quinta-feira, março 17, 2005

256. A moda do blackout alastra…

José Sócrates, o luso prime minister, mandou calar todo o governo e respectivos ministros. Ninguém fala.

Nem ele!

Tem duas virtudes esta tomada de posição. Não correm eles o risco de dizerem coisas sem nexo e hoje uma coisa que amanhã é desmentida, nem nós o incómodo de os ouvir.

Tem, porém, um inconveniente sério. Para a imagem do Governo, que não para nós: não fala nem age, logo, não existe. Está falecido.

O que, por seu turno, tem uma vantagem nem sempre bem avaliada: não falando nem agindo, tendo-se verificado o seu passamento, não temos governo! De há décadas para cá, a Itália tem vivido sem governo por larguíssimos períodos e no problem at all!

Olha do que estamos a safar-nos!...

* * *

Com esta ordem de mandar calar tutti quanti, José Sócrates Pinto de Sousa seguiu o excelente exemplo do exemplar cidadão Jorge Nuno Pinto da Costa, inventor da paroquial estratégia da bocca chiusa, em outras bandas também conhecida de omertà.

O que é brilhante e consolador para nós, cidadãos comuns, pois que, como é sabido, sempre que Mr. Little Chicken of the Coast, se blackouta e aos seus dependentes, logo entra neste país uma paz que é um consolo! Para além de os ouvidos dos cidadãos simples entrarem em repouso merecido, depois de tantas “finas ironias” os entupirem até à exaustão. É, pois, um consolo, um sossego, pois que, quase sempre que fala, PDC realmente PêDaCe.

Ora, se o governo lhe seguir as pisadas, estaremos bem. Quanto menos falarem, melhor. Menos se verão obrigados a faltar à verdade e, consequentemente, menos desfrutados seremos.

Será bom, porém, que não sigam mais exemplos do dito irmão do Director do Instituto de Medicina Legal do Porto. É que, se o fizerem, relativamente aos acessos de incendiário que ele costuma ter, estamos mal. Um Pinto da Costa incendiário ainda se suporta. Um governo com igual propensão seria um incontrolável descalabro.

Não nos abandoneis, Senhor Deus! Por favor!...

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