Ontem, no programa “Sociedade Aberta”, feito de encomenda para desempregados da política que com esse estatuto mais se desconformam, o Dr. Mário, uma vez mais igual a si próprio - honra lhe seja! -, criticou contundentemente a manutenção no cargo do Procurador Geral da República, José Adriano Souto de Moura - pessoa que, tempos atrás, tive oportunidade de conhecer bem e, durante cerca de cinco anos, contactar diariamente, pelo que dele sei o carácter, a rara competência, a extrema humanidade, a paciência de Job para estoicamente suportar seja o que for, mesmo que tal "seja o que for" se mostre inominável... É daqueles seres, completamente em desuso, que chegam a oferecer a face ainda intocada, imagine-se!
O Dr. Mário proferiu também outras preclaras sentenças. Comme d'habitude, aliás!
"Souto (de) Moura não tem a confiança do país"
Independentemente de saber-se em é que o “pai da pátria” se firmou para tão definitiva declaração – coisa que o jornalista não fez, o que se compreende, já que o seu consabido papel ali não passava de mero assentidor/assentador -, deve dizer-se que o PGR não tem que ter a confiança do País nem deixar de ter, pois que não é eleito. Funcionalmente, apenas a do PR e a do PM. Tão só. Tal como o Dr. Mário bem sabe. Mas o Dr. Mário tinha que colher o efeito pirotécnico-de assombração que mais lhe convinha. Há que prevenir a hipótese, pouco simpática, aliás, e infelizmente sempre suspensa, como a espada de Dâmocles, de a SIC se excusar ao pagamento do “cachet” acordado, alegando incumprimento da cláusula de incremento do “share”.
"Souto (de) Moura não tem a confiança do país"
Independentemente de saber-se em é que o “pai da pátria” se firmou para tão definitiva declaração – coisa que o jornalista não fez, o que se compreende, já que o seu consabido papel ali não passava de mero assentidor/assentador -, deve dizer-se que o PGR não tem que ter a confiança do País nem deixar de ter, pois que não é eleito. Funcionalmente, apenas a do PR e a do PM. Tão só. Tal como o Dr. Mário bem sabe. Mas o Dr. Mário tinha que colher o efeito pirotécnico-de assombração que mais lhe convinha. Há que prevenir a hipótese, pouco simpática, aliás, e infelizmente sempre suspensa, como a espada de Dâmocles, de a SIC se excusar ao pagamento do “cachet” acordado, alegando incumprimento da cláusula de incremento do “share”.
(…) ”Qualquer coisa está podre no reino", ironizou, citando Shakespeare (…)
Mas não é de agora, Dr. Mário, não, não é! E se recordássemos outros tempos?!...
(…) Mário Soares recusou-se a criticar a decisão de Jorge Sampaio por não ter demitido Souto (de) Moura (…)
Mas assentou-lhe mal essa recusa. Frontalidade era bem muito desejável, Dr. Mário. Se PR e PM mantêm a confiança no PGR e o senhor discorda tão veementemente, então deveriam ter sido eles, PR e PM, os atacados. Jamais o Procurador-Geral que, até por razões institucionais, nem sequer lhe responderá. Ora, atacar quem não pode responder, defendendo-se, não é coisa agradável de se ver e nem deveria ser passível de fazer-se. Na minha terra diz-se mais: diz-se ser muito feio. Mas, na minha terra, somos uns brutos. Não ligue, pois, a gente dessa.
Que o Dr. Louçã, com aquele ar conspirativo-hilariante de personagem de extrema-"sinistra" que por aí faz passear, se meta por tais veredas pouco rectilíneas, ainda vá que não vá. Está-lhe no sangue, que será de corrente tumultuosa. E, além disso, só converte convertidos. Mas o senhor, Dr. Mário!... De tumultuoso terá o quê?... A saudade de outros tempos, será?...
É sabido que estas coisas – de vociferar a esmo, sem acerto nem medida… – acontecem com frequência mais do que seria desejável a quem parece inconformar-se com a falta do protagonismo perdido, pelo que qualquer coisa serve para tonitruar. É que em tal circunstancialismo, o bem supremo é… aparecer e bramar. E quanto em mais alta grita melhor, para que não se corra o risco de se ser ultrapassado por alguém mais expedito e altissonante. Há, então, a tendência para esquecer algumas leis da vida, como aquela que garante haver tempo que, depois de ultrapassado o no return point… jamais poderá, imitando Schwarzenneger, ameaçar: "I'll be back!".
(…) "Não percebo como fica", afirmou. O subdirector do Jornal de Notícias, António José Teixeira, recordou-lhe que tanto o presidente da República como o primeiro-ministro mantêm a confiança em Souto (de) Moura, mas Soares minimizou esses apoios. "Vamos ver do que serve essa confiança. Não tem a do país, de certeza absoluta" (…)
Ah! Não? E como é que sabe isso, Dr. Mário? Como é que sabe que o PGR não tem a confiança do País, de certezinha absoluta? Meteu a mão ao bolso e de lá sacou sondagem, ainda quentinha, quiçá a escaldar? Sim, daquelas em que a gente por aí vai tropeçando como em calhaus disformes e inanes, mas que proporcionam um gozo danado, quando, pelo facto de os jornais se esquecerem de preencher a secção de humor, nos metemos a analisá-las!...
Por outro lado, o PR e o PM representam o quê? Os Patagónios? Para quem sempre se disse tão defensor da democracia representativa, ó Dr. Mário, isso não será um trajecto um tanto derivativo, mesmo para si? E daí, olhe, talvez não!
Era geralmente consabida a sua grande capacidade de desmentir-se logo no dia seguinte - ou mesmo no próprio dia, mais pela tardinha -, dependendo das circunstâncias de momento. O que é que por aí lhe chamavam outrora, o que era, Dr. Mário? Além da referência aos seus simpáticos apêndices latero-faciais, está bem de ver.
É sabido que estas coisas – de vociferar a esmo, sem acerto nem medida… – acontecem com frequência mais do que seria desejável a quem parece inconformar-se com a falta do protagonismo perdido, pelo que qualquer coisa serve para tonitruar. É que em tal circunstancialismo, o bem supremo é… aparecer e bramar. E quanto em mais alta grita melhor, para que não se corra o risco de se ser ultrapassado por alguém mais expedito e altissonante. Há, então, a tendência para esquecer algumas leis da vida, como aquela que garante haver tempo que, depois de ultrapassado o no return point… jamais poderá, imitando Schwarzenneger, ameaçar: "I'll be back!".
(…) "Não percebo como fica", afirmou. O subdirector do Jornal de Notícias, António José Teixeira, recordou-lhe que tanto o presidente da República como o primeiro-ministro mantêm a confiança em Souto (de) Moura, mas Soares minimizou esses apoios. "Vamos ver do que serve essa confiança. Não tem a do país, de certeza absoluta" (…)
Ah! Não? E como é que sabe isso, Dr. Mário? Como é que sabe que o PGR não tem a confiança do País, de certezinha absoluta? Meteu a mão ao bolso e de lá sacou sondagem, ainda quentinha, quiçá a escaldar? Sim, daquelas em que a gente por aí vai tropeçando como em calhaus disformes e inanes, mas que proporcionam um gozo danado, quando, pelo facto de os jornais se esquecerem de preencher a secção de humor, nos metemos a analisá-las!...
Por outro lado, o PR e o PM representam o quê? Os Patagónios? Para quem sempre se disse tão defensor da democracia representativa, ó Dr. Mário, isso não será um trajecto um tanto derivativo, mesmo para si? E daí, olhe, talvez não!
Era geralmente consabida a sua grande capacidade de desmentir-se logo no dia seguinte - ou mesmo no próprio dia, mais pela tardinha -, dependendo das circunstâncias de momento. O que é que por aí lhe chamavam outrora, o que era, Dr. Mário? Além da referência aos seus simpáticos apêndices latero-faciais, está bem de ver.
(…) Mário Soares rejeita, por completo, o apelo de Santana Lopes para que seja firmado um "pacto de regime" em torno das questões da Justiça. (…)
Claro que tinha de rejeitar. Na fase em que está! E por falar na fase em que está: qual o estado em que se encontram as tertúlias com o seu agora “compagnon de route”, Dr. Freitas? De vento em popa, não? Imagino que sim.
(…) "É uma artimanha da Direita fazer uma proposta sem a definir" (…)
Olha, olha! Quem acusa de “artimanhoso”!
(…) "A desgraça na Justiça" marca para Mário Soares o primeiro mês de governação de Santana Lopes. Confrontado com um balanço respondeu que "não nota" qualquer outra mudança desde a tomada de posse do novo Executivo. Claro está, salvaguardou, a não ser a deslocalização das secretarias de Estado, "que não vai adiantar nada a não ser mais despesa" (…)
E quem foi que inaugurou essas "desassisadas" deslocalizações, quem foi, Dr. Mário? Imagino que já esqueceu… Pois claro!… Fatal como o destino!
Ai, Dr. Mário, Dr. Mário!... O tempo não é de recato?... Help yourself! Please!
2 comentários:
Concordo que Mário Soares não foi um brilhante Primeiro Ministro nas várias vezes que ocupou esse cargo (apesar do contexto não ter sido o melhor, e o balanço não ter sido assim tão mau). Concordo também que o seu percurso não foi linear. Concordo também a figura de senadores da pátria é exagerada. Mas tenho de confessar minha admiração pela coragem física e política deste homem, sempre frontal e sempre polémico. É claro que as suas opiniões são válidas e neste caso ainda mais. Não deixo porém de admitir que a sua intuição política não é a mesma doutros tempos... mas enfim, o meu respeito é eterno, coisas dum cidadão idealista...
Também eu não me escuso a reconhecer-lhe méritos, apesar de haver coisas que, embora perdoando, não consigo esquecer, Ricardo. Coisas que muito me afectaram e aos meus. Familiares e amigos, até meros conhecidos.
Além disso, fui assíduo na política durante bons e frutíferos anos, que me fizeram conhecer mais do que os "curricula" oficiais de alguns.
Gostaria, todavia, de guardar um cantinho de boa vontade para com toda a gente. Seria bom, por isso, que essa minha tarefa não fosse dificultada, exactamente por quem mais interessado possa estar em não a dificultar...
Está a revelar-se mais difícil do que, malgré tout, pareceria a uma primeira vista.
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