domingo, agosto 08, 2004

32. AR, viagens, deputados...

A partir de agora, os deputados que decidam viajar ao estrangeiro, em missão oficial, com acompanhantes verão as despesas pagas pela Assembleia da República, desde que os parlamentares renunciem a viajar na classe executiva dos aviões. De acordo com a edição deste sábado do Público, a possibilidade está contemplada na lei, tendo sido publicada na sexta-feira em Diário da República.

* * *

Discordo vivamente da fórmula. Mais ainda da permissividade implícita, do laxismo indisfarçado.
O termo "acompanhante" presta-se a tudo.
E se é verdade que, nos tempos que correm, já não cabe na cabeça de ninguém apontar a dedo seja quem for pelo estilo de vida que leva, não deixa igualmente de parecer inapropriado e mesmo muito pouco conveniente - para não ser demasiadamente brusco na terminologia - que a Assembleia da República, a soi-disant guardiã da nossa Democracia, crie, ela própria, condições para que conjuntural eleito da Nação deixe mulher e filhos em casa e por esse mundo fora se passeie, nos braços de uma qualquer amásia, de ocasião ou não.
Ainda por cima, à custa do orçamento do Estado, com o seu beneplácito até.
Há que preservar alguma dignidade aos cargos de representação política dos cidadãos e do próprio Estado.

Será isto tão difícil de entender e... observar?
Um mínimo de decoro! - exige-se.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez temos mais do mesmo.
Será praga que nos rogaram?
E a gente merece isto?

Anónimo disse...

Pode haver muitas razões para criticar esta medida.
Infelizmente a que apontas não é razão.
Não vejo onde está o mal de deixar a esposa ou o esposo em casa e ir viajar com quem apetece ou convém.
Desde que não seja um míudo da Casa Pia, claro.
Já agora repara no que escrevestes "nos braços de uma qualquer amásia".
Além do termo ser antiquado e desagradável, revela um certo machocentrismo.
Não há mulheres deputadas? E estas só serão criticáveis se forem acompanhadas por outra mulher? Se levarem o "amásio" está tudo bem?

Ruvasa disse...

Toda a gente é livre de fazer o que bem entende. A expensas suas e em representação de si próprio, como é bom de ver. Não em representação do Estado e à custa do erário público! Hom'essa! Era o que mais faltava.
Nos braços de qualquer amásia ou de qualquer amásio. O que apontas é mero "peanut", sem relevância.
A dignidade não tem idade nem é passível de up-to-date, aggiornamento! Uma indignidade foi-o na Idade Média, é-o hoje, sê-lo-á no século XXV.
Abraço, ó Raio, sejas tu quem fores.