sábado, abril 01, 2006

715. Em fim de tarde de sábado


Não é com muita frequência, pois há obrigações-devoções a que é forçoso dar atenção, mas, de vez em quando, lá temos, a Isabel e eu, a possibilidade de passar uma tarde de sábado entregues a nós próprios, passeando, visitando um qualquer museu ou exposição, mesmo qualquer ponto de interesse, entre Alcácer do Sal, a sul, Évora, a leste, Mafra, Alcobaça, Óbidos, Caldas da Rainha, Leiria mesmo, a ocidente e noroeste. E lá vamos andando, em calma e oaristo sereno.

Agradam-nos muito esses pedaços de tempo, em que o tempo parece não existir, tornando-se imaterial. Falamos de tudo e de nada e muitas vezes passamos mesmo longos períodos sem proferir palavra, por desnecessária. Temos já mais de três dezenas e meia de primaveras, verões, outonos e invernos de casamento, para o bem e para o mal.

De quando em vez, optamos por ir até à beira-mar lisboeta - já que a de Setúbal foi completamente estragada por uns senhoritos abusadores, uns tais, de entre os alarves que muito mal têm feito à cidade e ao concelho - aproveitando para, de frente para o rio, em esplanada aberta, apreciarmos o pôr-de-sol e tornarmo-nos, nós também, esotéricos.

Descobrimos tempos atrás o Piazza di Mare, ali mesmo à beira-Tejo, na Avenida da Índia, em frente da Cordoaria. No Piazza, por seu turno, descobrimos uns crepes absolutamente divinais. E, assim, lá vamos uma vez por outra, matar o vício.

A Isabel perde-se de amores por um com morango e mais não sei quê. Eu por um com duas bolas de gelado, uma de chocolate e outra de baunilha, tudo regado com chocolate quente.

Meus amigos, aquilo é de comer, repetir e abusar. Claro que não repito nem abuso, até porque já não estou em idade de abusar dessas coisas (e de outras, diga-se de passagem...), mas, por outro lado, aconselho:
Se não conhece ou, conhecendo, nunca experimentou os crepes doces do Piazza di Mare, vá até lá. O crepe não será cheap enough, mas, caramba!, vale a pena. E quanto ao atendimento nem parece estarmos em Portugal, Até pelo sotaque.

E o pôr-de-sol!...
...

4 comentários:

Anónimo disse...

Muitos Parabêns ao casal pelas 36 prima-Veras! ;-)

Quanto ao Piazza di Mare lembraste bem!
...já há muito que não como um crepe desses...huummmmm...até me cresceu água na boca :-)

Beijinhos para o Ruben e a Isabel

Ruvasa disse...

Viva, Maria João!

Já reparaste que tens quase tantos anos de vida como nós de casamento?

Somos - ela e eu - quase do tempo do Tut-an-khamon. Se bem que ela tenha menos sete do que eu. Ahah! Mas eu estou muito bem conservado em vinha d'alhos!...

Quanto ao raio do crepe, ainda estou a lamber-me. Caramba! Aquilo é de pecar sucessivamente sem parar.

Beijinho

Ruben

PortoCroft disse...

Parabéns pelo duradouro casamento.

O Piazza di Mare, pela referência, ganhou cliente. Bem que lhe podiam oferecer os crepes na próxima visita. ;)

Abraço.

Ruvasa disse...

Viva, Croft!

Obrigado pelos parabéns... por vezes; de outras... Tem dias, como tudo na vida. Foram muito trabalhosos. Para os dois lados, claro. Quem disser que não custa nada... mente descaradamente! Oh, se mente!...

;-)

Quanto ao Piazza di Mare, a ideia foi essa mesmo. A ver vamos se pega...

:-)))))

Abraço

Ruben