sábado, março 05, 2005

227. Exactamente, Prof. Freitas!

Freitas do Amaral: Este é o "momento exacto de dar a cara"
Diogo Freitas do Amaral, apresentado ontem como o futuro ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do novo Governo, explica hoje que aceitou o convite de José Sócrates para integrar o XVII Governo constitucional porque "o país precisa de todos" e este é o "momento exacto de dar a cara".

Público online

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De acordo, Prof., de acordo. Quando se tem cara para dar.

Será que não se trata, isso sim, de, a todo o custo, obter algum protagonismo? Para alguém a quem já outros proporcionaram a possibilidade de ter sido Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, não acha benesse demasiado pífia esta nova enormíssima missão que agora lhe é cometida?

Por este caminho, arrisca-se a que - numa próxima oportunidade e depois de tudo fazer para a vir a ter... - lhe atribuam o honroso cargo de assessor do coordenador dos autarcas socialistas, a sul do Tejo, excluído o Algarve.

Está em grande ascensão Prof.! É caso para efusivas felicitações. Bem merecidas, aliás.

Não há em todo o Portugal, em toda a Ibéria, em toda a Europa quem se lhe iguale em ecumenismo político. Onde será que ainda iremos ter o prazer de o ver?

1 comentário:

Ruvasa disse...

Viva, Ferrão!

Embora não estivesse à espera que do chapéu mágico saíssem coelhos em barda,sou forçado a confessar que as soluções encontradas por José Sócrates me deixaram supreso.

O estado-maior guterrista de fraca memória está lá todo, excepção feita a poucos que, precavidos e talvez mais pacientes, evitaram a todo o custo meter-se num governo em que, pelos vistos, nem eles próprios acreditam. É o caso de António Vitorino, de Jaime Gama e de Jorge Coelho, que enviaram as tropas para a batalha da frente e se ficaram na reserva... Eles lá saberão porquê!

Depois, Sócrates vai buscar para duas pastas absolutamente fundamentais, Finanças e Economia, dois homens, ao que parece excelentes sob o ponto de vista técnico, mas sem experiência política. Ora, é sabido que, tanto um como o outro dos referidos ministérios, são departamentos de índole extraordinariamente política, necessitando de titulares com boa experiência e, acima de tudo, com peso dentro do PS, para que possam, sendo o caso disso, bater com sucesso o pé aos colegas de governo que tenderão a pressionar para a obtenção de verbas que... não há.

Finalmente e para encurtar razões, só a Sócrates lembraria a peregrina ideia de oferecer o MNE a Freitas do Amaral. Será que lhes passa pela cabeça que o "seu" ministro do Neg. Estrangeiros vai bater o pé e meter nos eixos George W. Busch, Blair e outros que tal? Ou, então, houve que pagar favores... Nesta vertente dos Neg. Estrangeiros, porém, tendo a vista as posições que têm vindo a ser assumidas por F.Amaral, palpita-me que vamos ser frequentemente desconsiderados, no concerto internacional.

Enfim, cá estaremos para ver. Coisas pouco boas de ver, estou em crer.

E ainda havemos de observar Freitas e Sócrates em desavença. Tão certo como 2 e 2 serem 4. Com o percurso que Freitas tem vindo a fazer, não vai falhar.