"Nenhum português que algum dia teve de contactar com um serviço municipal na área do licenciamento e construção conseguiu fazê-lo sem, em alguma fase do processo, lhe ser sugerido que podia 'olear' a máquina. Todos têm histórias para contar, umas vividas, outras ouvidas"
José Manuel Fernandes, PÚBLICO, 2-3-2005
Aqui está uma afirmação que o autor devia ser judicialmente obrigado a fundamentar, segundo o princípio de que a quem alega incumbe provar. Em Portugal qualquer um diz o que lhe vem à cabeça, acordado ou a dormir, em estado lúcido ou menos, até mesmo à beira da interdição ( e esses ainda terão atenuantes...) sem que alguém lhe vá à mão, impunemente, portanto.
Em que estudo científico se baseará este senhor, a quem já ouvimos e lemos coisas ainda piores, cheias de verdades e razões auto-suficientes, a aventurar-se a tal categórica afirmação?
Pois bem: aqui está quem não é autarca, não tem amigos autarcas, não tem interesses autarcas e já por várias vezes teve que socorrer-se de serviços autárquicos, incluindo os referidos, jamais lhe tendo sido sugerido por alguém fosse o que fosse no sentido que José Manuel Fernandes propala aos quatro ventos.
Neste momento, o resultado está em:
Serviços autárquicos, 1 - José Manuel Fernandes, 0
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Pelos vistos, porém, José Manuel Fernandes já teve – ou alguém por ele – sugestões dessas a entrar-lhe pelos ouvidos adentro, dada a certeza total com que faz a afirmação.
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Ora, assim sendo, impõe o amor à verdade e a deontologia que José Manuel Fernandes carregue para a praça pública o nome de quem o fez e as circunstâncias concretas em que tal aconteceu.
Sem o que ficaremos autorizados a considerar que José Manuel Fernandes, director do “Público”, não passa, afinal, de irresponsável, capaz de, por motivos que também não estão explicados, afirmar coisas que não pode provar.