Em determinados lugares do mundo existem ainda povos e rebanhos, mas não entre nós, meus irmãos; entre nós só há Estados.
Estado? Que é isso? Ora bem! (...)
O Estado é o mais frio dos monstros frios. É frio mesmo quando mente; e esta é a mentira que sai da sua boca: «Eu, o Estado, sou o povo».
Mentira! Os que formaram os povos e suspenderam sobre as suas cabeças uma fé e um amor, esses foram criadores; desse modo serviram a vida.
Mas houve destruidores que armaram ciladas à multidão, e a isso chamam Estado; suspenderam sobre as suas cabeças uma espada e mil apetites.
(...)
Dou-vos este sinal: cada povo fala uma linguagem particular em matéria de bem e de mal, e o seu vizinho não a compreende. Inventa para seu uso próprio uma linguagem em matéria de moral e de direito.
Mas o Estado sabe mentir em todas as línguas acerca do bem e do mal; e mente em tudo o que diz; e tudo o que tem roubou-o.
Tudo nele é falso; morde com dentes postiços, esse mordaz. Até as suas entranhas são falsas.
(...)
Nascem demasiados seres humanos. O Estado foi inventado para os supérfluos.
Vede como ele atrai os supérfluos! Como os engole e os mastiga e volta a mastigar!
(...)
Onde acaba o Estado começa o homem que não é supérfluo; onde acaba o Estado começa o canto da necessidade, a melodia única, insubstituível.
Onde acaba o Estado - reparai, meus irmãos! Não distinguis o arco-íris e as pontes que levam ao Super-Homem?
Assim falava Zaratustra.
Estado? Que é isso? Ora bem! (...)
O Estado é o mais frio dos monstros frios. É frio mesmo quando mente; e esta é a mentira que sai da sua boca: «Eu, o Estado, sou o povo».
Mentira! Os que formaram os povos e suspenderam sobre as suas cabeças uma fé e um amor, esses foram criadores; desse modo serviram a vida.
Mas houve destruidores que armaram ciladas à multidão, e a isso chamam Estado; suspenderam sobre as suas cabeças uma espada e mil apetites.
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Dou-vos este sinal: cada povo fala uma linguagem particular em matéria de bem e de mal, e o seu vizinho não a compreende. Inventa para seu uso próprio uma linguagem em matéria de moral e de direito.
Mas o Estado sabe mentir em todas as línguas acerca do bem e do mal; e mente em tudo o que diz; e tudo o que tem roubou-o.
Tudo nele é falso; morde com dentes postiços, esse mordaz. Até as suas entranhas são falsas.
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Nascem demasiados seres humanos. O Estado foi inventado para os supérfluos.
Vede como ele atrai os supérfluos! Como os engole e os mastiga e volta a mastigar!
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Onde acaba o Estado começa o homem que não é supérfluo; onde acaba o Estado começa o canto da necessidade, a melodia única, insubstituível.
Onde acaba o Estado - reparai, meus irmãos! Não distinguis o arco-íris e as pontes que levam ao Super-Homem?
Assim falava Zaratustra.
Friedrich Nietzsche, in "Also sprach Zarathustra" - "Sobre o novo ídolo".
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Ciladas e espadas e apetites haverá sempre. São inerentes à condição humana. Certamente que não será daí que virá demasiado mal ao mundo. O verdadeiro perigo, o perigo realmente maléfico, sem remédio, esse reside, sim, na circunstância de o Estado ser manipulado pelos supérfluos. Não é assim, irmãos?
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