sábado, agosto 06, 2005

530. O país das óperas buffas

O território nacional é, de alto a baixo, devorado pelo monstro das chamas e diariamente assiste-se à horrível aflição de populações inteiras, que ficam sem bens, até sem abrigo, e ouvimos e vemos também referir que os meios aéreos não aparecem, nem quando insistentemente reclamados, para o combate ao fogo (ontem foi dia particularmente elucidativo neste aspecto e cabe perguntar ao ministro da administração interna de que serve haver mais meios do que nunca, se eles ficam parados, sem tugir nem bulir…). SEGUE.
...

16 comentários:

Anónimo disse...

Pontaria. Eu a falar do País a arder (no seu texto anterior) e o Rúben salta-lhes em cima... à Leão ou será?
AH! Leão ou ainda? Há Leão!

UGA

Ruvasa disse...

Caro Amigo Ruben

Belo texto que o meu amigo colocou ao Primeiro Ministro e ao País.

Até onde vai a sem vergonha de quem diz que nos (des)governa e que ao País e ao povo que o habita não liga nenhuma e o deixa entregue a uma série de meninos que não se entendem nas brincadeiras que lhes entregaram, pois ninguém tem poder para os chamar à responsabilidade e até o Senhor Presidente da República anda comprometido e calado que nem um rato.

Que desgraça de País onde aqueles que deveriam sentir-se responsáveis e actuar de acordo com o juramento de posse, abandonam à sua pouca sorte este bom povo de Portugal.

AAlves

Anónimo disse...

Eu tambem, «Se for preciso, pago o raio da chamada!!!» ....post fabulástico amigo Ruben!!

e o nosso primeiro em Vacances...andam a brincar com a vida de tantas pessoas...vergonha só possível de observar no nosso pequeno rectângulo!

Beijinho

Anónimo disse...

Carissimo

e o "nosso" 1º. tão cansado com 4
meses de "trabalho", foi de férias
ou pisgou-se?!?
Diz o ministro da (des)administração interna que tudo está controlado!!!
Como seria se tudo estivesse descontrolado???
O nosso País,o meu País,está em chamas.
O que resta está a saque!!!
Diz-se que cada povo tem os dirigentes que merece.
Será que merecemos tudo isto?
um abraço

Carlos

Ruvasa disse...

Viva, Carlos!

Quer que lhe responda com sinceridade?

Merecemos, sim!

E merecemos, porque somos feitos de gelatina e aguentamos tudo, dobramo-nos a tudo, moldamo-nos ao sabor da vontade do primeiro aventureiro que aparece.

Somos incapazes de tomar uma atitude colectiva de desagrado, para mostrar aos senhores (a todos eles... sem excepção) que estamos fartos de galegadas.

Onde é que o Carlos já viu que tivesse aparecido alguém que tenha conseguido levar as pessoas a mobilizarem-se? Por mais esforços que se façam, tem sido impossível.

Vou dar-lhe um exemplo muito concreto:

Como sabe, eu e mais umas quantas pessoas tomámos a iniciativa de criar um movimentio cívico, o Cidadania em Acção.

Pretende o movimento confrontar os políticos e outros detentores de cargos públicos, com as suas próprias responsabilidades, a vários níveis.

Propomo-nos confrontar qualquer personalidade com qualquer tipo de comportamento menos correcto, ao nível público, levando essa personalidade a justificar-se ou, então, a negar o que se diga por aí à boca pequena, sobre comportamentos - apenas ao nível da actividade pública - menos lícitos, como, por exemplo, fumos de corrupção, gastos exorbitantes de dinheiros públicos, etc.

Pretende-se, com isto, acabar com a impunidade de que por aí se vem gozando, porque niguém presta contas a ninguém, precisamente porque a ninguém são pedidas contas. Ora, nós propomo-nos pedir contas a essas personalidades, cara a cara, frontalmente, tantas vezes quantas forem precisas, para que tais pessoas se convençam de que não gozam de qualquer estatuto de impunidade.

( continua )

Ruvasa disse...

( continuação )

Fizemos já, como certamente sabe, vários questionamentos, tendo começado pelo governador do Banco de portugal, a quem colocámos duirectamente, na cara, a questão da compra injustificada de 60 viaturas para o Banco, incluindo ele próprio e o seu motorista oficial, precisamente na altura em que o Governo e o próprio Dr. Constâncio passavam o tempo a dizer que era opreciso apertar o cinto.

Claro que o senhor não respondeu. Porque se julga acima de qualquer julgamento. Publicámos a carta que lhe enviámos e a não resposta dele. Ninguém, a partir desse mkomento, pode dizer que não houve ninguém que o confrontasse com aquilo que pareceu um gasto supérfluo e que deveria ter sido evitado, na fase em que estamos.

É evidfente qie o referido sen hor não respondeu, como já disse. É mesmo natural que, numa outra questão que se venha a colocar, volte a não se dignar "passar cartão". Até que lá virá o dia em que será obrigado a reconhecer que tem mesmo que responder, isto é prestar contas.

Para tal, contudo, é necessário que todos nós interiorizemos que é necessário questionarmos as pessoas. Frontalmente, racionalmente, com urbanidade, tantas vezes quantas as necessárias para que se convençam de que, em democracia, ninguém está acima de crítica e de ser confrontado com comportamentos inadequados e lesivos dos interesses gerais. Que n ibguém está dispensado de publicamente prestar contas.

Mas temos mesmo que nos convencermos a nós próprios de que as mentalidades demoram amudar, mas acabam por mudar. É preciso é que não desistamos.

Nós, Cidadania em Acção, não vamos desistir.

Ao todo, já questionámos 17 pessoasw. Dessas 17 pessoas, apenas 2 sentiram a necessidade de responder. Certamente por entenderem a democracia como forma de humildade perante os concidadãos.

Ora, não vamos desistir. Vai ver que, daqui por uns tempos, de 17 já responderão 5 ou 6 e por aí fora, até que um salutar hábito democrático se instale e as pessoas se convençam, umas de que podem e devem questionar os detentores de cargos públicos e políticos e outras, de que têm o dever de responder, quando questionadas, porque, se questionadas +publicamente, n~ºao o estão a ser pelo senhor A, B ou C, n~ºao o estão a ser pelo Ruben ou pelo carlos, masd pelos cidadãos portugueses de um modo geral. E que a resposta que darão, não a estarão a dar ao Ruben ou ao Carlos, mas sim aos cidadãos portugueses, que têm todo o direito de saber o que se passa, e como se gerem os recursos públicos. Por isso e para isso vivemos em democracia. Que não queremos que seja apenas formal.

Esta é uma luta difícil, mas que tem que ser travada. Sê-lo-á, sem dúvida. Custe o que custar.

( continua )

Ruvasa disse...

( continuação - parte final )

Ora, como ia dizendo, essa actividade do movimento cívico Cidadania em Acção, para além do trabalho de algumas pessoas, necessita igualmente da colaboração de muiras mais.

Assim, pedimos essa colaboração. E em que consiste ela?

Apenas em que nos sejam indicados casos an´+omalos de gastos indevidos de recurso públicos ou comprotamentos menos correctos de agentes públicos, com referência dos nomes dos intervenientes, localização, entidades envolvidas e indicação das normas violadas ou dos comportamentos incorrectos.

Chegámos mesmo ao ponto de dizer que a identidade da pessoa que nos faça chegar ao conhecimento situações anómalas dessas, será por nós salvaguardada.

Pois bem, meu Amigo.

Até hoje ninguém se dispôs a apontar um único facto, uma única situação anómala. Como se cá pelo País tudo corresse normalmente e no melhor dos mundos.

Está a ver onde eu quero chegar? De quem é a culpa de tudo isto estar como está? Nossa, apenas nossa!

Temos um temor reverencial a quem está no poder que só se compreende em regimes ditatoriais. O sr dr. é que estudou e, portanto, ele é que tem os livros, logo..., o senhor ministro está no governo, portanto só ele é que sabe e, então do senhor primeiro ministro nem é bom falar.

O sr dr., o senhor ministro, o senhor primeiro ministro, sejam, lá quem forem, podem ser uns refinadíssimos idiotas e burros chapados. Como, porém, "lá" estão, só eles é que sabem, pensamos nós, que muito gostamos que nos façam a papa toda.

Dizia-se que, no anterior regime nada se fazia porque o povo pensava que que "lá está é que sabe" e "a minha política é o trabalho" que, de outras coisas não sei, pois que o "tiosinho" que está em S. Bento é que sabe como é.

Mas isso era no Estado Novo. Porquê, então, agora, se faz o mesmo?

Barafusta-se muito à mesa do café, nos autocarros, na praia, em todo o lado. Quando se chega à hora da verdade, em que é preciso fazer alguma coisa e em que nem se correm riscos, porque há outros, como nós, que estão dispostos a corrê-los, toda a minha gente se encolhe...

Então?
Merecemos ou não merecemos Carlos?

abraço

Ruben

Agnelo Figueiredo disse...

Enquanto tivermos a classe dos "jornalistas" embevecida com a "superioridade moral" da esquerda, não sairemos deste atoleiro.
Imginem se o país ardesse e o OM dormisse uma sesta... quanto mais um safari...
Ah! Mas vamos ter um presidente que instituirá a "sesta". Já instituiu o "direito à indignação"...

Ai...ai...

Agnelo Figueiredo disse...

PM, claro, e não "OM"

Ruvasa disse...

Viva, Azurara!

Claro!

Se uma quantidade razoável de jornalistas iliteratos e imbecis e outra de politiquelhos de pacotilha tivessem crédito, Portugal não passaria de um país de basbaques ignorantes.

Felizmente que ainda não é de todo assim...

abraço

Ruben

Ricardo disse...

Caro Ruvasa,

Muitas vezes discordamos e na maior parte das vezes por termos ideologias diferentes (o que daria um tema interessante porque muitas vezes somos infectados pelo vírus partidário quando os partidos se distinguem por razões não ideológicas) mas desta vez concordo com o teu espanto ou desapontamento ou revolta.

Não porque ache que a presença do Primeiro Ministro fosse alterar o rumo dos incêndios mas porque concordo que a sua presença era indispensável para a aceitação, por parte dos portugueses, que se vive uma situação que não se pode transformar em banal ou rotineira. A sua presença e um tom de calamidade era indispensável para alterar esta situação que não pode passar a estrutural.

E já agora aproveito para acrescentar que não sei se o problema são os meios mas sim uma visão global do problema. A grande questão é porque arde Portugal com tanta intensidade ano após ano e noutros países a questão nunca é tão grave. Será por motivos de ordenamento da floresta e espécies plantadas? Então que se resolva estruturalmente esta situação. Será por motivos económicos? Então que se acabe com as vantagens económicas dos incêndios nem que o justo pague pelo pecador. Será por falta de água? Então que o Estado obrigue os privados a aproveitarem as barragens existentes e que se criem novas. A falta de meios começa a cheirar-me a desculpa para não resolver estruturalmente o problema.

Estive em vários países, este e outros anos, com temperaturas mais elevadas e não assisti a nada parecido. E vi florestas densas e sem acessos, por via aérea, em todo o lado. Que se passa?

Quanto ao resto uno-me na tua justa revolta. Não te cales!

Abraço,

Ruvasa disse...

Olá, Ricardo!

De acordo com tudo o que dizes, pelo que nada há que responder.

Apenas um pequeno ajustamento: Já há muito que passei a fase de ser afectado por víroses partidárias.

Sou social-democrata, como sempre, mas não enfeudado ao PSD.

Se a prática que lá vejo corresponde ao que eu entendo que deve ser, tudo bem, estou em sintonia; se a prática deixa de corresponder, como frequentemente acontece, discordo frontalmente e sem peias.

Só há, para mim, um objectivo: o melhor para os portugueses e que os portugueses façam o que está ao seu alcance para merecerem esse melhor.

O resto, Ricardo, são coisas que já não aquecem nem arrefecem.

Como tiveste já muitas ocasiões para ter constatado.

Fui duro para com Sócrates, é verdade. Podes crer, porém, que, se em vez de Sócrates, o caso fosse com Mendes, teria sido bem mais duro. Dos "meus" exijo mais, muito mais.

Mas tu sabes que sim.

abraço

Ruben

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Só pela resposta, valeu a pena
a interrogação.
A indignação é, posso assegurar, partilhada.
E a minha resposta à igualmente minha interrogação, é a de que merecemos de facto não só os dirigentes politicos, mas tudo, insisto, tudo o que temos.
Abraço
Carlos

JMTeles da Silva disse...

Acha que com o Sócrates cá a situação seria diferente? Hehehehehe...

Ruvasa disse...

Viva!

Não. Claro que não seria diferente. Mas, ao menos, o homem estaria onde devia estar e não mostraria o desdém que mostra.

A atitude de sobranceria e ausência do necessidade de, ao menos, salvar as aparências é que excedem tudo o que é admissível.

O primeiro-ministro nem se dá ao trabalho de salvaguardar as aparências. Tal é a consideração que tem pelos seus concidadãos, por cujos destinos é suposto cuidar.

Chegou-se a isto!