terça-feira, abril 25, 2006

742. Há 32 anos...


... foi derrubado o Estado Novo.

Dezanove meses após, 25 de Novembro de 1975, teve início a primeira tentativa séria de instaurar no País um regime democrático.

Trinta e dois anos após Abril de 1974, eis-nos em plena democracia formal.

Falta, pois e apenas, o objectivo final, o mais difícil, mas também o único que verdadeiramente compensa: a Democracia. Sem excrecências adjectivadoras. Que a diminuem, por lhe retirarem valor, verdade, honorabilidade.

Há que resguardar a esperança de que lá chegaremos! Apesar de tudo.


7 comentários:

Anónimo disse...

25 de abril sempre!

;-)

Beijinho

Ruvasa disse...

Viva, Daniel!

Não me trate por Sr, ok?

Estava em África, mais propriamente em Moçambique, Beira, de onde regressei em Setembro de 1977, ou seja, dois anos e cerca de 3 meses depois de o país ter acedido à independência política.

Alguns meses após a chegada, em Julho de 1978, aderi ao PSD, em Setúbal, não apenas por razões ideológicas, mas por me sentir muito ligado à forma de pensar e agir de Francisco Sá Carneiro, desde os tempos das suas crónicas no Expresso, em 1973.

Em 1979, "a pedido de várias famílias" e por impossibilidades várias de outros - na altura o terror campeava ainda em Setúbal, a "cidade vermelha", como então era designada por todo o país - aceitei encabeçar uma lista que, em 15 de Dezembro, concorreu aos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal.

A lista venceu, não obstante as inúmeras agressões de que os seus apoiantes foram alvo durante o acto eleitoral, sendo o caso mais gritante o do médico Dr. Carqueijeiro que, já de avançada idade e gravemente doente (faleceria alguns dias mais tarde), não hesitou em deslocar-se à assembleia para depositar o seu voto, não se tendo livrado de agressão cobarde.

Foi a primeira derrota do PCP em todo o distrito, desde 1974.

A eleição sofreu, porém, impugnação e, dessa forma, apenas em Junho de 1981, foram os seus membros empossados por via judicial.

De então até 1989, por altura das eleições autárquicas, tudo dei ao partido, nada lhe tendo pedido em troca. Em 1989, Cavaco Silva, por interposto Manuel Dias Loureiro, fez valer a razão da força sobre a força da razão, obrigando-nos - a mim e a outros - a desfazer um acordo local, que anteriormente de forma tácita haviam aceite, acordo esse que, numa parceria com o PS, dava ao PSD o efectivo controlo da Càmara Municipal de Setúbal, acordo esse que não previa - a meu pedido - qualquer cargo remunerado para a minha pessoa, que nunca os procurei, já que os da Santa Casa, provedor durante seis anos e presidente da mesa da assembleia geral, por mais três, tiveram sempre carácter gracioso.

Chegámos mesmo a ser alvo de procedimento disciplinar que deu em nada por os prossecutores terem - talvez - concluído que já não valeria a pena, dado que o objectivo que perseguiam estava já alcançado. Foi pena. Creia que foi pena.

Perante esta situação, esfriei a minha participação nas lides partidárias, a ponto de ter feito cessar toda e qualquer militância, mantendo, todavia, o vínculo ao Partido Social Democrata.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Caro Amigo Ruben

Aqui estou só para confirmar as palavras de resposta à solicitação "onde estava quando se deu o 25 de Abril?".

Não vale a pena serrar o que já foi
serrado, mas tudo apontava para uma grande reviravolta na gestão da Câmara de Setúbal.

Agora, agora... bate chapas e tinta...!

Um abraço

AA

Ruvasa disse...

Viva, António Alves!

Obrigado pelas palavras amáveis.

É mesmo como diz. Perdem-se as oportunidades e é o que se vê.

Abraço

Ruben

Agnelo Figueiredo disse...

Obrigado Ruben por ter partilhado esse pedaço da sua vida.
E parabéns, hem!

Ruvasa disse...

Obrigado, caro Daniel.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Marco!

Tudo o que dizes acerca do que está a acontecer, infelizmente é verdade. Espero, contudo, que as coisas se vão modificando aos poucos.

Não será já na minha geração, mas espero que o venha a ser na tua ou, pelo menos, na dos teus filhos. É que uma Democracia real - portanto, não de opereta - não se constrói em três décadas. É um trabalho de muito maior fòlego, que, consequentemente, exige mais tempo.

É um trabalho que assenta principalmente - diria quase exclusivamente - na absoluta e total recriação de mentalidades. Problema cultural de tomo, pois.

Talvez lá cheguemos. Espero, sinceramente espero que lá cheguemos. Por enquanto, porém, estamos apenas numa espécie de pré-democracia ou proto-democracia, isto é, democracia formal. A outra, a verdadeira e integral está ainda muito longe de se cumprir.

Abraço

(E o feliz dia? Aproxima-se em passo apressado, não é verdade?)

Alexandre