No blog 4R República, em que regularmente escrevem o ex-ministro da Educação do Governo de Durão Barroso, Professor David Justino, e outros, em comentário ao post Congresso do PSD, de 10 do corrente, deste último, deixei um texto em que expresso a minhá posição relativamente a alguns factos constatados no XXVII Congresso do Partido Social Democrata, do passado fim de semana.
Aqui deixo o link para o referido texto.
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segunda-feira, abril 11, 2005
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6 comentários:
Caro Ruvasa,
Eu não tive oportunidade de assistir ao Congresso. Apenas sei o que li nos jornais e blogues. Agora estive a ler o teu comentário no blogue do Professor David Justino. Para quem está de fora, como eu, preocupa-me como os partidos cada vez estão mais fechados em si mesmos não apresentanto projectos válidos para o país. As discussões estão sempre centradas no que não interessa a ninguém sem serem os próprios. Por isso a política já deixou de ser nobre há muito tempo.
De qualquer forma dou os parabéns ao PSD por ter voltado a uma aparente normalidade. Marques Mendes é, na minha opinião, a pessoa certa para inverter a colagem do partido à direita populista que navegava nos últimos tempos. Eu já disse aqui várias vezes que nunca tive medo que o PSD ganhasse eleições em Portugal (defendo a alternância democrática e reconheço o papel deste partido em Portugal) mas que sempre tive receio desta última versão do PSD que eu acho que foi e continuaria a ser desastrosa para o país (o PS também tem os seus Santanas no partido).
Quanto a António Borges e M.F.Leite, na minha opinião, Marques Mendes só teria a ganhar se tivesse dito que não aos seus apoios envenenados e a prazo e tivesse se distanciado das suas condições. Mas ele (Mendes) é que fez as contas do que precisava...
Abraço,
O segredo da renovação talvez seja não participarmos no jogo do caciquismo. E tentando organizar o estabelecimento da democracia directa dentro do partido - sem instrumentalização...
Caro Amigo
Acabou o Congresso do PSD. Como já esperava, não foi um congresso
mobilizador, nem deixou resolvido o problema da liderança.
É claro que com o Borges e outros que tais, também não íamos nem vamos a lado nenhum.
Mas eu sou um homem de muita Fé e, por isso, continuarei, dentro do meu pequeno espaço, a lutar para que se insista com os homens de boa vontade e competentes, para que não fiquem indiferentes à grave crise por que o País está a passar.
Continui a dar a sua opinião e a fazê-la chegar até onde for possível.
Mais dia menos dia encontraremos, certamente quem queira arrumar o Partido e, ao mesmo tempo, nos mostre o que se tem de fazer para colocar o País no lugar a que tem direito na Europa Social em que estamos inseridos.
Um abraço.
A.Alves
Viva, António!
Sim, de acordo. Nós, latinos, somos muito dados ao caciquismo. Tanto para o impor, como para o sofrer. Parece-me congénito...
Há, na verdade, que dar-lhe combate inexorável, sem baixar a guarda, sem desfalecimentos.
Infelizmente, sei o que é isso do caciquismo em vários patamares do poder partidário. Há cerca de 16 anos fui, juntamente com outros ilustres companheiros de "struggle", alvo primário de atitudes de caciques de "poche", é certo, mas que dispunham de todo o poder.
Portanto, sei bem do que falo e de como as coisas funcionam.
Mas há outra pecha a que há que dar termo e que, aliada ao caciquismo, é praticamente invencível.
Trata-se do poder gerontocrático que não desarma, ainda que tenha a perfeita noção de que chegada está a hora de dar lugar a ideias mais frescas e jovens. E esse poder dos gerontes que recusam a renovação - até mesmo o "aggiornamento" - é terrível.
Também aqui sei um pouco do que falo e julgo-me insuspeito, pois que caminho a passos largos para os 63 anos. Simplesmente, julgo ter a noção de que a natureza das coisas é o que é e, por isso, há que aceitá-la. E sair a tempo. Acho preferível sair pelo próprio pé do que ser empurrado pelas escadas abaixo. E há por aí muito político de meia tigela que anda a muito precisar de uma ajuda...
Agradeço-lhe o seu comentário neste humilde blog, que, afinal, me permitiu explanar um pouco mais a minha ideia quanto à imperiosa necessidade de renovação do Partido Social Democrata, em favor do próprio partido e dos seus militantes, é certo, mas, acima de tudo, em favor de Portugal e dos portugueses, todos eles.
abraço
Caro Alves!
Para si, as minhas razões serão mais sucintamente explanadas. Porque o sei bem ciente de tudo isto, pelo que também viveu e porque sei que também tem idade para, lucidamente, reconhecer que o partido precisa de sangue novo, open minds, gente deste tempo, não gente que há 30 anos estaria em seu tempo, mas que se deixou ultrapassar pelas novas correntes de ideias e estilos, parados no tempo. Convencidos, no entanto, de que o mundo parou na década de 80.
Claro que não me calo. Até que "o teclado se parta"... E como poderia eu calar-me se - jamais tendo pedido fosse o que fosse ao partido - lhe dei muito do que até nem podia, continuando a motivar-me exclusivamente o desejo de o ver sair da apatia em que está, enquanto que parceiros de blog que por aqui tenho, com muito mais responsabilidades do que eu e com dívidas enormes para com ele, gastam três quartas partes do tempo de que dispõem a tentar pô-lo nas ruas da amargura?
Enquanto desses houver, haverá "eu" também. Sem regresso a quartel.
abraço retribuído.
Viva, Ricardo!
Pois. O meu grande receio é mesmo esse: que o PSD não tenha regressado a mais do que uma aparente normalidade.
Em minha opinião, Marques Mendes - que reconheço presidente do PSD com toda a legitimidade, uma vez que foi democraticamente eleito - tem excelentes características e, excelentes também, "performances" para aquilo que convenciono chamar de "director de serviços", mas dificilmente para as dificuldades que um "director-geral" terá quer enfrentar e vencer.
Esta a questão de fundo. Mas, em questão de pormenores, talvez elucidativos, é bom não postergar que, embora tendo calado oposição durante a campanha eleitoral - o que outros não fizeram, como é sabido - não resistiu à maldade (uso este termo para ser simpático e não utilizar outro que, aliás, julgo mais definidor), de, na própria noite das eleições, ter vindo, em jeito de vindicta, fazer contas, numa atitude que muito mal se compagina com a postura de um líder que o quer ser, em paz e harmonia, com espírito de apaziguamento.
E essa atitude foi, quiçá, demonstrativa, do que por aí pode vir. Porque, amanhã, há-de falecer-lhe a força moral para pedir elevação a quem lhe é adverso.
É isso.
Para se ser líder, é preciso observar, em qualquer circunstância, comportamento de líder. É por isso que há tantos a liderar e tão poucos líderes.
Oggi, speriamo; domani vedriamo! È pure, la mia speranza è piccola.
abraço
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