quinta-feira, agosto 11, 2005

532. Opinion makers e curiosas coincidências...

Quem tem vindo a ouvir os comentários emitidos nas várias TVs, por parte de vários opinion makers da nossa praça e até de políticos no activo, certamente que foi já tomado de supresa ao ouvir frases soltas e até ideias bem ligadas que lhe deixam a ideia de já ter ouvido ou lido "aquilo" em qualquer lado.

Pois é verdade. Ouviu, sim! No blog do movimento cívico Cidadania em Acção ou mesmo nas informações que o movimento tem vindo a difundir pelo país fora e até para a nossa emigração.

Muitas têm sido as referências e semelhanças e de tal modo que até parecem decalcadas. Parece que, desde que o Cidadania em Acção existe há gente ilustre que subitamente - talvez por artes mágicas - descobriu que os políticos e detentores de cargos públicos têm que prestar contas aos portugueses daquilo que fazem. E prestá-las diriaramente, não apenas quando julgados em eleições, os que o são, claro.

De uma boa dezena de casos passados nos últimos tempos, nas TVs, nos jornais e até nas rádios, aponto os últimos três mais relevantes:

Marcelo Rebelo de Sousa, no domingo passado, na RTP, Miguel Sousa Tavares, na segunda feira seguinte, na TVI, e, finalmente, e o inevitável Francisco Louçã, ontem, com repetição hoje, na SIC Notícias.

Curiosa, muito curiosa esta coincidência, não acham?

Afinal, eles sempre lêem os blogs - ou encarregam alguém de que o faça por si (alguns a gente apanha-os na nossa sala de visitas com alguma facilidade...) - e vão estando a par do que por cá se vai fazendo.

Entre eles e a comunidade blogosférica existe, contudo, uma pequenina diferença:

É que a nossa comunidade tem tido a hombridade "deontológica" de, quando menciona algo que alguém referiu antes, não se esquecer de apontar a paternidade da ideia ou da frase.

Os tais opinion makers e políticos activos, porém, não têm desses hábitos salutares ou, então, sofrem de grave maleita que os faz esquecer certas regras da vida em sociedade... O que vale é que já estamos habituados.

Pois...
...

8 comentários:

PortoCroft disse...

Caro Ruben,

Estas paternidades não trazem a obrigação de prestação de alimentos. Caso contrário... ;)

Anónimo disse...

É isto que se pode chamar "bragar": palavra escolhida em honra de Isabel-O-Que-Se-Lê-Num-Blogue-Também-Se-Pode-Ouvir-Na-Mercearia-Braga...

Ruvasa disse...

;-)

Ruvasa disse...

;-)

A primeira piscadela era para o meu blogamigo Porto Croft.

Esta segunda
e indubitavelmente para si, António.

Ricardo disse...

Viva Ruben,

Não deixa de ser curioso que os candidatos/políticos que se têm dignado a responder são os mais desligados das teias e meandros do poder (pelo menos tenho essa sensação). Os mesmos que, após devidamente instalados e fora do período eleitoral, provavelmente nem se dignavam a perder tempo com quem os elege. O "sistema" está bem montado e tritura todos os que para lá vão com boas intenções. Veja-se o Rui Rio, por exemplo, que gritava para quem quisesse ouvir que o Porto não podia ter aquele discurso regionalista primário a que o PS Porto habituou o país. Mal mudou o Governo quantas vezes já ouviste o mesmo discurso populista, incoerente e ineficaz do Porto contra Lisboa? E o Francisco Assis... que pudor teve em voltar a aparecer publicamente com Pinto da Costa parecendo querer reeditar o saque que os clubes de futebol fazem às autarquias (e note-se que sou adepto do FCP e simpatizante da esquerda moderada)?

Eu não considero que a classe política esteja conscientemente a tentar prejudicar o país mas a realidade é que o tem feito. Mas considero que são um puro reflexo dos portugueses que, em todos os campos, apresentam um enorme laxismo e uma falta de consciência cívica. As fraudes fiscais e na protecção social são a melhor imagem disso mas também passa pelos actos quotidianos de desrespeito pelo conjunto desde o homem que deita o lixo para o chão até ao outro que não se preocupa em limpar o que o seu cão deixa de presente à sociedade. Parecem-te coisas banais? Talvez! Mas é nos pormenores que se percebe porque é que o país chega a esta situação. São os actos quotidianos que revelam a falta de preocupação com o todo e o divórcio com a exigência em relação aos seus representantes. Os portugueses só reagem quando os representantes lhes vão ao bolso, seja justo ou não (e mesmo assim os sacos azuis não são importantes como se pode ver pelas eminentes reeleições dos que enriquecem à custa da política). E a política é só o reflexo do que nós merecemos porque também temos a televisão que merecemos, o ordenamento urbanístico que merecemos, os serviços públicos que merecemos e por aí fora...

Por isso dou-te os parabéns. Porque, sem dúvida, merecias melhor...

Abraço e votos para que a "Cidadania em Acção" obtenha frutos para o nosso bem estar colectivo...

Ruvasa disse...

Viva, Ricardo!

O que escreveste, fizeste-o com tanto acerto que, mesmo que tentasse, eu não me expressaria mais eloquentemente.

Quando ao eu merecer mais... Quem merece somos todos nós.

Por outro lado, nós não somos de desistir. Com paciência e sempre a chatear o indígena, não os largaremos.

O Cidadania em Acção nasceu e existe para mudando mentalidades, acxabar com uma certa cultura de irresponsabilidade política e pública que grassa no país. Mas também com um certo laxismo do cidadão comum que permite que lhe "façam" em cima e não reage.

Por isso, sabemos que a tarefa é dura e longa, mas não desistiremos.

Acreditamos num e queremos um Portugal melhor. É isso que haveremos de ter.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Fernanda!

Abraços também para ti. Sim, o Cidadania em Acção é nosso e será aquilo que todos quisermos.

Depende da nossa vontade. Não morrerá!

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Marco!

É isso. Libertinagem pura e simples.

Temos culpa, é verdade, mas temos que fazer algo para que essa nossa culpa seja atenuada até que se desvaneça por completo.

Quanto mais a nossa culpa for sendo apagada, melhor resposta haverá por parte dos políticos e de outros responsáveis. E não me refiro à resposta ao Cidadania em Acção, queéssa é apenas um instrumento de que pretendemos servir-nos. Porque a resposta que interessa é a que dos decisores públicos, políticos ou não, dêam perante os problemas que a gestão dos recursos públicos coloca.

É preciso ter fé. Fé em que eles darão essa resposta convenientemente. Se o não fizerem motu proprio, obrigá-los-emos.

Que diabo! Não somos nós que temos que dar-lhes satisfações. São, pelo contrário, eles a nós. Não podemos deixar que invertem as situações.

abraço

Ruben