quinta-feira, março 31, 2005

283. Punho fechado em colisão com queixo frágil

Os algarvios que esperaram horas a fio pela carrinha que transportava Leonor Cipriano, estavam ali apenas com um desejo: linchá-la. A responsabilidade pela crise na justiça não reside apenas nas autoridades. Para o povo português, a presunção da inocência é um luxo para consumo de intelectuais.
Maria Filomena Mónica, PÚBLICO, 29-3-2005
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Muito gostaria eu de contraditar o que aqui fica transcrito! Palavra que gostava! Nada me daria maior satisfação. Infelizmente, não posso... Trata-se de uma verdade como punho fechado em colisão com queixo frágil.
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282. O Galhofas (5) - Carrilho e a CML

Manuel Maria Carrilho é o socialista candidato
à Câmara Municipal de Lisboa, por decisão dos órgãos próprios do PS
Da Comunicação Social
E quem é o magano que vem cá dizer qu’num foi uma decisão… bárbara... cum'ó catarino?
Se vocemecê me coçar o barrigame ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso

281. Reinaldo Ferreira, a poesia

Como é que, tendo-lhe encontrado o livro (a versão de 1997/98, não a minha, de 1960, adquirida em Lourenço Marques, em 1963...) na net, eu poderia deixar de divulgar o facto?

Ele aí está,
Reinaldo Ferreira, o poeta, o meu poeta, se me permitem!
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quarta-feira, março 30, 2005

280. Ontem e hoje, dias maus...

... em termos de blog.

Na verdade, foi um sarilho. As coisas começaram a complicar-se anteontem à noite, ontem foi um dia terrível, apenas me tendo sido possível, com enormes dificuldades e paciência, inserir um post. Até que, acabei por "emailar" os homens do blogger, pedindo-lhes que ajudassem a resolver a coisa.

Afinal, o problema, que eu pensava ser do meu computador que, aliás, é uma "máquina", e até de algum erro que o utente tivesse cometido na página, era mesmo deles, pois que tudo empastelava e nem se conseguia inserir e menos ainda editar qualquer post.

Os engenheiros do blogger lá estiveram boa parte do dia a "engenheirar" e eis que, ao final da tarde, me "emailaram" também dizendo que fosse para a frente pois que, embora nem tudo estivesse já como eles querem, uma vez que continuam em processo de actualização de métodos e de software, já funcionava.

Felizmente, já que estou blogodependente de todo!...

Thanks a lot, bloggermen!

279. Late afternoon thought... (lxvii)

É na diferença, ainda que tumultuosa, que está o progresso.
Ruvasa

terça-feira, março 29, 2005

278. A Virgem dos rochedos

A Virgem dos rochedos
Leonardo Da Vinci
1ª versão, de 1478, quando Leonardo vivia ainda em Florença, que pode ser vista no Louvre, em Paris.
Existe uma outra versão, pintada em 1503-06, Leonardo vivia então em Milão, com diferenças de pormenor, como sejam o anjo já não apontar para S. João, acariciado pela Virgem, como aqui.
Esta última obra está exposta na National Gallery, em Londres.

virgrocks_1.jpg Posted by Hello

segunda-feira, março 28, 2005

277. Então não é que os judeus foram buscar um mourinho?...

Então não querem lá ver que a solução para as imensas e infindáveis crises do Médio Oriente está encontrada?

Primeiro, manda-se para a frente mr. Bush – com reprovação das cabeças bem pensantes que por aí pululam – com as suas tropas, a depor um tirano; depois, quando as coisas acalmam um pouco, pede-se ao Mourinho que vá até lá e junte judeus e islamitas e os ponha a correr atrás de uma bola, com muitos mais a aplaudir.

No final, deixem-nos sós, que eles próprios tratarão de limar as arestas finais.

Como se vê, a solução esteve sempre ali, à mão de semear. Com um português de permeio, a meter a sua colherada, pois então!...

Desde que, no séc. XV, resolvemos sair do rectângulo, por entendermos ser demasiado pequeno para as nossas ambições e possibilidades, onde há convivência sã entre povos, lá está, pelo menos, um portuguesito valente.

Pena é que a receita não seja passível de aplicação proveitosa intramuros… Santos de casa…


Ao pores judeus mailos mouros
juntos atrás duma bola,
Zé Mourinho, tu só provas
qu'afinal és um pachola...

276. Late afternoon thought… (lxvi)

Ninguém que não tu pode viver a tua vida.
Ruvasa
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275. O Galhofas (4). Deus e o padre Melícias...

António Guterres entre os candidatos
a alto comissário da ONU para os refugiados
Público

Se vocemecê me coçar o barrigame,... ajudem o home a ser escolhido, qu'assim, a gente vai pedir albergue ao bacano, qando os amigos dele arrebentarem com esta traquitana toda, olarila! ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso

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domingo, março 27, 2005

274. A propósito de António Borges na RTP1

A propósito da entrevista que António Borges deu há dias à RTP1, o Prof. David Justino inseriu, no blog em que escreve regularmente, 4R- Quarta República – com o sugestivo leit-motiv “No limiar da utopia. Longe da anarquia mansa que nos tolhe” – uma nota, relativamente à qual não resisti deixar comentário meu. David Justino respondeu. Repliquei.

Porque me parece de real interesse o que foi dito e talvez ainda mais o que poderá vir a sê-lo até por outros, já que o tema é mesmo aliciante e merece aprofundada reflexão conjunta - por que não aqui, já que postergada no local próprio? -
deixo o
link necessário.
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273. A selecção nacional portuguesa e o Benfica

Ontem à noite, assistindo ao “particular” entre a selecção portuguesa de futebol e a congénere canadiana, perante o desenvolvimento dos vários lances de jogo, dei comigo a pensar que...
SEGUE
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sábado, março 26, 2005

272. Jorge Sampaio e os Portugueses que na África do Sul vão morrendo

Esta semana foram assassinados três portugueses no país
Criminalidade na África do Sul: presidente do Forum Português acusa Sampaio de desinteresse
Público online – 26 Março 2005

O facto de o Presidente da República não mostrar interesse pelo que possa acontecer aos portugueses emigrados na África do Sul não é circunstância muito relevante. Por várias razões, a saber:
SEGUE

sexta-feira, março 25, 2005

271. Momento adequado para ler

Sim, parece ser este o momento adequado para ler "A História da Páscoa", na Rua da Judiaria. Não perca. Olhe que o conselho é mesmo bom.
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270. O Santo Graal

(…)
– O Santo Graal?
Langdon assentiu, muito sério:
– Santo Graal é o significado literal de Sangreal. A palavra deriva do francês Sangraal que evoluiu para Sangreal e acabou por dividir-se em duas, San Greal.
(…)
– Pensava que o Santo Graal era uma taça. Acaba de dizer-me que o Sangreal é uma colecção de documentos que revelam um temível segredo.
– Sim, mas os documentos do Sangreal são apenas metade do tesouro do Santo Graal. Estão enterrados com o próprio Graal… e revelam o seu verdadeiro significado. Por isso, por revelarem a verdadeira natureza do Graal, davam tanto poder aos Templários.
(…)
(…) O Santo Graal, sempre pensara, era a taça por onde Jesus bebera durante a Última Ceia e onde José de Arimateia posteriormente recolhera o Seu sangue durante a crucifixão.
– O Santo Graal é a taça de Cristo (…) O que é que pode ser mais simples do que isto?
– (…) segundo o Priorado do Sião, o Santo Graal não é uma taça. Afirmam que a lenda do Graal… de um cálice… é na realidade uma alegoria engenhosamente elaborada. Ou seja a história do Graal usa o cálice como metáfora para outra coisa, uma coisa muito mais poderosa (…) Algo que encaixa perfeitamente com tudo o que o seu avô tentou dizer-nos esta noite, incluindo todas as suas referências simbológicas ao sagrado feminino.
(…)
[transcrições breves dos textos das págs 198 e 199 de “O Código de Da Vinci” (“The Da Vinci Code”), de Dan Brown, Bertrand Editora.]

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quinta-feira, março 24, 2005

269. Há 1972 anos "A última ceia", "the last supper" ou "seder"

Foi na quinta-feira anterior à Sua morte, faz agora 1972 anos,
que Cristo tomou a Última Ceia, ou Seder na tradição judia,
na companhia dos apóstolos.
O quadro é de Leonardo Da Vinci, intitula-se justamente "A última ceia".
É datado de 1497/98, de têmpera, 460x880cm.
Pode ser visto no Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão
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lastsupp.jpg Posted by Hello
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268. Reflexão matinal... alheia (18)

Desculpa não se pede;
evita-se ter de o fazer.
Isabel Valle Santos

quarta-feira, março 23, 2005

267. A grande forma do “Onofre”

O MNE, também conhecido pelo mais sonoro e simpático cognome de “Onofre” – recordam-se de, em conversa com os jornalistas, se ter saído com esta, a propósito da sua primeira ida a Bruxelas e quando aqueles o questionavam acerca de como as coisas tinham corrido: – Como devem compreender, não posso dizer em “on”; mas dir-vos-ei, depois, em “off”?, pelo que logo ali se revelou verdadeiro "On-Off-redux" anda de vento em popa, mostrando-se em plena forma.

Onde será que, com toda esta pedalada, irá parar? Em Paris, ou fica-se já na primeira imitação do Tourmalet que apareça pela frente?

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terça-feira, março 22, 2005

266. O Galhofas (3). Agora preocupado e compassivo

Eu estou onde sempre estive. O mundo é que mudou.
Freitas do Amaral
hoje, no hemiciclo.
Ó gente dum raio!... Atão não por aí há um magano que dê uma mãozinha ao pobre home, p'ra ele não dar barracada, sempre qu'abre o canal das couves?
Se vocemecê me coçar o barrigame,
ê cá digo-le o qu'é qu'eu penso
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265. O Galhofas (2)

Se sou atacado, é porque sou de valor!
Freitas do Amaral,
ontem, à saída do hemiciclo
Pois!... Cá p'ró mê intender o home é mas é de muitos valores, carago!

Se vocemecê me coçar o barrigame,
ê cá digo-le o qu'é qu'ê penso.

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segunda-feira, março 21, 2005

264. Peseiro, obediente discípulo do "magister"

A direcção do Sporting Clube de Portugal devia proibir terminantemente José Peseiro de ver jogos do Sport Lisboa e Benfica.

Porquê? Porque o homem anda a aprender tácticas abstrusas com la vecchia volpe. E já as copia a preceito.

Imagine-se que, no seu estádio, a vencer por 1-0 e a jogar contra uma equipa desfalcada de dois elementos, fez exactamente o que faz Trapattoni constantemente, ou seja, não alterou nada que se visse na estrutura da equipa, para "acabar" com o jogo o mais cedo possível!

Deste modo, conseguiu pôr-se a ele mesmo e aos jogadores e aos dirigentes e aos sócios e aos adeptos leoninos, a tremer como varas verdes, todos borradinhos de medo não se sabe de quê, e com o ai-jesus na boca até aos 93 minutos!

Até agora era apenas il italiano vero - ou bera - o único que fazia destas avarias. Peseiro resolveu imitá-lo. Por que diabo de treta é que os maus exemplos fazem escola muito mais depressa do que os bons?

Treinadores medricas deviam ser impedidos de ganhar seja o que for. Porque são a negação do futebol.
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263. O Galhofas (1)

Governo promete consolidação
e transparência das contas públicas
Jornal "Público"
O quê?! Mas atão elas num tão já transparentesinhas cum'ó caraças?!
Se vocemecê me coçar o barrigame,
ê cá digo-le o qu'é qu'ê penso.
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domingo, março 20, 2005

262. Blog a visitar!

Que me desculpem os restantes, todos bons, mas tenho que dar um destaque especial a este Professor Doutor.

Quando o vir, V. dar-me-á razão... e ficará "cliente".
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261. Late afternoon thought... (lxv)

A prova de que a condição de político reveste algo de perverso
está na circunstância de jamais alguém ter desacreditado a política
tanto quanto os próprios políticos.
Ruvasa

260. Ora, deixem-se de críticas idiotas!

Tenho lido e ouvido por aí críticas ao programa de governo que vai ser discutido a partir de amanhã, 21 Março 2005, na Assembleia da República.

Fundamentam-se essas críticas na circunstância de se tratar de uma simples cópia do programa eleitoral com que o PS se apresentou às eleições legislativas passadas.

?!?!?!

Terei lido bem?! Terei ouvido bem?! Estarei burro chapado?!

A minha alma cai para o lado, zabumba de todo!! Está mesmo completamente parva!!!

Então, o que é que os sábios críticos efectivamente criticam? Que o PS esteja – ao menos uma vez na vida, caramba! – a ser coerente consigo próprio de um mês para o outro?

Afinal, queriam o quê? Que se tivesse apresentado ao eleitorado com um programa e aparecesse agora com outro diferente?

Ora, sejam sérios, meus senhores! E, acima de tudo, coerentes. E poupem-se, poupando-nos também. Critiquem quando devam criticar, mas contendo-se em parâmetros de razoabilidade, para não perderem a razão que possam ter, para que não caiam em completo descrédito. Acima de tudo, abstenham-se de fazer figuras parolas e de passar ao cidadão comum atestados de menoridade mental. E se o vosso problema real é de crescimento, mental ou não, então cresçam primeiro e apareçam depois.

Para falar de modo bem perceptível para todos e sem subterfúgios, como é forçoso que aconteça:

A política não tem que ser uma merda, sabem? A política não é mesmo uma merda. Não façam da política a merda que ela efectivamente não é. Metam isto no bestunto. Os políticos não têm que ser mentecaptos nem de mentecaptos devem presumir os eleitores.

Chega de hipocrisias próprias de idiotas! Tal não está a porra, hein?!

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sexta-feira, março 18, 2005

259. Estão desalinhados?

00000000000000000Então...


...que logo se perfilarão !

258. JPP continua o mesmo.

Sob o título “Os colocadores de feltro, José Pacheco Pereira publicou ontem, 17 de Março, no Público, um artigo opinioso de que abaixo transcrevo as partes que mais interessam para aquilo que pretendo dizer.

Escreve a criatura: SEGUE ->


quinta-feira, março 17, 2005

257. Pedro Santana Lopes? Quem diria?

Sim, quem diria, que Pedro Santana Lopes tem assim tanto valor, é assim tão incómodo, que consegue levar a Oposição, toda ela, a encher-se de urticária ao mínimo movimento que por si é feito ou deixado de fazer?

Surpreendente, na verdade! Diria mais: how much amazing!

Para quem não dá uma para a caixa – como eles dizem – que só cria trapalhadas, mesmo quando nada faz – como eles propalam aos quatro ventos – que está completa e definitivamente derrotado – como eles rejubilam – PSL é, na verdade, um grande e muito prolongado incómodo, terrível espinho atravessado na garganta da Oposição. Mas não só da Oposição, que essa, por sinal, até actua legitimamente…

Primeira consequência desta realidade que se constata: se é tão incómodo para a Oposição, então é bom para o Partido Social Democrata!

Daqui necessariamente se retira que, na pressa de o desapearem de tudo, eles nem se apercebem de que os primeiros desapeados são eles próprios. Da coerência...

Logo, igualmente se retira, uma vez mais, que o filósofo de uma só filosofia, ainda por cima alheia, JPP, não tem razão quando afirma que PSL está a prejudicar o PSD. As raivinhas – espumantes ou não… – sempre se mostraram muito obnubilantes, não é verdade?

Aliás, na apreciação de qualquer actuação deste último senhor, no que se refere a PSL ou ao PSD, há que, de imediato, dar um enorme desconto, relativamente à veracidade e razoabilidade do que afirma.

Porque, no que toca a Pedro Santana Lopes, a actuação de JPP é sempre de ataque não ao político, não às actuações políticas, mas tão simplesmente, tão prosaica e menos elegantemente ad hominem, ou seja, a forma de actuação menos prezável (para ser comedido na terminologia) que se conhece; no que concerne ao PSD, porque, quem não for completamente desprovido de capacidade de análise, de ajuizamento de comportamentos, sabe bem que ninguém mais do que JPP tem, ao longo dos anos – muitos já, 15, é ele que o diz… – vindo a prejudicar o partido como ele. Um inimigo infiltrado no partido não faria melhor. Seguramente.


È pure, o mínimo que poderia mostrar-se espectável seria um pouco de decoro... político – digamos –, intelectual – concedamos. Infelizmente, dele não parece vislumbrar-se vestígio – reconheçamos sem consolo.

256. A moda do blackout alastra…

José Sócrates, o luso prime minister, mandou calar todo o governo e respectivos ministros. Ninguém fala.

Nem ele!

Tem duas virtudes esta tomada de posição. Não correm eles o risco de dizerem coisas sem nexo e hoje uma coisa que amanhã é desmentida, nem nós o incómodo de os ouvir.

Tem, porém, um inconveniente sério. Para a imagem do Governo, que não para nós: não fala nem age, logo, não existe. Está falecido.

O que, por seu turno, tem uma vantagem nem sempre bem avaliada: não falando nem agindo, tendo-se verificado o seu passamento, não temos governo! De há décadas para cá, a Itália tem vivido sem governo por larguíssimos períodos e no problem at all!

Olha do que estamos a safar-nos!...

* * *

Com esta ordem de mandar calar tutti quanti, José Sócrates Pinto de Sousa seguiu o excelente exemplo do exemplar cidadão Jorge Nuno Pinto da Costa, inventor da paroquial estratégia da bocca chiusa, em outras bandas também conhecida de omertà.

O que é brilhante e consolador para nós, cidadãos comuns, pois que, como é sabido, sempre que Mr. Little Chicken of the Coast, se blackouta e aos seus dependentes, logo entra neste país uma paz que é um consolo! Para além de os ouvidos dos cidadãos simples entrarem em repouso merecido, depois de tantas “finas ironias” os entupirem até à exaustão. É, pois, um consolo, um sossego, pois que, quase sempre que fala, PDC realmente PêDaCe.

Ora, se o governo lhe seguir as pisadas, estaremos bem. Quanto menos falarem, melhor. Menos se verão obrigados a faltar à verdade e, consequentemente, menos desfrutados seremos.

Será bom, porém, que não sigam mais exemplos do dito irmão do Director do Instituto de Medicina Legal do Porto. É que, se o fizerem, relativamente aos acessos de incendiário que ele costuma ter, estamos mal. Um Pinto da Costa incendiário ainda se suporta. Um governo com igual propensão seria um incontrolável descalabro.

Não nos abandoneis, Senhor Deus! Por favor!...

255. Netcabo strikes again…

Pois é verdade! Os meus “amigos“ da Netcabo, a quem pago um balúrdio mensal, lá me deixaram hoje novamente inoperacional. Horas a fio. De tal modo que só agora vou conseguir inserir dois posts que têm estado aqui em standby desde manhãzinha.

Isto, para além da quase diária dor de cabeça, com as partilhas de rede cá na zona ou no prédio ou sei lá onde, que fazem com que eu compre uma velocidade x e desfrute de uma outra, que não passa de x-y. E, logo por azar meu, um y grande, muito grande, caramba!

Valerá a pena prestar atenção ao Sapo, que anda a soprar-me aos ouvidos que estou a ser “comido”?

quarta-feira, março 16, 2005

254. O meu candidato

Tendo presente que gostaria de ter como Presidente da República um homem sério e em quem todos os portugueses, independentemente das suas opções políticas, possam confiar, por já ter dado bastas provas – até como Presidente da Assembleia da República – de total isenção e de comportamento de uma dignidade acima de qualquer suspeita, declaro que a personalidade que apoiarei, no caso de se candidatar a Presidente da República, é o Dr. João Bosco Mota Amaral, que, em todas as circunstâncias, soube sempre mostrar-se à altura do que lhe foi sendo exigido, como político íntegro, pouco dado a manifestações públicas de exibicionismo bacoco, de mau gosto, que jamais deu mostras de se preocupar com algo que não fosse o interesse público e para quem, acima do próprio partido, está Portugal.

É assim que entendo a magistratura da Presidência da República. Por isso, o meu incondicional apoio.

253. As SCUTs cada vez mais interessantes

Pela mão do seu invisível ministro das Finanças, acantonado na Rua do Ouro, o PS strikes again na questão das SCUTS.

Desta vez, de modo mais “sofisticado”.

Então não é a “ideia” de o pagamento das auto-estradas para borlistas ser feito através do aumento dos impostos sobre os automóveis e combustíveis muito bem achada e de uma sofisticação a toda a prova?

Em vez da bolorenta tese do utilizador-pagador e da não menos bafienta do não utilizador-também pagador, agora foi descoberta a do provável não utilizador mas possível utilizador-igualmente pagador. Brilhante! De mestre!

Confuso? Espere mais uns tempos e verá outras estupendas performances socialistas. Não há ninguém capaz de relâmpagos mentais destes como os homens do Rato. Mas não desespere! Ao princípio, V. vai ter dificuldade em acompanhar o ritmo, mas, dia a menos, dia a mais, acabar
á adaptando-se.

Eu, por mim, fico ansioso por mais…

terça-feira, março 15, 2005

252. Late afternoon thought… (lxiv)

Estender a mão ao semelhante
não é, em si, louvável nem reprovável,
porque tudo depende de como ela vai:
aberta, para ajudar, ou fechada, para agredir.

Ruvasa

251. O repentino humor luso

Diz-me o meu amigo benfiquista, Pedro Carmo, que conta-se já por aí que, no passado fim de semana, tiveram lugar dois concertos em Portugal.

As bandas que actuaram foram as seguintes:


No primeiro, no Estádio do Dragão000000Silence 4
No segundo, no Estádio Alvalade XXI0000
U2
000
;-)

segunda-feira, março 14, 2005

250. Ora experimente ler...

...no Bloguítica, de Paulo Gorjão, o post "Sobre as couves".
Não vai dar por mal empregue o tempo.

249. Late afternoon thought... (lxiii)

Mais importante do que dares uma esmola,
é evitares que quem a recebe se sinta humilhado.
Ruvasa

domingo, março 13, 2005

248. Palácio de Queluz. Sala dos Espelhos

Palácio de Queluz
Portugal
"Sala dos Espelhos"

queluz_pal_espelhos.jpg Posted by Hello

sábado, março 12, 2005

247. A posse, o discurso e a antevisão

Porque hoje foi dia de fazer o meu “passeio” quinzenal de 500 kms, encontrava-me em trânsito, ao volante, quando do empossamento do XVII Governo Constitucional.

A auto-estrada por que transitava é nova, rectilínea, sem trânsito, portanto não requerendo cuidados especiais, pelo que, sem muito esforço, para além do frete que consiste em ouvir os velhos e relhos lugares comuns de sempre, lá pude seguir os discursos de SExas. Primeiro, o do mais alto magistrado da Nação; depois, o do primeiro magistrado do novo governo.

Quanto ao que disse o primeiro daqueles altos dignatários excuso-me a pronunciar-me, pois que todos já sabemos as suas falas, frase por frase, palavra por palavra, pausa por pausa; quanto ao que o segundo disse, apenas se me oferece deixar esta nótula:

Quem tenha ouvido, com um mínimo de atenção a socrática fala na posse de hoje, certamente que – pelo conteúdo é certo, já que, ex cathedra, não resistiu a dar lições de sapiência aos incréus pacóvios circundantes, mas principalmente pela forma – rapidamente se terá apercebido de que aqueles que têm vindo a apontar tiques de arrogância a vários governantes passados, vão ter, de hoje em diante, a mais excelente oportunidade de constatar, agora sim, o que a arrogância efectivamente significa, qual a postura que assume e com que vestes se enfeita
.

Hoje tivemos a primeira amostra. Cá estaremos para apreciar outras e nos divertirmos com algumas peripécias de certos comentaristas na nossa praça.

246. Uma pescada de nome Sócrates

O novo governo, saído das eleições de 20 de Fevereiro, vai, ao que consta, ser empossado mais logo, pelas 11 da manhã.

Pois imagine-se que a SIC Notícias acaba (00:08horas) de "noticiar" uma sondagem, feita não se sabe bem onde, que teria dado como resultado que José Sócrates é visto pelos portugueses como o melhor primeiro-ministro cá do quintal de há anos para cá, melhor dizendo, desde Guterres e incluindo Guterres.

José Sócrates é, pois, com toda a justiça, a nova espécie de... pescada. Antes de o ser, já o era!

O favorecimento - ilegítimo, por se basear em falsidades intencionalmente propaladas - continua. O que leva a pensar que o lobby dos... primeiros-ministros de características peculiares funciona mesmo...


A desonestidade intelectual (e apenas essa?) da Comunicação Social que temos é, como diria Jô Soares aqui há uns bons anos atrás… um espanto!!!

sexta-feira, março 11, 2005

245. Convento de Mafra. A Biblioteca

Biblioteca do Convento de Mafra
Portugal

mafra-biblio.jpg Posted by Hello

244. Late afternoon thought... (lxii)

Mal vão as coisas,
quando o autor é mais importante do que a obra.
Ruvasa

243. A consciência cívica dos portugueses

(…)
Já quanto às áreas prioritárias no próximo Governo, os inquiridos, perante 10 possibilidades, escolheram como primeira prioridade o combate ao desemprego. Segue-se a área da saúde, finanças públicas e a educação. No fim da lista aparece as obras públicas, reforma da administração pública e o combate à evasão fiscal.
(…)
Sondagem realizada pela Eurosondagem, num universo de 1001 eleitores.
RR online

* * *

Palavras para quê? É a consciência social dos portugueses a manifestar-se.

Em qualquer país civilizado, entre as primeiríssimas preocupações dos cidadãos, estaria certamente a do combate à evasão fiscal. Entre nós, não. Este nobre povo está positivamente marimbando-se para que a fraude e a evasão fiscais sejam combatidas ou deixem de o ser.

O que ele quer é o “seu” e que o Estado lhe financie tudo e mais alguma coisa. Quer ensino gratuito, o superior incluído, cuidados médicos gratuitos igualmente, mesmo para quem os possa pagar, subsídios estatais para tudo e mais qualquer coisa.

Não diz é onde é que o Estado deve ir arrecadar as receitas que possibilitem tal regabofe. Nem isso lhe interessa. Apenas cuida de saber que tais benesses lhe cheguem. E com o mínimo esforço para ele.

Quanto aos evadidos fiscais, aplaude-os freneticamente. E protege, se preciso for. É o espírito de enganar o Estado, interiorizado até ao âmago de cada um. O xico-espertismo em acção.

Seria interessante uma sondagem em que a pergunta fosse apenas algo no género:

- Quem acha que tem razão? O cidadão incumpridor, que não respeita as suas obrigações fiscais para com o Estado ou este, quando tenta combater a fraude e evasão fiscais?

Seria interessante saber qual a percentagem de portugueses que “venceria” este confronto. Os de espírito conforme à lei e à moral ou os outros? Aposta-se, desde já, que estes últimos venceriam por goleada.

Sim, porque em sociedades civilizados, de consciência cívica normal, é a própria sociedade que mete pressão sobre os contribuintes incumpridores; em Portugal, não. Qualquer espertalhaço que se exima a honrar os seus compromissos perante a sociedade, representada pelo Estado, é logo erigido em pró-herói nacional.

Tenho para mim – e venho-o afirmando há já mais de duas décadas – que o principal obstáculo a um real e sustentado desenvolvimento com que a sociedade portuguesa se defronta, de há longuíssimos anos para cá, está na falta de consciência cívica dos cidadãos. Mesmo os cumpridores. Porque, embora cumprindo, não reprovam quem o não faz. Porque, no fim de contas, também eles não cumprem por entenderem ser esse o seu dever; apenas porque receiam ser apanhados ou por não terem forma de fugir.


E chame-se à colação a questão da produtividade, pois tem toda a razão de ser essa chamada, mesmo que à primeira vista não pareça. Por alguma razão em Portugal a produtividade de cada cidadão é extremamente baixa, raiando níveis terceiro-mundistas, subindo a patamares de podium e aplauso e honraria, sempre que o mesmo cidadão emigra e vai trabalhar lá para fora. Esta circunstância pode não dizer tudo, mas diz muito, a esmagadora maior parte desse tudo. Poder-se-á dizer que é uma questão de chefia. É evidente que esse factor também está presente. No entanto, não é o determinante. Porque o determinante é mesmo a falta de conciência cívica.

De há mais de duas décadas também que entendo – e tenho-o dito – que é imprescindível uma disciplina de educação cívica a partir dos primeiros dias de escola. Antes de que isso aconteça e comece a dar frutos, não vamos lá. Desengane-se que pensa que sim.

242. Resposta ao “Filho do 25 de Abril”

No blog sob o título acima, do meu especial “blogamigo” Ricardo Vares Ribeiro, dei esta resposta ao post que ali inseriu, sob o título “Quadratura do Círculo”.

quinta-feira, março 10, 2005

241. Contra a força bruta, impossível resistir

Tibete
Dalai Lama desiste da independência
Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete, reiterou hoje que desistiu de reclamar a independência do território e procurará uma solução intermédia, admitindo a «permanência na República Popular da China». ver mais
Expresso online

Logo agora, que estou a preparar-me para ir até lá. Não vai ser a mesma coisa.

Poderá ser uma posição muito realista, pragmática e, portanto, compreensível, já que os atropelos aos direitos humanos que o povo tibetano tem sofrido na pele certamente que tiveram que pesar muito na decisão. Por muito heróico e resistente que um povo seja, por vezes é impossível resistir à força bruta, que é sempre bruta mesmo, até quando, por razões de realismo político, se é forçado a usar de linguagem mais suave para caracterizá-la, com recurso mesmo a inverdades cruéis, como nitidamente é o caso.


Uma vez mais, infelizmente, a razão da força vence a força da razão.

240. Leonor não ia segura? António também não...

Seguro bate com a porta e dá lugar a Alberto Martins.
Polémica substituição do líder parlamentar do PS marca abertura do Parlamento.
ver mais
DN online


Mau… mau…

Depois de Vitorino se ter escusado e Jorge Coelho se ter afastado, agora é António Seguro que bate com a porta – o que deve ter provocado uma barulheira dos diabos lá pelo Rato.


Ainda as coisas não começaram e já se está assim? Caramba!

239. David Justino, Jorge Sampaio e a educação.

Em breve apontamento, David Justino fala sobre Sampaio e a educação. A ler, na 4ª República.

quarta-feira, março 09, 2005

238. A Arte da Memória - o blog.

Uma chamada de atenção muito especial para o blog A Arte da Memória que, aparecido muito recentemente na blogosfera, dá já evidentes sinais de uma excelente memória – o que, para além de verdadeira arte, é, sem dúvida, uma necessidade cada vez mais sentida nesta política que vamos tendo – e bem assim de honradamente não esquecer e respeitar mesmo escrupulosamente o leit-motiv de que se veste, aliás bem destacado no blogcaveant consules ne quid detrimenti respublica capiat.

Na verdade, não só, como quem se serve de fina e delicada pinça, tem ido buscar aos lugares onde se têm acobertado e vindo a trazer de novo à colação, em jeito de "lembrete" oportuno, coisas que alguns cônsules da nossa praça talvez preferissem deixar esquecidas, como os previne que bom será que evitem algo fazer em detrimento da causa pública, do interesse geral.


Estou a gostar. Francamente, a gostar muito. Porque tais cônsules ou procônsules sem província - que sempre dá trabalho e dores de cabeça – mas com sine cura – esta, sim, pouco trabalhosa mas de bons réditos – estão mesmo a pedir que alguém lhes raspe a pesporrência e as menoridades de que andam chagados e que tão mal lhes assentam e tanto mal fazem ao país, a par e passo mostrando a toda a gente que, na maior parte dos casos, o rei anda por aí em impúdica e impúbere pelota total.


Que nunca as mãos lhe doam, Raul César! E que cada qual faça a sua parte. Por mim, fica a promessa de que a minha não deixará de ser feita, também.

237. Palácio da Pena

Palácio da Pena
Sintra, Portugal

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terça-feira, março 08, 2005

236. Late afternoon thought... (lxi)

A verdade não tem pouso certo;
vagueia por aí.
Ruvasa

segunda-feira, março 07, 2005

235. Outra vez a arte de Miguel Ângelo

DAVID
(pormenor da cabeça)
Michelangelo Buonarrotti
Galeria dell'Accademia, Firenze

David.jpg Posted by Hello

domingo, março 06, 2005

234. Nem o que Menezes afasta nem o que Menezes apoia…

Luís Filipe Menezes sugeriu sexta-feira em Beja que Cavaco Silva não tem o perfil adequado ao exercício da Presidência da República num país do século XXI que se queira moderno e europeu.
Diário de Notícias

Evidentemente que não tem. Mas não apenas pelos factos apontados por Menezes e sim também porque Cavaco só tem uma fidelidade conhecida: a si próprio.

E, para ser fiel e si próprio, aos seus interesses pessoais, à sua vaidadezinha, não hesita um momento sequer em “infidelizar” tudo e todos em redor. Para o homem de Boliqueime só ele existe. A sua concepção da sociedade em que se insere diz-lhe que, à sua volta, apenas pode existir o deserto.

Quem venha seguindo com atenção – não descurando os mínimos pormenores – a sua trajectória, de imediato retirará essa conclusão. Qual Luís XIV teletransportado para este século, portanto deslocado, julga-se – não o "Rei Sol", porque cá no burgo esse trono está já
ocupado por outro... – mas o exemplar único do conhecimento e da eficiência e que, depois dele, para além dele, apenas o vazio resta.

Quem não for muito demasiadamente esquecido, recordar-se-á ainda de um facto recente que, uma vez mais, bem caracteriza esta desagradável e muito pouco tranquilizante faceta cavaquiana. Refiro-me ao episódio da sua afirmação de que são precisos outros políticos para o País porque os actuais não servem. Que outros por si o dissessem, vá que não vá… Dito por ele, Cavaco, o magnífico, porém, é mau demais para que possa ser verdadeiro. E, no entanto, foi-o.

Trata-se, como facilmente se percebe, de forma pouco subtil e menos ainda elegante de afirmar o que sempre pretendeu instilar no eleitorado: a circunstância de que apenas ele serviu o País, ele apenas soube e sabe dar um rumo certo à governação portuguesa. Ora, ainda que fosse verdadeira, uma tal asserção revela um espírito pouco saudável e completamente em desconformidade com as regras que se pretende ver implantadas no tecido social e político português.

Um homem com este egocentrismo, com esta forma de encarar o seu semelhante, não pode dele merecer confiança. Uma vez conhecido, jamais apetecido.

Até aqui, como se vê, com Menezes. A partir daqui, porém, em discordância. Absoluta e radical.

Porque Marcelo – mesmo sendo imperioso reconhecer-se a sua enorme capacidade intelectual e política – jamais conseguiria ser um razoável ocupante do palácio de Belém.

Muitas desvantagens em levá-lo até lá poderiam aqui ser elencadas. Na verdade, motivos ponderosos não faltam. Para encurtar razões, porém, interrogar-nos-emos tão somente quanto ao que seria de Portugal e dos Portugueses com Maquiavel, ele próprio, a congeminar cenários políticos de completa divisão e consequente desestabilização, só para satisfação pessoal do seu autor que, desse modo, teria garantida uma risonha e divertida estadia em Belém, ao mesmo tempo que os portugueses viveriam numa ininterrupta sucessão de factos e ipso-factos de que apenas retirariam instabilidade. E demência, no caso de se atreverem a tentar interpretá-los, para entenderem o respectivo substrato.


Não, definitivamente, nem o que Menezes afasta nem o que Menezes apoia… Na área do Partido Social Democrata há outros candidatos bem mais credíveis. Menos inconvenientes, por conseguinte.

233. Então e as outras negociatas?

Agora que aquele negócio está fechado – o que assinalei no post 231, por abusiva transcrição que fiz - e se sabe até qual o valor da transacção, muito conviria saber em que e em quanto vão saldar-se as restantes negociatas, ou seja, as contratadas com algumas figuras muito mediáticas do PSD.

Para o bem-estar geral, na verdade seria simpática essa informação. Para que todos ficassem a saber. Democraticamente informados, portanto. Como convém.

Saber-se-á! Sooner or later, saber-se-á. É por isso que se mostra de toda a conveniência que não se embarque em chalupas feitas à pressa, portanto sem o calafetamento indispensável, que, por via disso, facilmente naufragarão à mínima brisa que se levante e levemente altere o remanso das águas paradas. Infectas.

232. Reflexão matinal... alheia (17)

Como um político nunca acredita no que diz,
surpreende-se quando os outros acreditam nele.
Charles De Gaulle

231. A "charge" oportuna

Os colegas de O Acidental , com especial destaque para [PPM], autor da charge, certamente que não vão zangar-se demasiado comigo por transcrever para aqui um post seu. É que, sabem?, não consegui resistir…

Ele aí vai:


Última notícia
Com Freitas do Amaral no Palácio das Necessidades, o Ministério dos Negócios Estrangeiros muda o nome para
Ministério do Negócio Fechado.

É de categoria, homem!

sábado, março 05, 2005

230. A Sagrada Família

A Sagrada Família
Michelangelo Buonarrotti

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229. Late afternoon thought... (lx)

Não te iludas!
Em todas as situações críticas da vida,
ainda que muitos te rodeiem,
estarás sempre só.
Ruvasa

228. Freitas, o "pater" exemplar

Diogo Freitas do Amaral tem sido considerado um dos “pais” da democracia partidário-parlamentar portuguesa. Os restantes terão sido Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Álvaro Barreirinhas Cunhal.

Actualmente, aquele político é, por sinal, o único ainda no activo.

Tendo presente a coerência do percurso político de tal “progenitor” e o exemplo vivo e actuante que ele constitui, como é que alguém ainda pode surpreender-se com a circunstância de as gerações mais novas cada vez mais se desligarem do fenómeno político, considerando-o actividade que não deve ser levada a sério, nem sequer para que mereça a simples perda de um breve momento das suas vidas? Aquele em que depositariam o voto na urna!

227. Exactamente, Prof. Freitas!

Freitas do Amaral: Este é o "momento exacto de dar a cara"
Diogo Freitas do Amaral, apresentado ontem como o futuro ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do novo Governo, explica hoje que aceitou o convite de José Sócrates para integrar o XVII Governo constitucional porque "o país precisa de todos" e este é o "momento exacto de dar a cara".

Público online

* * *

De acordo, Prof., de acordo. Quando se tem cara para dar.

Será que não se trata, isso sim, de, a todo o custo, obter algum protagonismo? Para alguém a quem já outros proporcionaram a possibilidade de ter sido Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, não acha benesse demasiado pífia esta nova enormíssima missão que agora lhe é cometida?

Por este caminho, arrisca-se a que - numa próxima oportunidade e depois de tudo fazer para a vir a ter... - lhe atribuam o honroso cargo de assessor do coordenador dos autarcas socialistas, a sul do Tejo, excluído o Algarve.

Está em grande ascensão Prof.! É caso para efusivas felicitações. Bem merecidas, aliás.

Não há em todo o Portugal, em toda a Ibéria, em toda a Europa quem se lhe iguale em ecumenismo político. Onde será que ainda iremos ter o prazer de o ver?

quinta-feira, março 03, 2005

226. Lá saberá porquê, não?

Vitorino opta pela advocacia

O ex-comissário europeu António Vitorino não vai integrar o novo Governo de José Socrates, optando antes pelo regresso à advocacia.
O «Jornal de Negócios», revela hoje que «a decisão de não integrar o Governo já terá sido tomada há algum tempo», estando António Vitorino «a estudar o regresso à advocacia, para um grande projecto numa sociedade de advogados».
O jornal revela ainda que o ex-comissário europeu recebeu vários convites para trabalhar em firmas de advocacia portuguesas, «incluindo das duas maiores: a de José Miguel Júdice e a de André Gonçalves Pereira». Contactado pelo «Jornal de Negócios», António Vitorino afirmou apenas: «Não tomei nenhuma decisão sobre o meu futuro».

Expresso online

António Vitorino lá saberá porquê. Não estará muito virado para misturas inquietantes? Quererá não hipotecar agora o crédito com esforço obtido enquanto comissário em Bruxelas?

Resta-nos esperar para tentar ver. E veremos, claro! Mais cedo ou mais tarde. Palpita-me que não tão tarde como isso...

225. Pacheco não tem perdão

Na última edição da “Quadratura do Círculo”, canhestramente, José Pacheco Pereira tentou justificar as suas quase diárias diatribes contra o PSD e respectivos dirigentes, tenham eles sido quem tivessem sido, ao longo dos anos, com especial incidência nos tempos mais recentes, designadamente enquanto decorria a campanha eleitoral das recentes legislativas.

Claro que nada do que a criatura aduziu em sua defesa colhe minimamente e viu-se bem – ele tem um handicap terrível, qual seja, o de não conseguir disfarçar, sempre que se encontra, e intimamente o reconhece, em situação falsa – o atabalhoamento da putativa justificação. Por tal motivo, nem sequer valerá a pena aqui dilucidar as codificadas mensagens pachequianas.

Deixe-se isso, portanto, para trás, e faça-se de conta que aquela trapalhada “quadrada” de ontem não existiu.

Quedemo-nos apenas num aspecto.

Disse, em determinado momento, JPP que o que fizera o teria feito no livre exercício do seu direito de crítica e que, nada do que afirmara e escrevera, fora coisa por aí além. E acrescentou que, pior – muito pior e aí bem grave, na sua douta sentença – será militante do PSD concorrer por lista de outro partido ou, mesmo, deputado social-democrata votar contra Orçamento de Estado apresentado pelo Governo do seu partido.

Raramente se tem assistido a uma tão evidente invocação de falsa razão por parte de quem não tem razão verdadeira.

É evidente – por demais evidente – que Pacheco tem consciência de que pecou gravemente contra o seu próprio partido e não sabe onde se meter, acabando por tentar fugir para a frente, lançando mão de expedientes menores – Fui só eu? E então os outros? – cujo recurso a sua condição de exclusivo político de carácter existente cá neste rincão, lhe deveria terminantemente proibir.

É, pois, atitude pouco condizente com a suposta superioridade moral, tantas vezes atirada em cara a outros.

Mas é pior ainda, porque não corresponde à verdade. Uma vez mais, um argumento esgrimido por Pacheco não corresponde à verdade. É que, sendo embora factos graves, concorrer em lista de outro partido ou votar contra orçamento de Estado apresentado por governo do partido, não conseguem ter a dimensão das atitudes anti-PSD de José Pacheco Pereira.

É que, enquanto aquelas outras atitudes, gravosas para com o partido, é certo, serão actos isolados, por vezes resultantes de situações pouco pensadas e tomadas no calor do momento, as de Pacheco são reiteradamente assumidas de há anos a esta parte, em consequência profundamente reflectidas, premeditadas, e, pela continuada exposição mediática do autor, assumem repercussões públicas – consequentemente, políticas – incomensuravelmente mais graves. Imperdoáveis.

Isto, para além de terem revestido carácter de maior acinte, em plena campanha eleitoral.

Diga-se o que se disser, argumente-se o que se argumentar em sua defesa, José Pacheco Pereira soube bem o que esteve a fazer durante todos estes anos, e, principalmente, nos últimos meses, pelo que não faz jus a qualquer perdão. Nem sequer a atenuação de culpa.

224. Reflexão matinal... alheia (16)

A quem servir... se é que se reconhece...

Acredito em individualismo...
até ao ponto em que o individualista começa a operar à custa da sociedade.
Franklin Delano Roosevelt

223. "O triunfo de Vitória" - Pieter Paul Rubens

1614, óleo s/ madeira

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quarta-feira, março 02, 2005

222. Late afternoon thought... (lix)

Só quem não tem valor
não resiste a afirmá-lo.
Ruvasa

221. A razão por que não apoio – nem voto – no senhor Silva

Por razões diversas das apontadas por Luciano Amaral, em O Acidental, MACP (Movimento de Apoio Cavaco à Presidência)?, em que, reportando-se a textos de FCG publicados em O Insurgente, acerca da “necessidade”, para a Direita, de eleger um tal senhor Silva para a Presidência da República, aponta dúvidas quanto aos méritos políticos e governativos do cidadão em causa, aqui declaro (já, antes de que no PSD algo seja decidido sobre o assunto), que não apoiarei – muito pelo contrário opor-me-ei pelos meios ao meu alcance – qualquer candidatura de semelhante tal à Presidência da República.

Como digo atrás, não por razões de desconfiança relativamente às suas capacidades políticas e governativas, que essas foram demonstradas em devido tempo. Tão somente por uma questão de carácteres. Sim, de carácteres. O dele e o meu.

00- Como assim? - perguntará quem me leia.

Fácil de explicar. O meu carácter, a minha forma de estar na vida, não consegue compaginar-se, de forma nenhuma, com a que o referido senhor Silva vem evidenciando ao longo dos anos.

Durante algum tempo, confesso, andei equivocado. Foi logro em que deixei de estar e em que não voltarei a cair.

Portanto, aqui fica dito, preto no branco: Não apoiarei qualquer candidatura do senhor em causa, nele não votarei, farei mesmo campanha contra a sua eleição.

E espero que os sociais democratas – com particular realce para quem à data estiver a dirigir o partido – tenham a lucidez suficiente para não pretender levar o partido a apoiá-lo. No caso de o virem a fazer, é praticamente certo que a grande massa do seu eleitorado lhes sairá ao caminho, para lhes mostrar o erro cometido, desafectando-se do partido mais do que de momento está.

Será, pois, de bom aviso, que, antes de ser tomada qualquer posição nesse sentido, se pondere bem a questão e se avaliem as vantagens e inconvenientes de um apoio a quem está longe de merecer os favores do Partido Social Democrata que, entidade responsável, tem que mostrar também o seu verdadeiro carácter, a sua integridade.

Tenho, porém, uma profunda convicção: a de que não corro o risco der ter que fazer campanha contra o natural de Boliqueime. Pela simples razão de que não se meterá em tais assados. Na verdade, não concorrerá. Faltar-lhe-á a necessária afoiteza.

É que, nessa vertente, uma coisa é “oferecer” uma excelente ajuda à derrota do PSD de Fernando Nogueira, nas legislativas de 1995; outra, bem diversa, é agora defrontar António Guterres, numa eleição em que este tem tudo a seu favor. E que não tivesse…

220. Mal estar no PSD? Agora? Porquê?

Clima de mal-estar no PSD - As propostas de Santana Lopes, para que o Conselho de Jurisdição do PSD avalie o comportamento dos militantes que atacaram o partido durante a campanha, e de Ribau Esteves, para que Pacheco Pereira seja expulso, poderão até não ter consequência prática, mas é certo o clima de tensão que ambas estão a criar internamente.
(…)

Ribau Esteves, líder do PSD/Aveiro que confirma ter pedido a expulsão de um militante, mas sem o identificar, disse (…) ter proposto "a expulsão de um militante que, aproveitando essa condição, prejudicou diariamente o partido de forma muito grave". E manteve a reserva do nome do visado. Pacheco Pereira não reagiu. Já Guilherme Silva, líder parlamentar, considerou (…) "incompreensíveis" as atitudes de Cavaco Silva na campanha. E confessou ter reagido às mesmas com "algum choque".
Jornal de Notícias - 2005.03.02

Clima de mal-estar? Agora? Porquê?!

Mal-estar houve, sim, antes, diariamente, enquanto o PSD e os respectivos dirigentes, democraticamente eleitos e a cumprir programa democraticamente sufragado, eram atacados sem dó nem piedade em praça pública, depois de o não terem sido nos locais próprios, frontalmente, como mandam a ética e a moral. Que também devem existir em política, principalmente em política.

Quem atacou o PSD era maior e vacinado, não fora declarado mentalmente inimputável, sabendo, portanto, o que estava a fazer e as consequências que daí podiam advir.

É imperioso que o órgão jurisdicional do partido actue e atribua responsabilidades e culpas, que eventualmente venham a ser apuradas, a quem se considerar que as tem. Assim se actua em democracia, em sociedade responsável. Não o fazer, é sinónimo de laxismo e de anarquia.

Esperemos para ver. Mas algo tem que ser feito. Sob pena de o crime compensar. No caso de Pacheco Pereira, o tal que se serve da condição de militante, para, zurzindo no partido e nos seus dirigentes, ir auferindo elevadíssimos rendimentos, então, compensaria de forma absolutamente inadmissível.

Mal estar no PSD? Agora? Apenas se nada for feito!


Ruben Valle Santos
mil 29715

219. Um irresponsável a dirigir jornal nacional?

"Nenhum português que algum dia teve de contactar com um serviço municipal na área do licenciamento e construção conseguiu fazê-lo sem, em alguma fase do processo, lhe ser sugerido que podia 'olear' a máquina. Todos têm histórias para contar, umas vividas, outras ouvidas"
José Manuel Fernandes, PÚBLICO, 2-3-2005

Aqui está uma afirmação que o autor devia ser judicialmente obrigado a fundamentar, segundo o princípio de que a quem alega incumbe provar. Em Portugal qualquer um diz o que lhe vem à cabeça, acordado ou a dormir, em estado lúcido ou menos, até mesmo à beira da interdição ( e esses ainda terão atenuantes...) sem que alguém lhe vá à mão, impunemente, portanto.

Em que estudo científico se baseará este senhor, a quem já ouvimos e lemos coisas ainda piores, cheias de verdades e razões auto-suficientes, a aventurar-se a tal categórica afirmação?

Pois bem: aqui está quem não é autarca, não tem amigos autarcas, não tem interesses autarcas e já por várias vezes teve que socorrer-se de serviços autárquicos, incluindo os referidos, jamais lhe tendo sido sugerido por alguém fosse o que fosse no sentido que José Manuel Fernandes propala aos quatro ventos.

Neste momento, o resultado está em:
Serviços autárquicos, 1 - José Manuel Fernandes, 0
OOO
Pelos vistos, porém, José Manuel Fernandes já teve – ou alguém por ele – sugestões dessas a entrar-lhe pelos ouvidos adentro, dada a certeza total com que faz a afirmação.
000
Ora, assim sendo, impõe o amor à verdade e a deontologia que José Manuel Fernandes carregue para a praça pública o nome de quem o fez e as circunstâncias concretas em que tal aconteceu.
Sem o que ficaremos autorizados a considerar que José Manuel Fernandes, director do “Público”, não passa, afinal, de irresponsável, capaz de, por motivos que também não estão explicados, afirmar coisas que não pode provar.