sexta-feira, abril 29, 2005

336. No regresso... poesia!

Pois é. Depois de uns dias fora da Net por força de birras do computador, regressemos com poesia. De quem? Reinaldo Ferreira, pois de quem poderia ser?!

RECEITA PARA FAZER UM HERÓI

Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.

Serve-se morto.
...

terça-feira, abril 26, 2005

335. O perigo chinês

...
Têxteis chineses: até Setembro não serão accionadas as cláusulas de salvaguarda
...
O comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, anunciou esta sexta-feira, que vai recomendar, na próxima semana, à Comissão, a abertura de inquéritos sobre a importação de certas categorias de produtos têxteis chineses, um primeiro passo rumo ao recurso às cláusulas de salvaguarda.Em função das regras seguidas pela Comissão, as cláusulas de salvaguarda contra as importações chinesas só podem ser activadas em Setembro. (…)
Euronews -> SEGUE
...

domingo, abril 24, 2005

334. É sempre bom saber... Constituição Europeia

TRATADO QUE ESTABELECE UMA CONSTITUIÇÃO PARA A EUROPA

PREÂMBULO

SUA MAJESTADE O REI DOS BELGAS, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHECA, SUA MAJESTADE A RAINHA DA DINAMARCA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA ESTÓNIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA HELÉNICA, SUA MAJESTADE O REI DE ESPANHA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FRANCESA, A PRESIDENTE DA IRLANDA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ITALIANA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE CHIPRE, A PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA LETÓNIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA LITUÂNIA, SUA ALTEZA REAL O GRÃO-DUQUE DO LUXEMBURGO, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA HUNGRIA, O PRESIDENTE DE MALTA, SUA MAJESTADE A RAINHA DOS PAÍSES BAIXOS, O PRESIDENTE FEDERAL DA REPÚBLICA DA ÁUSTRIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA POLÓNIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA ESLOVÉNIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ESLOVACA, A PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA FINLÂNDIA, O GOVERNO DO REINO DA SUÉCIA, SUA MAJESTADE A RAINHA DO REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E DA IRLANDA DO NORTE,

INSPIRANDO-SE no património cultural, religioso e humanista da Europa, de que emanaram os valores universais que são os direitos invioláveis e inalienáveis da pessoa humana, bem como a liberdade, a democracia, a igualdade e o Estado de Direito,

CONVENCIDOS de que a Europa, agora reunida após dolorosas experiências, tenciona progredir na via da civilização, do progresso e da prosperidade a bem de todos os seus habitantes, incluindo os mais frágeis e os mais desprotegidos, quer continuar a ser um continente aberto à cultura, ao saber e ao progresso social, e deseja aprofundar o carácter democrático e transparente da sua vida pública e
actuar em prol da paz, da justiça e da solidariedade no mundo,

PERSUADIDOS de que os povos da Europa, continuando embora orgulhosos da respectiva identidade e história nacional, estão decididos a ultrapassar as antigas discórdias e, unidos por laços cada vez mais estreitos, a forjar o seu destino comum,

CERTOS de que, «Unida na diversidade», a Europa lhes oferece as melhores possibilidades de, respeitando os direitos de cada um e estando cientes das suas responsabilidades para com as gerações futuras e para com a Terra, prosseguir a grande aventura que faz dela um espaço privilegiado de esperança humana,

DETERMINADOS a prosseguir a obra realizada no âmbito dos Tratados que instituem as Comunidades Europeias e do Tratado da União Europeia, assegurando a continuidade do acervo comunitário,
GRATOS aos membros da Convenção Europeia por terem elaborado o projecto da presente Constituição, em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa,

DESIGNARAM COMO PLENIPOTENCIÁRIOS:
...

SUA MAJESTADE O REI DOS BELGAS,
Guy VERHOFSTADT - Primeiro-Ministro; Karel DE GUCHT - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHECA,
Stanislav GROSS - Primeiro-Ministro; Cyril SVOBODA - Ministro dos Negócios Estrangeiros
SUA MAJESTADE A RAINHA DA DINAMARCA,
Anders Fogh RASMUSSEN - Primeiro-Ministro; Per Stig MØLLER - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA,
Gerhard SCHRÖDER - Chanceler Federal; - Joseph FISCHER - Ministro Federal dos Negócios Estrangeiros e Vice-Chanceler Federal
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA ESTÓNIA,
Juhan PARTS - Primeiro-Ministro; Kristiina OJULAND - Ministra dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA HELÉNICA,
Kostas KARAMANLIS - Primeiro-Ministro; Petros G. MOLYVIATIS - Ministro dos Negócios Estrangeiros
SUA MAJESTADE O REI DE ESPANHA,
José Luis RODRÍGUEZ ZAPATERO - Presidente do Governo; Miguel Angel MORATINOS CUYAUBÉ - Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FRANCESA,
Jacques CHIRAC - Presidente; Jean-Pierre RAFFARIN - Primeiro-Ministro; Michel BARNIER - Ministro dos Negócios Estrangeiros
A PRESIDENTE DA IRLANDA,
Bertie AHERN - Primeiro-Ministro (Taoiseach); Dermot AHERN - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ITALIANA,
Silvio BERLUSCONI - Primeiro-Ministro; Franco FRATTINI - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE CHIPRE,
Tassos PAPADOPOULOS - Presidente; George IACOVOU - Ministro dos Negócios Estrangeiros
A PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA LETÓNIA,
Vaira VĪĶE FREIBERGA - Presidente; Indulis EMSIS - Primeiro-Ministro; Artis PABRIKS - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA LITUÂNIA,
Valdas ADAMKUS - Presidente; Algirdas Mykolas BRAZAUSKAS - Primeiro-Ministro; Antanas VALIONIS - Ministro dos Negócios Estrangeiros
SUA ALTEZA REAL O GRÃO-DUQUE DO LUXEMBURGO,
Jean-Claude JUNCKER - Primeiro-Ministro, Ministro de Estado; Jean ASSELBORN - Vice-Primeiro-Ministro, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Imigração
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA HUNGRIA,
Ferenc GYURCSÁNY - Primeiro-Ministro; László KOVÁCS - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DE MALTA,
The Hon Lawrence GONZI - Primeiro-Ministro; The Hon Michael FRENDO - Ministro dos Negócios Estrangeiros
SUA MAJESTADE A RAINHA DOS PAÍSES BAIXOS,
Dr. J. P. BALKENENDE - Primeiro-Ministro; Dr. B. R. BOT - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE FEDERAL DA REPÚBLICA DA ÁUSTRIA,
Dr. Wolfgang SCHÜSSEL - Chanceler Federal; Dr. Ursula PLASSNIK - Ministra Federal dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA POLÓNIA,
Marek BELKA - Primeiro-Ministro; Włodzimierz CIMOSZEWICZ - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA,
Pedro Miguel DE SANTANA LOPES - Primeiro-Ministro; António Victor MARTINS MONTEIRO - Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA ESLOVÉNIA,
Anton ROP - Presidente do Governo; Ivo VAJGL -Ministro dos Negócios Estrangeiros
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ESLOVACA,
Mikuláš DZURINDA - Primeiro-Ministro; Eduard KUKAN - Ministro dos Negócios Estrangeiros
A PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA FINLÂNDIA,
Matti VANHANEN - Primeiro-Ministro; Erkki TUOMIOJA - Ministro dos Negócios Estrangeiros
O GOVERNO DO REINO DA SUÉCIA,
Göran PERSSON - Primeiro-Ministro; Laila FREIVALDS - Ministra dos Negócios Estrangeiros
SUA MAJESTADE A RAINHA DO REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E DA IRLANDA DO NORTE
The Rt. Hon Tony BLAIR - Primeiro-Ministro; The Rt. Hon Jack STRAW - Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Commonwealth

OS QUAIS, depois de terem trocado os seus plenos poderes reconhecidos em boa e devida forma,
acordaram nas disposições seguintes:

(continua no site do Parlamento Europeu)

333. Late afternoon thought... (lxxi)

Sei de tolos que tentaram agradar a todos.
Saíu-lhes cara a lição.
Ruvasa
...

332. Pois...

O menino guerreiro
Blog Lóbi do Chá

... em cheio!

sábado, abril 23, 2005

331. No Congresso do PP, Ribeiro e Castro…

Terminou há momentos a intervenção de José Ribeiro e Castro no Congresso do Partido Popular que está a decorrer até à próxima segunda-feira.

É forçoso que confesse que JRC nunca foi político em quem eu tenha vislumbrado capacidades para grandes voos. Vi-o sempre mais como homem de bastidores, sem chama. Um, afinal, como carrada de outros que por aí abunda et nocet.

Claro que não é apenas por um discurso que se muda por completo uma opinião que se tem de há longos anos.

Por amor à verdade, porém, há que o afirmá-lo já aqui: José Ribeiro e Castro acaba de proferir o discurso de lucidez, de garra e de projecção do partido para o futuro, de que o PP muito estava precisado. José Ribeiro e Castro, saiu-se bem. Muito bem mesmo. Acertou em todas as “mouches” em que era suposto dever acertar e apontou todos os caminhos que havia que apontar. Sem sofismas nem espertezas saloias. Com toda a propriedade e adequação.

Fica-me o gosto de tal ter acontecido com um político português e no congresso de um partido português. Fica-me o enorme vazio de tal não se ter verificado com um político do PSD, em Congresso do PSD.

Não se pode ter tudo? Infelizmente...

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330. A mãozinha socialista

Governo vai reforçar verbas
para Alto Comissariado dos Refugiados
Diário Económico -> ver notícia

Ora aqui está.

A pretexto de contribuição humanitária, lá vai a mãozinha socialista a correr dar uma ajuda a um dos seus. O que, bem vistas as coisas, não deixa de ser uma contribuição com fins muito humanitários, louváveis, portanto.

À custa do erário público...

Tenho tanto interesse em ver António Guterres como Alto Comissário da ONU para os Refugiados, como o que eles, socialistas, tiveram em ver Durão Barroso nomeado Presidente da Comissão Europeia.

Com uma agravante: não tive que pagar para a nomeação de Barroso; vou ter que o fazer para a de Guterres.

Mas isso não passa de minudência. E de minudências non curat praetor socialista.
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329. O PSD não pode ser isto!

Tenho que o dizer. Trata-se de um imperativo de consciência. E, como o próprio significado da palavra esclarece, imperativo impera.

Então, lá vai:

Classifico de deplorável, mesmo impróprio de sociais-democratas, o comportamento que o PSD, a direcção do PSD mais propriamente, assume para com Pedro Santana Lopes, a quem o partido muito deve e que até recentemente foi seu presidente, o mais vilipendiado presidente de todos os tempos, Sá Carneiro incluído.

Tal comportamento não conforma postura de dignificação do Partido Social Democrata que todos os militantes, dirigentes por maioria de razão, têm o dever de escrupulosamente observar e fazer observar.

Quando temos alma pequena, tudo em nós não se livra de pequeno ser também. É triste o que se passa no PSD.


Mais triste do que o que se passou até há pouco. Porque muito do que antes se passou ou foi pura e simplesmente inventado, para que se obtivesse o resultado que agora se vê, ou teve existência real, mas provocado portas adentro, com a devida ressonância para o exterior, integrando uma estratégia de afrontamento político – e não apenas político, porque revestiu aspectos de ignóbil ataque pessoal – de um companheiro de partido. Porque os erros próprios, que os houve, foram, todos o sabemos, os menos graves, os menos determinantes.

E não foi por esses erros que o PSD obteve o resultado que obteve nas últimas legislativas. Não tivessem acontecido as estratégias internas de assalto ao poder, com a conivência de agentes externos, e os resultados eleitorais não teriam tido a expressão que tiveram.

O PSD não pode ser isto. Não o foi, não o é, não o será. Se os sociais-democratas permitirem que o seja, não serão dignos de quem os antecedeu.

Pacheco Pereira e outros como ele não podem ficar a rir-se. Não é justo.

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328. Apogeu humanista constituinte

A vida humana é inviolável.
Constituição da República Portuguesa – Título II – Direitos, Liberdades e Garantias – Capítulo I – Direitos, Liberdades e Garantias Pessoais – Artigo 24º nº 1

Para que conste, evitando esquecimentos e deturpações.

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sexta-feira, abril 22, 2005

327. Baco

Baco
Caravaggio

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326. Professores investigados

Inspecção-geral de Educação averigua pedidos de destacamento em 2004

A Inspecção-geral da Educação vai obrigar mais de 1100 professores que pediram destacamento por doença no concurso de 2004 a fazerem exames médicos. Caso se prove a existência de informações falsas, os professores podem ser, em último caso, expulsos da função pública.
SIC online – 2005Abril22 -> ver notícia integral


* * *
Espera-se que a investigação seja mesmo rigorosa, porque esta situação tem que ser exemplarmente sancionada.

Se todos os funcionários públicos, se todos os trabalhadores de modo geral, têm por inalienável dever um comportamento à altura do que se lhes exige, digno, há profissões cujos titulares, até pelo exemplo que devem dar àqueles que formam, têm responsabilidades muito acrescidas.

Ora, infelizmente, o que se tem visto em tantos casos contraria frontalmente essa postura de dignidade e de exemplo que é preciso ter sempre presente.

Quem ensina tem o estrito dever de agir sempre com correcção, pois que só assim terá legitimidade para instruir/educar.

Por outro lado, em todas as profissões há gente decente e patifes, gente que sabe respeitar os deveres que tem para com a sociedade em que se insere e verdadeiros marginais, que entram mesmo na criminalidade. Ora, há que separar o trigo do joio, para que a cada qual caiba a recompensa devida. Para laxismos, já basta o que tem bastado. Há que actuar sem contemplações.

Ainda que pouco crente em que algo de realmente concreto seja levado à prática, fico fazendo votos por que os meus receios se mostrem infundados.
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quinta-feira, abril 21, 2005

325. O Galhofas (13). Luís Figo? Soy contra!...

Claro que a minha opinião não vai valer de nada. Não será por isso, contudo, que deixarei de a dar.

Sou radicalmente contra o regresso de Luís Figo à selecção portuguesa.

Porquê? Por que razão é que não concordo com o retorno de um futebolista de tal mérito à selecção “de todos nós”?

Simples:

.....1. Não gosto de divas; menos ainda de divos;
.....2. Mais ridículos do que divas inconstantes
são divos inconstantes;
.....3. A selecção não precisa de divas; menos ainda de divos;

Cá a malta o qua quér é tudo maxo, c'os túbaros no sito deles, caraças! P'ra dar trancada nas divas e nos divos dos outros, pôs atão, num querem lá ver a moenga?!

Vocemecê coce-me o barrigame qu'eu cá digo-le o qu'é qu'eu penso


Posto isto:

.....a. O Luís resolveu um dia que não queria mais a selecção; achava-se malbaratado, talvez, continuando nela incluído com tantos proletários, ele o galáctico-mor (coisa que não existe, como se sabe…) de Santiago Barnabeu e arrabaldes;
.....b. Até que, lá pelos “bernabeus” apareceu um brasuca, parecido com o que lidera a selecção nacional, que começou a pô-lo de lado;
.....c. O que foste tu fazer, menino!
.....d. Então, agora, a selecção nacional já lhe calha bem, para poder mostrar-se novamente, o que o brasuca de Madrid não deixa.
.....e. Então, vai de querer voltar, mas sem pedir, antes dando a dica de que poderia voltar…

Por mim não voltaria. Nem que fosse o somatório dele, do Eusébio, do Pelé e do Maradona, com pitadas de Zinedine e as fintas malucas do Cristiano Ronaldo.

Não vinha! Que se naturalizasse gabonês e fosse jogar lá por eles.

Além disso, lugar aos novos, que também são gente e ainda não são divos; menos ainda divas;

Não vinha, não vinha e não vinha. Prontos!
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324. Baco

Baco
Aachen

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terça-feira, abril 19, 2005

323. Habemus papam!

E, pronto. Habemus papam!
Josef Ratzinger de seu nome, Bento XVI, de adoptado.

Pessoalmente preferia outro, de idade menos avançada, porque os pontificados ou têm profundidade temporal ou dificilmente algo de muito concreto e visível poderão proporcionar.
Também de outra latitude. Afinal, a Igreja é mais de fora da Europa que da Europa. Inquestionavelmente.
Enfim! Aguardemos. Logo veremos no que dará.
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322. “A dor das crianças não mente”





Acabei, hoje, de ler o livro de José Pedro Namora,

A dor das crianças não mente”.

Independentemente de me considerar voluntário “escravo” do princípio da presunção de inocência de qualquer cidadão, até passada em julgado a última decisão passível de ser tomada em juízo, que o condene, entendo, mesmo assim, meu imperativo de consciência vir publicamente declarar-me tocado pelo que o ex-casapiano afirma no seu livro.

E não apenas pelo que diz, como ainda pela forma serena como diz. A serenidade que, por via de regra, apenas se dá a conhecer em quem tem razão e sabe que tem. Igualmente pela fundamentação apresentada, muita da qual, se não quase toda, já do conhecimento geral, mas que, relembrada, se torna mais viva, mais real, quiçá mais credível.

Poderá dizer-se que José Pedro Namora, que não conheço, na qualidade de jurista que é, não fez coisa por aí além, uma vez que é essa a sua especialidade, pelo que tem a obrigação de saber como as coisas têm que ser apresentadas, com que fundamentação, com que argumentação, mesmo com que roupagem para que, embora sendo verdade, não se tornem inverosímeis. No entanto, sabemos bem quantos por aí se pavoneiam vestidos de linguagens tão mais herméticas quanto mais necessário se mostre desviar atenções. Por via de regra, na barra dos tribunais a clareza de exposição, a capacidade de convencimento varia na razão directa da razão que assiste ao protagonista ou ao seu cliente. É dos livros. E da experiência de vida vivida.

Não vou, aqui, lançar achas para uma fogueira cujas labaredas já vão suficientemente altas, até mesmo porque, por conformação de muitos anos, sei o quão falíveis as verdades podem revelar-se. E o que hoje é irrefutável, pode amanhã deixar de o ser. Não, porque mentes malignas a deturpem, mas porque ela mesmo não esteja, quiçá, revelada ainda tal como efectivamente é.

Serve isto para dizer, como certamente já se compreendeu, que não estou inclinado para a culpabilidade ou inocência dos arguidos. À falta de dados concretos a que me possa ater eu mesmo para, sem tutelas, fazer o meu juízo, também ele concreto, fico-me por aqui.

Não, todavia, sem antes afirmar coisas que me parecem elementares:

.....1. A dor das crianças não mente, efectivamente. Só quem nunca assistiu à dor real, enorme, avassaladora, ao profundo medo de uma criança violentada, pode ter a veleidade – só não catalogada de criminal por se imaginar fruto da ignorância – de pretender que haja mentira em tal situação de verdadeiro terror;

.....2. Assim, a defesa que Namora faz das crianças – que podem não o ser hoje, mas que o seriam quando dos factos e isso é que releva para a circunstância de que trato – tem toda a justificação, toda a razão de ser e merece ser apoiada. Mais ainda por nunca ter desertado, mesmo perante dificuldades que facilmente se adivinham de grande penosidade e pela clareza com que expõe os factos e argumenta, com linearidade eficaz, o que só consegue, mesmo jurista, aquele que está seguro do que apresenta;

.....3. Passando por terríveis tormentos – que também sem esforço se adivinham – os arguidos, porém, porque presumivelmente inocentes, merecem igualmente uma palavra. E essa só pode ser a de que se mantenham, tanto quanto possível, serenos, aguardem pela decisão judicial, que não será tão “descuidada” como por aí, tantas vezes, se insinua, e que, acima de tudo, evitem, tanto quanto possível e no seu próprio interesse, boicotar, sob que forma for, a realização da justiça. Porque, é sabido, ela pode tardar, mas não há-de faltar, felizmente;

.....4. Finalmente, que todos pensem, acima de tudo e como dizia tempos atrás Catalina Pestana, nas crianças violentadas. E, pensando, se condoam.

Porque, independentemente da inocência ou culpabilidade, nós, adultos, temos os nossos vícios, pequenos ou grandes, as nossas vergonhas. Crianças de 6, 7, 8, 9 ou 10 anos, essas, meus amigos, não. E, por via de regra, são elas, pobres inocentes, que acabam sempre por pagar por erros e crimes alheios.

Não me refiro apenas aos violentados; penso igualmente nos filhos dos violentadores. Que, como é evidente, de nada são culpados, mas muito sofrem, eles também.

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321. Vicissitudes do choque tecnológico…

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Vinda de pessoa amiga, que, por sua vez, a recebera sabe-se lá de onde, chegou-me uma pequena história bem elucidativa das vicissitudes por que passa o socrático choque tecnológico. Não resisto a transcrevê-la, com a vénia da praxe: SEGUE
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segunda-feira, abril 18, 2005

320. Ceia em Emaús

Ceia em Emaús
Caravaggio

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319. O ex-libris da tugosfera

Coube-me agora aceitar o convite do blogamigo Terras de Azurara, para participar nesta cadeia de literatura, iniciativa do Abstracto Concreto II.

Vejamos, então:

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Para esse efeito, tantos!!! Mas recuso-me a dizer principalmente qual, para não “magoar” um compatriota, embora a sua postura natural o queime já, por natureza. Não vive em Portugal. Talvez com “vergonha” de ser quem é; ou de sermos quem somos. Que, afinal, vai dar ao mesmo...

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Não. Sinto-me bem na minha própria pele e sempre me revelei imaginativo qb.

Qual foi o último livro que compraste?
“Anjos e Demónios”, de Dan Brown

Qual o último livro que leste?
“O Código Davinci”, do mesmo

Que livros estás a ler?
A reler. Hoje e sempre. Also sprach Zarathustra, de Friedrich Nietzsche, e Ir à Índia sem abandonar Portugal, Considerações e Outros textos, a partir de entrevistas ao Prof. Agostinho da Silva, em 1987.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Francamente, não sei se me lembraria de levar... ou se teria tempo para o fazer... No entanto, sendo o caso de as duas condições se verificarem, com toda a certeza que a obra completa de Eça de Queirós. Para nunca me esquecer de que provenho, de quem sou e para onde me dirijo. Daqui por 300 ou mais anos, manter-se-á actual, o que, convenhamos, é obra!

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Aos meus blogamigos, precisamente por serem-no, embora não únicos e não mais valiosos do que outros, já que amigos - mesmo que blog... - são amigos e, como tal, não adjectiváveis nem quantiticáveis:
* Aos Anjos e Demónios
http://www.anjosedemonios.weblog.com.pt/
* Ao Professor Doutor
http://professordoutor.blogspot.com/
* A O Velho da Montanhahttp://ovelhodamontanha.blogs.sapo.pt/
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domingo, abril 17, 2005

318. Late afternoon thought... (lxx)

Não há míssel, por mais teleguiado e potente,
que consiga abater uma ideia em pleno voo
Ruvasa
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317. Limitação dos mandatos políticos – mito a destruir

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O Prof. David Justino, que não me canso de ler, aborda, no 4R-Quarta República, a questão da
limitação dos mandatos políticos. Trata-se de assunto que me suscita grande interesse, porque muito sobre o assunto se tem dito, a maior parte das vezes, sem os cuidados e clareza necessários. Que não é o caso de D. Justino, diga-se em abono da verdade. SEGUE
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316. O Adelino cansou-se da vida

Circunstâncias pouco felizes de âmbito familiar - morte súbita de meu cunhado, ocorrida em 14 do corrente, pelas 13 horas, e tudo o que rodeia sempre estas situações - estiveram na base do meu afastamento do vosso convívio por uns dias.

Passado que está o choque maior, aqui estou novamente, porque... a vida tem que continuar, mesmo para honrar os que se foram.

O Adelino cansou-se da vida extremamente dura que levou, principalmente depois do regresso de África, há cerca de 30 anos, onde deixou uma vida sem luxos, mas razoável, que trocou por verdadeira escravidão por cá. Um ano após reforma de miséria, o coração, extenuado, entendeu que era hora de, também ele, se reformar.

Descansa em paz, Adelino. Lembrar-te-emos, acredita.
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quinta-feira, abril 14, 2005

315. Chamada a Azurara!

Por favor contacte-me pelo e_mail que está no meu blog (ruvasa@netcabo.pt).

É que não consigo ver a sua página. Estabelecido o contacto, a página aguenta-se por 2 ou 3 segundos e cai.

Há semanas e semanas que ando nisto. Só acontece com a sua página. Creio que já uma vez lhe falei no assunto, mas a coisa continua na mesma.

O seu blog não é confidencial, pois não?

Tive um problema diferente, mas também proveniente do blogger, enviei-lhes um e_mail e eles resolveram o assunto de imediato, em menos de um dia.

A menos que o problema seja só meu. Mas nada disto acontece com qualquer das outras páginas que frequento e só imensas. Apenas coma sua.


Ora, caramba, eu gosto do blog!

Cumprimentos


NB.- Será da música? É que assim que ela arranca, o Internet Explorer salta e a página fecha.
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quarta-feira, abril 13, 2005

314. "Danou-se, cara, danou-se!..."

Acaba de ser inaugurado um novo estilo de blog, o blog da Anesul.

Um estilo em que, não já um simples e descuidado cidadão a nível individual, mas antes uma poderosa associação, usa aquela forma de comunicação com as massas para, sob a forma panfletária – que, infelizmente, tem vindo a perder-se entre nós, porque, afinal, é da discussão directa e frontal, límpida, transparente, que nasce a luz que supostamente a todos há-de iluminar… – meter, como é uso dizer-se, a “boca no trombone” e proclamar aos quatro ventos que algo corre mal uns bons paralelos a sul do “reino da Dinamarca”. SEGUE
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313. O Galhofas (12). Frase da semana.

A ascensão política de António Borges não começou em Pombal. Pelo contrário. A sua progressão terminou em Pombal.
Paulo Gorjão, em Uma outra coisa, no Bloguítica

Diria mesmo mais:

Em boa verdade, terminou mesmo sem começar. Rápido como um raio. Estonteante!

Sim, senhora! Destes é qu'eu gramo aos molhinhos, carago! Não enganam ninguém. Muntos deziam qu'o home era super. Atão n'é qu'ele mostrou qu'afinal era... supersónico!

Vocemecê coça-me o barrigame e cá eu digo-le o qu'é qu'eu penso

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segunda-feira, abril 11, 2005

312. Comentário a post de David Justino

No blog 4R República, em que regularmente escrevem o ex-ministro da Educação do Governo de Durão Barroso, Professor David Justino, e outros, em comentário ao post Congresso do PSD, de 10 do corrente, deste último, deixei um texto em que expresso a minhá posição relativamente a alguns factos constatados no XXVII Congresso do Partido Social Democrata, do passado fim de semana.

Aqui deixo o link para o referido texto.

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311. Contas à moda do FCPorto?...

Levantado sigilo a contas bancárias do F.C. Porto
JN - 2005Abril11

Então, que é lá isso?
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310. Benfica desmascarado!?...

Benfica desmascarado
DN - 2005Abril11

Homessa!

O Benfica não foi desmascarado. O Benfica não podia mesmo ser desmascarado. Porque o Benfica nunca usou máscara. Ao longo da sua centenária história apresentou-se sempre de cara destapada, limpa. Nunca receou mostrá-la. Frontalmente, sem tibiezas. Para o bem e para o mal.

Se ontem alguém foi desmascarado terá sido um italiano que anda por ali disfarçado de treinador de sucesso e muito experiente. Esse, sim. O Benfica? Claro que não! Jamais!

Homessa!...

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309. O Galhofas (11). Estamos na moda...

... ou a nela ser metidos a toda a força, exclusivamente por motivos de política interna?
De acordo com o "Guardian" de hoje
D. José Policarpo apontado como possível surpresa na sucessão de João Paulo II

Eh! Home dum caneco! Mas qu'a grande barrigada d'homes ilustres cum'ó catarino! O pior é se vêm de lá transtornados cum'ó Freitas veio da ONU... Tamos fêtos ao bife!...

Vocemecê coça-me o barrigame,
e ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso!

Durão na Comissão Europeia. E depois, porque não podia ficar atrás, Guterres em grande correria para o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. Porque nem isso bastava, agora D. José Policarpo, de quem se conhece obra grande, para Papa!

Apre! Não há fome que não dê em fartura!... Não fazemos por menos.

E a seguir, quem será?

Madail para Presidente da FIFA? Mário Soares para Grão Mestre dos Gerontes da Grande Loja dos Quatro Pontos Cardiais? Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da Associação Internacional dos Passageiros Aéreos Frequentes Que Sofrem de Hipocondria e de Iluminada Solidão? Pacheco Pereira para Secretário-Geral da Internacional Revisionista dos Militantes de Partido Com o Pé que Convém Dentro, o que Não Convém Fora e o Terceiro Saltitando de Fora para Dentro e Vice-Versa?

As possibilidades são imensas, como se vê pela amostra

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sábado, abril 09, 2005

308. Congresso do PSD – O acto falhado…

O super António Borges protagonizou o acto falhado do Congresso.

Para quem fora apresentado como o supra-sumo das esperanças sociais-democratas, outro homem providencial, constituíu um desastre. Verdadeira calamidade.

Na saída inicial espatifou o carro acabadinho de comprar. Na primeira esquina, mal saíra do stand. E com ele, “desastrou” quem de boleia seguia. Automobilista incipiente e sem queda para a condução!

Agora, vai para casa, atira-se com vontade ao código da estrada e às lições de condução. Talvez um dia, quem sabe?, possa tentar de novo. É isso:
Something’s wrong in your request. Try again, later.

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Claro que, como atrás disse, era espectável.

* Quem na primeira entrevista, tendo apoiado Marques Mendes, imediatamente depois afirmou que o homem não tem carisma, logo demonstrou que não nasceu para aquilo, pelo que não merecia outra coisa;
* quem teve o arrojo de apresentar uma moção de estratégia global, sem tirar daí as devidas consequências, candidatando-se, logo demonstrou que não nasceu para aquilo, pelo que não merecia outra coisa;
* quem, apresentando-se com uma moção de estratégia global, chegado o momento de a defender, não evidenciou uma simples ideia mobilizadora, nem sequer soube balbuciar meros lugares comuns, logo demonstrou que não nasceu para aquilo, pelo que não merecia outra coisa.

É isso. O sebastianístico super-gestor, revelou-se um verdadeiro sub-político. Ora, desses há por cá muitos. De sobra. Dúzias para serem dispensados sem dano de maior para a casa.

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307. Congresso do PSD – O voluntarismo de Menezes

Luís Filipe Menezes poderá ter – e tem certamente – alguns antecedentes que o deixam desfavorecido, relativamente à situação em que podia encontrar-se se os não tivesse.

Há coisas, porém, que ninguém lhe pode negar. Garra e vontade férrea, aliadas a uma elevada capacidade de fazer obra. O que conseguiu como edil de Gaia e como presidente da distrital do Porto é bem elucidativo do seu real valor, não apenas no sector de gestão administrativa e organizativa, como no político.

Tem, porém, contra si, a máquina do aparelho. Os instalados, que não querem perder sinecuras. Esses que, com a prática de tantos anos, tanto se apressam a apostar de início no cavalo que vaticinam vencedor, como, a meio da corrida, apercebendo-se que o conjunto em que ninguém acreditava está a chegar-se à frente, logo para ele correm pressurosos, não vá a onda ser perdida, por desatenção, por não se estar no local certo no certo momento.

Terá que não esmorecer. Terá que não se deixar levar. Denunciar em pleno Congresso tudo o que lhe parecer ilegítimo. E acautelar-se.

Mesmo que pense – e penso – que qualquer dos candidatos que de Pombal sair soi-disant vencedor, não o será mais do que a título provisório, a minha simpatia política vai para Luís Filipe Menezes. Não está subordinado ao aparelho, o que seria quanto me bastaria, se outros motivos não houvesse. Que os há. Porque Menezes apresentou, nos discursos que fez, ideias, projectos, linha de rumo. Contrariamente ao opositor.


Ainda que cometendo erros, em Menezes valerá a pena apostar para “director geral”.
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306. Congresso do PSD – No bloody idea candidate…

Uma mão cheia de nada……..…e outra de coisa nenhuma.

Foi o que apresentou Luís Marques Mendes nos dois infelizes discursos que até agora (21,45 horas de sábado) proferiu.

Na verdade, tendo falado já no Congresso por mais de duas horas, Marques Mendes apenas conseguiu demonstrar que não tem uma ideia para apresentar aos que quer convencer a que nele votem. O que mostrou foi apenas uma total vacuidade.

- I have no bloody idea about whatever, indeed! – foi dizer ao Congresso. E, horas depois, repetiu. Espera-se que o Congresso tenha ouvido e percebido.

Para falar verdade, Luís Marques Mendes não surpreendeu ninguém. Todos os sociais-democratas sabem que se trata de um excelente “director de serviços”, mas jamais passaria pela cabeça fosse de quem fosse, promovê-lo a “director-geral”.

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305. Congresso do PSD – Significativo (2)

Significativos os fraquíssimos, nada entusiasmados e logo desmobilizados aplausos em resposta a referências "puxativas" a Cavaco Silva.

Eles pensam que a malta anda distraída. Parece que se enganam.

Talvez que não seja desavisado de todo que Cavaco preste boa atenção a estes sinais. E não apenas Cavaco. Também quem, no momento próprio, estiver a liderar o partido.

Certamente que seria muito desagradável para o surpreendentemente loquaz ex-primeiro ministro acabar por constatar que parte significativa dos militantes do PSD (mas não só…) nele terminantemente se recusariam a votar – por ainda lembrados de “infelicidades” cavaquianas imperdoáveis – e que outra parte, igualmente significativa, nele acabaria por ainda votar, embora fazendo a cruz com a mão escrevente, enquanto que com a outra taparia a foto.

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304. Congresso do PSD – Significativo (1)

Significativo que o orador mais aplaudido até este momento (21,00h de sábado) tenha sido, de longe, o ainda presidente do partido, Pedro Santana Lopes.

Eles pensam que a malta anda distraída. Parece que se enganam.


O problema são os corredores do Congresso, onde a real vontade dos congressistas é desvirtuada pelas pressões da máquina aparelhística. Mas isso é outra história, que um dia vai ter que acabar. De uma vez por todas.

Fiilipe Menezes deixou a promessa de que, com ele, será já no ano que vem, logo a seguir às presidenciais. Não sou congressista. Se o fosse, bastaria esta promessa - que sei que será cumprida - para me fazer não ter dúvidas acerca de a quem entregar o meu voto.
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303. Papável…

O enviado especial da inefável TVI a Roma, para as reportagens sobre o Conclave que há-de eleger o sucessor de João Paulo II, há pouco, no jornal das 20 daquela estação:

- … e o cardeal D. José Saraiva Martins é, pois, um passível papável…

É mesmo?!?! E será que se conformará em permitir a consumação da... deglutição?

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302. A coerência socialista d'habitude.

R.S.O.É um distrito com potencialidades para captar investimentos?
T.A.Sem dúvida que sim, nomeadamente a nível turístico onde as potencialidades são muitas. Já estão, aliás, previstos grandes investimentos para Tróia e Sesimbra.
Glossário:
R.S.O.
- Região de Setúbal online
T.A. - Teresa Almeida, a socialista, nova civil governante de Setúbal
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A senhora só podia estar distraída ou a brincar com o jornalista...
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Então os investimentos a fazer em Tróia e Sesimbra têm algo que ver com o actual governo e com as preocupações socialistas exclusivamente com o mais desfavorecidos?
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Ora, revisitemos outras recentes afirmações da Senhora:
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Em que ficamos, afinal? Na habitual coerência socialista, está de ver! Dá para todos os quadrantes... Ao mesmo tempo.
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Consta que a Senhora continua a dizer coisas destas sem o esboço de qualquer sorriso de incómodo. Notável!
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sexta-feira, abril 08, 2005

301. O Galhofas (9). Portugueses jornalistas e putativos

"A primeira lição que o Congresso do PSD devia assimilar é a de que a sua governação deixou Portugal pior do que o encontrou"
António José Teixeira, "Jornal de Notícias", 08-04-05


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Quando jactadas por comissários políticos que, por acaso, escrevem em jornais e falam em rádios e TVs, bocas destas, que, ditas por outros, talvez fossem levadas a sério, perdem logo todo o impacte que tão afanosamente buscam os tais putativos jornalistas, em busca de um lugar mais ao sol.

Infelizmente, Portugal está cheio de gente com o cartão profissional de jornalismo que, em vez de relatar notícias, prefere fazê-las, ser seu agente mais visível.
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Pôs atão fique vocemecê sabendo qu'eu cá num penso nada. Com senhoritos destes num dá mesmo p'ra um gajo pensar nadinha deste mundo. Já tá tudo munto pensado e a mioleira toda afanada.
Ora atão coce-me o barrigame,
qu'eu cá digo-le o qu'é qu'eu penso

quinta-feira, abril 07, 2005

300. Late afternoon thought... (lxix)

A inalterabilidade é a essência das coisas;
a mudança constante a de alguns homens

Ruvasa

quarta-feira, abril 06, 2005

299. O Galhofas (8). Oxalá não seja surdo...

Lazio chama por Trap
Com a época a chegar ao fim, começa a agitar-se também o mercado de treinadores. A Lazio está determinada em assegurar a contratação de Giovanni Trapattoni, com vista à próxima temporada (...).

A Bola – 6 Abril 2005

Noxa Xenhora dos Aflitos, acuda ó mê Binfica. Que signor Trapattoni nã seja mouco com’uma porta, tá bem?…
Se vocemecê me coçar o barrigame, ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso
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298. A uma amiga, que gosta de poesia

Na tarde erramos

Na tarde erramos,
Nós, tu e eu,
Mas três.
Tão sós que vamos
E não sou eu
Quem vês.

Discreto calo,
P'ra que o meu senso
Louves;
Em vão não falo,
Tanto o que eu penso
Ouves.

Melhor me fora
Que a outro assim
Levasses
E, longe embora,
Somente em mim
Pensasses.
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Reinaldo Ferreira
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297. Late afternoon thought... (lxviii)

Com quantas dificuldades deparamos
ao aliviamos o afivelamento da nossa máscara!
Ruvasa

296. Quotation of the day - NY Times 6 Abril 2005

Quotation of the day
"The only thing we've gotten is small packets of food and supplies. Where the money is, we don't know. It's just meetings, meetings,meetings."
SAMSUR BAHRI, a shopkeeper, on tsunami relief efforts in Indonesia.
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Citação do dia
"A única coisa que conseguimos foram pequenos pacotes de comida e provisões. Onde pára o dinheiro, não sabemos. É só reuniões, reuniões, reuniões."
SAMSUR BAHRI, fiel de armazém, na campanha de assistência por causa do tsunami na Indonésia.

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Onde será é que já ouvimos coisas semelhantes, hein?!

E quanto às reuniões de reuniões para reuniões... onde se vai decidir a criação de comissão que fiscalize a fiscalização da comissão cuja missão é fiscalizar a comissão que vai estudar o assunto do auxílio a quaisquer desgraçados?

A "sorte" - e o "azar", em simultâneo - é que os desgraçados entretanto morrem... assim se salvando de maiores sofrimentos, o que é uma sorte, deixando os auxiliadores muito frustrados por já não poderem valer seja a quem for, o que é um azar dos diabos.
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terça-feira, abril 05, 2005

295. Teresa, a nova civil governante de Setúbal

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Foi hoje empossada a nova governadora civil de Setúbal, arquitecta de profissão, socialista de opção.

Com larga experiência dos “dossiers” da Câmara Municipal cá do burgo, Teresa Almeida
-> SEGUE
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294. Amnistia Internacional: sobe o record de execuções

SYDNEY, Australia (CNN international) - Close to 4,000 people were executed worldwide in 2004, more than at nearly any other time in the last 25 years, according to human rights organization Amnesty International. -> SEGUE
Tuesday, April 5, 2005 Posted: 3:43 AM EDT (0743 GMT)


Puro terror.
Quando os Estados se assumem como verdadeiros assassinos, é um fartar vilanagem…

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segunda-feira, abril 04, 2005

293. O Galhofas (7). Só o Vitorino?!...

A possibilidade de António Guterres vir a ocupar um cargo internacional está a relançar a discussão, no PS, sobre as presidenciais, começando a circular outros nomes como putativos candidatos. Segundo os dirigentes do PS, contactados por A Capital, se Guterres não avançar, restam três hipóteses: António Vitorino, Ferro Rodrigues e Manuel Alegre.
PS admite Vitorino para Belém - A Capital – 4 Abril 2005

Ó homes dum raio! Ponham lá todos os maganos. Um é presidente à 2ª e 3ª, outro, à 4ª e 5ª e o último à 6ª e sábado. Ao domingo?! Ora, descansa-se, que ninguém é de ferro!... Atão na querem lá ver a porra,hein?!
Se vocemecê me coçar o barrigame, ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso
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292. A sugestão de Sarsfield Cabral

Em crónica assinada no DN de hoje e a propósito da invocada – por sindicatos e patrões portugueses – concorrência desleal que consiste em "importar bens e serviços de países onde os salários são ínfimos e não há direitos sociais, nem se cumprem regras ambientais", pelo que as importações provenientes desses países deveriam ser impedidas, assim se ajudando os pobres explorados desses atrasados países, até por uma questão de justiça social, Francisco Sarsfield Cabral faz uma sugestão a que, se ele me permitir, gostosamente me associo.

Consiste ela – e porque "os nossos salários são um quarto ou um quinto dos alemães e metade dos espanhóis" – em proibir as exportações portuguesas para a Alemanha e Espanha.


Assim, coerentemente, se levava às últimas consequências a guerra ao dumping social e ambiental que tanto parece apoquentar patrões e sindicatos cá do burgo.

Por mim, era já!...

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291. O Galhofas (6). Larga a tanga...

Jerónimo Sousa desafia Governo
a afastar "discurso da tanga"
Açoriano Oriental - 4/4/2005
P's'tá claro! O fio dental é munto más porrêro pr'a limpar a bista, home d'um raio!
Se vocemecê me coçar o barrigame, ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso.
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290. Quotation of the day

QUOTATION OF THE DAY
"He struck me as very human, very informal, demonstrating no shame about his suffering. My impression of the church used to be that it was a somber place of penance, but the pope made it into something of a joy forme." IVANA SPARACO,
an English teacher in Rome.
The New York Times

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CITAÇÃO DO DIA
"Ele tocou-me por muito humano, muito informal, mostrando-se sem falsos pudores no sofrimento. A ideia que eu tinha acerca da Igreja era de que se tratava de um lugar sombrio de penitência, mas o papa transformou-a em algo que é fonte de alegria". IVANA SPARACO, professora de inglês em Roma.0

289. João XXI, o Papa português - nota breve

Pedro Julião, mais conhecido por Pedro Hispano ou Pedro Hispano Portucalense, nasceu em Lisboa, em 1205 ou 1210, e morreu em Viterbo (Itália), em 1277. Médico e filósofo, chegou a papa, tendo adoptado o nome João XXI. SEGUE
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288. Reflexão matinal… alheia (19)

Guarda silêncio
e serás tomado por inteligente.
Lúcia Alves Brito

sábado, abril 02, 2005

287. Morreu Karol Vojtyla

João Paulo II, o Papa que a Humanidade recordará para além do Tempo

Pelas 20,37 horas de Lisboa, faleceu o Papa João Paulo II.
Dia infausto para a Igreja de Roma, de que muitos de nós fazem parte.
Que Deus o acolha junto de Si.
Resquiecat in pace!

Por motivo do triste acontecimento,
durante o dia de amanhã, 3 de Abril,
este blog ficará sem actividade.

JoaoPauloII.jpg Posted by Hello click na foto, para ampliar

286. Deixe-se de negaças, António Borges!

Para ser inteiramente claro, ab initio, tenho que começar por dizer que subscrevo integralmente a posição assumida por Luís Delgado, quando, na coluna de opinião de anteontem, Linhas Direitas, no DN, sob o título “A moção de Borges”, afirma que este tem que avançar para tentar a liderança, sem o que não faz sentido apresentar uma moção de estratégia global. SEGUE
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sexta-feira, abril 01, 2005

285. Do excesso de garantismo de defesa em juízo

"Um quinto do tempo dos tribunais é um tempo em que a maioria dos processos estão parados"
Alberto Costa, Jornal de Notícias, 31-03-2005

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O senhor Ministro sabe bem, como o sabiam todos os antecessores de há, pelo menos, duas décadas para cá... SEGUE
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284. João Paulo II, o Papa diferente

As notícias desta manhã são muito pouco animadoras relativamente ao estado de saúde do Papa. Teme-se já mesmo pela sua morte a muito breve prazo.

É um dia triste para a Humanidade. Não apenas para os católicos apostólicos romanos. Porque este foi o Papa da conciliação. Mas igualmente da reconciliação. O Papa suficientemente humilde e lúcido para ter pedido perdão pelos erros da sua Igreja.

Não está feita ainda - não o podia - a história do pontificado mas, uma vez que o seja, certamente que se lhe fará justiça, por toda uma prática de aceitação das diferenças, de ecumenismo, de aproximação entre povos e religiões, em nome do Homem, por amor à Humanidade, de tolerância em tudo o que a admite; por outro lado, de resistência inevitável a tudo o que contraria os valores ético-cristãos e humanistas da Igreja.

Com João Paulo II - e no seguimento de antecessores seus, de que inevitavelmente se destaca João XXIII - a Igreja Católica, sem descurar a defesa dos valores mais perenes que sempre a enformaram, abriu-se para o Mundo à sua volta e, com isso, muito ganhou e muito deu a ganhar.

João Paulo II vai ser recordado por muito tempo. E quanto mais tempo passar, mais recordado será, independentemente dos méritos de quem lhe suceda.

Que Deus o proteja e lhe dê o merecido repouso, chegada que seja a hora.
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