concedido tolerância de ponto para o dia de hoje, com isso prejudicando o País em milhões de euros?
E é possível governar "isto"?...
E é possível fazer oposição limpa e escorreita, capaz de se postar em frente do espelho, sem vergonhitas?