sábado, agosto 14, 2004

42. Also sprach Zarathustra ( 1 )

Se tens uma virtude própria, ó meu irmão, não a tens em comum com ninguém.
Certamente queres poder chamá-la pelo seu nome e acariciá-la; queres poder puxar-lhe a orelha e brincar com ela.
E repara! Dás-lhe um nome que é comum a ti e a toda gente, tornando-te multidão e rebanho nas tuas relações com a tua virtude.
Seria melhor dizeres: "Inefável e inominável é aquela que me atormenta e delicia a alma, e que é a fonte das minhas entranhas".
Que a tua virtude seja tão elevada que não tenha um nome familiar, e se te for necessário falar dela, não tenhas vergonha de balbuciar.
Fala, pois, e balbucia o seguinte: "É o meu bem que eu amo, é assim que me agrada, é deste modo que eu compreendo o Bem.
(...)
O homem é um ser que deve superar-se, por isso é necessário que ames as tuas virtudes - porque é através delas que morrerás.
Assim falava Zaratustra.
Friedrich Nietzsche in "Also sprach Zarathustra" - "Sobre as alegrias e paixões"

Boa noite e até amanhã, irmãos!

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