Ontem, em comício nocturno, José Sócrates, entusiasmado com a própria verve e afundado no irresistível humor que lhe é conhecido, lançou mais esta:
- Santana Lopes, de tanto dizer que vai ganhar, até parece o antigo ministro da informação de Saddam Hussein que, com as tropas aliadas já dentro de Bagdad, continuava a dizer que estavam a vencer a guerra.
A comparação é infeliz, como se sabe.
E é infeliz não somente porque uma coisa nada tem que ver com a outra, como porque se trata de uma deselegância de gosto duvidoso. O dele.
Pior ainda, por fazer graça deslocada com assunto muito sério - que foi causa de dor de milhões de pessoas, de sucessivos genocídios mesmo - e em relação ao qual ele e os seus camaradas sempre estiveram distanciados e opositores a quem algo fez para acabar com a situação. A seguir a sua estratégia de brilhantismo, que seria a de nada se fazer, ainda hoje não teria havido eleições democráticas no Iraque, continuando, pois, um dos regimes mais ditatoriais no mundo a manter-se no poder e, com isso, violentando, torturando e matando milhões de pessoas.
É a santa e socrática arrogância, pela qual se pode ver no que iria redundar, se ele vencesse as eleições, como pretende.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
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2 comentários:
E vamos ser nós, portugueses a pagar a factura...
Espero bem que não.
Mas, se assim acontecer, é bem feito.
Temos a obrigação de pensar pelas nossas cabeças e não ir em cantigas de meia dúzia de tipos comprados, que injectam todo o veneno que lhes enche o bucho, por tudo quanto é sítio na sociedade portuguesa, que, infelizmente, padece muito de impreparação cultural e de falta de conhecimentos que lhe permitam formular juízos críticos assentes no senso comum.
Enfim! Teremos que esperar que esta geração passe e venham outras mais esclarecidas...
Como é sabido, o nosso problema maior é todo ele cultural.
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