sábado, março 12, 2005

247. A posse, o discurso e a antevisão

Porque hoje foi dia de fazer o meu “passeio” quinzenal de 500 kms, encontrava-me em trânsito, ao volante, quando do empossamento do XVII Governo Constitucional.

A auto-estrada por que transitava é nova, rectilínea, sem trânsito, portanto não requerendo cuidados especiais, pelo que, sem muito esforço, para além do frete que consiste em ouvir os velhos e relhos lugares comuns de sempre, lá pude seguir os discursos de SExas. Primeiro, o do mais alto magistrado da Nação; depois, o do primeiro magistrado do novo governo.

Quanto ao que disse o primeiro daqueles altos dignatários excuso-me a pronunciar-me, pois que todos já sabemos as suas falas, frase por frase, palavra por palavra, pausa por pausa; quanto ao que o segundo disse, apenas se me oferece deixar esta nótula:

Quem tenha ouvido, com um mínimo de atenção a socrática fala na posse de hoje, certamente que – pelo conteúdo é certo, já que, ex cathedra, não resistiu a dar lições de sapiência aos incréus pacóvios circundantes, mas principalmente pela forma – rapidamente se terá apercebido de que aqueles que têm vindo a apontar tiques de arrogância a vários governantes passados, vão ter, de hoje em diante, a mais excelente oportunidade de constatar, agora sim, o que a arrogância efectivamente significa, qual a postura que assume e com que vestes se enfeita
.

Hoje tivemos a primeira amostra. Cá estaremos para apreciar outras e nos divertirmos com algumas peripécias de certos comentaristas na nossa praça.

2 comentários:

Anónimo disse...

O governo, na sua tomada de posse, acaba de anunciar a sua primeira grande medida! - vender aspirinas nos supermercados!!.. Só deve estar a pensar na grande dor de cabeça que vai dar aos portugueses...
Zé Fontinha

Ruvasa disse...

Viva, Ze Fontinha!

Muito embora eu concorde com a medida, duas coisas ha a ressaltar:

1. Estando tal medida em vigor na Tailandia há imensos anos e bem assim no interior mais profundo do Mexico, bem pode dizer-se que foi o anuncio espectacular de uma medida que até o terceiro mundo já tomou;

2. Afrontou-se, logo de entrada, um lobby muito poderoso - a industria farmaceutica - e, tendo presente que as farmacias sao constantemente credores de imensas dividas do Estado (de muitos milhoes), faz-se votos no sentido der que a decisao nao sofra abalos de maior e va mesmo para a frente. Sera que vai?

cumprimentos