Se tudo o que tem sucedido em Portugal e aos portugueses, sob o ponto de vista de cargos políticos e públicos, tivesse acontecido em Espanha e aos espanhóis,
sexta-feira, julho 22, 2005
501. Pergunta auscultativa...
Se tudo o que tem sucedido em Portugal e aos portugueses, sob o ponto de vista de cargos políticos e públicos, tivesse acontecido em Espanha e aos espanhóis,
500. Tem que ser demitido já!
Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser convidado para ministro de estado e das finanças.
Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode aceitar ser nomeado ministro de estado e das finanças.
Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser nomeado ministro de estado e das finanças.
Um cidadão que, durante 5-longos anos-5, se subtrai ao cumprimento de lei que visa prevenir casos de corrupção e de enriquecimento sem causa, não pode ser empossado como ministro de estado e das finanças.
Falta-lhe, como é evidente, por ter aceite o cargo sabendo que estava naquela situação, a noção da responsabilidade cívica, da Ética, da Moral.
Falta-lhe, como é evidente, a força de quem respeita e cumpre leis, para determinar qualquer tipo de medidas de combate à corrupção, à evasão fiscal e a tantas outras necessárias à moralização pública que há que levar a efeito no país.
É o descalabro completo.
Um cidadão nestas condições, erigido em ministro de estado e das finanças (não se tratando, pois, de um simples ministro do ambiente, o que já era suficientemente grave, sublinhe-se) tem que ser imediatamente demitido.
Não colhe a "esperta" desculpa de que havia dúvidas quanto à obrigatoriedade da declaração e de que o Tribunal Constitucional nunca o notificou para o fazer. Quanto à obrigatoriedade da declaração não há dúvidas; a desculpa com o TC é uma afronta a quem tenha um mínimo de entendimento, já que - e no caso de governantes por maioria de razão - qualquer lei tem que ter força suficiente para não necessitar que o TC intervenha para que seja cumprida. A vingar a tese, onde chegaríamos?
Se não o demitir de imediato, o próprio primeiro-ministro tem que ser considerado conivente com uma situação de ilegalidade e de imoralidade cívica, e, nessa medida, responsabilizado.
Se não for demitido de imediato e se o presidente da república não obrigar o primeiro-ministro a que o faça, então terá que, na respectiva medida, ser chamado à responsabilidade também.
Ficar à espera que o Tribunal Constitucional notifique o não cumpridor para que, em um mês, cumpra o que devia ter cumprido de há cinco anos para cá e reiteradamente não cumpriu, configurando uma falta de tal gravidade?
Ficar à espera de que o Tribunal Constitucional venha dizer publicamente aquilo que toda a gente já sabe, ou seja, que o actual ministro das finanças é cidadão que não respeita, obedece e cumpre as leis da República?
Ficar à espera de quê?! Do próximo que seja apanhado em situação idêntica ou pior?
"Isto", caros concidadãos, não pode continuar a ser uma coutada.
BASTA!
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quinta-feira, julho 21, 2005
499. Noites de insónia e alvoroço em Belém
Na cerimónia de posse de Teixeira dos Santos, novo ministro das finanças, Jorge Fernando Branco de Sampaio entrou com uma cara de fazer tremer os mais audazes. Terminado o acto, curtíssimo, saiu a toda a pressa sem mesmo dizer água vai fosse a quem fosse. | ![]() |
Consta pelos corredores de Belém que a grande arrelia de Sampaio se deve ao facto de, perante as trapalhadas do actual executivo, que se sucedem a um ritmo diário verdadeiramente alucinante, suplantando tudo quanto ao governo a que sucedeu se apontou como defeito, e igualmente perante a demissão inusitada de um Ministro de Estado e das Finanças e do Plano (não já, portanto, o mero ministro vulgar de Lineu que fez o mesmo ao anterior governo) ele, Jorge Fernando Branco de Sampaio, de sua graça, não poder agora fazer o que então fez, ou seja, dissolver o Parlamento e mandar o governo às urtigas, assim mantendo bem viva e actuante a coerência política que o caracteriza.
E não pode fazer nada porque constitucionalmente tal já não lhe é permitido.
Há mesmo quem afirme que, nas noites de Belém, se ouve lá pelos corredores um som abafado e surdo, como que o de quem arfa por tudo quanto é sítio e, cadenciadamente, sons mais audíveis e secos, que muito se assemelham a murros de desespero disparados contra paredes indefesas.
[ Depois de ter escrito o que acima fica dito, tive que interromper, para tratar de assunto mais urgente. Agora, que regresso ao tema, verifico que houve outros desenvolvimentos. Assim… ]
O que atrás ficou registado verificou-se até à tarde de hoje, poucas horas após a cerimónia de empossamento do novo ministro de Estado e das Finanças e etc. e tal. Dito de forma mais clara: até ao momento em que outras informações chegaram ao conhecimento público, pelas 17 horas.
Segundo os mesmos informantes, toda a gente está agora à espera de que, nos ditos corredores de Belém se verifique esta noite uma barulheira ensurdecedora que não deixe ninguém dormir em sossego, pois que, além do incremento dos “arfejos” e murraças nas pobres das paredes, vai haver desgarrada de sons guturais de alta estridência, completamente ininteligíveis.
Diz-se que o esperado aumento dos decibéis do desespero se ficará a dever ao furor incrivelmente inflado pela circunstância, entretanto conhecida, de o actual Ministro de Estado e das Finanças e do Plano e etc. e tal não ter vindo, como estava obrigado, a declarar rendimentos e património desde o ano de… 2000!
A propósito: Já foi ver qual é a opinião do nosso amigo Galhofas acerca deste assunto?
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quarta-feira, julho 20, 2005
498. Confesso ter cometido dois erros
Luis Campos Cunha.jpg Clique na foto, para ampliar
Os ministros também são empurrados pelas escadas abaixo...
Humildemente, venho aqui confessar dois erros que cometi. De palmatória.
1º erro - Supus que o primeiro a sair pelo seu próprio pé ou aos trambolhões, empurrado pela escada abaixo, seria o outro, o mor incontinente verbal;
2º erro - Imaginei que tal viria a acontecer lá mais para Agosto, numa altura em que desse ainda menos nas vistas.
É isso. Não se pode acertar sempre.
Questão pertinente: quanto tempo demorará o outro a seguir as pisadas deste?
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497. Autarquias em Setúbal. Outdoors e outras coisas

Vendo os primeiros cartazes políticos das principais forças concorrentes às autarquias de Setúbal, bem se pode dizer que anda por aí muita falta de imaginação e mesmo verdadeiro “copianço”.
Se não, vejamos:
A Coligação Democrática Unitária-CDU uma vez mais, como de há bons anos para cá, veio pôr em evidência o embaraço que a sua “cor” lhe causa, escondendo-a a todo o custo.
Por outro lado, falha de imaginação, repete, repete, repete, um tema velho e relho, de mais de uma vintena de anos. Claro que a imaginação nem sempre está fecunda.
O Partido Socialista-PS põe no seu cartaz um candidato com um penteado esquisitíssimo (certamente que, escolhendo outra posição, ficaria bem melhor) e preenche o cartaz com tantas coisas que acaba por dispersar a mensagem.
Não contente com isso, foi “roubar” uma parte da mensagem à CDU. Não é verdade que o “novo rumo” é a mensagem preferida da CDU, em vários actos eleitorais, de há anos para cá?
Finalmente, o cartaz do Partido Social Democrata-PSD traz uma mensagem e umas cores tais, que fazem supor que o candidato se propõe a comandante da Polícia de Segurança Pública cá do burgo, muito embora fique por explicar o que significa “segurança tranquila”. A candidatura poderá ser também à presidência das Águas do Sado.
Isto, para não falar no envergonhadíssimo símbolo do partido que, de tão pequenino e encolhido, parece estar a pedir desculpa por estar ali, afrontando o logotipo da candidatura. E porquê um logotipo próprio da candidatura, se ela é do partido?
* * *
Mais se poderia apontar aos outdoors e à pouca felicidade dos mesmos. No entanto, ficaremos por aqui.
Esperemos que, quando da elaboração dos novos, a imaginação esteja mais liberta. Com mais… imaginação.
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496. A pergunta ao Governador do Banco de Portugal
Dos resultados da iniciativa se dá conta aqui.
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terça-feira, julho 19, 2005
segunda-feira, julho 18, 2005
494. A edificante história de 2 aeroportos
320 hectares... | ...520 hectares |
Pistas
1 pista... | ...2 pistas |
Tráfego (2004)
12 milhões de passageiros... | ...10,7 milhões de passageiros |
Taxa de crescimento (ao ano)
7% a 8%... | ...4,5% |
Soluções para o aumento de capacidade
1 novo terminal com investimento de 191 milhões de euros, com capacidade para 20 milhões de passageiros/ano, continuando a 8 Km da cidade e só com 1 pista | 1 novo aeroporto com investimento de 3.000 a 5.000 milhões de euros, situado a 40Km da cidade. |
493. Entardecer em Setúbal
sábado, julho 16, 2005
492. Setúbal - uma vista aérea
sexta-feira, julho 15, 2005
491. Cidadania em Acção e O Independente de hoje
Acontece que, por casualidade, na sua edição de hoje, o semanário O Independente abordou o mesmo tema.
Por essa razão, embora não quebrando o sigilo a que voluntariamente se obrigou, Cidadania em Acção veio prestar um esclarecimento que, em face das circunstâncias, se impunha.
Dele poderá inteirar-se aqui.
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490. Repouso ao entardecer
489. Reflexão matinal... alheia (21)
quinta-feira, julho 14, 2005
488. Mais um envio e também… um apelo
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quarta-feira, julho 13, 2005
487. Aí está a solução !
Agora que surgiu a notícia de que o Sport Lisboa e Benfica vai vender o nome do seu estádio, parece descoberta a solução milagreira para resolver os problemas económicos e orçamentais portugueses. | ![]() |
Ponha-se lá à venda o nome do rectângulo, caramba!
Então, se o SLB, que é uma nação imensa, pode vender o nome da sua casa, por razões económicas ou dificuldades de tesouraria, por que diabo é que não pode Portugal, país pequeno e modesto, fazer o mesmo?
Leiloa-se a possibilidade de dar um nome diverso do actual ao poligonal canteiro e, quem mais oferecer, ficará autorizado rebaptizá-lo mais a seu jeito.
Entretanto, aqui ficam pequenas sugestões para o futuro nome:
1. O país do vinho tinto (se em chinês Portugal significa "o país das uvas"… sempre será um pequenino avanço);
2. O país do deficit crónico;
3. O país sem remédio, ou, em toque cosmopolita, “no medicine country”;
4. O país da treta contínua.
Sei lá que mais! As possibilidades são infindas!
Que tal se, em vez de portugueses, passarmos a ser mundialmente célebres e universalmente celebrados como:
a) os amigos do tintol;
b) os crónicos deficitários;
c) no medicine people; ou
d) os tipos das tretas sem fim?
Fabulástico! – como diz, com graça, a Sulista!
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terça-feira, julho 12, 2005
486. "Cidadania em acção" - recebida a 1ª resposta
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485. Cristo na Catedral de Buenos Aires.
segunda-feira, julho 11, 2005
483. Velas arrostando medos na bruma
482. Lijiang e a cultura e tradições Naxi
rua ao amanhecer.jpg (c) QT Luong / Galleria.com - clique na foto, para ampliar
Acabo de assistir, no canal Odisseia, a um programa acerca da cidade de Lijiang (pronuncia-se lee-zhong), na província chinesa de Yunnan, perto da fronteira tibetana.
Trata-se de uma região de extrema beleza e o programa, debruçando-se sobre os aspectos paisagísticos e sobre o povo Naxi, sua cultura e tradições, é de excelente qualidade.
Fica-nos a vontade imensa de arrancar de imediato para lá.
Uma enorme lição, porém, se retira, de forma mais marcante, de tudo o que se vê e ouve, mesmo do que se intui.
Um povo, qualquer povo, que perca elementos fundamentais da sua cultura, que deixe cair as suas tradições, perderá a sua memória colectiva. Passará a viver apenas no e para o presente. Esquecendo o passado, fica sem referências para o futuro.
A chamada civilização ocidental tem estado a perder esses elementos fundamentais, constitutivos e aglutinadores das comunidades humanas. É um desperdício, um verdadeiro, lamentável e irrecuperável desperdício o que assim vem acontecendo.
O povo Naxi, pelo contrário, continua a manter bem vivo o verdadeiro espírito de auto-preservação.
A razão é sua. Nós estamos profundamente errados.
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domingo, julho 10, 2005
481. Late afternoon thought... (lxxxiv)
para que não acabes impreciso
Ruvasa
sábado, julho 09, 2005
480. Alberto João, a idiossincrasia e a circunstância
Ciclicamente, há um carregamento de palletes de gente que se “horroriza” com os “jardinísticos” discursos, desatando a gritar por aqui d’el rei, que o homem fez e aconteceu e é preciso isto e mais aquilo.
Ciclicamente, fico pasmado com tudo isto. Palavra que fico!
Com tudo e todos, mas não com Alberto João. Apenas com os restantes e o resto.
Toda a gente com um mínimo de conhecimentos e de experiência de vida sabe que pessoas com a idiossincrasia e a circunstância de Alberto João são frequentemente acometidas de irreprimível necessidade de dizer a sua verdade, seja lá como for, dentro das conveniências ou fora delas.
Assim, sendo Alberto João produto da sua própria idiossincrasia, a que se alia a circunstância que o enforma, nenhuma das suas afirmações deveria causar qualquer espanto ou indignação.
São pessoas com a idiossincrasia de Alberto João e mergulhadas na sua circunstância que, por via de regra, dizem aquilo que é a sua verdade, aquilo que é a verdade de muita gente, a verdade, aliás, de quase toda a gente, mas que apenas Alberto João, a sua idiossincrasia e a circunstância envolvente estão "autorizados" a proclamar, ainda que em alta grita e em horários curiosos.
Porquê tanto incómodo?
Só se for pelo facto de a verdade revelada de Alberto João, a que é também a escondida verdade de todos, se revelar demasiadamente incómoda…
Será que, depois deste esforço tamanho, consegui fazer entender o meu ponto de vista?
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479. A vingança dos cafés
Depois, outros valores vieram antepor-se e os coitados dos cafés, foram-se na voragem de tudo transformar em bancos ou suas agências e sucursais… houvesse ou não dinheiro para lá guardar.
Aconteceu em Lisboa, com cafés de grande nomeada, como o “Martinho”, junto do Teatro Nacional D. Maria e tantíssimos outros. Aconteceu em inúmeras outras localidades do País. Foi triste, foi mesmo desolador.
Pois bem, sabem que, pelo menos em Setúbal, os cafés estão a começar a vingar-se… e bem?
Acontece que estão a tomar conta do que antes eram agências de bancos.
A vida é uma nora ou não é? Alcatruz em cima, alcatruz em baixo…
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sexta-feira, julho 08, 2005
quinta-feira, julho 07, 2005
477. Terror em Londres
Através da entrevista a Omar Bakri Mohammed, o sheik autoproclamado Líder do Londonistão e Teórico da Al-Qaeda na Europa, que Nuno Guerreiro transcreve em parte, se compreende a inevitabilidade dos atentados ocorridos esta manhã em Londres.
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Mas não apenas isso...
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476. A estranha sensação do Prof. Justino
Consistia ela no seguinte:
Enquanto cotejo na “net” as imagens de Londres ainda atónita e chocada pelos atentados terroristas, continuo a ouvir pela rádio as acusações banais e mesquinhas do debate entre o Governo e a Oposição.
Eles estão a falar para quem?
Os nossos deputados conseguem associar o silêncio resignado perante o horror ao vazio banalizado do debate político inconsequente.
Que estranha sensação.
Concordando com ele, comentei, então, esse post, como segue:
É, sim, Prof. Justino.
Os nossos políticos conseguem viver completamente fora deste mundo, num cyberespaço irreal, mirabolante, só deles. Só isso explica tantas coisas abstrusas a que por aí vamos assistindo.
Se me permite, mais do que estranha, a sensação é de horror! Tanto autismo não augura seja o que for de bom, de construtivo, que empolgue a sociedade portuguesa. Muito pelo contrário, contém em si um gérmen de incapacidade e, pior, de auto-destruição colectiva.
Talvez seja uma opinião muito pessimista, mas entrevejo apenas uma solução: a da total substituição destes "velhos" políticos, que nada mais são capazes de aprender, nem sequer com os próprios erros - o que é sintomático! - por outra geração que irá cometer muitas burrices, é certo e como é lógico que aconteça, mas que - resta-nos essa esperança - com elas aprenderá.
Porque serão novos. Gente velha, de mentalidade, que não de cronologia, não aprende línguas, nem se reestrutura, pelo que o melhor a fazer será deixá-los ir para a reforma, mesmo que dourada, porque tal situação será menos lesiva dos interesses gerais.
Cumprimentos
Ruben Valle Santos
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Creiam! Por vezes sou assaltado por uma enorme vontade de chorar. Desconsoladamente... E não pode ser. Tenho quase 63 anos de idade, porra!
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474. Quem vai seguir-se?
Bem, nós, como os franceses e os alemães, estaremos safos, com toda a certeza.
Os "apoiantes" destes simpáticos autores de actos tão belos de solidariedade humana que por cá pulularam sempre, livraram-nos de qualquer ameaça.
A cobardia p'ráfrentex é que salvará o Mundo...
Obrigado por isso.
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473. Setúbal, cidade e concelho que todos maltratam

A propósito do que escrevi no post A Secil e espertezas saloias, o blogamigo Azurara pôs-me a seguinte questão:
“Isso é assim tão bera? Por vezes vou a Setúbal e a Tróia e não me apercebo”.
Mister é, pois, que lhe responda, o mais esclarecedoramente possível.
É. Infelizmente é, caro Azurara!
Setúbal, é, na verdade, a cidade que todos maltratam. Os de fora e os da casa. Os de fora terão talvez alguma desculpa: não lhes dói. Para os da casa, não há desculpa possível. Cometem autênticos matricídios.
Como se já não nos bastasse apanharmos, por toda a cidade, com os cheiretes sufocantes da Portucel, sempre que o tecto de nuvens está baixo, tiraram-nos o direito a uma avenida - sequer um mísero passeio - marginal, um ponto de reunião de setubalenses, porque o porto que “saiu” de Lisboa - para dar lugar às "Docas" e outros locais de lazer, onde os lisboetas podem aliviar o stress – “foi transferido” PARA DENTRO da cidade de Setúbal, cortando cerce a possibilidade de o inexistente acesso dos setubalenses à sua extraordinária baía pudesse ter algum remédio. Como se não merecêssemos as benesses que a Natureza nos concedeu. E daí… talvez que não mereçamos mesmo.
Antes de vir para cá, vivi em várias terras nascidas na borda d'água. Todas elas viradas para os seus espelhos aquáticos. Água é vida, como se sabe. Tanto material como espiritualmente falando.
Como se esta desgraça não bastasse, temos ainda a Secil a paulatinamente desmantelar a serra da Arrábida, deitando-a abaixo e destruindo um património vegetal, único no mundo, vindo do período jurássico.
E, depois, vêm as acções de marketing, de engana papalvos.
Imagine-se que, há cerca de um ano, a cimenteira afixou cartazes dando a boa nova de que já tinha plantado cerca de um 900 mil de árvores, para compensar o incomensurável estrago que tem vindo a fazer. E que ia continuar, dizia-se no “simpático” cartaz. E, se há um ano era já de cerca de 1 milhão o número de árvores plantadas, agora deve andar pelos dois, sei eu lá, talvez 3 milhões!
Mas só podem ter sido bonzais. Sim, a Secil só pode ter plantado bonzais. E muito bebés. E plantados em grutas muito fundas e ainda mais remotas, bem escondidas de todos.
É que ninguém os viu, ninguém os vê. Presume-se mesmo que ninguém jamais os verá. Um milhão de árvores – mesmo bonzais... e bebés - forçosamente que tem que se ver. E ninguém viu!... Ora, a cidade de Setúbal e o seu concelho não são habitados por 150 mil invisuais, com toda a certeza…
Perdão, ninguém os vê, não será, quiçá, a frase mais adequada. Talvez o "nosso primeiro" tenha visto algum... perdão, alguma... O quê?! Bonzai, claro! Árvore, evidentemente!
Para finalizar, como se tudo isto já não bastasse, querem ainda fazer de Setúbal, das faldas da Arrábida, um forno crematório de detritos de urbes várias. Deus nos valha, Deus nos valha, porque só Ele pode fazê-lo!
Nota: - Talvez que hoje eu esteja um tanto pessimista e amargo. Por norma, sou optimista, mas, desde ontem à noite, altura em que tomei conhecimento de algumas insuspeitadas infelicidades, fiquei – confesso – extremamente desconsolado e descrente da capacidade de os setubalenses darem ao concelho a volta de que ele tanto precisa. Pelos vistos, não há remédio possível para esta tão maltratada cidade, para este tão vilipendiado concelho.
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quarta-feira, julho 06, 2005
472. A Secil e espertezas saloias
