domingo, dezembro 31, 2006

787. Macau e Hong Kong

Hong Kong: baía e dois arranha-céus na neblina
(vista do Victoria Peak)


Uma Rua de Macau

Toponímia actual de Macau

Hong Kong: porto e baía de Aberdeen, com um "sampan" em primeiro plano e, ao fundo, o "Jumbo", restaurante flutuante

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786. Passeio no Lijiang (Rio Li)



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785. Guilin: interior da Gruta das Flautas de Cana

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784. Shanghai: downtown



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783. Um aspecto da Muralha da China

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sábado, dezembro 30, 2006

782. "O século chinês"


Em Fevereiro de 2005, os radares da economia mundial detectaram uma ultrapassagem plena de significado. A China tornou-se o maior consumidor mundial de produtos industriais e agrícolas, retirando este primado aos Estados Unidos, que o detinham há quase cem anos.

Um mês antes, a 6 de Janeiro, a senhora Lan Hui, uma funcionária com trinta e um anos de idade da Shell de Pequim, dera à luz um rapazinho com 3,66 quilos. O bebé apareceu nas primeiras páginas dos jornais, porque, com o seu nascimento, a população chinesa atingia oficialmente o patamar do bilião e trezentos milhões. É a dimensão demográfica da Europa somada à dos Estados Unidos… e multiplicada por dois (com a particularidade de, enquanto a população europeia – a americana menos… - é hoje em dia maioritariamente constituída por gente acima da meia idade e a envelhecer muito rapidamente, a chinesa é-o por jovens entre os vinte e os trinta anos… - nota minha).

No decorrer do mesmo ano de 2005, o número de chineses com acesso à Internet (134 milhões) atinge e ultrapassa o dos norte-americanos. A força do país resulta de uma combinação de todos estes elementos: as grandes dimensões, a mão-de-obra inesgotável e a baixo preço (mas igualmente a assombrosa capacidade de trabalho e a disciplina individual de cada cidadão chinês, acrescento eu), as pontas de lança da modernidade. O boom chinês (e aqui trata-se de um verdadeiro e “honesto” boom e não de uma mera falácia como tantas há por aí…) é agora quem dita os ritmos e as regras do sistema em que vivemos. Nenhum sector, nem mesmo aqueles mais avançados do ponto de vista tecnológico, se encontra a salvo da concorrência do gigante asiático: a China encarna o maior povo de consumidores, o mais vasto reservatório de força de trabalho, bem como uma nação que consegue destacar-se na investigação científica, na conquista do espaço, nas biotecnologias. Ameaça ou oportunidade, não podemos continuar a permitir-nos ignorá-la.

De acordo com o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, dentro de trinta anos, a economia chinesa será três vezes maior do que a dos Estados Unidos. A revista The Economist estima que no próximo meio século o desenvolvimento da China contribuirá para a economia do planeta com uma riqueza equivalente à descoberta de mais quatro Américas.

Entrámos, em todos os sentidos, no século chinês.

(…) A ignorância que a maior parte dos ocidentais revela a respeito da China tem uma atenuante: fomos apanhados de surpresa. Tudo se passou a uma velocidade alucinante. Ainda há vinte anos, Xangai era uma cidade decrépita e estagnada (…)

- Extracto da Introdução ao livro “O SÉCULO CHINÊS”, editado pelo Editorial Presença (livro a não perder se se quiser perceber o que está a acontecer neste mundo em que vivemos e quais os desenvolvimentos já previsíveis num futuro que está ali mesmo, ao virar da esquina), do jornalista Federico Rampini, correspondente do jornal italiano “La Repubblica
”, em Beijing –

Se, há mês e meio atrás, tivesse lido o extracto que acima deixei, achá-lo-ia interessante, mas talvez não lhe tivesse dado mais importância do que a simples fait-divers.

Entretanto, contudo, fui à China e por lá andei, de Norte a Sul, como pode conferir no mapa que deixei aqui. E, por lá tendo andado, visto, fotografado e filmado tudo quanto me apeteceu, vi o que não podia ter deixado de ver, constatei o que era impossível de não constatar e disso dei duas breves e insípidas notas neste post e também neste.

Entretanto, pessoa amiga fez-me oferta do livro a que faço referência. E, lendo-o, que me surge? Alguém, com muito melhor conhecimento do que pude retirar dos 15 dias que por lá andei, vir afirmar, preto no branco, o que também eu não resisti a gravar na Web, depois da evidência perante os meus olhos: que este vai ser indubitavelmente o século chinês, a afirmação do tremendo poderio chinês que não terá necessidade de agredir fisicamente ninguém para se impor a um mundo gasto, cínico e destituído de vontade própria, constituindo um império que, apenas para não ser tomado pelo exagero, aqui me coibirei de chamar de, este sim, império dos mil anos.

Poderia continuar a aduzir razões para este minha convicção. Porque, todavia, Federico Rampini o fez brilhantemente e com verdadeiro conhecimento de causa, por aqui me fico, com uma última recomendação: procure o livro, adquira-o, leia-o e guarde-o consigo. Vai ser-lhe de enorme utilidade para a compreensão do mundo que nos cerca e dos tempos que se aproximam.

781. Nem assim...




Mesmo tratando-se de quem se trata, mesmo sabendo-se do que foi capaz e de que nefandos crimes foi responsável...

... nem mesmo assim se justifica uma condenação à morte e menos ainda a execução de tão execranda sentença.


... nem assim, quanto mais...
...

sexta-feira, dezembro 29, 2006

terça-feira, dezembro 26, 2006

779. Complemento das definições definitivas do post 777


Aborto (ô) s.m. expulsão do feto ainda não apto para viver pelos próprios meios
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Gravidezs.f. qualidade ou estado da fêmea durante o tempo em que, dentro de si, se desenvolve o feto, ainda não apto para viver pelos próprios meios.

Posto isto, para que tudo fique bem explícito e claro, como é forçoso que aconteça, interrupção da gravidez é a expulsão do feto ainda não apto para viver pelos próprios meios, ou seja, a interrupção do estado da fêmea durante o tempo em que dentro de si se desenvolve o feto, ainda não apto para viver pelos próprios meios.

Ficou claro?

Vejamos um pouco mais:

Pregnancy – condition of being pregnant or the period of time during wich a female is pregnant.

Pregnant - If a woman or female animal is pregnant, she has a baby or babies developing in her body.

Clear enough?

Adenda de hoje, 26 Dezembro 2006:

E a interrupção da gravidez, isto é, a expulsão do feto ainda não apto para viver pelos próprios meios, ou seja, a interrupção do estado da fêmea durante o tempo em que dentro de si se desenvolve o feto, ainda não apto para viver pelos próprios meios, traduzidas para linguagem clara, sem sofismas nem hipocrisias, tem como resultado o quê?

Simples:

A morte do feto, o falecimento da criança que está a formar-se!
...
Morte que ela, criança - ainda não apta para viver por meios próprios, por si só, e, assim, praticar os actos necessários à legítima defesa da sua individual integridade física -, não pode nem sequer tentar evitar, qual cordeiro sacrificado no altar do egoísmo (há que ser-se moderado na linguagem...) de uns quantos, por outro lado, estrénuos defensores das liberdades individuais de uma qualquer mão cheia de patifes dos mais ferozes e carniceiros que por aí espalham o terror.
...

terça-feira, dezembro 19, 2006

778. Nem a quadra de Natal…


… consegue aplacar-me a vontade de afirmar alto e bom som que este mangas, de nome Políbio Braga, está mesmo a pedir uma ensinadela.

Portugal e os portugueses podem não merecer nada de bom. Mas aqui o envinagrado merece... Um bom par de borrachos bem aplicados em plenas fuças!

O cretino, hein?

Ora, aprecie-me só esta peça:

Por trás da notícia
Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento

05.12.06 16:19
Há apenas uma semana, em apenas quatro anos, o editor desta página visitou pela quinta vez Lisboa, arrependendo-se pela quarta vez de ter feito isto. Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento. É como visitar a casa de um parente malquisto, invejoso e mal educado. Na sexta e no sábado, dias 24 e 25, Portugal submergiu diante de um dilúvio e mais uma vez mostrou suas mazelas. O País real ficou diante de todos. Portugal é bonito por fora e podre por dentro. O dinheiro que a União Européia alcançou generosamente para que os portugueses saíssem do buraco e alcançassem seus sócios, foi desperdiçado em obras desnecessárias ou suntuosas. Hoje, existe obra demais e dinheiro de menos. O pior de tudo é que foi essa gente que descobriu e colonizou o Brasil. É impossível saber se o pior para os brasileiros foi a herança maldita portuguesa ou a herança maldita católica. Talvez as duas.

Pode ver original em
http://www.polibiobraga.com.br/ na rubrica por trás da notícia.

Já lhe respondi à letra. Infelizmente, o comentário foi engolido pelo democrático site do pimpão e, claro, não publicado. Normalmente, estes anormais são assim. Idiossincrasias…

segunda-feira, dezembro 18, 2006

777. Definições definitivas

Vejamos:

Aborto (ô)s.m. expulsão do feto ainda não apto para viver pelos próprios meios

Gravidezs.f. qualidade ou estado da fêmea durante o tempo em que, dentro de si, se desenvolve o feto, ainda não apto para viver pelos próprios meios.

Posto isto, para que tudo fique bem explícito e claro, como é forçoso que aconteça, interrupção da gravidez é a expulsão do feto ainda não apto para viver pelos seus próprios meios, ou seja, a interrupção do estado da fêmea durante o tempo em que dentro de si, se desenvolve o feto, ainda não apto para viver pelos seus próprios meios.

Ficou claro?

Vejamos um pouco mais:

Pregnancy – condition of being pregnant or the period of time during wich a female is pregnant.

Pregnant - If a woman or female animal is pregnant, she has a baby or babies developing in her body.


Clear enough?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

quinta-feira, dezembro 07, 2006

774. Será possível?!?!


Corre por aí aquilo que se diz ser a transcrição de um extracto de relatório do árbitro Carlos Xistra. Ei-lo:

O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitear o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior direito à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva.

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*Extracto do relatório do árbitro Carlos Xistra relativo à apresentação do cartão amarelo ao jogador Micolli do Benfica.

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Is it possible?!?!
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quarta-feira, dezembro 06, 2006

773. Beijing, também conhecida por Pequim (2)

Impressiona, igualmente – principalmente a quem vem de uma Europa extremamente envelhecida, sem espírito aventureiro, de conquista, em busca de novas experiências, muito pelo contrário, conformada, repleta de gente de cãs brancas ou muito brancas, sentada, literal e figuradamente, esperando o cheque da reforma ou do subsídio, como vimos de raspão em Amsterdam, confirmando o que por cá se topa a cada canto – o afã de viver destas jovens gentes lá dos confins, cuja média de idades andará pelos vinte e tantos anos, mas cujos velhos, embora recordistas de longevidade, demonstram uma vida, uma sede de viver de causar tonturas.


Em plena Tian'anmen (ou Praça da Paz Celestial), o Museu Nacional e uma visão da juventude. Diz-se por lá que o jovem que enfrentou o tanque, acção documentada por foto que correu mundo, não foi morto nem encarcerado, mas convidado a ausentar-se para outras paragens. Diz-se também que para os USA. Ubi veritas?

Talvez por feitio, talvez pela evidente falta de obesidade – tão característica das sociedades ocidentais de consumo – talvez mesmo pela falta do hábito de se estar ocioso, à espera do que há-de vir, os idosos – talvez também por não quererem deixar-se ficar para trás, ultrapassados pela imensidão de juventude que tudo leva à sua frente, na ânsia de viver vidas novas e novas experiências, até aqui nem sequer sonhadas – o que é certo é que a “velharia” não pára e dá cartas aos mais novos, começando, logo pela manhã, por inundar os inúmeros jardins, aos milhares de milhares, em exercícios conjuntos de ginástica rítmica, ao som de música suave, mas despertadora, que desentorpece os músculos, recalcifica os ossos, tonifica os tecidos e abre a mente para a vida que dura até que a morte tudo separe, lá para os muitos mais de 100...

Muito temos nós que aprender com esta gente, meus amigos!

Ainda em plena Tian'anmen, o mausoléu onde descansa Mao Dze Dong de tantas coisas que fez neste mundo. Talvez bem arrependido de imensas delas, quem sabe!?...

É isso! Embora com muitos velhos, muito velhos – mas sempre a mexer, caramba! – a sociedade chinesa está principalmente constituída por gente muito jovem e irrequieta (mas que respeita os velhos e lhes dá precedência… percebe?!?!) de que muito há que esperar.

Claro que é bem possível que, por força da política governamental de a cada casal apenas caber a possibilidade de ter um filho – com algumas excepções regionais, claro! – daqui por 30 anos, a manter-se o status quo, venham a ter os problemas com que nós, ocidentais, nos debatemos já, ou seja, com sociedades envelhecidas, decrépitas e não produtivas, com um peso incomportável nos orçamentos da política de saúde.



Acredito, porém, que, até lá, hão-de encontrar uma qualquer solução. Não são gente de ficar à espera que as coisas aconteçam. E, além disso, como ficou registado atrás, ainda que velhos, não se dão ao luxo de parar. Na China, está toda a gente, de todas as idades, em todo o lado, a todas as horas, em frenético movimento, a desenvolver alguma actividade. Todo o santo dia! Que cansativos, meu Deus!


Sim, o homem continua presente - embora muito discretamente muito mais discretamente do que seríamos levados a supor - excepção feita no mausoléu e bem assim nesta foto à entrada do palácio do Governo, num dos lados da Praça da Paz Celestial ou Tian'anmen.

Não passa já, todavia, de uma cada vez mais ténue referência histórica.

É. Os tempos são de pragmatismo político, por força da força da economia...

O dia, como disse, começa com a ginástica desentorpecedora, continua com as actividades que a cada qual cabem e termina, de forma geral, antes da recolha a penates, com belos convívios nos mesmos jardins, gerais, onde se joga uma partida de cartas bem renhida, quase sem bancos e menos ainda cadeiras, antes com a maioria dos jogadores de pé, se canta ao desafio, se dança, se declama, se pinta a manta! Só depois se regressa a casa para a refeição última do dia e o descanso nocturno, até que novo dia principia e tudo recomeça.

Este descanso nocturno, porém, é mais para os mais velhos, como resulta natural. Os outros, de sangue na guelra, têm muito por onde espraiar as energias ainda não gastas. Discotecas e toda uma panóplia de divertimentos, que a vida não é só trabalho, pois então!

O Império, que talvez, este sim, seja o dos mil anos, vem aí. A passos largos. Para chegar, ver, vencer sem luta que não vai ser precisa e, principalmente, para ficar.


Ao dizer tudo isto, posso deixar a sensação de que, paisano de repente largado na cidade, na zona mais turbulenta e luminosa da cidade, atordoado com os ruídos e ofuscado pela cores berrantes e infindáveis, apenas me terei apercebido das luzes, ignorando as trevas.


No interior da Cidade Proibida onde, contrariamente ao que por aí se afirmou, tudo se pode fotografar ou filmar à vontade, sem a mínima interferência seja de quem for.

(Experimente-se, a título de exemplo, fotografar o interior da Catedral de Milão...)

Não é verdade. Não esqueci que a China não é governada democraticamente. Mas – já agora que aqui chegámos, uma heresia… - das experiências que por aqui tenho, como todos nós, vivido resulta uma pergunta incómoda, para a qual gostaria de encontrar resposta adequada, justa, realmente fair:

Mas, afinal, que é isso da Democracia?

Apenas a faculdade de se apontar a dedo os erros e pulhices de quem governa e se governa a seu bel prazer?

Apenas a possibilidade de, de tempos a tempos, riscar num papelinho e esperar que alguém no-lo tire da mão e o introduza numa caixa preta e sem graça (a que até chamam de "urna", dando-nos a sensação de que estamos a ajudar ao enterro da própria democracia), após o que se sai do local convencido de que se vive em regime democrático e em que se é realmente ouvido e respeitado?

Na verdade, é muito bom e louvável poder desabafar, apostrofando o noss’primêro e dizer-lhe o que ele talvez não goste (este, não gosta de certeza, tal é o ar de enjoo e enfado e arrogância que exibe sempre…) e não ir parar à cadeia – se bem que esses gloriosos tempos talvez estejam a minguar de forma um tanto mais acelerada do que seria de esperar e desejável.

Nos Jardins do Templo do Céu, ao fundo, pela tardinha, juntam-se multidões a jogar cartas, a cantar, a tocar os mais diversos instrumentos, a declamar, num convívio interessantíssimo em que os estrangeiros despertam tanta curiosidade como os aborígenes...

Mas a democracia não se esgota na possibilidade de se lançarem umas bocas para a estratosfera. A verdadeira democracia, aquele regime político que considera e trata todos por igual, respeitando, porém, as capacidades e os méritos de cada qual, que é dela, em Portugal? Ubi est?

Fica a pergunta, na tentativa de travar, já, as habituais respostas de wise-guyism tão caro à sociedade portuguesa actual.

Voltarei a falar da China. E de outras coisas, por certo.

terça-feira, dezembro 05, 2006

772. Beijing, também conhecida por Pequim (1)



Um edifício realmente baixo e pequeno,
relativamente aos padrões da actual Beijing


Beijing é hoje uma cidade irreconhecível.

Em trinta anos, a China deu uma volta imensa sobre si mesma e o visitante sente-se compelido a estacar de súbito, siderado com o que vê.

E o que vê é, na verdade, deslumbrante, muito dando que pensar.

Desde logo, a capacidade que aquele povo – que Mao Dze Dong não conseguiu que vestisse todo de igual, o que a Levi's e as tshirts fizeram num ápice e com a maior das calmas... – demonstrou para adaptar-se às correntes dominantes no Mundo, num faiscar de relâmpago, colhendo para si as benesses – e os inconvenientes, claro, que tudo se paga… - do capitalismo.


Sim, porque, pelo que vimos (e na China actual tudo se pode ver e fotografar ou filmar – excepção feita ao interior do templo do Buda de Jade, em Shanghai, por razões de preservação - sem qualquer interferência seja de quem for, incluindo as “forças da ordem” que a tudo assistem com a maior impassibilidade) só uma extraordinária capacidade de adaptação a novas realidades, espirito muito aberto e empreendedorismo imenso podem ter gerado tal transformação em tão curto período de tempo, mesmo se medido em termos ocidentais e não chineses.

Mas também as características de povo que trabalha mesmo e não desbarata os meios e recursos de que dispõe nem o engenho que o enforma. A afabilidade. É preciso não esquecer a afabilidade e educação cívica, que tanto falta noutras paragens...

O "Minzu Hotel", a nossa casa por alguns dias.
Repare-se nas viaturas estacionados, de que falarei mais adiante.


Preparemo-nos. Preparemo-nos, sim, porque o novo império vem aí. Imparável e sem necessitar de guerras, sequer de arrogâncias. Não há “escapatória possível”.

O estilo de vida de Pequim é, na verdade assombroso. A cidade que nos habituáramos a ver, em ilustrações de toda a espécie, com largas ruas pejadas de gente e bicicletas é coisa do passado que não mais voltará.

A cidade é toda ela – excepção feita aos edifícios com história centenária ou mesmo milenar – de uma modernidade estupefactante, batendo-se galhardamente com qualquer das maiores cidades mundiais, New York incluída, em muitos aspectos, principalmente de ordem ambiental, as derrotando. É que, estando a ser construída “de raiz”, tudo é cuidado ao pormenor, com os cuidados e minuciosidade que só os chineses sabem imprimir ao que fazem.


Imagine-se só que, contrariamente ao que sucede em Nova Iorque e por aí fora, não há um arranha-céus, quando muito dois juntos - e eles são imensos, em número e em altura e superfície! -, que não seja rodeado de grandes (mas mesmo grandes!...) áreas arborizadas e ajardinadas como só eles sabem fazer.

Beijing (12 milhões de habitantes), tal como outras grandes cidades como Xi'an (7 milhões) e, principalmente Shanghai (19 milhões), está repleta de estabelecimentos das maiores marcas mundiais de todos os equipamentos e vestuário, impressionando muito o parque automóvel de que dispõe, essencialmente constituído por grandes marcas de automóveis, como a Buick, a Mercedes, a Hyundai, a Toyota e a Volkswagen. Acontece, porém, que as viaturas são todas de alta gama, muitos modelos das quais nem sequer conhecemos por cá. A título ilustrativo, direi que foi com real surpresa que o modelo do meu carro (um VW Passat de 2002) não passa, na verdade, por lá, de um carro não mais do que utilitário.
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segunda-feira, dezembro 04, 2006

771. In memoriam


As férias que, conjuntamente com algumas pessoas amigas, desfrutámos, a Isabel e eu, nos dias que mediaram entre o último post e o actual, foram, infelizmente, marcadas por circunstância triste e amargurante, que a todos consternou muito profundamente.

Na verdade, Rui Tavares Pires, cujo companheirismo saudável já não conseguíamos dispensar, pela afabilidade de trato, que gerara entre nós uma boa amizade, foi vítima de doença súbita e fatal, em Shanghai.

De imediato socorrido, em termos profissionais e competentes, tanto por companheira de viagem, Luísa Carrilho, médica, como pelo corpo clínico do hotel em que nos hospedávamos na altura, os esforços de todos resultaram insuficientes para obviar ao triste desenlace.

Pela pessoa que era, pelo companheiro e amigo que sempre evidenciou ser, o Rui, o nosso Rui, embora tendo-nos fisicamente abandonado, connosco continua e connosco continuará. Não será esquecido, porque não queremos esquecê-lo. Não o mereceria, aliás.

À esposa, cujo incansável desvelo sempre testemunhámos e que tão súbita quanto cruelmente se viu sem o companheiro de uma vida, todos nos apressámos a manifestar o nosso apoio, o possível na ocasião e já posteriormente também.


Não posso, no entanto, deixar passar o momento sem mais esta referência, com a reiteração do nosso profundo pesar pela perda irreparável que sofreu e bem assim do sentimento de solidariedade que nos determina.

Tu, Rui amigo, descansa em paz e crê que nos faltas.

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terça-feira, novembro 14, 2006

770. Volto já!

A partir de amanhã, 15 de Novembro, e até um dia destes, não estarei por aqui.
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Andarei um bocado “amarelado”, como se pode constatar na gravura junta.
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I’ll be back in a few days.
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Abraços e beijinhos distribuídos com o maior decoro.

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Ruvasa

769. Aqui está a razão...


... por que escrevi o que escrevi abaixo, no post 767, designadamente a expressão que usei, "verdes de invídia":

"... os recordes que nos motivam são os que já temos, da transparência, da seriedade, da honestidade, da inovação. É um clube com seriedade nos processos e com a transparência da verdade desportiva nas competições onde se envolve..."
(transcrição de post de Mágicoslb)

Parte do discurso de Menezes Rodrigues, vice-presidente do Sporting, perante 300 pessoas, em Évora.

Declarações produzidas - repare-se, pelo vice-presidente do SCP! - sem a precedência de qualquer acicate por parte do SLB, portanto apenas perante a notícia, sem adjectivações.

Atente-se bem na elevação da terminologia usada!...

Facilmente se descortina aqui a tal invídia - e até vinagrete!... - de pequenote. Não do clube, evidentemente - muito embora os clubes sejam grandes ou pequenos consoante grandes ou pequenotes os que os dirigem... - mas de quem se pronunciou.

Está bem evidenciado o verdete da invídia, não?
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domingo, novembro 12, 2006

768. Nu feminino

by James
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767. Sport Lisboa e Benfica. Para memória futura


É isso!

Para memória futura, se deixa aqui registado que, sendo certo que, em historial, nobreza e galhardia, o Sport Lisboa e Benfica tem tido, desde há dezenas de anos, lugar reservado na galeria do muito reduzido lote de clubes realmente grandes, em todo o Mundo, a partir deste mês de Novembro de 2006, passa a figurar como o primeiro clube do planeta em número de associados… pagantes, para alegria de muitos milhões, indiferença de dúzia e meia e desespero de alguns milhares já com as unhas pelo sabugo, verdes de invídia e azuis de sufocação.

Uma saudação para todos.

Ruben Valle Santos

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sexta-feira, novembro 10, 2006

766. Late afternoon thought... (2ª série - 1)

Que importa que a posição que defendo vá ao arrepio da opinião da maioria se é conforme aos limites da verdade e da justiça?
Democracia não significa submissão da verdade e da justiça ao poderio de maiorias não esclarecidas, mas antes o triunfo daquelas sobre estas, pela força da razão.
Ruvasa

quarta-feira, novembro 08, 2006

765. Recorrente é...

... a tremenda falta de educação revelada pelos nossos políticos, sempre que algo se debate no Parlamento.
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À medida que se vão sucedendo as intervenções, mais arrepiados ficamos com tamanha incivilidade.
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Foto da Dir.Serv.Doc. e Inf. da Ass. Rep., publicada no site do Parlamento



Raros são os intervenientes que escapam a esta avalanche de actividade truculenta e cavernícola. Por vezes, somos mesmo levados a pensar que, na antiga praça da Ribeira, se era mais cordato e elevado nos sururus.

O noss'primêro, Sócrates de seu nome, então, já nos habituou a uma postura de afrontamento e crispação inauditos, com autênticos atentados ao civismo de que todos devemos dar provas, principalmente que detém mais responsabilidades perante o País, como ele.

Desta vez, no decurso do debate do Orçamento de Estado para 2007, não fez excepção, tendo-se portado comme d'habitude, ou seja, de forma lamentável.

Foi, porém, muito bem secundado pelo ilustre Teixeira dos Santos, ministro de Estado e das Finanças.

Os restantes comparsas, os afectos e os desafectos, não conseguiram chegar-lhes aos calcanhares. Têm muito ainda que aprender...

Devia haver um meio de os pôr de castigo, obrigando-os a assistir a todos os debates do Congreso de los Diputados, de Madrid, a título de exemplo, para ver se aprendem a portar-se como cavalheiros, ou seja, a debaterem os respectivos pontos de vista, numa base de digno comportamento cívico, ao menos de forma elementar.
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terça-feira, novembro 07, 2006

764. Repousemos um pouco

Michael Barnes - Art Nudes
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763. Como era de esperar


O soi-disant debate de ontem no “Prós e Contras” da RTP1 não desmereceu do que é hábito neste tipo de encontrões à esquina, tão característicos da política portuguesa.

O que, noutras paragens deste planeta, em doses mais ou menos elevadas, serve para esclarecer os cidadãos acerca da situação do respectivo país, das posições de cada um dos intervenientes no debate e das soluções possíveis, em Portugal tem servido – sempre, valha-nos Deus! – apenas para provocar ruído ou, quando muito, para que um dos intervenientes – o conjuntural detentor do poder – se espraie em considerações menores e desviantes, tendentes a camuflar a verdade a todo o custo ou, quando menos, a abafar a verdade alheia - e menorizada - em detrimento da verdade própria, por via de regra engrandecida, mesmo e principalmente quando sem mérito descortinável.

Uma vez mais foi o que se verificou ontem no Pós e Tontas, de Fátima Campos Ferreira.

Já se esperava que o “encontro” para nada servisse que não uma amena cavaqueira de tontices, sem interesse nenhum para o esclarecimento do fundo da questão que é, não esqueçamos, a razão por que, 32 anos após a Revolução de Abril, estamos onde estamos e como estamos, e bem assim a tentativa de “achamento” de uma qualquer solução ou conjunto de soluções que possa levar-nos a começar a sair desta vil tristeza em que todos estes senhores, que tanto falam mas nada de útil dizem, nos meteram.

É certo que três dos intervenientes (e mais três assistentes a quem generosamente foi concedida a palavra como se lhes estivesse a ser oferecido o Reino dos Céus) ainda tentaram mexer as coisas e entrar na abordagem do que realmente interessa.

Na verdade, Daniel Bessa, Medina Carreira e Octávio Teixeira – uns com mais tacto do que outros e outros menos simpaticamente do que uns (embora a simpatia aqui não colha, porque não se pode dizer coisas duras que têm que ser ouvidas, de forma doce, sob pena de não se ser ouvido ou ser-se tomado por igual a tantos vendedores de banha da cobra que por aí andam a vender mezinhas milagreiras que apenas agravam a doença) – deram uns lamirés relativamente ao tal fundo da questão.

Como, porém, o “dono” do programa era o ministro, Teixeira dos Santos, e a mestre de cerimónias, Fátima Campos Ferreira, com aquele esganiçamento de voz e entradas e interrupções infelizes e a despropósito a que já nos vamos habituando, não deixou de estar bem atenta, esses pequenos fogachos sempre que tentados de imediato foram apagados, pelo que chegámos ao fim do entertainment ignorantes como chegáramos, é certo, mas também felizes e contentes como quem é enganado, mas não sabe.

Sendo certo que, como - pressuroso, antes que para a sua capelinha fosse lançado algum petardo - veio esclarecer Luís Marinho, Director de Informação da RTP, o “Prós e Contras” não é "programa de informação", mas sim levado a efeito pela Direcção de Programas - a tal que também se responsabiliza pela emissão de “O preço certo”, de "Dança comigo" e de outros fait divers interessantíssimos e que causam enorme gáudio à malta - há que dar um desconto.

No entanto, estes arremedos de debate deveriam ter lugar apenas lá pelas 4 da madrugada – que é quando a gente decente e trabalhadora está a dormir, retemperando forças para o dia seguinte – e com bolinha vermelha no canto superior direito do écran ou, por menos inaceitável, em períodos de campanha eleitoral, em que, por norma e consensualmente, se abre a gaiola para que toda a passarada habitual se liberte por momentos e mostre, grasnando aos quatro ventos, a incompetência, nuns casos, a má intenção, em outros, que no âmago lhe vai.

Os programas para esclarecimento real da população deveriam ocorrer de forma muito mais séria e competente, em entrevistas a solo, por gente preparada (por que carga de água não é um programa deste teor moderado por especialista no tema?!?!) a gente sabedora do que diz e como diz, capaz de explicar o que explicado tem que ser, sem peias, por não estar tolhida por teias partidárias ou outras, ainda que essa gente, pouco diplomática, possa chocar umas quantas cabeças que valorizam mentiras maviosas, emolientes, em detrimento de brutas verdades, sobressaltadoras.

Enquanto, porém, as coisas se mantiverem como estão – e estão-no há três décadas, pelo que são já uma real e venerável instituição – nada a fazer.

E assim, cá vamos, cantando e rindo… levados, levados, sim...

sexta-feira, novembro 03, 2006

762. Medina Carreira e a encruzilhada em que estamos


Assisti ontem a uma prelecção do Prof. Henrique Medina Carreira, aqui em Setúbal, e, confesso, se tenho andado muito preocupado, de há bons anos para cá, com a situação económica do país (e com tudo o que com ela ou dela resulta) ontem fiquei simplesmente aterrado!

Em resumo, diz o senhor que, mesmo com as medidas que estão a ser tomadas, à bruta, com pouca ou nenhuma sensibilidade, não se vai chegar a qualquer bom porto, porque a coisa está muito pior do que se admite, por razões eleitorais, e, tendo chegado ao que chegou, a única maneira de se ir "lá" está em alguém convencer os portugueses a trabalhar muito mais e muito melhor, devidamente preparados escolar e profissionalmente, pondo de parte reivindicações de toda a ordem e tendo paciência durante uns bons e largos anos. Só assim será viável tornarmo-nos viáveis.

Refere mesmo, tal como o havia já feito antes - veja-se Medina Carreira preocupado com o "rumo" de Portugal - que se o país continuar a seguir o mesmo caminho, poderá ter, em 2015, um défice do PIB à volta dos 12 por cento.(2006.03.03 SIC online)

Em resumo, o nosso problema é tão simples como isto: nunca tivemos, continuamos a não ter e não se vê que isso deixe de acontecer dinheiro para as extravagâncias que nos "enchem as medidas".

E, ou abrimos os olhos e passamos a fazer pela vida, de modo a conseguirmos, com trabalho e esforço, parcimónia nos gastos sumptuosos e estúpidos a que nos entregamos, ou não iremos a parte alguma. Até mesmo porque, como toda a gente sabe, a nossa política económica não mais é ditada em e por Portugal, como o não é em Espanha ou em qualquer outro país da UE.

Éramos cidadãos normais de um mundo normal.

Até que nos habituámos, primeiro, às regalias que nos eram facultadas pelas especiarias do Oriente, "o cravo e a canela" de que falava o poeta. Depois, essa fonte secou e andámos aos "caídos", até que nos surgiu o ouro do Brasil, com que fizemos mais umas farras loucas. Acabado também esse filão, mantivemo-nos na apagada e vil tristeza até que surgiram os fundos comunitários. E de todos eles vivemos à tripa forra, e, como a cigarra, em alegre e irresponsável forrobodó. Até que chegou a hora de ajustar contas. E por aqui nos quedamos...

Medina Carreira vai estar na RTP1, na próxima 2ª feira, em debate com o Ministro das Finanças, no "Prós e Contras".

Curioso foi também ter dito que, aquilo que ontem nos disse e mostrou, com gráficos de toda a espécie, muito acessíveis, tem tentado mostrar na TV, de forma a que todos fiquem com a noção do que REALMENTE se passa.

Nas taxativas palavras dele, porém, as TVs têm-no impedido disso, recusando-lhe espaço. Coisa que ainda desta vez não vai conseguir por prever que o debate acabe por, como sempre acontece em Portugal, nada deixar esclarecer.

Por aquilo que ontem vi e ouvi por ele explanado, estou convicto de que, como de pão para a boca, estamos a necessitar urgentemente de umas pedradas no charco e que, assim, todos teríamos a ganhar se lhe fosse dado tempo de antena suficiente e sem interrupções, para expor toda a sua posição sobre o assunto. Depois, quando fosse julgado conveniente, o mesmo deveria ser feito com o ministro da Finanças, ou com quem o governo entendesse, para dizer de sua justiça.

Todos ficaríamos a ganhar com o assunto, muito mais esclarecidos, embora eu julgue que ficaríamos - tal como eu já estou - deveras assustados com a situação a que realmente chegámos. O homem merece ser ouvido, até porque, estou crente, estamos todos a precisar mesmo de um grandíssimo e aterrorizante abanão, que nos faça acordar do torpor ignorante, estúpido e cretino em que nos têm feito andar de há muitos anos a esta parte.
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NB.- A este propósito, valerá a pena ler o que Medina Carreira publicou no blog "Grande Loja do Queijo Limiano", em 25 de Outubro de 2005, há mais de um ano, pois, sob o título No fio da navalha. Se bem que mais claro poderia ser-se levado a pensar que era impossível, o que é certo é que, falando para auditório presente e interventivo, o Professor consegue ser muito mais elucidativo. E arrepiante. Por não esconder nada.
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761. A saga continua...

Recebi o email que abaixo transcrevo.

Confesso que não me foi possível confirmar a notícia que nele se relata. Tentei, mas não consegui, por a edição online do DN tal não permitir.

O conteúdo do email aí fica. A ser verdade, a escandaleira e "sem vergonhice" não têm mesmo parança!

No 'Diário de Notícias' de 20 de Outubro de 2006, na página 4, uma notícia pequenina, escondidinha, mas muito interessante, ilustra bem as poupanças e prioridades do status quo que nos governa.

Reza a notícia que a Assembleia da República aprovou ontem em plenário o seu próprio Orçamento para 2007 e do qual faz parte uma verba total para obras de "remodelação das bancadas e sistema de ar condicionado", obras essas que importam em mais de 3 milhões de euros (cerca de 600 000 contos na moeda antiga)...

Se aqui começamos a ficar no mínimo impacientes, o pior está, no entanto, ainda para vir:

Para adaptação do sistema de votação electrónica dos deputados (sistema esse que já existe, embora tenha funcionado mal numa das últimas votações) o Estado prepara-se para gastar, pasme-se!, um milhão e cem mil euros, ou seja, 220 000 contos! Isto, por um sistema em que o deputado carrega num botão e aparece o seu voto contabilizado num quadro electrónico!

Se a sua indignação e estupefacção são tão grandes como as minhas, faça circular este e-mail. Denuncie mais este abuso escandaloso!

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Deus os abençoe! Ámen!
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quinta-feira, novembro 02, 2006

760. How beatiful kids do...


759. Grandes portugueses...





Eise-os !!!!

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Após porfiada e infrutífera busca por tudo quanto é lugarejo neste Portugal das maravilhas, em busca de grandes portugueses na categoria a que pertencem os espécimes lusos ao lado retratados, não tendo encontrado ninguém que se ajustasse ao perfil - dos grandes portugueses, não dos retratados, que desses há muito por aí... - houve que pedir socorro à imaginação para, a título de exemplo, tornar grandes estes seis.

A tarefa, embora difícil, foi plenamente conseguida e, deste modo, aí os vemos, grandes, em todo o esplendor.

Já que se estava com a mão na massa, aproveitou-se e deu-se-lhes um porte mais fino, que, aliás, lhes vai matar...

Ao menos aqui, caramba!

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terça-feira, outubro 31, 2006

758. A vergonha ou a sua falta




Quem não tem memória curta certamente que ainda se lembra da vozearia louca levantada por Sócrates e "amigos do pêto" espalhados por tudo quanto era sítio, principalmente a Comunicação Social - como não podia deixar de ser - quando, aqui há dois anos, o então ministro das Finanças, António Bagão Félix aventou a possibilidade de Portugal entregar definitivamente a Moçambique a exploração da barragem de Cahora Bassa, assim se livrando o país de um encargo astronómico, ao mesmo tempo que teria a haver, pela dita transferência, um montante que muito contribuiria para aliviar o buraco orçamental existente. (2004, Agosto/Setembro)
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Na berraria que se levantou dizia-se, então, que o que Bagão pretendia era "baixar" o déficit de forma capciosa, com mais uma "manobra de engenharia orçamental".
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José Sócrates encontra-se hoje em Moçambique. Porquê e para quê?!
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Para Portugal entregar definitivamente a Moçambique a exploração da barragem de Cahora Bassa, assim se livrando o país de um encargo astronómico, ao mesmo tempo que ficará a haver, pela dita transferência, um montante que muito contribuirá para aliviar o buraco orçamental existente. (2006, Outubro)
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Se a sem-vergonha pagasse imposto estaríamos garantidos. Livra-nos-íamos de tantos e graves problemas orçamentais e outros. Estes senhores que fingem que nos governam teriam que pagar tanto que ficariam os nossos orçamentos familiares bem mais aliviados e disponibilizados para outras coisas que não sejam o pagamento das idiotices que tanto se têm feito ao longo destes últimos 30 anos.
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Enfim!... Mais uma para um rol extensíssimo.
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757. Mapa

Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, San Marino, Vaticano, Turquia, Índia, China, Tailândia, Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Argentina, Chile, USA, México

segunda-feira, outubro 23, 2006

756. Abortando o aborto?



O que será... ou não!
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Porque nisto do tema aborto ou - mais politicamente correcto (já que aborto é duro demais e causa grave incómodo a certas capelas) - interrupção da gravidez, a despeito de muito se falar e muito se escrever, muito pouco se diz, talvez porque não convenha esclarecer, resolvi tirar-me de meus cuidados e vir à liça, para transcrever os mandamentos da actual lei penal portuguesa no que à matéria concerne, após o que emitirei um ou outro comentário que me pareça a propósito.
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Pois bem, é assim:
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CAPÍTULO II
Dos crimes contra a vida intra-uterina
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Artigo 140º
Aborto
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1 - Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer abortar é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
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2 - Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer abortar é punido com pena de prisão até 3 anos.
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3 - A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.
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Artigo 141.º
Aborto agravado
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1 - Quando do aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma ofensa à integridade física grave da mulher grávida, os limites da pena aplicável àquele que a fizer abortar são aumentados de um terço.
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2 - A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à prática de aborto punível nos termos dos nºs 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intenção lucrativa.
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Artigo 142º
Interrupção da gravidez não punível
( redacção dada pela Lei 90/97, de 30 Julho )
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1 - Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
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a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
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b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;
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c) Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, comprovadas ecograficamente ou por outro meio adequado de acordo com as leges artis, excepcionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo;
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d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas.
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2 - A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada.
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3 - O consentimento é prestado:
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a) Em documento assinado pela mulher grávida ou a seu rogo e, sempre que possível, com a antecedência mínima de 3 dias relativamente à data da intervenção; ou
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b) No caso de a mulher grávida ser menor de 16 anos ou psiquicamente incapaz, respectiva e sucessivamente, conforme os casos, pelo representante legal, por ascendente ou descendente ou, na sua falta, por quaisquer parentes da linha colateral.
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4 - Se não for possível obter o consentimento nos termos do número anterior e a efectivação da interrupção da gravidez se revestir de urgência, o médico decide em consciência face à situação, socorrendo-se, sempre que possível, do parecer de outro ou outros médicos.
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Isto é o que comina a lei penal portuguesa. Sem mais nem menos.
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Esclarecendo – ou trocando por miúdos, como se queira:
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a) Quem, com ou sem consentimento de mulher grávida, a fizer abortar, pratica crime e, como tal, será condenado;
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b) A mulher grávida que consentir no aborto ou que, por acto próprio, aborte, pratica crime e, como tal, será condenada;
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c) Porém, não é punível a interrupção da gravidez (aborto), quando feito por médico e em estabelecimento hospitalar oficial, e
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1. seja o único meio de evitar houver risco sério de morte da mulher ou grave dano irreversível, físico ou psíquico da mulher;
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2. se mostrar indicada para obstar aos perigos enunciados acima, e for realizada nas primeiras 12 semanas da gestação;
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3. se houver seguros motivos para prever que o bebé terá grave doença ou malformação congénita, desde que feita a interrupção nas primeiras 24 semanas da gravidez;
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4. no caso de o feto ser inviável, a interrupção (aborto) poderá ser feito em qualquer momento da gravidez;
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5. se a gravidez tiver resultado de violação ou de qualquer outro modo que tenha forçado a mulher, se o aborto for realizado nas primeiras 16 semanas.
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Resumindo:
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Parece estarem aqui previstas todas as circunstâncias realmente atenuantes do crime que sempre é tirar a vida a qualquer ser humano, já que, como reconhece e comina o artº 24º da Constituição da República Portuguesa,
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1 - A vida humana é inviolável
2 – Em nenhuma circunstância haverá pena de morte
(mesmo julgada e decidida por tribunal próprio e adequado, portanto com todas as garantias legítimas e legais de defesa do “arguido” a suprimir).
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As coisas estão, pois, como se deixa acima descrito. Que se pretende agora levar a referendo?
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Pois bem, apenas o seguinte:
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Que a interrupção da gravidez (aborto) se possa fazer livremente, apenas por exclusiva vontade da mulher, portanto mesmo sem necessitar de razões médicas muito graves ou de prevenir maiores males em caso de violação, até às 10 semanas, ou seja, até aos 2 meses e meio, isto é, até ao 75º dia, que é como quem diz até às 23h59m do 75º dia da gestação.
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Isto dá à mulher, a qualquer mulher, independentemente do seu grau de lucidez e de responsabilidade, um poder discricionário de vida ou de morte sobre um ser humano mais fraco do que ela, que nem os tribunais, constituídos com todos os cuidados, possuem, em Portugal e em qualquer país minimamente civilizado.
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São opções.
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O caricato (nestas questões, verdadeiramente trágico) é que se pretende que até às 10 semanas, tudo bem... aborte-se à vontade... à discrição...
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Porém, se a mulher ou alguém por ela ou com ela, se atrever a praticar o aborto às 10 semanas e 1 dia, ou seja, aos 2 meses e meio, mais um dia, isto é, ao 76º dia, que é como quem diz ao 1º minuto do 76º dia da gestação, aí, alto lá!, tem que ser severamente punida e já ninguém se revoltará com tal punição. Estará tudo legal e nos conformes...
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Dispensando-me de mais comentários, apenas direi que são opções. Socialistas, claro!
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Nem tão pouco argumentarei muito que melhor fora que os socialistas, com Sócrates à frente, ou não, deixassem as coisas estar como estão e, em alternativa, pusessem a preços convidativos, muito comparticipados, ou até mesmo gratuitos - nos casos possíveis como o do preservativo - todos os meios anticoncepcionais conhecidos. Não se fez isso com as seringas dos toxicodependentes? E não será este caso do aborto pelo menos tão grave como a questão que levou à distribuição gratuita de seringas?
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Pessoalmente, fico triste, muito acabrunhado mesmo, desiludido com o género humano em que, afinal, me insiro, mas com uma parte do qual não quero, definitivamente mesmo, ser confundido. E, evidentemente, votarei NÃO!
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Mas, aprovado que seja o referendo, se o for, e posta a hipótese em execução, tão cara a Sócrates et compagnons de route, impõe-se que se formule uma simples pergunta, ainda que um tanto longa:
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Será que alguém está convencido de boa fé que a medida fará com que baixe o número dos abortos clandestinos e que as mulheres abortivas passarão a correr para os hospitais oficiais, reclamando o desejo de tirar a vida ao filho que trazem no ventre?
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Ora levantem-se lá os ingénuos e, como tal, mostrem-se e afirmem-se. Os outros, os que sabem que tal não vai acontecer, mas que estão de má fé em todo o processo, não precisam de se dar ao incómodo de se levantarem e mostrarem-se. Sabe-se quem são, muito embora relativamente à esmagadora maioria não se lhes conheçam os nomes nem se lhes tenha alguma vez visto a face destapada.
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Toda a gente sabe que não. O aborto candestino não irá acabar, nem tão pouco baixar de número de ocorrências. E, aí, a hipocrisia do caso. Quem tem possibilidades económicas continuará a ir a Espanha e até mais longe ou ao seu clínico, particular e complacente. Quem as não tem continuará a ir à parteira da esquina. E porquê, em ambos os casos? Simplesmente por todas saberem - e, mais ainda, por no íntimo sentirem, o que é bem mais culposo - que o aborto, sem as razões muito fortes que o autorizam já, é sempre crime grave, legalmente punível ou não, mas legitima e moralmente não passível de ficar sem punição severa, razão por que há que o subtrair à punição social. Essa é mesmo a observação e certeza mais críticas que se podem fazer aos defensores da eufemística IVG.
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Este país? Estão, a cada dia que passa, a transformá-lo em algo que mais não é do que trágica ópera buffa. Sem qualquer espécie de classe, claro!
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NB.- O penúltimo parágrafo foi actualizado hoje, 28 Outubro, pelas 22,42 horas.
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segunda-feira, outubro 16, 2006

755. A namorada do "noss’primêro"


Foto "Correio da Manhã"



Hoje de manhã, logo pela manhãzinha, ainda meio ensonado, ouvi uma notícia que me intrigou.

Nela se dava conta de que “Fernanda Câncio, namorada do primeiro-ministro”, fizera não sei o quê ou estivera não sei onde ou integrara alguma coisa. Bem, o motivo por que fiquei intrigado não foi o que a senhora Câncio fez ou onde esteve ou integrou.


Presumo que não deva ter sido nada de muito relevante ou de muito grave, porque, francamente, nem me apercebi bem do que terá sido. Ora, eu, embora distraído e sem muita pachorra já para as notícias pouco assisadas que pela Comunicação Social portuguesa proliferam, não sou dos mais distraídos e costumo reter as coisas, a menos que de todo não tenham qualquer relevância, sequer gravidade. No meu entendimento, claro está!

O que me intrigou foi o “apóstrofo ou continuado” atribuído à senhora. Efectivamente, tenho visto escrito ou ouvido dizer senhora de… mulher de… companheira de… ou, no masculino, marido de… companheiro de…, enfim, uma infinidade de designações mais ou menos eufemísticas, mas confesso que, a este nível, político-governamental, digamos, é que nunca tinha topado com tão juvenil e graciosa designação. Namorada de…


Até porque, as tropelias e ingenuidades de namorados casam bem melhor com tenras idades, se bem que as não isentem de umas quantas atrevidotas brejeirices exploratórias, por vãos de escada, jardins frondosos, prainhas mal vigiadas, casas dos pais quando eles estão para fora, etc., etc., etc.., enfim, coisas próprias daquelas idades.

Claro que eu sou um tipo já perto do termo de validade – se é que já não o ultrapassei mesmo – portanto desactualizado. No entanto, sempre pensei que essa coisa de namorada de ou namorado de era mais atribuível a teenagers, se bem que nem mesmo eles, os teenagers, queiram já ser namorados, mas tão somente "andantes", ou seja, eu ando com ou ela ando com...


Logo que ultrapassada a primeira vintena de anos de vida, as designações começavam a entrar por outros caminhos. Ora, embora não sabendo que idade tem a senhora (nem lho vou perguntar, evidentemente), pensei cá para comigo que, andando o noss’primêro aí pelos fifties, a senhora dificilmente será uma teenager, e certamente nem estará disposta a andar com.

Claro que qualquer um é designado como melhor lhe calha e ninguém tem nada que meter-se de permeio (salvo seja!), mas deixem-me cá estranhar um bocado, caramba! Afinal, àquela minha qualidade acima referida há que acrescentar a não despicienda circunstância de ser da província e pouco viajado.

Portanto, nada a opor. Quem quer ser namorada/o seja lá de quem for, tem todo o direito e ninguém tem nada que se meter no assunto. Adiante, pois. Para isso é que se diz que o rectângulo é país livre.

Tenho que confessar, porém, que, se por um lado fiquei muito aliviado pelo facto de o noss’primêro ter uma namorada (duas ou três até seria melhor...), por outro deu-me para me deixar invadir por uma angústia que muito me acabrunha.

O alívio deve-se, claro, à circunstância de avaliar que, com aquela idade (a do noss’primêro, claro!), não ter namorada será, com toda a certeza, coisa bem triste e traumatizante – eu, por exemplo, nessas circunstâncias, viveria absolutamente em pânico! - e quem é que quer ser governado por um primeiro-ministro traumatizado?...

Para além disso, que já não é pouco, o meu alívio fica a dever-se à esperança de que, tendo o noss’primêro namorada, sempre haverá bem melhores hipóteses de todos os momentos em que estiver com ela, certamente em ternos “oaristos de solteiros”, serão momentos em que poderemos respirar de alívio, ainda que momentâneo, pois que talvez não disponha de tempo – nem de vontade! – para nos… tramar. E, assim, sempre as “tramações” serão distribuídas um pouco mais equitativamente. Ora agora somos nós os tramados ora agora será a senhora.

A angústia, por seu turno, resulta, da análise das possibilidades, que se digladiam, de poder acontecer que a dita namorada do noss’primêro “canse-o” em demasia... ou não.

Se não, tudo bem.

Mas se “canse-o” mesmo? Como vamos nós viver com um primeiro-ministro derreado, desfalecido, amolecido mesmo, sem a tesura que um governante daquele nível tem que apresentar em qualquer momento, sem tergiversações, pois que é absolutamente imprescindível que esteja sempre erecto, pujante, vigoroso, pronto para novas arremetidas contra o buraco do déficit e outros malefícios ainda mais maléficos que nos atormentam?

Meu Deus! A gente vê-se metido em cada uma!…

domingo, outubro 15, 2006

754. 110 anos passaram e...

Em 1896, pela pena de Guerra Junqueiro, a "coisa" era assim.

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [...]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [...]

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [...]

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos [...] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Texto obtido a partir da deferência de da Costa.

Isto, pois, em 1896.

Vislumbra, você que estas linhas lê, alguma dissimilitude com os tempos que correm, 110 anos que são passados?


é a solução que resiste!
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