segunda-feira, agosto 30, 2004

60. A cobardia compensa?

(…) Dans une interview également accordée dimanche au Monde ainsi qu'aux correspondants de plusieurs journaux étrangers, dont le Washington Post, le Sunday Times et le Corriere de la Sera, le Premier ministre irakien, Iyad Aalloui, estime que "la France ne sera pas épargnée" par le terrorisme.
"Les gouvernements qui décident de rester sur la défensive seront les prochaines cibles des terroristes. Les attentats se produiront à Paris, à Nice, à Cannes ou à San Francisco", affirme-t-il.
"Les Français, ainsi que tous les pays démocratiques, ne peuvent pas se contenter d'adopter une position passive. Les Américains, les Britanniques et les autres nations qui se battent en Irak ne se battent pas seulement pour protéger les Irakiens, ils se battent aussi pour protéger leur propre pays", souligne Iyad Allaoui.
"Laissez-moi vous dire que les Français, malgré tout le bruit qu'ils font - 'nous ne voulons pas la guerre' - auront bientôt à combattre les terroristes", ajoute-t-il.

"France Soir" Online – 2004Agosto30



A França está consternada pelo sequestro de dois cidadãos de um país que sempre se opôs à guerra no Iraque.
A imprensa francesa dá conta de que o Estado está mobilizado para convencer os sequestradores a libertar os dois jornalistas, desaparecidos no Iraque a 20 de Agosto. Esta manhã, o ministro francês dos Negócios Estrangeios está já no Cairo (Egipto) - primeira paragem da missão ao Médio Oriente para explicar "os valores da igualdade, liberdade e fraternidade" que a França aplica a todos os cidadãos, informa Michel Barnier. (...)
"SIC" Online 2004Ago30

* * *

É isso. A questão que se põe é saber se a cobardia compensa. É certo que não. E o wise-guyism também não parece muito rendível.

Na minha terra é costume dizer-se que "a quem muito se baixa, muito se vê o olho traseiro!"
É assim desde que o Mundo é Mundo, acrescentam.

Por outro lado, a partir do dia em que Sara, por causa de Isaac, obrigou Abraham a exilar Agar e Ismail, que Deus protegeu para que fundasse uma nova tribo, um novo Povo... há ódios inultrapassados, quiçá jamais ultrapassáveis.

Quando se trata de fundamentalismos, fanatismos e outros ismos...

Depois, há quem ignore a História. Ou dela se esqueça. Ou pense que os inimigos dela se esquecem. Ora, sabe-se que a História é um movimento de perpétuos fluxo e refluxo. E há memórias que são verdadeiras fixações.


O pior é que quem sofre é quem não decide.

Ao menos, que lhes demos a nossa solidariedade. Também as nossas orações. As minhas têm-nas. Mas não chegam.

4 comentários:

Ricardo disse...

Há ódios inultrapassáveis? Preciso de acreditar que não! Mas na verdade não sei em que acreditar. O que separa os diferentes povos? Muitos, e digo muitos, preconceitos! E um preconceito é uma falha na informação, na comunicação, no diálogo. E é nestes pontos que menos se investe. O que não se compreende tentamos destruir em vez de tentar compreender. Será uma visão muito quixotesca? É, admito! Mas mesmo que o objectivo nunca seja plenamente atingido pior é não tentar, porque aí mais preconceitos surgem!

Unknown disse...

Suponho que não está em causa nem o heroísmo de uns nem a cobardia de outros.
É óbvio que, para um iraquiano muçulmano, conservador e extremista, não há diferenças entre não muçulmanos sejam eles americanos, franceses ou mesmo iraquianos como já se viu nos ataques a templos da minoria cristã do próprio Iraque.
Está em causa a incompetência de Bush e dos seus conselheiros que atacaram e conquistaram um país sem terem feito planos para o "Day after".
Se a conquista da Alemanha e do Japão no fim da II Guerra Mundial correu tão bem foi porque, na época, os conqistadores tinham feito bem o trabalho de casa e tinham o "Day after" bem preparado.

Ruvasa disse...

É bom que se acredite que não, Ricardo, é bom que se acredite que não. Porque mantém acesa a chama da esperança.

È pure!... Vamos assistindo à negação dessa esperança. Os fundamentalismos não perdoam; nem sequer esquecem. Por outro lado, os seus alvos não podem, não têm o direito de se distrair, ficando à sua mercê.

O idealismo constitui o maior e melhor dom que o Criador concedeu ao ser humano. No entanto, não pode obliterar as realidades da vida. Se o fizer, fá-lo-á em relação à própria vida.

Ruvasa disse...

Em causa não está – definitivamente não está, caro Raio – o heroísmo de ninguém. Mas isso sim, está a cobardia de muitos.

E, se estiver em jogo a incompetência de uns e o wise-guyism de outros, opto decididamente pelo mal menor e menos afrontoso, soît-à-dire, a incompetência.

Já que falas na II Guerra Mundial, permite-me que – oportunística, como “chico-esperticamente” também – aqui relembre que, de cobardia em cobardia se chegou a 1 de Setembro de 1939, em que tardio se mostrava já qualquer arrependimento e inviável hipótese de inversão de atitude.

E assim se vai fazendo a História. Que deveria servir para algo mais do que mero entretenimento de ratos de bibliotecas.