sexta-feira, fevereiro 11, 2005

161. A propósito de eleições…

A propósito de eleições em geral e das próximas legislativas em particular, gostaria de aqui deixar um alerta a quem me lê e se sente tentado a abster-se ou a votar em branco.

ATENÇÃO: Não o faça... NUNCA!


Há duas coisas que, em matéria eleitoral, nenhum eleitor deve fazer:

1. Abster-se;
2. Votar em branco.

Num país em que é extremamente difícil encontrar quem se disponha a preencher os lugares das mesas de voto, acontece com frequência (e com que frequência!…) que todos os membros da mesa sejam de uma só força partidária. Assim sendo, existe sempre a tentação de “dar um jeitinho” nos resultados.

Para quem, relativamente ao que digo no parágrafo anterior, é levado a contrapor que sempre lá estão os delegados de lista, desde já antecipo que essa coisa dos delegados não será falaciosa, mas para lá caminha. Porque eles pouco, verdadeiramente pouco, conseguem fiscalizar. E, mesmo assim, apenas quando lá aparecem.


Perante isto, votar em branco é o mesmo que "convidar" um qualquer - livre de um mínimo de fiscalização - a preencher como bem entenda o voto que V. deixou em branco. Coisa mais fácil de fazer não há. E você, queira ou não, votará em que não quer...

Um pouco menos fácil é pôr a votar quem não se apresentou na assembleia de voto, por se ter abstido. Mas também não se mostra muito difícil de conseguir, se os elementos da mesa forem todos do mesmo partido o que, repito, acontece com extrema frequência, muito maior do que V. certamente poderá supor.

Bastará que se descarregue, como tendo votado, o seu nome nos dois cadernos eleitorais que estão na mesa e, depois, se introduza na urna um voto que alguém se “encarregou” de preencher por si.

E lá estará V. a votar em que não quer, mesmo sem ter ido à assembleia de voto.

Cuidado, pois!

Só existe um modo de combater isto:

Consiste esse modo em
ir votar na candidatura que melhor o convenceu da seriedade das propostas que apresenta
ou,
não existindo nenhuma que o convença, pura e simplesmente anular o voto.


Para anular o voto, bastará que preencha todos os quadradinhos com uma cruz ou trace uma cruz a todo o tamanho do boletim de voto ou escreva no boletim uma quadra popular ou qualquer outra coisa que, não ofendendo as boas regras do melhor civismo, anule o voto, mostrando à evidência o seu descontentamento.

Qualquer destas posições é boa para o efeito pretendido. E justa. Deixar de ir votar ou deixar o boletim de voto em branco, é que já não é de bom aviso. Porque, em qualquer dos casos é dar a oportunidade a alguém – que V. nem sequer conhece e a quem, portanto, não passou qualquer tipo de procuração – de votar como se fosse V..

Aqui fica o aviso, pois.

Não pense que o que fica dito é mera historieta para entreter papalvos, porque o assunto é sério. Muito sério mesmo!

4 comentários:

Jose Maria Eça de Queiroz disse...

Meu caro. Acho que você tem muita razão. O dificil é descobrir algum partido em que as propostas sejam suficientemente motivadoras. Descanse que eu votar, mas se quer que lhe confesse, vou contrariadíssimo. Cumprimentos do Velho da Montanha.

Anónimo disse...

meu caro amigo,se eu pude-se votar garanto-lhe que o fazia...mas com apenas 17 anos é-me impossivel faze-lo...
mas de qualquer maneira queria apelar para que nenhum Português o deixa-se de fazer,é um direito e um dever!!

Ruvasa disse...

Sabe, Amigo, o problema em Portugal, não é ter ou não razão.O grande problema é ter audiência.
é que, actualmente, cá pelo burgo, só tem audiência quem berra. E, de preferência, se, berrando, nada tiver para dizer, por vazio de ideias.
Chegámos a isto!
O remédio é acreditar que um dia as coisas tomarão rumo adequado.
Quanto ao resto que diz, não me admiro que vá contrariadíssimo. Não me admiro mesmo nada!...
Cumprimentos também para si, Amigo Velho.

Ruvasa disse...

Viva, regicida!
Também não há motivo para ser isso que chama a si próprio, pois não? Coitado do rei que não fez mal algum... ;-)
Não lhe vão faltar oportunidades para votar. Por vezes, com grande contrariedade; de outras, com muita vontade. Mas, de uma maneira ou de outra, votar, sempre!
Só quando perdemos esse direito, lhe damos todo o valor que tem.
Um grande abraço.