segunda-feira, fevereiro 21, 2005

203. Resultados do PSD e responsabilidades a assacar

Os resultados eleitorais obtidos pelo Partido Social Democrata na noite de ontem contêm várias explicações e responsabilidades diversas e de graus, também eles, diversos.

1. Desde logo, há que não esquecer que, nestas circunstâncias, é natural que se pense nos dirigentes do partido como primeiros responsáveis. E, de entre eles, o principal será o respectivo presidente, Pedro Santana Lopes.


É da natureza das coisas que assim seja e não há que criar ilusões ou mesmo iludir seja quem for. Nem o próprio Santana Lopes – que não sofre de cobardia nem de dissimulação como tantos que por aí há – se furtará a essas responsabilidades. Porque a estratégia não terá sido a melhor, para o momento que se vivia, e as dificuldades que havia que defrontar não o foram nas condições em que o deveriam ter sido e igualmente, porque, algumas vezes, mais do que seria admissível, se deu o flanco ao adversário, quando tudo alertava para que isso não pudesse, de forma alguma, acontecer, uma vez que a base de que se partia constituía, já de si, handicap terrível.

De qualquer modo, porém, há sempre que atender que PSL foi subitamente colocado numa situação terrivelmente incómoda, toda ela pré-concebida em Belém e arredores amigos, tendo mesmo começado a ser dura e cobardemente atacado muito antes de ter sido investido nas funções de primeiro-ministro. Digo-o aqui frontalmente: nunca fui particular admirador de Santana Lopes, mas os descabelados, cobardes e infames ataques de que foi alvo, que nenhum político português, incluindo Sá Carneiro, alguma vez sofreu, impõem-me o dever, que não alieno, de me revoltar com a situação. E sei que muitos assim pensam.

2. Há, depois, que não subavaliar o trabalho insano e vitorioso de quase toda a Comunicação Social – salvo raríssimas excepções invadida por autênticos comissários políticos e até moços de fretes, disfarçados de jornalistas – que tudo fez para derrubar uns e alçapremar outros mais de sua feição, em nome de interesses escusos, que jamais se mostram à luz do dia, mas que, da penumbra, comandam as puppets-on-a-string que, alarve e alegremente, lhes fazem o jogo.

A campanha foi, na verdade, um corropio de favores políticos e parcialidades como nunca se vira. Ultrapassou-se tudo o que a imaginação de qualquer salafrário pode congeminar. Para bem da sociedade que somos, é muito urgente que se reveja a legislação relativa à prática jornalística, regulando a actividade em termos democráticos e, nos mesmos termos, responsabilizando quem deve sê-lo, sempre que actue com total desprezo por regras deontológicas e de decência social e política.


Estando já a ser fortemente condicionados por um poder que, além de não ser escrutinado, como qualquer outro em regime democrático, é servido, na esmagadora maioria dos casos, por indivíduos ao serviço de interesses que não são os da comunidade geral, a continuarmos assim, serão esses todos poderosos escrevinhadores e palradores – em grande parte pouco menos do que analfabetos e, pior, desrespeitadores de todas as regras democráticas – quem nos governará a seu bel-prazer, a mando dos encapotados mandatários.


Vemos muita gente a indignar-se com a possibilidade de se estar a entrar em fase de domínio de uma “república de juízes - que não existe, nem em perigo meramente imaginado em noite de insónia - e, todavia, ninguém se preocupa com a verdadeira “república de safardanas travestidos de jornalistas” e outros de igual cariz que efectivamente determinam tudo o que se passa no nosso quotidiano, esses sim, perigo real e bem presente. "República" opressora de consciências e mentalidades, cujos servidores estão isentos de escrutínio, não sendo, pois, sujeitos a repressão democrática.

Não pode ser. Há que rapidamente reconduzir cada qual a su sítio, ao lugar que lhe compete, com os poderes que democraticamente lhe podem ser conferidos e não mais do que esses. Porque a classe jornalística ultrapassou já todos os limites que a decência lhe manda que respeite.

3. A derrota do Partido Social Democrata teve, porém, outros protagonistas decisivos e de maior culpa que todos os restantes, dirigentes do partido incluídos.

Há quem seja levado a afirmar que o que aconteceu ontem foi uma derrota de Pedro Santana Lopes. Pode ser que sim. Certamente que o será, para todos os efeitos. No entanto, foi igualmente, foi principalmente, uma derrota do Partido Social Democrata.

Há que não iludir a questão, que é clara e insofismável. Qualquer derrota de um determinado partido é sempre uma derrota de quem o dirige, é certo, mas é, acima de tudo, uma derrota do próprio partido. É como derrota do partido que ficará assinalada na História. Há que ter isto sempre presente, para não se cair no logro que alguns pensadores de pochette, filósofos de filosofias alheias, querem impingir ao cidadão comum, assim se resguardando de possíveis represálias por atitudes absolutamente impróprias, indignas mesmo, que tenham tomado e que, de forma decisiva, determinaram essa derrota do partido em que estão inscritos e dos quais se dizem militantes.

Nesta oportunidade, três desses soi-disants militantes assumiram atitudes demasiadamente graves para que sejam caladas e esquecidas. Não. Essas atitudes, pelas condições em que se verificaram e pela gravidade de que se revestiram não podem ser deixadas cair no esquecimento. E os seus autores apontados em praça pública e para eles pedida e decidida a correspondente e justa sanção. Porque o crime não pode compensar. E o crime implica castigo correspondente e na medida adequada.

São eles:


Marcelo Rebelo de Sousa
Aníbal Cavaco Silva
José Pacheco Pereira


Nem vale a pena estar a referir os pecados de Sousa, Silva e Pereira. Eles estão bem vivos na memória de todos, para que seja necessário estar aqui a referi-los uma vez mais. Bastará que se refira


a) o maquiavelismo, desta vez pouco cuidado, do Sousa, nos comentários políticos verrinosos, na maioria dos casos por factos menos verídicos, que semanalmente fazia na tablóide TVI, os quais continham dose qb de invídia, e toda a parte gaga da sua saída da TVI, escândalo congeminado e armado artificialmente pelo fazedor de cenários, como hoje facilmente se constatou já, pelo receio de que um seu adversário político de tantos anos viesse a conseguir o que ele não conseguiu e jamais conseguirá, com isso demonstrando à saciedade o quanto o reisinho vai em pelota, ou seja, e para resumir, uma mera questão de ciumeira sen tento transformada em assunto de Estado;

b) os recados – diz que disse mas não disse e podia ter dito ou vive-versa e antes pelo contrário – bem reveladores da incapacidade de se mostrar minimamente frontal, por parte do Silva, que quer mas não quer, mas talvez não queira ou provavelmente quer, e que, afinal, sempre escreve a deitar abaixo, embora já não surpreendendo quem não tenha memória curta (a atitude dele para com Fernando Nogueira, em 1995, é bem ilustrativa do que é capaz…);

c) e a compostura – falta dela? – do Pereira, maldizente de profissão natural e única, cujo objectivo singular na vida consiste em denegrir tudo e todos, principalmente se se tratar do PSD, o que faz de há um ror de anos a esta parte, por tudo quanto é sítio, sem que se mostre capaz de erguer seja o que for, de construir mísero barraco onde possa acolher-se das intempéries que as suas incapacidades provocam (alguém lhe conhece a mínima obra concreta?), nem mesmo a simples atitude de se demitir do partido que tanto ataca, para, com isso, galhardamente, não obter réditos avultados à custa da sua filiação no PSD que não respeita e até despreza,

para que todos, no sótão das nossas recordações, vejamos materializar-se os enormes prejuízos que causaram ao Partido Social Democrata estes seus putativos defensores. É que uma coisa é alguém de outro partido atacar o PSD; outra coisa bem diversa e com efeitos bem distintos é esse ataque provir de um filiado social-democrata. Principalmente com o estatuto de que estes por enquanto ainda gozam.

É certo que um deles, o Sousa, mais precisamente, já terá começado a ser punido. Aconteceu ontem à noite, na RTP1, quando António Barreto (os sociais-democratas sem voz te saúdam e agradecem, ó António!), o despiu ali mesmo, afirmando, sem véus, que os "feitos" de alguns nomes do PSD, que honradamente nomeou, muito teriam prejudicado o partido. E nem o facto de – misericordiosamente talvez, por interesses comerciais, quiçá – os novos patrões do Sousa terem, de imediato, cortado a conversa, que tiraram do ar, metendo atabalhoadamente uma ligação ao exterior, o salvou da nudez pública e... impudica.

Mas não chega.

O mal, os tremendos prejuízos que estes filiados no PSD - seus putativos amigos e defensores, portanto - causaram ao partido em que se acolhem, contribuindo, mais do que ninguém, para a sua derrota, atendendo às posições que detêm, tanto no imaginário português como nos meios de comunicação social, têm que ser reparados de alguma forma. A honra do Partido Social Democrata assim o exige.

Por mim, não tenho dúvidas em aqui o declarar frontalmente:

Os causadores dos maiores agravos ao PSD, os maiores responsáveis pelo mais acentuado fracasso eleitoral do PSD, desde que existe, são os senhores Sousa, Silva e Pereira. Acuso-os, pois, de terem objectivamente prejudicado de forma muito grave o partido em que estão inscritos como militantes, facto que não pode ser ignorado e deixado passar em claro.

Se se tratasse de assunto militar, dir-se-ia que qualquer deles cometeu traição ao partido, em tempo de guerra. Tal crime é, como se sabe, punido com fuzilamento puro e simples, no próprio local do feito. Aqui, não cabe essa figura, até porque um partido político não é um país, nem a campanha para uma eleição uma guerra. No entanto, mutatis mutandi, há que tomar as medidas necessárias a que não fiquem impunes.

Sou da opinião de que, no mínimo, devem os referidos senhores ser publicamente convidados a, motu proprio, se desvincularem do partido, indo à sua vida. O que já será uma atitude contemporizadora, tendo presente que a medida adequada será, pura e simplesmente, a instauração de competente procedimento disciplinar com vista à sua expulsão definitiva.

4. Evidentemente que, em relação ao Silva, há que não esquecer que, depois do que se passou agora, apoiá-lo, no caso de vir a atrever-se a candidatar-se à Presidência da República, será causar no PSD uma profundíssima divisão, com efeitos nefastos para o partido, uma vez mais.

Esperemos para ver.


Por mim, ciente, embora, de que pouca mossa poderei causar, declaro que lhes darei luta sem quartel, enquanto tiver forças para tal.

E desde já afianço que muito descansado fico pelo facto de este blog estar alojado em servidor estrangeiro...

6 comentários:

Ricardo disse...

Viva Ruvasa,

Em questões políticas temos, de facto, opiniões muito divergentes. Posso concordar com algumas das razões que evocas para os resultados do PSD mas acho que os muitos anos de militância fizeram-te esquecer o que é e para que serve a política.

Os partidos são a base da representatividade da população mas cada vez mais esquecem-se disso. E da mesma forma que as opiniões são plurais os partidos também o devem ser. O que é o PSD?´Representa a Social Democracia portuguesa, o centro direita (ou esquerda na tradição europeia). Será que nesse amplo espaço de representação não deve haver várias opiniões internas? Quem não se revê numa linha do partido pode e deve criticar essa linha. O Santana Lopes não tem nada a ver com o PSD e nós sabemos isso bem. O seu discurso bem podia ser feito no PP sem nenhum choque no eleitorado deste partido. E quem não concorda tem o dever de não ser carneiro, tem o dever de criticar construtivamente o rumo seguido. Ferreira Leite, Marques Mendes, António Borges, e muitos outros assim o fizeram.

Quanto a Santana Lopes só pode queixar-se dele e da sua carreira política (no debate da SIC deixou escapar que foi ele próprio que durante anos abriu a sua vida às revistas cor de rosa). Mesmo na campanha eleitoral foi incapaz dum discurso construtivo e de esperança criticando tudo e todos. Até as empresas de sondagem não escaparam e isso é muito negativo até para estas empresas. Onde está o processo que Santana ia fazer às sondagens irrealistas?

Mas o grande responsável da crise que Portugal mergulhou não foi Belém nem os jornalistas, foi Durão Barroso. Não é admissivel que tenha pedido tantos sacrificios aos portugueses (até à exaustão pediu paciência e sacrificios) e não foi capaz de fazer o sacrificio de abdicar da sua vida pessoal para lutar por Portugal.

Começa mal a reflexão interna no PSD...

Abraço

Ruvasa disse...

Olá, Ricardo!

É natural que tu, socialista confesso, entendas que está bem no meu partido o que eu entendo que está mal. É lógico. O contrário sê-lo-ia igualmente.

Só que eu, como não conheço suficientemente o PS para poder ajuizar sobre o que lá se passa, não o faço. Outrotanto já não acontece com o PSD, que conheço bem, sabendo, pois, quem faz correr quem e porquê.

Quem é militante de um partido tem toda a liberdade para pensar como entender e dizer o que pensa nos órgãos próprios, onde as coisas se decidem.

Quem estivesse descontente com Santana Lopes à frente do partido, como aqueles três senhores que eu refiro, só teria que ir ao Congresso e dizê-lo, tentando, ao menos, fazer vingar as suas teses. Não ir ao Congresso, por saber que não consegue fazer vingar nada (dado que não tem atitude correcta para com o partido) e, depois, usar as tribunas públicas de que dispõe para fazer a "sua guerra", por 30 dinheiros, é que, sob todos os aspectos, é atitude muito pouco vertical. É que o maior prejudicado é o partido, que não pode ter no seu seio 5ªs colunas capazes de tudo.

Se os motivos que os movem fossem do interesse comum e geral, tudo bem, mesmo não sendo a mais correcta forma de actuação. Mas, infelizmente, não são, razão por que não têm a mínima justificação para actuarem como actuam, com especial realce para o Pereira.

E eu ataco-os aqui, em local mais ou menos público, porque eles se servem desses e outros meios, muito mais visíveis. Não fora isso, e as coisas seriam de outro modo.

O que é curioso é que não vi ninguém do PSD vir defendê-los. Muito embora os escritos deste blog cheguem a muitos sociais-democratas. Nenhum deles, na verdade, o fez. Apareceu-me, pelo contrário, um socialista, tu. Queres melhor prova de que eles, os tais senhores, estão fora da razão?

Quanto ao facto de a reflexão ter começado mal ou não, não é caso para grandes preocupações. Por dois motivos: se começou mal, na verdade, ainda bem para os teus apaniguados, pelo que estás de parabéns; se não começou mal, ainda bem para mim para os meus.

Quanto a Durão Barroso, apenas digo o seguinte, que é um esclarecimento:
- Ele sempre disse - e sei que corresponde à verdade - que jamais teria saído para Bruxelas, se não lhe tivessem sido dadas garantias (pelo PR, claro) de que não haveria dissolução da AR, para que as coisas continuassem a correr normalmente. Garantias essas que lhe foram dadas. Só que com sofisma, pois a táctica estava já delineada. A AR não seria dissolvida naquele momento, mas ao menor pretexto (mesmo que não existisse, como não existiu, já que Sampaio não apresentou qualquer fundamentação digna desse nome, como toda a gente com um mínimo de experiência política sabe) e tão logo o PS estivesse em melhores condições de ir a votos. E essas condições foram-lhe sendo criadas, através das dificuldades criadas ao governo. Certamente te recordas das inúmeras mentiras instiladas na opinião pública, a começar pelo "affaire" Sousa, com a saída da TVI e recepção em Belém. Recepção em Belém, para quê? Para o fazedor de cenários se ir queixar de que estava a ser maltratado pelo governo, quando ele é que semanalmente tratava mal o governo. Tudo encenação. A que se prestou aquele que se diz presidente de todos os portugueses. Que, afinal, acabou por dissolver a AR precisamente quando o governo começou a mexer a sério nos ilegítimos interesses particulares instalados. Alguns deles, no segundo dia após a votação, já se começam a queixar. De quê, não me dirão?

Não voltarei a falar sobre este assunto, neste post. Porque não vale a pena. A menos que me apareça aqui alguém, militante do PSD, identificado, a contestar-me. É que para este assunto, apenas as opiniões de quem está metido no fogo podem verdadeiramente contar.

Entretanto, no PSD, a reflexão e discussão ir-se-á fazendo e a solução para o assunto a ser encontrada.

Certamente que não com nenhum daqueles três senhores. Felizmente.

Anónimo disse...

Num País que perdeu a noção de valores e princípios, o interesse individual passará sempre à frente dos interesses da Nação. As idiologias morreram. (excepção no PCP). Voltamos aos anos de 1870, onde uma "choldra" tinha tomado conta do País, e originou a queda do regime, uns anos mais tarde. (Leiam as Farpas e notarão as semelhanças.) Se a história se repete, este regime está por pouco.

Ricardo disse...

Viva Ruvasa,

Não é nem era minha intenção meter-me nos assuntos internos do PSD. Mas o facto de ser Socialista não me retira nenhuma autoridade moral para o fazer. Não conheço nenhum partido em pormenor uma vez que nunca fui militante de nenhum partido. E ser socialista não me faz sentir nenhum gozo pelas vitórias dos partidos, porque é a minha consciência que dita o voto. Aliás, nem sempre voto PS nem pretendo fazê-lo para obter vitórias clubísticas. Até porque ideologicamente não me identifico com muitas das correntes ideológicas do PS mas fico feliz por existirem dentro do mesmo partido.

"É que para este assunto, apenas as opiniões de quem está metido no fogo podem verdadeiramente contar."

Como é obvio vou respeitar a tua opinião e não vou comentar mais o PSD neste contexto. Mas respeito não significa que concorde.

Com muita amizade um abraço,
Ricardo

Ruvasa disse...

Olá, Ricardo!

Provavelmente expressei-me menos bem. Aliás, expressei-me mesmo mal, na verdade.

Efectivamente, nunca me passou pela cabeça pensar ou sugerir que não devas opinar sobre o que se passa no PSD. Era o que faltava! Estamos em democracia e eu sou dos primeiros a lutar pela liberdade de opinião e da sua livre expressão.

Quando referi o que referi fi-lo com a intenção exclusiva de afirmar que não falo do PS porque não sei o que lá se passa. Ponto final, sem mais nada. Não se tratava de qualquer remoque. Até porque não sei se tu sabes ou não o que se passa no PSD. Quem me garante a mim que não sabes? Até podes saber, já que o PSD não se fecha dentro de paredes seja do que for e essa é uma das razões porque gosto dele. É sempre discutido em praça pública, sem arcas encoiradas. Dificilmente outro partido aguentaria a pé firme actuações de militantes seus como Marcelo ou, principalmente, Pacheco. O PSD tem aguentado, democraticamente aguentado. Mas, como sabes, o que é demais cheira mal. E, então, há que tomar medidas.

Portanto, ninguém me garante que tu não saibas o que lá se passa. E eu apenas posso garantir que eu não sei o que se passa no PS, pelo que não me posso pronunciar, nem o farei. A menos que venha a saber.

Quanto ao facto de a reflexão ter começado mal, mantenho o que disse, sem a mínima acrimónia pelo que pensas. Apenas acrescento que, neste momento, tal como tu, entendo que, na verdade, começou mal. Porque, antes de qualquer candidatura e tudo o resto, haveria que separar o trigo do joio e apurar quem actuou bem e quem actuou mal e como e porquê. E daí tirar as necessárias consequências. Isto, sob pena de tudo ficar na mesma. E nada pode ficar na mesma, depois de quanto se passou.

O crime não pode compensar.

Perder ou ganhar eleições a todos nós já aconteceu. Não é trag+edia nenhuma. O que é tragédia, isso sim, é verificar que há quem, dentro do partido, lhe cause maior dano do que os adversários. Isso é que não se pode tolerar e tem que ser convenientemente analisado, para que se chegue a conclusões - sejam elas quais forem - e se actue em conformidade. Sem essa clarificação, entendo que o PSD não irá a lado nenhum. E se o PSD não for a lado nenhum, o país estagnará, como já aconteceu antes, pois que o PSD tem sido o único partido com disponibilidade e vontade de reformar o que está mal. E tem-no feito, muito embora em medida que, para o meu gosto, é insuficiente.

Mas, para essas análises, cá estaremos em outras ocasiões. Que não vão faltar.

Por agora, fico-me por aqui, até porque já disse mais do que queria, apenas o tendo feito para te dar uma explicação que entendi ser-te devida.

Abraço

Ricardo disse...

Viva Ruvasa,

Obrigado pelo esclarecimento e pelos comentários adicionais.

Um abraço...