Constituiu interessante estudo dos vários modos de encarar factos incontroversos da vida política nacional, o pequeno inquérito que fizemos, no sentido de saber se, como ministro dos negócios estrangeiros, Freitas do Amaral, é... (enfim, o qu'é qu'é...)
Ora, hands on aproach, vamos lá apreciar (pela rama, como deve ser, que há coisas que não podem ser levadas muito a sério, sob pena de "eles" ficarem cá fora e acabarmos nós por ser internados...):
1. mais de 1/5 das respostas considera que Freitas é mau ministro dos negócios estrangeiros, o que não surpreende porque, salvo melhor opinião – que não será melhor – é-o na verdade. E muito mau mesmo. Sócrates ainda não percebeu isso, mas vai perceber. Ou, então, percebeu mas encontra-se em período de expiação e pagamento… o que até nem lhe fará mal algum, diga-se em abono da verdade.
2. quase 14% entende que o abrangente Amaral não ministra. O que é puro engano. Ministra e bem, caramba! Cada gaffe diplomática ministrada pelo de cujus é um hino à idiossincrasia freitiana;
3. as hipóteses mais votadas são as que consideram que é o que merecemos, por castigo, e que deve ir de férias para a Papuásia. Embora não discordando completamente da primeira, sou a entender que, por muito mal que tenhamos agido, certamente que não nos comportámos tão mal assim, de forma a merecermos punição tão desumana.
In the other hand, pretender enviá-lo de férias para a Papuásia, constituindo prova iniludível de que somos gente de bem (sim, porque eu também votei nessa), já que não lhe regateamos o merecido repouso em paragens longínquas, onde mais facilmente poderá esquecer amarguras e ingratidões, é igual e contraditoriamente bem ilustrativo do egocêntrico luso espirito. Então, porque não apreciamos (sim, porque eu, relembro, também votei nessa) as suas excelsas qualidades, despachamo-lo para os confins papuasianos, na tentativa de que outros desgraçados - que nada têm que ver com a história - lhe aturem as bizantinices?
4. mais de 10% estão mais virados para a circunstância de que é o ministro que nos coube em boa sorte, por prémio, o que causa grande surpresa, pois que se saiba, se nada de muito mal fizemos, também nada de tão bom como isso praticámos, para alcançarmos semelhante prémio;
5. finalmente, há quase 7% de respostas que gostam do mne, entendendo que o homem é um bom ministro. Não há dúvida de que há gostos para tudo. O que será preciso que um ministro faça de incorrecto para que seja considerado mau? Bater na avozinha centenária e artero-esclerosada? Cuspir na sopa? Chamar nomes feios à mulher do primeiro ministro (quando a há, evidentemente)?
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sábado, abril 08, 2006
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