sexta-feira, julho 22, 2005

501. Pergunta auscultativa...

Façamos um pequenino exercício especulativo ( ou talvez não... ).

Se tudo o que tem sucedido em Portugal e aos portugueses, sob o ponto de vista de cargos políticos e públicos, tivesse acontecido em Espanha e aos espanhóis,

como teriam, em sua opinião,
reagido já nuestros hermanos?
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500. Tem que ser demitido já!

Bom dia!

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser convidado para ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode aceitar ser nomeado ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser nomeado ministro de estado e das finanças.

Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser empossado como ministro de estado e das finanças.

Falta-lhe, como é evidente, por ter aceite o cargo sabendo que estava naquela situação, a noção da responsabilidade cívica, da Ética, da Moral.

Falta-lhe, como é evidente, a força de quem respeita e cumpre leis, para determinar qualquer tipo de medidas de combate à corrupção, à evasão fiscal e a tantas outras necessárias à moralização pública que há que levar a efeito no país.

É o descalabro completo.

Um cidadão nestas condições, erigido em ministro de estado e das finanças (não se tratando, pois, de um simples ministro do ambiente, o que já era suficientemente grave, sublinhe-se) tem que ser imediatamente demitido.

Não colhe a "esperta" desculpa de que havia dúvidas quanto à obrigatoriedade da declaração e de que o Tribunal Constitucional nunca o notificou para o fazer. Quanto à obrigatoriedade da declaração não há dúvidas; a desculpa com o TC é uma afronta a quem tenha um mínimo de entendimento, já que - e no caso de governantes por maioria de razão - qualquer lei tem que ter força suficiente para não necessitar que o TC intervenha para que seja cumprida. A vingar a tese, onde chegaríamos?

Se não o demitir de imediato, o próprio primeiro-ministro tem que ser considerado conivente com uma situação de ilegalidade e de imoralidade cívica, e, nessa medida, responsabilizado.

Se não for demitido de imediato e se o presidente da república não obrigar o primeiro-ministro a que o faça, então terá que, na respectiva medida, ser chamado à responsabilidade também.

Ficar à espera que o Tribunal Constitucional notifique o não cumpridor para que, em um mês, cumpra o que devia ter cumprido de há cinco anos para cá e reiteradamente não cumpriu, configurando uma falta de tal gravidade?

Ficar à espera de que o Tribunal Constitucional venha dizer publicamente aquilo que toda a gente já sabe, ou seja, que o actual ministro das finanças é cidadão que não respeita, obedece e cumpre as leis da República?

Ficar à espera de quê?! Do próximo que seja apanhado em situação idêntica ou pior?

"Isto", caros concidadãos
, não pode continuar a ser uma coutada.

BASTA!
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quinta-feira, julho 21, 2005

499. Noites de insónia e alvoroço em Belém

Na cerimónia de posse de Teixeira dos Santos, novo ministro das finanças, Jorge Fernando Branco de Sampaio entrou com uma cara de fazer tremer os mais audazes. Terminado o acto, curtíssimo, saiu a toda a pressa sem mesmo dizer água vai fosse a quem fosse.

Quando os circunstantes, incluindo o empossado e seus novos amigos e camaradas, olharam em volta, já não estava.

Ist’é que vai por cá uma porra duma crise, hã, companhêro?! ?
Bocemessê cossa-le o barrigame que
cá o Galhofas dis-le o qu'é qu'ele penssa.

Consta pelos corredores de Belém que a grande arrelia de Sampaio se deve ao facto de, perante as trapalhadas do actual executivo, que se sucedem a um ritmo diário verdadeiramente alucinante, suplantando tudo quanto ao governo a que sucedeu se apontou como defeito, e igualmente perante a demissão inusitada de um Ministro de Estado e das Finanças e do Plano (não já, portanto, o mero ministro vulgar de Lineu que fez o mesmo ao anterior governo) ele, Jorge Fernando Branco de Sampaio, de sua graça, não poder agora fazer o que então fez, ou seja, dissolver o Parlamento e mandar o governo às urtigas, assim mantendo bem viva e actuante a coerência política que o caracteriza.

E não pode fazer nada porque constitucionalmente tal já não lhe é permitido.

Há mesmo quem afirme que, nas noites de Belém, se ouve lá pelos corredores um som abafado e surdo, como que o de quem arfa por tudo quanto é sítio e, cadenciadamente, sons mais audíveis e secos, que muito se assemelham a murros de desespero disparados contra paredes indefesas.

[ Depois de ter escrito o que acima fica dito, tive que interromper, para tratar de assunto mais urgente. Agora, que regresso ao tema, verifico que houve outros desenvolvimentos. Assim… ]

O que atrás ficou registado verificou-se até à tarde de hoje, poucas horas após a cerimónia de empossamento do novo ministro de Estado e das Finanças e etc. e tal. Dito de forma mais clara: até ao momento em que outras informações chegaram ao conhecimento pú
blico, pelas 17 horas.

Segundo os mesmos informantes, toda a gente está agora à espera de que, nos ditos corredores de Belém se verifique esta noite uma barulheira ensurdecedora que não deixe ninguém dormir em sossego, pois que, além do incremento dos “arfejos” e murraças nas pobres das paredes, vai haver desgarrada de sons guturais de alta estridência, completamente ininteligíveis.

Diz-se que o esperado aumento dos decibéis do desespero se ficará a dever ao furor incrivelmente inflado pela circunstância, entretanto conhecida, de o actual Ministro de Estado e das Finanças e do Plano e etc. e tal não ter vindo, como estava obrigado, a declarar rendimentos e património desde o ano de… 2000!

A propósito: Já foi ver qual é a opinião do nosso amigo Galhofas acerca deste assunto?

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quarta-feira, julho 20, 2005

498. Confesso ter cometido dois erros

Luis Campos Cunha.jpg Posted by Picasa Clique na foto, para ampliar

Os ministros também são empurrados pelas escadas abaixo...

Humildemente, venho aqui confessar dois erros que cometi. De palmatória.

1º erro - Supus que o primeiro a sair pelo seu próprio pé ou aos trambolhões, empurrado pela escada abaixo, seria o outro, o mor incontinente verbal;

2º erro - Imaginei que tal viria a acontecer lá mais para Agosto, numa altura em que desse ainda menos nas vistas.

É isso. Não se pode acertar sempre.

Questão pertinente: quanto tempo demorará o outro a seguir as pisadas deste?

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497. Autarquias em Setúbal. Outdoors e outras coisas

cartazes_setubal.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 20 Julho 2005 - Clique na imagem, para ampliar


Vendo os primeiros cartazes políticos das principais forças concorrentes às autarquias de Setúbal, bem se pode dizer que anda por aí muita falta de imaginação e mesmo verdadeiro “copianço”.

Se não, vejamos:

A Coligação Democrática Unitária-CDU uma vez mais, como de há bons anos para cá, veio pôr em evidência o embaraço que a sua “cor” lhe causa, escondendo-a a todo o custo.

Por outro lado, falha de imaginação, repete, repete, repete, um tema velho e relho, de mais de uma vintena de anos. Claro que a imaginação nem sempre está fecunda.

O Partido Socialista-PS põe no seu cartaz um candidato com um penteado esquisitíssimo (certamente que, escolhendo outra posição, ficaria bem melhor) e preenche o cartaz com tantas coisas que acaba por dispersar a mensagem.

Não contente com isso, foi “roubar” uma parte da mensagem à CDU. Não é verdade que o “novo rumo” é a mensagem preferida da CDU, em vários actos eleitorais, de há anos para cá?

Finalmente, o cartaz do Partido Social Democrata-PSD traz uma mensagem e umas cores tais, que fazem supor que o candidato se propõe a comandante da Polícia de Segurança Pública cá do burgo, muito embora fique por explicar o que significa “segurança tranquila”. A candidatura poderá ser também à presidência das Águas do Sado.

Isto, para não falar no envergonhadíssimo símbolo do partido que, de tão pequenino e encolhido, parece estar a pedir desculpa por estar ali, afrontando o logotipo da candidatura. E porquê um logotipo próprio da candidatura, se ela é do partido?


* * *

Mais se poderia apontar aos outdoors e à pouca felicidade dos mesmos. No entanto, ficaremos por aqui.

Esperemos que, quando da elaboração dos novos, a imaginação esteja mais liberta. Com mais… imaginação.

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496. A pergunta ao Governador do Banco de Portugal

Como foi já anteriormente anunciado, Cidadania em Acção - movimento cívico - apresentou, em 4 do corrente, uma pergunta ao Governador do Banco de Portugal, Dr. Vítor Constâncio.

Dos resultados da iniciativa se dá conta
aqui.
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terça-feira, julho 19, 2005

495. Ainda os aeroportos de Málaga e de Lisboa

com mais pormenor
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Fonte: Rui Rodrigues www.maquinistas.org Público, 21 Março 2005
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segunda-feira, julho 18, 2005

494. A edificante história de 2 aeroportos

Um amigo, António Alves, sempre atento a estas coisas, teve a amabilidade de enviar-me um quadro muito interessante.
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Porque se trata de algo que fala por si, dispenso-me de alinhar qualquer tipo de comentário.
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Eis o quadro:
Aeroportos em questão

MÁLAGA...... ......LISBOA

Áreas

320 hectares...

...520 hectares

Pistas

1 pista...

...2 pistas

Tráfego (2004)

12 milhões de passageiros...

...10,7 milhões de passageiros


Taxa de crescimento (ao ano)

7% a 8%...

...4,5%

Soluções para o aumento de capacidade

1 novo terminal com investimento de 191 milhões de euros, com capacidade para 20 milhões de passageiros/ano, continuando a 8 Km da cidade e só com 1 pista

1 novo aeroporto com investimento de 3.000 a 5.000 milhões de euros, situado a 40Km da cidade.

493. Entardecer em Setúbal

setubal_ajunqueiro_b_17072005.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 2005 - clique na foto, para ampliar

Ao entardecer, contra luz no Arco da Rua Arroches Junqueiro.
Ao fundo, a sempre presente Arrábida.
Nela assolapada, a sempre destrutiva Sécil
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sábado, julho 16, 2005

492. Setúbal - uma vista aérea

setubal01a.jpg Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Julho2001 - Clique na foto, para ampliar

A baixa de Setúbal, um trecho da baía e Tróia (8h am)
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sexta-feira, julho 15, 2005

491. Cidadania em Acção e O Independente de hoje

Dias atrás e acerca de determinado assunto, o movimento cívico Cidadania em Acção questionou uma certa personalidade pública e política portuguesa, actualmente exercendo cargo de alta responsabilidade no país.

Acontece que, por casualidade, na sua edição de hoje, o semanário O Independente abordou o mesmo tema.

Por essa razão, embora não quebrando o sigilo a que voluntariamente se obrigou, Cidadania em Acção veio prestar um esclarecimento que, em face das circunstâncias, se impunha.

Dele poderá inteirar-se
aqui.
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490. Repouso ao entardecer

DSCF0010.JPG Posted by Picasa (c) 2004 Ruvasa - clique na foto, para ampliar

Repousando, ao entardecer
Setúbal. Recanto da baía e uma ponta da Arrábida
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489. Reflexão matinal... alheia (21)

O riso é a mais útil forma de crítica,
porque é a mais acessível à multidão.
Eça de Queirós

quinta-feira, julho 14, 2005

488. Mais um envio e também… um apelo

Cidadania em acção enviou mais três questionários e um apelo que espera seja ouvido e correspondido...
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quarta-feira, julho 13, 2005

487. Aí está a solução !

Agora que surgiu a notícia de que o Sport Lisboa e Benfica vai vender o nome do seu estádio, parece descoberta a solução milagreira para resolver os problemas económicos e orçamentais portugueses.

Por que se espera, então, agora que o futebol, uma vez mais, aponta ao país o caminho certo?

Atão,cumpadre?! Tou a ver qu’hoije a sua patroua s’alevantou dos lenssóis toda galhofêra, hã?
Bocemessê cossa-me o barrigame e eu digo-le o qu'é qu'eu pensso.

Ponha-se lá à venda o nome do rectângulo, caramba!

Então, se o SLB, que é uma nação imensa, pode vender o nome da sua casa, por razões económicas ou dificuldades de tesouraria, por que diabo é que não pode Portugal, país pequeno e modesto, fazer o mesmo?

Leiloa-se a possibilidade de dar um nome diverso do actual ao poligonal canteiro e, quem mais oferecer, ficará autorizado rebaptizá-lo mais a seu jeito.

Entretanto, aqui ficam pequenas sugestões para o futuro nome:

1. O país do vinho tinto (se em chinês Portugal significa "o país das uvas"… sempre será um pequenino avanço);
2. O país do deficit crónico;
3. O país sem remédio, ou, em toque cosmopolita,no medicine country”;
4. O país da treta contínua.

Sei lá que mais! As possibilidades são infindas!

Que tal se, em vez de portugueses, passarmos a ser mundialmente célebres e universalmente celebrados como:

a) os amigos do tintol;
b) os crónicos deficitários;
c) no medicine people; ou
d) os tipos das tretas sem fim?

Fabulástico! – como diz, com graça, a Sulista!

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terça-feira, julho 12, 2005

486. "Cidadania em acção" - recebida a 1ª resposta

Foi hoje recebida a primeira resposta a um tipo de questionário que em devido tempo o cidadania em acção enviou a vários políticos.
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485. Cristo na Catedral de Buenos Aires.

DSCF0045.JPG Posted by Picasa (c) Isabel Valle Santos Nov'04 - Click na foto, para ampliar

Cristo na Catedral de Buenos Aires
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484. "Cidadania em acção". Mais 3 questionários

Mais três questionários foram enviados aos respectivos destinatários.
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segunda-feira, julho 11, 2005

483. Velas arrostando medos na bruma

velas2_mjlopes.jpg Posted by Picasa (c) Julho 2005 Maria João Lopes - Clique na foto, para ampliar

Velas arrostando medos na bruma
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482. Lijiang e a cultura e tradições Naxi

rua ao amanhecer.jpg Posted by Picasa (c) QT Luong / Galleria.com - clique na foto, para ampliar



Acabo de assistir, no canal Odisseia, a um programa acerca da cidade de Lijiang (pronuncia-se lee-zhong), na província chinesa de Yunnan, perto da fronteira tibetana.

Trata-se de uma região de extrema beleza e o programa, debruçando-se sobre os aspectos paisagísticos e sobre o povo Naxi, sua cultura e tradições, é de excelente qualidade.

Fica-nos a vontade imensa de arrancar de imediato para lá.

Uma enorme lição, porém, se retira, de forma mais marcante, de tudo o que se vê e ouve, mesmo do que se intui.

Um povo, qualquer povo, que perca elementos fundamentais da sua cultura, que deixe cair as suas tradições, perderá a sua memória colectiva. Passará a viver apenas no e para
o presente. Esquecendo o passado, fica sem referências para o futuro.

A chamada civilização ocidental tem estado a perder esses elementos fundamentais, constitutivos e aglutinadores das comunidades humanas. É um desperdício, um verdadeiro, lamentável e irrecuperável desperdício o que assim vem acontecendo.

O povo Naxi, pelo contrário, continua a manter bem vivo o verdadeiro espírito de auto-preservação.

A razão é sua. Nós estamos profundamente errados.

domingo, julho 10, 2005

481. Late afternoon thought... (lxxxiv)

Resiste à tentação de seres muito conciso,
para que não acabes impreciso
Ruvasa
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sábado, julho 09, 2005

480. Alberto João, a idiossincrasia e a circunstância

Ciclicamente, Alberto João diz umas coisas. De forma truculenta. Por vezes, bem para além da truculência.

Ciclicamente, há um carregamento de palletes de gente que se “horroriza” com os “jardinísticos” discursos, desatando a gritar por aqui d’el rei, que o homem fez e aconteceu e é preciso isto e mais aquilo.

Ciclicamente, fico pasmado com tudo isto. Palavra que fico!

Com tudo e todos, mas não com Alberto João. Apenas com os restantes e o resto.

Toda a gente com um mínimo de conhecimentos e de experiência de vida sabe que pessoas com a idiossincrasia e a circunstância de Alberto João são frequentemente acometidas de irreprimível necessidade de dizer a sua verdade, seja lá como for, dentro das conveniências ou fora delas.

Assim, sendo Alberto João produto da sua própria idiossincrasia, a que se alia a circunstância que o enforma, nenhuma das suas afirmações deveria causar qualquer espanto ou indignação.

São pessoas com a idiossincrasia de Alberto João e mergulhadas na sua circunstância que, por via de regra, dizem aquilo que é a sua verdade, aquilo que é a verdade de muita gente, a verdade, aliás, de quase toda a gente, mas que apenas Alberto João, a sua idiossincrasia e a circunstância envolvente estão "autorizados" a proclamar, ainda que em alta grita e em horários curiosos.

Porquê tanto incómodo?


Só se for pelo facto de a verdade revelada de Alberto João, a que é também a escondida verdade de todos, se revelar demasiadamente incómoda…

Será que, depois deste esforço tamanho, consegui fazer entender o meu ponto de vista?

479. A vingança dos cafés

Os mais antigos de nós certamente que se recordam de, em tempos mais ou menos recuados, Lisboa – e muitas outras localidades do País – ter inúmeros cafés, centros de convívio, tertúlia dos portugueses.

Depois, outros valores vieram antepor-se e os coitados dos cafés, foram-se na voragem de tudo transformar em bancos ou suas agências e sucursais… houvesse ou não dinheiro para lá guardar.

Aconteceu em Lisboa, com cafés de grande nomeada, como o “Martinho”, junto do Teatro Nacional D. Maria e tantíssimos outros. Aconteceu em inúmeras outras localidades do País. Foi triste, foi mesmo desolador.

Pois bem, sabem que, pelo menos em Setúbal, os cafés estão a começar a vingar-se… e bem?

Acontece que estão a tomar conta do que antes eram agências de bancos.


A vida é uma nora ou não é? Alcatruz em cima, alcatruz em baixo…
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sexta-feira, julho 08, 2005

quinta-feira, julho 07, 2005

477. Terror em Londres

Sob o título acima, publica Nuno Guerreiro no blog Rua da Judiaria, um post cuja leitura aconselho vivamente.

Através da entrevista a Omar Bakri Mohammed, o sheik autoproclamado Líder do Londonistão e Teórico da Al-Qaeda na Europa, que Nuno Guerreiro transcreve em parte, se compreende a inevitabilidade dos atentados ocorridos esta manhã em Londres.

Mas não apenas isso...
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476. A estranha sensação do Prof. Justino

O Prof. David Justino contou-nos hoje, no 4R - Quarta República, uma estranha sensação que teve.

Consistia ela no seguinte:

Enquanto cotejo na “net” as imagens de Londres ainda atónita e chocada pelos atentados terroristas, continuo a ouvir pela rádio as acusações banais e mesquinhas do debate entre o Governo e a Oposição.

Eles estão a falar para quem?


Os nossos deputados conseguem associar o silêncio resignado perante o horror ao vazio banalizado do debate político inconsequente.

Que estranha sensação.

Concordando com ele, comentei, então, esse post, como segue:

É, sim, Prof. Justino.

Os nossos políticos conseguem viver completamente fora deste mundo, num cyberespaço irreal, mirabolante, só deles. Só isso explica tantas coisas abstrusas a que por aí vamos assistindo.

Se me permite, mais do que estranha, a sensação é de horror! Tanto autismo não augura seja o que for de bom, de construtivo, que empolgue a sociedade portuguesa. Muito pelo contrário, contém em si um gérmen de incapacidade e, pior, de auto-destruição colectiva.

Talvez seja uma opinião muito pessimista, mas entrevejo apenas uma solução: a da total substituição destes "velhos" políticos, que nada mais são capazes de aprender, nem sequer com os próprios erros - o que é sintomático! - por outra geração que irá cometer muitas burrices, é certo e como é lógico que aconteça, mas que - resta-nos essa esperança - com elas aprenderá.

Porque serão novos. Gente velha, de mentalidade, que não de cronologia, não aprende línguas, nem se reestrutura, pelo que o melhor a fazer será deixá-los ir para a reforma, mesmo que dourada, porque tal situação será menos lesiva dos interesses gerais.

Cumprimentos

Ruben Valle Santos

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Creiam! Por vezes sou assaltado por uma enorme vontade de chorar. Desconsoladamente... E não pode ser. Tenho quase 63 anos de idade, porra!
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475. Amanhã haverá mais

Amanhã seguirão mais questionários do cidadania e acção para os seus destinos.
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474. Quem vai seguir-se?

Sim, quem vai seguir-se neste cortejo de horrores?

Bem, nós, como os franceses e os alemães, estaremos safos, com toda a certeza.

Os "apoiantes" destes simpáticos autores de actos tão belos de solidariedade humana que por cá pulularam sempre, livraram-nos de qualquer ameaça.

A cobardia p'ráfrentex é que salvará o Mundo...

Obrigado por isso.
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473. Setúbal, cidade e concelho que todos maltratam

set_cais_auto.jpg Posted by Picasa (c) Ruvasa 2000 - Click na imagem, para ampliar

Este é o cais para automóveis, implantado há uns 15 anos em plena baixa da cidade de Setúbal.
Um crime inominável!
Serve para importar e exportar carros. Apenas e tão só. Nada obstava a que fosse desviado para uns 10 quilómetros a montante, no Sado, para perto da actual Lisnave, onde não afrontaria os setubalenses. Nem problemas de calado dos navios poderiam ser alegados, já que os petroleiros chegam sem problemas mais acima, à Mitrena.
Mas não. Preferiu-se esta aberração, assim se barrando, de forma irremediável, o acesso dos setubalenses à sua encantadora baía.
Ninguém, absolutamente ninguém, pediu a quem quer que fosse que respondesse pela responsabilidade deste atentado.
A obra é da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra. No entanto, nem os responsáveis pela Câmara Municipal tugiram ou mugiram.
Se fosse hoje, posso garantir que o ouro não teria sido entregue ao bandido da forma pacífica que foi. Na altura, porém, não havia blogs nem movimentos cívicos. Apenas apatia. Temos, pois, o que merecemos. Uns, mais do que outros, claro.
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* * *

A propósito do que escrevi no post A Secil e espertezas saloias, o blogamigo Azurara pôs-me a seguinte questão:

“Isso é assim tão bera? Por vezes vou a Setúbal e a Tróia e não me apercebo”.

Mister é, pois, que lhe responda, o mais esclarecedoramente possível.

É. Infelizmente é, caro Azurara!

Setúbal, é, na verdade, a cidade que todos maltratam. Os de fora e os da casa. Os de fora terão talvez alguma desculpa: não lhes dói. Para os da casa, não há desculpa possível. Cometem autênticos matricídios.

Como se já não nos bastasse apanharmos, por toda a cidade, com os cheiretes sufocantes da Portucel, sempre que o tecto de nuvens está baixo, tiraram-nos o direito a uma avenida - sequer um mísero passeio - marginal, um ponto de reunião de setubalenses, porque o porto que “saiu” de Lisboa - para dar lugar às "Docas" e outros locais de lazer, onde os lisboetas podem aliviar o stress – “foi transferido” PARA DENTRO da cidade de Setúbal, cortando cerce a possibilidade de o inexistente acesso dos setubalenses à sua extraordinária baía pudesse ter algum remédio. Como se não merecêssemos as benesses que a Natureza nos concedeu. E daí… talvez que não mereçamos mesmo.

Antes de vir para cá, vivi em várias terras nascidas na borda d'água. Todas elas viradas para os seus espelhos aquáticos. Água é vida, como se sabe. Tanto material como espiritualmente falando.
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Em Setúbal, tiram-nos a vida. Porque Setúbal é a única terra que conheço, em Portugal e por todo esse mundo fora, em que os cidadãos vivem de costas voltadas para a excepcional baía de que dispõem, desprezando-a. Melhor dito, sendo obrigados a desprezá-la, por força de incompetência assassina e arrogância cretina de alguns e omissões não menos fatais de outros.

Como se esta desgraça não bastasse, temos ainda a Secil a paulatinamente desmantelar a serra da Arrábida, deitando-a abaixo e destruindo um património vegetal, único no mundo, vindo do período jurássico.

E, depois, vêm as acções de marketing, de engana papalvos.

Imagine-se que, há cerca de um ano, a cimenteira afixou cartazes dando a boa nova de que já tinha plantado cerca de um 900 mil de árvores, para compensar o incomensurável estrago que tem vindo a fazer. E que ia continuar, dizia-se no “simpático” cartaz. E, se há um ano era já de cerca de 1 milhão o número de árvores plantadas, agora deve andar pelos dois, sei eu lá, talvez 3 milhões!

Mas só podem ter sido bonzais. Sim, a Secil só pode ter plantado bonzais. E muito bebés. E plantados em grutas muito fundas e ainda mais remotas, bem escondidas de todos.

É que ninguém os viu, ninguém os vê. Presume-se mesmo que ninguém jamais os verá. Um milhão de árvores – mesmo bonzais... e bebés - forçosamente que tem que se ver. E ninguém viu!... Ora, a cidade de Setúbal e o seu concelho não são habitados por 150 mil invisuais, com toda a certeza…

Perdão, ninguém os vê, não será, quiçá, a frase mais adequada. Talvez o "nosso primeiro" tenha visto algum... perdão, alguma... O quê?! Bonzai, claro! Árvore, evidentemente!

Para finalizar, como se tudo isto já não bastasse, querem ainda fazer de Setúbal, das faldas da Arrábida, um forno crematório de detritos de urbes várias. Deus nos valha, Deus nos valha, porque só Ele pode fazê-lo!
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De modo que, amigo Azurara, quando cá voltar, não se esqueça: contacte-me que terei o maior desprazer em mostrar-lhe estas misérias a que ninguém se decide a pôr termo e, pelo contrário, todos parecem apostar em tornar mais... miseráveis.

Nota: - Talvez que hoje eu esteja um tanto pessimista e amargo. Por norma, sou optimista, mas, desde ontem à noite, altura em que tomei conhecimento de algumas insuspeitadas infelicidades, fiquei – confesso – extremamente desconsolado e descrente da capacidade de os setubalenses darem ao concelho a volta de que ele tanto precisa. Pelos vistos, não há remédio possível para esta tão maltratada cidade, para este tão vilipendiado concelho.

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quarta-feira, julho 06, 2005

472. A Secil e espertezas saloias

2004Ago11 010.JPG Posted by Picasa Ruvasa (c) 2004 - Click na foto, para ampliar

Tróia na neblina, vista do alto da Arrábida.
São imagens destas - e outras - que a Secil não sossega enquanto não destruir...
...e vão-na deixando!
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O pior é que não há marketing, por muito bem feito que seja, que consiga apagar os efeitos funestos que os seus agentes e pagadores causam no ambiente de uma das zonas de maior beleza do País, que à outrance devia ser defendida.
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Imagine-se este contra-senso, este verdadeiro atentado não apenas à Natureza, como às populações e sua capacidade de inteligir:
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No Parque Natural da Arrábida não se dá autorização para se construir uma pousada, um centro de lazer, devidamente vigiados e controlados. No entanto, continua a permitir-se que actue impunemente uma cimenteira a fazer os estragos que se sabem e até os que nunca chegarão a saber-se.
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E cada vez mais, senhores, cada vez mais!
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Agora também por obra e graça do "nosso primeiro" que continua na senda do ministro do ambiente de António Guterres.
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Depois, vêm-nos com marketings canecenses. De enganar tolos. Mas, quer saber uma boa? Há tolos que vão mesmo no engodo. Ou para tal são aliciados, sabe-se lá!...
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Este país tem actos de autêntica ópera bufa!... Mas há cantantes que, mais tarde ou mais cedo, terão que sair pela esquerda baixa, em desarvorada e pouco digna correria.
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