domingo, abril 09, 2006

728. Laocoonte ou o silenciamento da voz da precaução



O quadro é de El Greco e encontra-se na National Gallery of Art, em Washington DC



O episódio do cavalo de Tróia, a que se refere Homero na Ilíada, conta que, quando do cerco de Tróia, Laocoonte, sacerdote do deus Apolo, pressentiu o perigo que o cavalo de madeira construído pelos gregos e deixado abandonado no campo fronteiro às muralhas de Tróia representava, pelo que se opôs à ideia de o levar para o interior da cidade.

Foi então que o deus dos mares, Poseidon, afecto aos gregos, enviou duas serpentes marinhas para o calar, as quais o estrangularam e aos filhos.
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O cavalo foi levado para Tróia. O resto é conhecido.

Do episódio, para além da atitude preventiva de Laocoonte, ficou célebre igualmente a frase que terá proferido:

Timeo Danaos et dona ferentes

ou seja, ”Receio os gregos e os que fazem ofertas(sem justificação, evidentemente). O significado da expressão “presente envenenado” vai no mesmo sentido.


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O grupo escultório, que Plínio, “o velho”, atribui a três escultores da Ilha de Rhodes, é do séc. I e representa Laocoonte e os filhos atacados pelas serpentes. Pode ser visto numa das galerias do Museu do Vaticano
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