segunda-feira, fevereiro 07, 2005

150. José Pacheco Pereira no seu melhor...

5 Fevereiro 2005
(JPP) HÁ VIDA DEPOIS DE 20 DE FEVEREIRO (2): ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA
"Se tiver acima disto [dos resultados das europeias], com tudo o que se passou, dizerem que é uma derrota, acho que é interessante."
A colocação como meta eleitoral do PSD de um resultado acima do que é presumido ter sido o das europeias é um absurdo que não pode ser tomado a sério. Aliás foi apresentado contraditoriamente com o objectivo de ganhar as eleições de 2005, na mesma entrevista. Esta maneira de falar que dá para tudo, é habitual. Só daquela voz é que podia vir ao mesmo tempo a intenção de ter mais de 40% e mais de 29% dos votos ao mesmo tempo.Plano pessoal A e plano pessoal B. O que conta verdadeiramente é o B.A desonestidade intelectual e política é que todos os dirigentes do PSD em Junho de 2004, incluindo Santana Lopes e Durão Barroso, recusaram liminarmente uma interpretação nacional dos resultados das europeias. Não é verdade que Santana Lopes tenha recebido o partido com os resultados das europeias, recebeu-o e terá que prestar contas pelo resultado das legislativas de 2002, um partido no poder a governar, que ele alegremente destruiu em quatro meses. Barroso tem responsabilidades no que aconteceu, mas com ele nunca aconteceria o mesmo. Acresce que o objectivo que foi prometido e reiteradamente prometido ao partido por Santana Lopes, afirmado no Conselho Nacional, na Comissão Política, em público e em privado, foi sempre uma vitória e uma vitória era (e é) o PSD ganhar as eleições. E também não é ficar o PS sem maioria absoluta, porque isso também é desculpa de mau pagador. Com Santana Lopes e a sua jactância eleitoral, ou ganha ou perde. O resto são já estratégias de sobrevivência de quem se prepara para não assumir qualquer responsabilidade do que se passou e quer enterrar o PSD ainda mais fundo.

* * *

Sócrates pode dispensar de vez Nelsons Athaídes e outros que tais. Porque José Pacheco Pereira é o publicitário de serviço, ao serviço do PS.

Só que o ódio é tal que o cega, o que não será bom para quem pretende apresentar resultados. Tanto ódio destila que corre o risco de cair em total descrédito e, com isso, apenas prejudicar o cliente.

Imagine-se que, desta vez, veio inventar que "A colocação como meta eleitoral do PSD de um resultado acima do que é presumido ter sido o das europeias é um absurdo que não pode ser tomado a sério". Ora, este arrazoado e tudo o que se lhe segue, daqui decorrente, não passa de perfeito dislate e chega a conclusões completamente erradas, porque parte de uma premissa propositadamente deturpada. É que a meta eleitoral do PSD nunca foi colocada por Santana Lopes, nem por ninguém no PSD, n"um resultado acima do que é presumido ter sido o das europeias. Foi, pelo contrário, sempre acentuada, isso sim, numa vitória eleitoral do PSD. Santana Lopes teve mesmo o cuidado de afirmar que tudo o que não seja uma vitória eleitoral do PSD é mau resultado. Ainda a 6 e a 7 de Fevereiro o reafirmou sem margem para dúvidas. Mas, mesmo que assim não fosse, abusiva é a interpretação de José Pacheco Pereira da frase "Se tiver acima disto [dos resultados das europeias], com tudo o que se passou, dizerem que é uma derrota, acho que é interessante.", que Santana Lopes referiu en passant e em jeito de comentário bem humorado a tal asserção, mas que a sanha de JPP não lhe deixou ver que o fora.

Se esta sanha, este ódio contra Santana Lopes fosse caso virgem, com maior ou menor dificuldade sempre se poderia dar um desconto. Infelicidades destas todos temos... No caso de José Pacheco Pereira, contudo, a atitude é recorrente. Ele ataca tudo e todos, da ponta esquerda à ponta direita, cegamente. E fá-lo, apenas porque, na alta torre de marfim - a que motu proprio se alçapremou - ninguém que não ele próprio, o supra-sumo da política portuguesa, o mais chato, improdutivo, convencido e inconsequente dos políticos que alguma vez pisou terra lusa, cabe. Imaginem que consegue bater José Magalhães!!! E por margem que não deixa dúvidas!!!...

José Pacheco Pereira denota uma tremenda dificuldade, qual seja a de introspectivar. Não fora essa sua debilidade nata, há muito que teria visto que frequentemente se mete a ridículo aos olhos do país inteiro. E, tendo-o visto, há muito igualmente que teria arrepiado caminho, sem necessitar de deixar de ser quem é, apenas corrigindo coisas que todos, de gingeira, já descobrimos que lhe ressaltam de convicções sem nexo e menos razão, desprovidas do mais pífio dos sustentáculos. E que, como é sabido, lhe ficam mal. É que se se tratasse de um génio, ainda se lhe daria uma desculpa. Os génios têm debilidades, próprias da sua condição de génios. Mas, infelizmente, JPP não é nada disso. Muito pelo contrário. Está bem mais próximo do maldizente de profissão, a quem a invídia muito parece guiar os passos.

Por outro lado, o que deixa perplexa a generalidade dos observadores é verificarem que, face às atitudes que toma - em relação ao partido em que está inscrito e aos seus pares - não assuma a mais coerente de todas, que é a de pegar nos tarecos e ir-se para outra freguesia. Essa, sim, era de homem! Porque criticar sem tento tudo e todos no PSD, é estar contra o que o PSD, com as suas forças e as suas fraquezas, representa. E, assim sendo, não ir embora, é o cúmulo da incongruência. Transformar ele, José Pacheco Pereira de seu nome - por incapacidade de tomada de uma única decisão coerente - o PSD em albergue espanhol é que não está certo.

Tudo isto, muito embora JPP desde há muito tenha esgotado a capacidade de surpreender-se que qualquer cidadão comum transporta consigo ab initio. Razão por que o que José Pacheco Pereira diz conta pouco, muito pouco mesmo, para o resultado final seja do que for.

2 comentários:

Ricardo disse...

Caro Ruvasa,

Concodo com a tua análise com um grande mas...

Quanto a JPP estamos conversados!

Quanto a Santana Lopes aconselhava a releres as afirmações dele numa ordem cronológica. É que o objectivo dele varia de dia para dia e apesar dele ser hábil em desmentir o que disse no próprio dia as afirmações da vitória visam corrigir as declarações anteriores. Só que as declarações anteriores também são dele1 E esta, hein?

Ruvasa disse...

Viva, Ricardo!

É verdade que, antes, Santana Lopes afirmou:

"Se tiver acima disto [dos resultados das europeias], com tudo o que se passou, dizerem que é uma derrota, acho que é interessante."

Mas fê-lo num contexto que não autoriza que JPP abusivamente o use para os seus desígnios cegos de destilação de humores.

E porque é que ele diz que "...acho que é interessante"? Exactamente pela insanável contradição contida na pergunta. Para o perguntador de serviço, obter Santana um resultado acima do das europeias, sem se esclarecer qual ele possa ser, constitui, na verdade, canhestra tentativa de amesquinhamento. E tão canhestra que até chega a ser interessante. Eu diria mesmo desopilante! Ele, claro, não poderia chegar tão longe, pelo que se ficou pelo interessante.

Disse-o, pois, em resposta a pergunta que lhe fora colocada, com a insinuação de que, se conseguisse resultados acima dos das europeias, seria uma derrota.

A única resposta que poderia dar a uma coisa destas era a que deu, porque há perguntas para as quais, na verdade, não existe resposta. Insinuar-se que, ainda que atinja resultado acima do das eleições europeias, sem quantificações, tal constituirá uma derrota, realmente não propicia - nem merece - outra resposta.

O sofisma da pergunta é este e o "wiseguyista" aproveitamento "pachequiano" nem conseguiu sofisticar-se, tal a sanha.