segunda-feira, maio 09, 2005

355. Um logro chamado Trapattoni

O saldo, para o meu clube, Sport Lisboa e Benfica, da jornada deste fim de semana da Superliga Portuguesa sugere duas observações:
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1. Quem não tem treinador, treina com Trapattoni;
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2. Chegou o oportunidade de a única qualidade que se tem notado no homem, ou seja, a sorte - uma sorte escandalosa, que o vinha acompanhando jornada a jornada e parecia aumentar na medida inversa da qualidade do futebol que os benfiquistas exibiam em campo - se cansar de tanto ajudar quem nada fazia por si próprio e resolver entrar de férias nesta jornada. E, não obstante, ainda fez uma perninha lá pelo Norte...
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Talvez seja melhor assim, para que algumas almas que têm andado iludidas... uma vez mais iludidas... embaladas por cânticos de sereia engasgada, abram os olhos de vez e interiorizem aquilo que tem sido evidente desde que o homem chegou ao clube, mas que se tem querido disfarçar: Trapattoni terá sido um bom treinador. Mas, mesmo que efectivamente o tenha sido, uma coisa é certa: já não o é.
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E não o é, não somente pelo que foi fazendo - e não fazendo - durante toda a época, como porque qualquer treinador de 2ª categoria cá do burgo, estando três pontos à frente do segundo classificado, a três jornadas do fim, jamais desperdiçaria essa vantagem num simples jogo. Qualquer treinador de segunda categoria cá do burgo jamais teria consentido que a sua equipa entrasse para o jogo com o Penafiel já antecipadamente derrotada. Aliás, como aconteceu inúmeras vezes ao longo da época.
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Qualquer treinador de meia tigela teria obrigado os jogadores a "comerem a relva", mesmo que ficassem com problemas gástricos. Nenhum treinador que se preze assistiria, impávido e sereno, no banco, ao descalabro da equipa que seria suposto dirigir e cujas actuações, em consequência, seriam de sua exclusiva responsabilidade.
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Trapattoni não sabe ler o jogo, não sabe que substituições fazer nem em que momento, não sabe conduzir homens, não sabe criar espírito de equipa. Trapattoni é um completo bluff. Chegam-me rumores de que os tão celebrados êxitos que obteve ao longo da sua carreira se ficaram a dever bem mais a elencos de luxo que sempre teve, do que ao seu "dedo". Pode ser até que não seja bem assim e que tenha sido um excelente allenatore. Não o é mais, porém. Está ultrapassadíssimo, parado no tempo, ficou-se na década de 80, talvez em princípios da de 90. Mas não mais além de 1994. Nem tanto...
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Por alguma razão, certamente, foi dispensado da squadra azzurra e ninguém em Itália ou em qualquer outro ponto do Mundo o quis, de tal modo que aceitou vir para o Benfica. Esta, a verdade. Por muito que doa aos benfiquistas. Só não verá isto quem esteja de olhos vendados.
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E nem curo de aqui invocar, como certamente por esse país fora muitos invocarão, grandes penalidades que deixaram de ser assinaladas no sábado passado. Porque essas, que o deviam ter sido, talvez sirvam para compensar as que, ao longo da temporada, não o foram também, mas deveriam tê-lo sido igualmente, só que ao contrário.
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Isto, que deixo aqui gravado, já o venho dizendo desde, pelo menos, Outubro do ano passado, altura em que se tornou por demais evidente que o homem não estava à altura do que se lhe exigia. Portanto, não se fica a dever aos últimos "sucessos". Digo-o agora novamente, porque, independentemente do que daqui para a frente se possa vir a passar, aquela verdade se manterá inalterada. Digo-o uma vez mais, precisamente para que fique registado.
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Trapattoni tem que regressar a Itália. E urgentemente, para que outro prepare a nova época. Para bem do Sport Lisboa e Benfica.
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8 comentários:

Anónimo disse...

"Trapattoni tem que regressar a Itália." Vamos ver...

Ruvasa disse...

Viva, Elise!

Nunca deveria ter vindo de lá.

Aliás, é estranhíssimo que tenha sido dispensado da selecção italiana por força da fraquíssima prestação da equipa no Euro e ninguém o quis, até que apareceu a alma caridosa benfiquista que o recolheu.

Desde logo se viu que o homem não servia. Mas que tem uma sorte danada, lá isso tem. Se assim não fosse, com as tácticas absurdas que tem introduzido na equipa, estaria o Benfica a disputar a permanência.

Enfim!...

Cumprimentos

Ruben

Anónimo disse...

Quem é que gostava de ver no lugar do Trap? A ver se alguém o ouve! ;)
Cumprimentos!

Ruvasa disse...

Viva!

Um treinador com garra, que pusesse tudo aquilo em polvorosa.

O Camacho foi-se embora, porque não estava para aturar intromissões na sua área de actuação. Trapattoni tudo permitiu... É o símbolo do treinador sem força interior, digamos assim.

Portanto, qualquer treinador com a noção de que só um pode mandar me servia.

Dou-lhe um exemplo concreto, muito concreto mesmo:

O Jaime Pacheco não teria perdido este campeonato. De certeza absoluta. Nem que a vaca tussisse!

É que, para além da garra que se lhe conhece, tem uma leitura de jogo sem igual em Portugal. Ele, no banco, joga tanto ou mais do que os jogadores lá dentro. É activo e sabe o que faz.

Mas o que eu realmente teria querido, isso sim, é que o Vilarinho não tivesse tido contas a pagar ao Toni, o que provocou a saída do Mourinho...

Enfim!

Ruben

Ricardo disse...

Viva,

Como adepto portista e dada a falta de ambição dos jogadores dos três grandes em Portugal (e com muitas ajudas dos árbitros) só tenho pena de não ser o Braga o campeão.

Só não concordo muito com um comentário que aqui fizeste. No dia em que o Jaime Pacheco vá para o Porto e ponha a equipa a jogar da mesma forma que fazia no Boavista eu tiro umas férias de ver futebol porque, afinal, o que ele ensina a jogar pouco tem a ver com futebol (e sim, eu sei onde ele pode ter aprendido a jogar duro mas mesmo assim é a negação completa do que deve ser um jogo, entrega sim mas sem aquele tipo de dureza e anti jogo).

Abraço,

Ruvasa disse...

Viva, Ricardo!

No fundo, estamos bem de acordo, o que é raro entre portistas e benfiquistas.

Também eu não ficaria muito desanimado se o Braga vencesse o campeonato. Até porque, pelo esforço que tem feito, bem o merece.

Quanto ao Jaime Pacheco, eu não disse que é o melhor treinador do mundo e que acho que seja um exemplo a corpo inteiro. Dei-o, sim, como exemplo, para dizer que, estando, com qualquer equipa, três pontos à frente do 2º classificado, a três jornadas do fim, não se deixaria ir pelo "cano abaixo", como sói dizer-se. Nunca, jamais, quando, antanho, como se dizia antigamente...

E mais: disse também que entendo que tem uma fenomenal leitura de jogo. Efectivamente, tem-na. As substituições que faz no decurso do jogo e o momento em que as faz, as mexidas na equipa, igualmente durante o jogo, anunciam bem que ali está um tipo que "lê" mesmo, não sofrendo de "iliteracia futebolística". E é decidido. Além disso, já provou que é um condutor de homens.

Quanto à dureza e ao estilo, bem, ele arranca das equipas que trabalha, aquilo que elas podem, dar.

Que querias que ele fizesse com o Boavista de um Paulo Turra (sarrafeiro dos maiores), de um - não recordo o nome, mas está agora como central do FCPorto...- (outro sarreiro e zaragateiro dos bons?) e tantos outros. A equipa de então era de sarrafeiros e a deste ano não era melhor...

abraço, Amigo!

Ruben

Anónimo disse...

Caro Rúben,
Tomara vc que o maior problema do seu Benfica fosse o velho Trappas.
O problema, e parece que os benfiquistas n querem ver isso, é a falta de credibilidade dos sucessivos dirigentes q t~em paassado pelo clube, com o apogeu a ser atingido por vale e agora c esta dupla de v.
um abraço e olhe q ainda n vai ser desta,

Anónimo disse...

mandaram embora o vale de azevedo, esse é que ra um grande presidente